Banca de DEFESA: FRANCYHELIA BENEDITA MENDES SOUSA
2022-01-28 17:04:37.693
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FRANCYHELIA BENEDITA MENDES SOUSA
DATA: 31/01/2022
HORA: 09:30
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: FILOSOFIA, GÊNERO E LITERATURA NO SÉCULO XVIII: a figura feminina apresentada por Jean-Jacques Rousseau no romance filosófico Júlia ou A nova Heloísa
PALAVRAS-CHAVES: Filosofia. Gênero. Literatura. Júlia. Virtude. Natureza. Função Social.
PÁGINAS: 88
GRANDE ÁREA: Multidisciplinar
ÁREA: Interdisciplinar
RESUMO: A presente pesquisa tem como objetivo analisar a relação interdisciplinar entre Filosofia,
Gênero e Literatura no século XVIII a partir da figura feminina apresentada por Jean-Jacques
Rousseau (1712-1778) no romance filosófico Júlia ou A nova Heloísa (1761). Trata-se de uma
pesquisa de natureza qualitativa, exploratória e de caráter bibliográfico, desenvolvida
metodologicamente a partir da análise teórica, abordagem crítico-reflexiva interdisciplinar e
interpretação hermenêutica, tendo como problema central: ao tratar Júlia ou A nova Heloísa
como obra enciclopédica que reúne elementos fundamentais de seu pensamento, podemos
considerar que Rousseau desejou reconciliar natureza e cultura ao alinhar a ordem física à
ordem moral através do modelo de sociedade comunitária de Clarens, por meio do exercício da
virtude feminina? A fim de responder a questão norteadora, a análise segue três eixos
interpretativos: o primeiro se ocupa em identificar qual o espaço do feminino na sociedade e na
literatura francesa do século XVIII pré-revolução; o segundo investiga qual a função da figura
feminina exercida por Júlia no Romance enciclopédico e o terceiro tem a função de examinar o
discurso rousseauniano com base nas noções de natureza humana, virtude e função social que
fundamentam a figura feminina na referida obra, assim como examinar a representação
histórica e romanesca das mulheres a partir das noções de Gênero e Sexo trabalhadas no
Século das Luzes. Constatamos que, em linhas gerais, a obra propõe reflexões sobre a relação
entre natureza, sociedade, moral e política a partir do drama burguês apresentado em uma
coletânea de cartas, centrado no amor vivido por Júlia d'Etange, uma jovem de família
aristocrata e seu preceptor, o humilde Saint-Preux e desaprovado pelo pai da moça, o Barão
dEtange, ambos personagens fictícios da pequena cidade de Clarens. Protagonistas de uma
trama que confronta sentimento, razão e virtude, o casal de amantes do romance, revelam não
só o retrato das paixões humanas, mas também, serão o quadro da própria sociedade idealizada
por Rousseau, ao confluir conceitos e concepções elementares de seu pensamento. Com base
na bibliografia sugerida, concluímos que Júlia é a peça fundamental no projeto pedagógico-
político rousseauniano, cujo objetivo está, em primeiro plano, na catarse das paixões e desejos
de uma sociedade corrompida, chegando até, em último plano, à elevação moral dos indivíduos
tanto dos personagens do romance, como principalmente dos leitores, que habituados a
prazeres imediatos, ao passo que acostumam-se a contemplarem o exercício diário da virtude,
passam a desejar assemelharem-se à Júlia e a serem mais virtuosos. Portanto, Júlia ou a nova
Heloisa não é apenas um modelo moral que se limita a uma figura feminina virtuosa. Mas, em
última análise, Júlia e a nova Heloisa, tratam de um modelo pedagógico-político que visa uma
nova organização política, assim como, na ordem epistemológica, objetiva reconciliar o conflito
entre natureza e cultura.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1529323 - LUCIANO DA SILVA FACANHA
Interno - 1828136 - ANA CAROLINE AMORIM OLIVEIRA
Externo à Instituição - JACIRA DE FREITAS - UNIFESP