Banca de DEFESA: ANA VALÉRIA CARVALHO MESQUITA
2020-03-16 10:50:16.405
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANA VALÉRIA CARVALHO MESQUITA
DATA: 19/03/2020
HORA: 15:30
LOCAL: MESTRADO EM SAÚDE AMBIENTE
TÍTULO: FITOTERAPIA E O DIABETES:
revisão e avaliação de toxicidade de plantas usadas como hipoglicemiantes na
prática popular
PALAVRAS-CHAVES: : Cinnamomum verum, Passiflora edulis, Artemia salina, atividade
hemolítica, toxicidade.
PÁGINAS: 127
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Nutrição
RESUMO: Diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica caracterizada pelo aumento dos níveis de
glicose no organismo, pois o corpo não produz insulina ou não consegue empregar
adequadamente a que produz gerando a hiperglicemia. No Brasil, DM acomete milhares
de pessoas com taxas que crescem a cada ano, representando um problema de saúde
pública, mesmo com os avanços na terapêutica da doença e a existência de programas
governamentais de distribuição de medicamentos, o uso de plantas medicinais e
preparações caseiras é elevado em todas as regiões. A região nordeste normalmente
apresenta uso tradicional de plantas com fim medicinal bastante representativo,
principalmente em comunidades rurais. Considerando a problemática do diabetes com
altos índices de prevalência, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de realizar
levantamentos das espécies vegetais utilizadas no nordeste brasileiro e das indicadas em
sites da internet, além de verificar a toxicidade de quatro espécies mais citadas no uso
popular de plantas. Os resultados deste trabalho foram divididos em três capítulos. No
Capítulo I, está o artigo Estudos etnodirigidos de plantas medicinais utilizadas no
controle do diabetes mellitus no nordeste brasileiro: uma revisão, que foi desenvolvido
a partir de um levantamento de estudos etnodirigidos desenvolvidos nos estados da
região em estudo nas principais bases de dados da área de saúde, utilizando palavraschave como diabetes, etnobotânica, etnofarmacologia, Brasil, plantas medicinais e/ou
hipoglicemiante. Foram obtidos 28 artigos publicados em jornais científicos no período
de 2000 a 2019. A partir desse levantamento foi verificado que 125 espécies vegetais,
distribuídas em 49 famílias que são empregadas na região nordeste do Brasil na prática
popular visando diminuir a glicemia, sendo as folhas as partes mais usadas; infusões
foram o tipo de preparação mais empregado e os estudos estão mais concentrados nas
áreas rurais, onde pessoas de baixa renda vivem. As espécies mais citadas foram:
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud (09 artigos), Bauhinia forficata Link (08 artigos),
Annacardium occidentalis L. e Passiflora edulis L. ambos com 05 artigos. Dessas
espécies apenas P. edulis consta em códigos oficiais do Ministério da Saúde, com uso
validado para fins medicinais, no entanto para outras ações farmacológicas e não como
hipoglicemiantes, embora haja relatos científicos que demonstrem o uso seguro e eficaz
da farinha da casca do fruto desta espécie no controle da glicemia. No Capítulo II,
apresenta-se o artigo Espécies vegetais referidas na internet para o controle do diabetes
mellitus foi realizado um levantamento das espécies vegetais mais indicadas em sites
da internet para diabetes mellitus e avaliar os riscos aos consumidores, nesta revisão,
foram analisados 26 sites, obtendo-se 50 espécies vegetais indicadas como
hipoglicemiantes. No Capítulo III, encontra-se o artigo intitulado Screening
fitoquímico e de toxicidade in vitro de preparações caseiras com espécies vegetais
utilizadas tradicionalmente no controle do diabetes mellitus, a partir dos resultados de
trabalhos de levantamento tanto nos estudos etnodirigidos publicados e nos sites com
indicação de plantas hipoglicemiantes, selecionou-se as espécies Cinnamomum verum J.
Presl; Passiflora edulis Sims; Bauhinia longifolia (Bong.) Steud. e Momordica
charantia L para realizar avaliação de toxicidade das preparações caseiras utilizadas na
prática popular . Os materiais vegetais foram coletados na cidade de São Luís,
Maranhão, submetidos à identificação botânica e suas os extratos estudados foram
obtidos por processo de infusão, decocção ou maceração. Este foram, em seguida,
liofilizados e submetidos a caracterização físico-química, testes de toxicidade frente
Artemia salina e atividade hemolítica Os testes fitoquímicos dos extratos de B.
longifolia apresentaram resultados positivos para fenóis, incluindo flavonoides; em P.
edulis a presença de alcaloide e fenóis e C. verum foi evidenciado a presença de taninos,
saponinas, alcaloide e flavonoides. Não foram observados toxicidade para nenhum dos
extratos analisados em Artemia salina; na atividade hemolítica a espécie B. longifolia
apresentou maior CL50, significando que possui menor potencial de causar hemólise;
enquanto que a espécie C. verum com menor CL50, sendo associado ao maior potencial
tóxico. A partir dos resultados obtidos, verificou-se uma ampla utilização de plantas
medicinais na prática popular, inclusive com indicações em sites da internet,
correspondendo a práticas que podem gerar riscos a saúde dos pacientes, principalmente
por utilizarem plantas que não estão validadas para uso como hipoglicemiante e dentre
as espécies mais citadas e de ocorrência no estado do Maranhão, verificou-se baixo
potencial de toxicidade, sem, no entanto, expressar segurança na utilização dessas
plantas. Estudos complementares são necessários para validar espécies empregadas na
prática popular no controle do DM.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1149808 - DENISE FERNANDES COUTINHO
Interno - 407246 - FLAVIA MARIA MENDONCA DO AMARAL
Externo à Instituição - MARIA CRISTIANE ARANHA BRITO - F.M.Nassau
Externo à Instituição - WELLYSON DA CUNHA ARAÚJO FIRMO - UNICEUMA