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Apresentação

HISTÓRICO DO CURSO O Curso de História e Geografia foi criado no fim do ano de 1952. Suas atividades acadêmicas foram iniciadas no primeiro semestre letivo de 1953. Esse acontecimento foi resultante da expansão de cursos universitários para a formação de docentes habilitados para o ensino na educação básica. Tal movimento se estruturou e ganhou corpo com a criação de instituições de nível superior voltadas para essa finalidade, como a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, na Universidade de São Paulo, e sua congênere na Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. Em pouco tempo, essa cruzada atingiu várias unidades da federação. No Maranhão, nesse período, em que pese existissem vários cursos em nível superior, quer atuando isoladamente ou agrupados na Fundação Paulo Ramos, a formação de professores não se constituía o principal objetivo deles. Em decorrência, desenvolvia-se um círculo vicioso, reforçando o autodidatismo como a prática pedagógica característica dos mais diversos níveis de ensino. Esse estado de coisas acentuava a manutenção de uma modalidade de ensino com características elitistas e propedêuticas, descolado das exigências emergentes que se orientavam para a busca de melhor qualidade do trabalho docente, para a massificação da oferta de vagas, de modo a permitir oportunidade de acesso à educação para amplas faixas da população em idade escolar. No Maranhão, sobretudo em São Luís, a partir da década de 1950, segmentos da elite protagonizaram um movimento para ampliar as possibilidades de formação em nível superior. Por isso, às faculdades de Direito (criada em 1918), de Farmácia (em 1922) e de Odontologia (em 1925), federalizadas em 1950, somaram-se a Escola de Enfermagem São Francisco de Assis – criada em 1950, a Escola de Assistência Social do Maranhão – criada em 1950, a Faculdade de Filosofia de São Luís do Maranhão – em 1952, a Escola Maranhense de Serviço Social – em 1953, a Faculdade de Ciências Médicas – em 1957 e a Faculdade de Ciências Econômicas – em 1958. A Faculdade de Filosofia de São Luís do Maranhão foi criada em 1952 (integrada pelos cursos de Pedagogia, História e Geografia, Letras Neolatinas e Filosofia), como uma faculdade cujas metas enredavam-se aos objetivos daquele movimento pela formação em nível superior de recursos humanos para a educação básica. Nesse sentido, o projeto político-pedagógico de cada um daqueles cursos inaugurais não extrapolava as exigências legais em curso. Assim, a criação do Curso de História, como um dos integrantes dessa faculdade, se inscreveu na lógica desse movimento que visava enraizar no Brasil, e nesse caso, no Maranhão, o ensino superior voltado para a formação de docentes. Ao ser intitulado Curso de História e Geografia, quando do seu surgimento, consagrava uma visão que admitia essas duas áreas do conhecimento como irmãs-gêmeas, tal como acreditavam e professavam seus instituidores. Desse modo, a finalidade maior do curso era formar professores de História e de Geografia, a esse tempo no chamado esquema três mais um. Ou seja, ao ingressar no curso, o discente devia cursar as disciplinas típicas do bacharelado em três anos letivos, podendo, com mais um ano, cumprir as obrigações curriculares de natureza pedagógica e ser obter um diploma de Bacharel e Licenciado em História e Geografia. A partir de 1963, começaram a ser projetadas mudanças importantes na estrutura curricular vigente. Esse processo culminou, em 1966, com a separação dos dois cursos e a desativação do bacharelado. Nasciam autônomos os Cursos de História e de Geografia, como entidades representativas de áreas do conhecimento com objetos distintos. Porém, afirmava-se ainda a orientação dos cursos inaugurais da faculdade para a formação de docentes. O novo currículo do Curso de História não apresentou grandes inovações, perdurando uma ênfase acentuada em História Geral, com disciplinas nas quatro séries de duração do curso, combinada com existência de História do Brasil e Regional, Estudos Brasileiros e História da América nas duas últimas séries, sem menção específica para a História do Maranhão. A maior intervenção operada na estrutura curricular do Curso de História foi a de 1970. Houve uma concatenação do projeto político pedagógico do curso às várias mudanças ocorridas naquela época, tais como a adoção do regime de semestres letivos, a instituição de um ano de Ciclo Básico de estudos precedendo ao Ciclo Profissional e a criação da Faculdade de Educação (responsável pela licenciatura nos dois últimos períodos). A inovação promovida na nova estrutura curricular produziu uma série de desdobramentos em disciplinas matriciais do currículo antecedente. De disciplinas como História Antiga, História Medieval, História Moderna e História Contemporânea surgiram as disciplinas História Política e Sócio-econômica I, II, III e IV, História da Cultura I, II, III e IV e História das Religiões I, II e III e a disciplina História da América foi transformada nas disciplinas História da América I, II e III; porém, a disciplina História do Brasil e Regional permaneceu sendo ministrada em apenas dois semestres juntamente com Estudos Brasileiros, mas nada indicava a existência de História do Maranhão como disciplina. A seqüência aconselhada decorrente privilegiava a adoção da periodicidade quadripartite da História da Europa Ocidental como eixo norteador, por excelência, dessa organização curricular, com quase nada da história nacional. Porém, essa mudança, a despeito de ter sido orientada para uma prática que privilegiasse a exploração mais aguda dos aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais do processo histórico, foi atropelada pela emergência vigorosa de novos paradigmas no âmbito da História, que apontavam para novas práticas desenvolvidas no ensino e na pesquisa em História. Por isso, esse currículo foi progressiva e rapidamente caducando, já que não permitia uma visão integrada do processo histórico, conforme propugnavam docentes e discentes influenciados pelas expectativas e demandas sociais daquele momento histórico. Essa problemática norteou parte das discussões durante a reforma curricular iniciada em 1982 e finalizada em 1988 com a edição da Resolução nº 15/1988-CONSUN. O projeto político-pedagógico gestado nesses debates definiu a revitalização do Curso História Licenciatura e a recriação do Curso de História Bacharelado, tendo sido implantado a partir do primeiro semestre letivo de 1989 e permanecendo vigente até 2014, com alterações pontuais decorrentes de exigências legais. Por meio da Resolução nº 1214/2014-CONSEPE veio à luz o atual Projeto Político Pedagógico do Curso de História Licenciatura da UFMA. É resultado do processo de discussão e de debates conduzido pelo Colegiado do Curso de História da UFMA, desde 2004, à luz tanto dos PCN’s - Parâmetros Curriculares Nacionais para a História como da LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional. Um marco nesse processo foi a realização, nos dias 6 a 9 de dezembro de 2004, no Centro de Ciências Humanas da UFMA, do Seminário Projeto Político Pedagógico do Curso de História em Debate, promovido pelo Departamento de História e pela Coordenadoria do Curso de História, contando com a participação da Profa. Ms. Lucinete Marques Lima, Pró-Reitora de Ensino da UFMA, e do Prof. Dr. Durval Muniz Albuquerque Filho-UFRN, que discorreu em três ocasiões acerca dos temas: “Trajetória da educação nacional pós-LDB”, “Projeto Político Pedagógico e Avaliação do Curso de História” e “Passos para a construção do Projeto Político Pedagógico do Curso de História”. Os debates ocorreram incluindo o corpo docente, os técnico-administrativos, os discentes e egressos. Em 2005, o Colegiado do Curso de História deu continuidade ao processo de elaboração do PPP-HIS, montando um roteiro norteador dos passos para a elaboração do PPP-HIS. Esse roteiro permitiu que professores e funcionários atuassem em muitas tarefas específicas, estabelecendo, assim, um modus operandi participativo e democrático. O roteiro foi divido em duas partes: O Curso de História da UFMA e as Diretrizes Curriculares. Em 2006, os trabalhos foram retomados por meio de uma Assembleia Geral do Curso de História, realizada no Auditório Mário Meireles, do CCH. O encontro serviu para reafirmar o sentido do PPP-HIS como um projeto que deveria contemplar as duas modalidades, bacharelado e licenciatura, sem ignorar a legislação vigente (LDB, DC) no tocante às licenciaturas. O Curso de História da UFMA afirmou o seu pertencimento ao contexto do campo acadêmico da historiografia brasileira, representado pela ANPUH (Associação Nacional dos Profissionais de História), cujos encontros nacionais têm traçado e debatido temáticas de fronteira nos campos historiográfico, jurídico e profissional. Sendo assim, o PPP tomou a direção de uma formatação que obedecesse e considerasse a legislação vigente (LDB e DCN’s), as orientações da ANPUH, a realidade atual do Curso de História e as perspectivas profissionais de professores e pesquisadores no Maranhão. Embora retomasse, para muitos, um ponto já discutido anteriormente, a Assembleia serviu para oficializar o percurso a ser tomado doravante. O passo seguinte foi a discussão, por parte do Colegiado do Curso de História, acerca das suas Diretrizes Curriculares. Conquanto ainda faltassem elementos na construção da primeira parte do PPP-HIS, essa segunda parte ganhou impulso com a proposta do Professor Ms. Washington Tourinho Júnior na tentativa primeira de ser construído um quadro de disciplinar que correspondesse a uma nova concepção de currículo à luz das mudanças recentes em decorrência dos debates e das discussões. A proposta do Professor Washington seguiu de perto a regulamentação existente para as licenciaturas e concebeu o bacharelado como modalidade distinta no curso, mas com uma estrutura comum à licenciatura. A partir dessa proposta, o colegiado conduziu uma série de encontros para debates que confluíram para 1. A concepção de História, 2. O papel do curso de História, 3. O ofício do historiador, 4. O elenco das disciplinas, 5. As ementas das disciplinas e 6. A distribuição das cargas horárias. Os debates demonstraram a natureza plural das concepções de História por parte dos professores, bem como as visões diferentes acerca dos conteúdos das disciplinas. As discussões conceituais foram feitas junto com as discussões pontuais sobre as ementas, os programas e as suas relações para com os grandes períodos históricos estabelecidos dentro de uma concepção linear da história (Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea). Sendo assim, o conjunto de encontros entre professores e alunos avançou tanto no âmbito conceitual como no âmbito do ementário das disciplinas. Em fevereiro de 2013, o Colegiado do Curso de História formou uma comissão de professores para dar continuidade ao PPP, que elaborou uma nova proposta para o curso. Quando foi constatado que parte dos ingressantes modalidade História Bacharelado participava de novas edições do ENEM objetivando mudar para a modalidade Licenciatura, devido o campo de trabalho para bacharéis ser muito precário no Maranhão, a Coordenadoria do Curso propôs no Colegiado a extinção do Bacharelado, tendo sido deferido o pleito, no entendimento de que o ensino está estreitamente ligado à pesquisa. Em dezembro de 2013, o Colegiado elegeu uma nova comissão para dar continuidade ao processo, a qual concluiu o Projeto Político-Pedagógico do Curso de História Licenciatura em março de 2014, o qual prevê a entrada de uma turma no turno Noturno no primeiro semestre e outra turma no turno Vespertino, ambas com 46 vagas dispsoníveis. O PPP do Curso de História na UFMA reproduz o momento, a situação e o percurso de seus professores/pesquisadores bem como de suas pesquisas. Trata-se de um núcleo de produção em conflito e tensões com as grandes linhas e forças que impõem e sugerem modelos e formas de construção do saber (MEC, PROEN, INEP, Projeto de Auto-Avaliação). Por isso, percebe-se que a produção acadêmica representada nas dissertações e teses, junto com os artigos reunidos em livros publicados expressa que estamos falando do nosso lugar, embora permeados, ao mesmo tempo, por diferentes visões de mundo, leituras e interpretações do que seja História.

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