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Nota de repúdio e de solidariedade do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão

2019-06-21 11:19:58.088

As formas de expressão do jornalismo, mesmo as produzidas de maneiras mais explicitamente opinativas, não podem prescindir do respeito ao fundamento de todo jornalismo, que é a apuração das evidências a sustentar a divulgação de fatos e ideias. É pelo nível de atenção a este princípio que podemos medir a credibilidade e a respeitabilidade do trabalho do profissional.

Há quase cinquenta anos defendemos esse posicionamento diariamente nas salas de aula dos cursos de Comunicação Social e ficamos estarrecidos ao verificar que conteúdo veiculado no último dia 14 de junho pelos blogs: “Daniel Matos” de “O Estado”; “Priscila Petrus: Política, cotidiano, entretenimento e negócios”; “Davi Max: Essa voz jamais se calará”; tenta imputar a um de nossos docentes, o Prof. Dr. Ed Wilson Ferreira Araújo, a pecha de desprezar os princípios do jornalismo e da ética.

A matéria redigida contra o professor Ed Wilson é um exemplo de tudo aquilo que repudiamos em termos da comunicação online atualmente: o ataque a reputações de pessoas e instituições, produzindo desinformação e obnubilando a verdade, o que contribui para a desvalorização do próprio jornalismo, maculando uma das instituições/campos mais significativos na construção/consolidação da democracia: a Comunicação.

Isso tudo em um momento em que a própria universidade pública enquanto instituição está sob escrutínio e até mesmo ataque. O momento rico de expressão da democracia deveria servir para o amplo debate de ideias, não para ofensas pessoais. Desqualificar a forma que ensinamos jornalismo é também abrir precedentes para a imposição de uma educação cada vez menos autônoma e menos libertadora.

É necessário garantir a pluralidade do debate, base para qualquer democracia. Por isso, repudiamos e rechaçamos os ataques ao bom trabalho de investigação jornalística realizado pelo professor Ed Wilson. As afirmações sustentadas em sua matéria devem ser apuradas até o fim - garantido, é claro, o amplo direito à defesa. Reafirmamos nossa defesa inconteste da democracia e do Estado democrático de Direito, que pressupõem a liberdade de opinião/expressão, o princípio da presunção de inocência e a prática de um jornalismo preocupado com a sociedade, as instituições e o futuro de nosso estado

Nosso apoio ao colega enquanto profissional e cidadão, ao mesmo tempo em que mantemos nosso respeito ao processo democrático e à pluralidade de posicionamentos tão saudavelmente presente em nosso departamento, é também um pedido para que o momento de divergências políticas não nos cegue ao que é justo, ao que nos une e ao que é o nosso propósito principal como servidores públicos: o bem comum.


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