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ANTONIO LUIS RODRIGUES COSTA JUNIOR
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SÍNDROME METABÓLICA EM DIFERENTES FASES DA VIDA PREDIÇÃO E IMPORTÂNCIA DE SEUS COMPONENTES
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Data : 29/11/2024
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Objetivos: Predizer a chance de um adolescente desenvolver Síndrome Metabólica (SM) e
avaliar os componentes mais importantes na definição da SM em adultos.
Métodos: Estudo com dados provenientes de duas coortes do Consórcio RPS: a de Ribeirão
Preto-SP, iniciada em 1978-1979, e a de São Luís-MA, iniciada em 1997-1998. No artigo 1
foram avaliados adolescentes de 18-19 anos pertencentes a esta coorte (n=2.064) e no artigo 2, adultos aos 23-25 anos e aos 37-39 anos pertencentes àquela coorte (n=1.098). Para diagnóstico da SM, foram empregados os critérios Cook et al. (2003), De Ferranti et al.
(2004), International Diabetes Federation - IDF (2005) e Joint Interim Statement (2009). No
artigo 1, Redes neurais artificiais (RNA) foram empregadas para predizer a chance de um
adolescente desenvolver SM, a partir de dados clínicos e antropométricos não invasivos, e, no artigo 2, elas foram utilizadas para identificar a importância relativa dos componentes da SM. Resultados: A prevalência de SM variou entre 5,7% e 12,3%, aos 18-19 anos, a depender do critério adotado, e foi de 12,1%, aos 23-25 anos, e de 41,6%, aos 37-39 anos. A RNA que incluiu idade, sexo, circunferência da cintura (CC), peso e pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) apresentou melhor desempenho e poder discriminatório na predição da SM em adolescentes (sensibilidade 89,8% e acurácia 86,8%). O componente mais importante para o diagnóstico da SM, aos 23-25 anos, foi a PAS, e aos 37-39 nos, foi o HDL. O menos relevante foi a CC, no primeiro momento, e os triglicerídeos, no segundo. Com a mudança da fase da vida, PAD, glicemia e HDL tiveram sua importância aumentada e PAS, PAD e HDL configuraram entre os componentes mais importantes para o diagnóstico da SM.
Conclusões: Predizer a SM por medidas não invasivas, de fácil e rápida obtenção, bem como
conhecer a importância relativa de cada componente da SM em cada fase da vida permite o
direcionamento das políticas públicas em saúde, com a concentração de recursos para controle e redução da prevalência da SM.
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RAYSSA YASMIN PEREIRA SAUAIA
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ESTIMAÇÃO DE VOLUME MAMÁRIO EM CIRURGIAS PLÁSTICAS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE, UTILIZANDO APRENDIZADO DE MÁQUINA
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Data : 31/10/2024
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Introdução: A estimativa do volume mamário é etapa crucial em mamoplastias, proporcionando resultados otimizados, além da redução do tempo cirúrgico. Atualmente, não
está disponível metodologia simples e consensual que possa estimar o volume mamário, sendo este frequentemente baseado na subjetividade do cirurgião. Portanto, este trabalho objetivou propor técnica de estimação de volume mamário, com base em fotografias digitais 2D e Aprendizado de Máquina. Métodos: Foram convidadas 25 mulheres portadoras de hipertrofia mamária sintomática para inclusão na pesquisa. As mamas das pacientes foram fotografadas de forma padronizada, em ambiente hospitalar. Desenvolveu-se uma metodologia de Aprendizado de Máquina capaz de localizar, delinear e estimar o volume das mamas, com base em bancos de imagens. Resultados: A rede U-Net foi capaz de fornecer um desempenho superlativo na tarefa de segmentação de mamas, obtendo coeficientes de Dice em torno de 0.97. Os algoritmos de regressão lograram aprimorar as estimativas de volume, em relação àquelas realizadas pelos cirurgiões. O erro de estimação em relação a ressonância magnética, segundo a métrica MAE (erro absoluto médio) foi de 206,722 mL, obtida pelo melhor modelo, baseado em SVM (support vector machines). Gráficos de Bland-Altmann suportam a efetividade da abordagem proposta, em comparação com a prática clínica atual. Conclusão: A relação demonstrada pode sinalizar um caminho promissor em direção a um novo método de estimação do volume mamário, de caráter simples, prático e de baixo custo, baseado em fotografias digitais 2D e Aprendizado de Máquina.
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MARCOS RONAD MOTA CAVALCANTE
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ANÁLISE DE INDICADORES DO PREVINE BRASIL
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Data : 29/08/2024
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Este estudo teve como objetivo analisar as tendências temporais e espaciais dos indicadores de saúde relacionados ao Programa Previne Brasil entre 2018 e 2021, bem como avaliar o impacto das transferências financeiras realizadas pelo governo federal para a Atenção Primária à Saúde (APS) nas capitais brasileiras. A pesquisa está estruturada em dois artigos. O primeiro, intitulado "Já é possível falar em melhoria do acesso ao pré-natal após Previne Brasil?", explora o contexto histórico da APS no Brasil, focando nas correlações entre o Índice Sintético Final (ISF), a cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF), e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), destacando a influência dessas variáveis no indicador de pré-natal. Este artigo busca identificar o comportamento dos indicadores do Previne Brasil entre 2019 e 2022 e estimar os fatores que influenciam essas métricas. O segundo artigo, "Financiamento da Atenção Primária no Brasil: análise dos repasses federais para as capitais brasileiras no período de 2018 a 2022", compara as transferências financeiras antes e após a implementação do Previne Brasil. A premissa é que o aumento da cobertura da APS deve estar correlacionado com o crescimento proporcional no investimento e na oferta de serviços. A metodologia incluiu o cálculo do coeficiente de variação orçado e recebido, com sua representação em gráficos de linhas. Os resultados indicam uma melhoria geral nos indicadores de saúde ao longo do período estudado, apesar do impacto negativo potencial da pandemia de COVID-19 em 2020. Foram observadas discrepâncias significativas nas transferências financeiras entre as capitais, com algumas recebendo valores acima do orçado e outras abaixo. O estudo conclui que, embora o Previne Brasil tenha potencial para melhorar o acesso e a qualidade dos serviços de APS, é necessário um período mais longo de implementação e a consideração de fatores contextuais para uma avaliação mais conclusiva. A pesquisa destaca a importância de uma abordagem regionalizada na alocação de recursos para garantir equidade e eficiência no financiamento da APS.
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WALKYRIA CONCEIÇÃO FONSECA
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ASSOCIAÇÃO ENTRE INSEGURANÇA ALIMENTAR E CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS EM CRIANÇAS DE COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE BEQUIMÃO-MA
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Data : 29/04/2024
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Introdução: Os quilombolas representam grupos populacionais marcados pela
vulnerabilidade social, que sofrem impactos negativos em relação a segurança alimentar e às
transformações em seus padrões alimentares. Objetivo: Avaliar a associação entre a
insegurança alimentar (INSAN) e o consumo de alimentos in natura ou minimamente
processados (INMP) e alimentos ultraprocessados (AUP) em crianças de comunidades
quilombolas de Bequimão- MA. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com 143
crianças quilombolas residentes nas 10 comunidades de Bequimão- MA. Foram coletados
dados sobre INSAN com uso da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA); o
consumo alimentar foi avaliado por meio recordatório de 24hs (R24hs) e as variáveis
sociodemográficas por meio de questionário semiestruturado. A distância dos quilombos para
o centro do município foi medida por meio do software Google Maps. Foram realizadas
análises descritivas das variáveis quantitativas e qualitativas e análises de regressão linear
múltipla para investigar as associações entre INSAN e consumo de alimentos INMP e AUP,
adotando o nível de significância de 5%. Resultados: Foi identificada alta prevalência de
famílias das crianças pertencentes a classe econômica D/E (83%), beneficiários do Programa
Auxílio Brasil (86%) e com renda inferior a 1⁄4 do salário- mínimo de 2022 (77%). Quanto à
segurança alimentar, 82% das famílias estavam em situação de INSAN e 18% em SAN. Em
relação a alimentação das crianças, o consumo médio de calorias foi de 2.713,33 kcal, dos
quais 60,87% foram de alimentos INMP e 37,73% de AUP. Os quilombos localizados a 5.5-
10. 4 km do centro de Bequimão tendiam a serem mais expostos ao consumo de AUP. A
INSAN moderada (β:11; IC95%: 2,2; 20) se associou com o aumento do consumo de AUP e
com a diminuição do consumo de alimentos INMP (β: -13; IC95%: -21; -3,3) e a INSAN leve
(β: -8,7; IC95%: -17; -0,34) com a redução do consumo de alimentos INMP. Todos os níveis
da INSAN se associaram com o aumento da ingestão dos AUP (β:7.9; IC95%: 0,47;15) e com a redução dos alimentos INMP (β: -9,1; IC95%: -17; -1,4) na dieta das crianças quilombolas. Conclusão: A situação de INSAN das famílias das crianças quilombolas esteve associada a pior qualidade da alimentação, com o maior consumo de AUP e redução da ingestão de alimentos INMP, violando assim a soberania alimentar das comunidades quilombolas.
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ROMULO CESAR REZZO PIRES
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TENDÊNCIAS TEMPORAIS E PROJEÇÕES DAS CESARIANAS NO BRASIL
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Data : 29/04/2024
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A cesariana é a via de nascimento mais comum no Brasil e sua realização tem
aumentado nas últimas décadas, apesar de sua associação com desfechos negativos para
mães e bebês. Dessa forma, este estudo analisou as tendências temporais nas proporções
de cesarianas no Brasil, em suas macrorregiões e unidades federativas no período de
1996 a 2019 e suas estimativas para o ano de 2030 (Artigo 1). Além disso, analisou-se o
recorte temporal de 2014 a 2022 em função da realização de cesarianas segundo o
Sistema de Classificação de Robson (Artigo 2). Foram utilizados modelos
autorregressivos integrados de médias móveis e de regressão joinpoint para obtenção de
projeções e de tendências das proporções de cesarianas, respectivamente. As proporções
de cesarianas apresentaram tendência significativa de aumento ao longo dos 26 anos de
estudo em todos os níveis de agregação adotados. Por outro lado, quando se considera a
formação de segmentos, observa-se tendência de estabilização no país e nas regiões Sul
e Centro-Oeste, a partir de 2012. Norte e Nordeste apresentaram tendência de aumento e
o Sudeste, de queda significativa. As projeções indicam que no ano de 2030, 57,4% dos
nascimentos no país ocorrerão por via cirúrgica e que nas regiões Sudeste e Sul, serão
observadas proporções superiores a 70%. Os grupos de Robson de baixa expectativa
para realização de cesariana (R1 a R4) contribuíram com 46% para a proporção total de
cesarianas e suas proporções aumentaram significativamente no Brasil e em todas as
suas macrorregiões no recorte temporal adotado. Por outro lado, houve queda
significativa na proporção de cesarianas nos grupos R1 e R3 no Brasil e em suas
macrorregiões. Apesar de apresentar o maior tamanho relativo entre os grupos e as
maiores contribuições na proporção total de cesarianas, o grupo R5 foi responsável por
aumento significativo na proporção de cesarianas apenas no Centro-Oeste. Nos grupos
de maior expectativa para cesarianas (6 a 10), houve tendência geral de aumento. Os
resultados apontam excesso na realização de cesarianas no Brasil e em suas
macrorregiões, especialmente em grupos de baixo risco obstétrico, além de tendência
geral de aumento até 2030. Dessa forma, os esforços para diminuir o uso desnecessário
de cesarianas devem se basear em intervenções para melhorar a gestão do trabalho de
parto em mulheres nulíparas e promoção do parto vaginal após cesariana, mitigando os
efeitos dos aumentos estimados até o ano de 2030.
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RAFAELA DUAILIBE SOARES
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INTERNAÇÕES POR COVID-19 NO ESTADO DO MARANHÃO: ANÁLISE DA GRAVIDADE, SITUAÇÃO VACINAL E FATORES ASSOCIADOS AO ÓBITO
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Data : 16/02/2024
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Estudos que identificam as características das internações hospitalares e óbitos por COVID-19 comparadas ao estado vacinal são escassos, sobretudo no estado do Maranhão. O objetivo
deste estudo é analisar a gravidade das internações e fatores associados ao óbito hospitalar por COVID-19, nos anos de 2021 e 2022 no estado do Maranhão. Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva, baseado em dados secundários e de abrangência estadual no ano de 2021. Para análise dos dados utilizou-se algoritmo de aprendizado de máquina, Extreme Boosting Gradient (XGBoost) e para avaliar a relevância de cada variável preditora, utilizou-se a métrica SHApley Additive exPlanations (SHAP). Para fins de classificação da situação
vacinal, considerou-se vacinado o indivíduo que recebeu o esquema básico completo (duas
doses do imunizante Coronavac, Pfizer ou Astrazeneca) ou dose única (imunizante Janssen),
com o intervalo de 14 dias após término do esquema. Para a classificação da gravidade do
desfecho da internação, considerou-se óbito, alta não grave, quando não necessitou do uso de suporte ventilatório e/ou de internação em unidade de terapia intensivo (UTI) e alta grave, quando necessitou do uso de suporte ventilatório e/ou de UTI. Com relação às internações, no ano de 2021 foram registrados 13.257 indivíduos hospitalizados com COVID-19, dos quais 6.425 (48,46%) evoluíram para alta hospitalar após internação não grave, 1.573 (11,87%) evoluíram para alta com internação grave e 5.259 (39,67%) evoluíram para óbito. Em todos os três desfechos da evolução das internações (alta não grave, alta grave e óbito), o número de indivíduos não vacinados é bem superior quando comparado aos vacinados, sendo respectivamente 5.836, 1.398 e 4.704. Com relação aos fatores associados ao óbito por COVID-19 com o início da vacinação, o estudo identificou que nos anos de 2021 e 2022 o Maranhão registrou 14.323 hospitalizações por COVID-19, sendo 90,97% apenas no ano de 2021. A maioria dos indivíduos hospitalizados eram da faixa etária de 60 a 69 anos (19,47%), sexo masculino (57,15%) e raça/cor autodeclarada parda (77,02%). As principais variáveis relacionadas ao óbito foram: internação em UTI, seguido da idade avançada, do local de internação no interior do estado, da situação vacinal, do uso de suporte ventilatório e do sexo masculino. Nossos resultados reforçam o importante papel da vacinação na redução da gravidade das internações por COVID-19. Com a imunização da população do estado, poucos indivíduos internados e que estavam imunizados evoluíram para alta grave e óbito. Além disso, nossos resultados podem ser utilizados como evidência e apoio a tomadas de decisões relativas à prestação de serviços de saúde e prognóstico de pacientes da COVID-19 que necessitem de cuidados intensivos, contribuindo para a melhora do manejo clínico de
pacientes com COVID-19 no estado, bem como para a demonstrar o efeito da vacinação na
internação e óbito por COVID-19.
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ALINE SOUSA FALCÃO
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RESISTÊNCIA INSULÍNICA, ASMA E DEPRESSÃO: existe um quadro sindêmico em jovens?
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Data : 07/02/2024
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Introdução: A carga das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) tem
aumentado em adolescentes e jovens pela exposição aos comportamentos de risco, tais como
tabagismo, inatividade física, dieta não saudável e uso nocivo do álcool, que podem ter
repercussões na resistência insulínica, asma e depressão. A abordagem sindêmica possibilita
examinar como certas doenças se agrupam de forma sinérgica e afetam a população em um
contexto de vulnerabilidade social. O objetivo do estudo foi elaborar um modelo sindêmico
abrangente, considerando os aspectos metabólicos e as influências dos determinantes sociais,
no agrupamento da resistência à insulina, asma e depressão em jovens. Métodos: Trata-se de
um estudo de base populacional realizado com 2515 adolescentes de 18 e 19 anos pertencentes
ao consórcio de coorte RPS, de São Luís MA. Um modelo teórico foi proposto para analisar
a associação sindêmica entre a resistência insulínica, asma e depressão em jovens, através da
Modelagem de Equações Estruturais (MEE). A variável latente Situação socioeconômica foi
considerada um determinante ancestral e teria influência com as demais variáveis do modelo.
A resistência insulínica foi deduzida por variância compartilhada da razão Triglicerídeos e
HDL-colesterol (TG/HDL), o índice TyG e o VLDL. O Fenótipo asmático foi uma variável
latente deduzida por variância compartilhada dos indicadores obtidos das seguintes perguntas
do questionário: Alguma vez na vida, você já teve chiado no peito? Alguma vez na vida você
teve asma? Alguma vez na vida o médico disse que você tinha asma ou bronquite? E desde o
ano passado, quantas crises de chiado no peito você teve? A depressão foi baseada no
diagnóstico de presença episódio depressivo maior e depressivo maior recorrente do
questionário M.I.N.I. Resultados: Os menores valores para situação socioeconômica foram
diretamente associados ao maiores tercis da razão de TG/HDL-c (coeficiente padronizado- CP
= 0,55; p= 0,029) e apresentaram um efeito direto para a depressão (CP=0,069; p=0,002). A obesidade teve associação direta com os maiores tercis da TG/HDL-c (CP= 0,211; p=0,017).
Maiores tercis da razão TG/HDL-c foram diretamente associados ao Fenótipo Asmático (CP=
0,062; p=0,049), e uma associação total indireta com a depressão (CP= 0,013; p=0,049). O
fenótipo asmático foi associado à depressão (CP= 0,094; p< 0,001). Sexo feminino foi
associado à obesidade (CP = 0,132; p< 0,001) e à depressão (SC = 0,161; p < 0,001).
Conclusão: Os achados do presente estudo sugerem um quadro sindêmico, no qual a menor
situação socioeconômica foi associada à resistência insulínica e à depressão nos jovens, e uma associação da resistência insulínica tanto com a asma e quanto com a depressão e, de formaproximal, a asma e a depressão associadas entre si.
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CARLOS MARTINS NETO
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Análise de sobrevida de pacientes com covid-19 internados em hospitais do Brasil
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Data : 05/02/2024
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A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo SARS-CoV-2. Esse vírus tem alta transmissibilidade e pode desenvolver pneumonia severa que se manifesta como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a qual impacta a sobrevida dos pacientes. Esta tese se propôs a analisar os fatores associados e as potenciais interações entre os preditores com a sobrevida de pacientes hospitalizados por SRAG por COVID-19 no Brasil. Para tanto, utilizou o método de análise de árvore de sobrevida para identificação de interações potenciais entre os preditores do risco de óbito. Foram utilizados dados de adultos e idosos notificados no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Influenza (SIVEP-Gripe) do Ministério da Saúde. O primeiro artigo analisou a sobrevida de pacientes com SRAG por COVID-19 hospitalizados, apontando os grupos de risco ao óbito por COVID-19 a partir da identificação de potenciais interações entre os seus preditores. Trata-se de estudo longitudinal retrospectivo com dados de 1.756.917 casos internados entre 16 de fevereiro de 2020 e 31 de dezembro de 2022. A taxa de letalidade foi de 33,2%. Menor sobrevida foi observada entre aqueles que realizaram ventilação mecânica invasiva e tinham 80 anos ou mais nos três anos de pandemia. Raça/cor preta e parda foram preditores de óbitos nos anos de 2020 e 2021 quando houve maior demanda do sistema de saúde devido ao maior número de casos. O objetivo do segundo artigo foi analisar a influência dos fatores individuais e contextuais do hospital e do município de assistência sobre a sobrevida de pacientes com SRAG por COVID-19. Trata-se de uma coorte hospitalar com 159.948 casos internados em 2022. Para a variáveis contextuais foram utilizadas informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, indicadores dos municípios que compõem o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades - Brasil e o Índice Desigualdades Sociais para COVID-19 proposto pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz). A árvore de sobrevida identificou 8 grupos com diferentes probabilidades de sobrevivência. Pacientes idosos submetidos à ventilação mecânica invasiva e internados em cidades com baixo percentual de arrecadação de impostos apresentaram maior risco de óbito (Hazard Ratio: 8,97; IC95%: 8,14-9,90) quando comparados aos adultos, que não receberam ventilação mecânica e foram internados em hospitais não vinculados ao SUS. O objetivo do terceiro artigo foi analisar a influência da organização e constituição das instituições hospitalares - da rede SUS ou não -, e suas repercussões na sobrevida de pacientes com SRAG por COVID-19. Trata-se de uma coorte hospitalar com 159.948 casos internados em 2022. Em hospitais com vínculo com o SUS, 32,7% dos internados evoluíram a óbito contra 21,4% de serviços não SUS. Foi menor a sobrevida dos pacientes internados no SUS (p < 0,001), sendo seus preditores a ventilação mecânica invasiva, idade, porte do hospital e internação em UTI. Enquanto que entre aqueles em hospitais não SUS, além dessas variáveis, também foram preditores a região, taxa monitor de ECG/leitos e taxa médicos/leitos. Os resultados desta tese indicaram que fatores individuais e contextuais influenciam a sobrevida desses pacientes, revelando desigualdades que demandam atenção não apenas ao cuidado direto ao paciente, mas também à organização, funcionamento e desempenho da rede hospitalar.
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ELISA SANTOS MAGALHAES RODRIGUES
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Os primeiros 1000 dias de vida: efeito de intervenções com scorecards e da pandemia da COVID-19 sobre indicadores maternos e infantis
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Data : 26/01/2024
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Apesar dos investimentos nos primeiros 1000 dias de vida, altas taxas de mortalidade e morbidade infantil recaem sobre populações de países de média e baixa renda, nos quais o acesso e a qualidade da oferta dos serviços de saúde para a díade mãe-bebê ainda são direitos negados. Esta tese estudou o efeito das intervenções com scorecards e da pandemia da COVID-19 sobre indicadores maternos e infantis, no período dos primeiros 1000 dias de vida. Artigo 1: Os scorecards reúnem dimensões dos serviços de saúde para monitoramento e avaliação e têm sido incorporados em processos de social accountability de países subdesenvolvidos. Entretanto, não há evidências de melhorias sobre a indicadores de saúde maternos e infantis, nos primeiros 1000 dias de vida. Assim, uma foi realizada uma revisão sistemática, com meta-análise (PROSPERO: CRD42018105841), cujas buscas ocorreram em 29 bases on-line, sem restrição de local e idioma, entre 2018 a 2023. Dois avaliadores em consenso, incluíram artigos originais, do tipo experimental, de série temporal e do tipo antes e depois, com intervenções usando scorecards pela comunidade e, como desfechos, eventos de saúde na 1) Gravidez: mulheres que receberam visita domiciliar de Agentes Comunitários de Saúde (ACS); compareceu a pelo menos quatro consultas; e recebeu algum cuidado pré-natal; 2) Parto: cobertura de partos institucionais e partos realizados por profissionais capacitados; 3) Pós-parto: visita domiciliar dos ACS; 4) Saúde infantil: cobertura e verificação da carteira de vacinação e amamentação na primeira hora de vida. Avaliou-se a qualidade metodológica dos estudos Quality Assessment Tool for Quantitative Studies. No Stata 14·0, meta-análises de efeito fixo ou aleatório (I² > 50% ou valor P do teste Q<0,10) geraram medidas de associações por odds ratio (OR) e diferença em diferença (DID) e seus intervalos de confiança (IC95%). Dos 5.562 documentos encontrados, nove constituíram a síntese qualitativa de resultados sobre 17.571 mulheres em idade reprodutiva, 4.996 domicílios, 7.985 registros de mulheres grávidas, 6.548 que tiveram filhos nas últimas seis semanas. Os estudos foram fortes (n=2), moderados (n=4) e fracos (n=3). Os scorecards apoiaram ciclos de monitoramento de indicadores do uso, oferta e qualidade dos serviços maternos e infantis, com base no diálogo entre os serviços e comunidades. As intervenções aumentaram o número de visitas domiciliares dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) durante a gestação (ORpooled=2,96; IC95%: 2,02-4,34), mas não afetaram os demais indicadores. Intervenções de social accountability com scorecards potencializaram as ações de monitoramento dos serviços de saúde pelas comunidades locais e ampliaram o alcance das visitas dos ACS às mulheres grávidas. Artigo 2: Outra exposição de interesse foi a pandemia de COVID-19, uma crise sanitária, com impactos sociais e econômicos globais. Problematizamos o impacto deste evento sobre o estado nutricional de crianças menores de dois anos e inscritas em Programa de Transferência de Renda (PTR). Foi realizado um estudo ecológico de Série Temporal Interrompida, com dados mensais entre janeiro de 2008 e junho de 2021. As unidades de análises foram as macrorregiões do Brasil e as variáveis tempo-dependentes foram o baixo peso para idade, o déficit de estatura e o excesso de peso extraídas do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional. As análises foram realizadas no RStudio, estimando-se a tendência por mês e variação percentual anual por meio da regressão de Prais-Winsten e o efeito da pandemia (variável de interrupção da série) sobre as variáveis tempo-dependentes, por meio da modelagem SARIMA, com ajustes para tendência e sazonalidade, calculando-se os Coeficientes de Regressão (CR), considerando α=5%. As taxas do déficit de estatura e de excesso de peso foram as maiores em todas as regiões do Brasil, em 2021. Tendências crescentes significativas foram observadas para o baixo peso por idade nas regiões CO (VPM=3,46%; p<0,001), SE (VPM=4,16%; p<0,001) e S (VPM=1,45%; p<0,001); o déficit de estatura no CO (VPM=8,53%, p<0,001) e no SE (VPM=8,14%, p<0,001). Houve redução do déficit de estatura (VPM= -4,35%; p=0,02) no NE e do excesso de peso no NE (VPM=-4,53; p<0,001), CO (VPM=-5,69; p<0,001) e SE (VPM=-2,99; p=0,03). A pandemia associou-se ao aumento do: i) baixo peso por idade no Sul (CR=0,94; p<0,001) e Sudeste (CR=1,97; p<0,001); ii) déficit de estatura no Centro-Oeste (CR=2,4; p=0,01), Sul (CR=2,15; p<0,001) e Sudeste (CR=2,96; p<0,001); e iii) excesso de peso no Norte (CR=1,51; p=0,04), Centro-Oeste (CR=2,29;p=0,01), Sul (CR=2,83; p<0,001) e Sudeste (CR=0,72; p=0,04). A pandemia da COVID-19 intensificou a dupla carga de má nutrição nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Na região Norte, houve aumento do excesso de peso, ao passo que na região Nordeste mantiveram-se altas taxas dos indicadores de má-nutrição, após a pandemia.
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