Banca de DEFESA: LARYSSA FRANCISCA MORAES PORTO
2024-09-17 14:37:03.331
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LARYSSA FRANCISCA MORAES PORTO
DATA: 24/09/2024
HORA: 15:00
LOCAL: A definir
TÍTULO: UM OLHAR SOBRE AS MATAS DE SEU LÉGUA: a etnoterminologia do terecô, em Codó-MA
PALAVRAS-CHAVES: Léxico. Etnoterminologia. Terecô. Glossário. Codó-MA.
PÁGINAS: 147
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
SUBÁREA: Teoria e Análise Lingüística
RESUMO: As religiões de matriz africana, até hoje, precisam afirmar as suas práticas por meio
da resistência ao racismo afrorreligioso. O terecô, religião de matriz africana
praticada, sobretudo, no interior do estado do Maranhão (Ferretti, 2007), foi proibida
e sofreu inúmeras perseguições policiais, da igreja católica, e esses fatos obrigou
seus praticantes a realizarem seus cultos nas matas de Codó-MA, principalmente,
na comunidade quilombola Santo Antônio dos Pretos, no final do século XIX
(Ferretti, 2007). As práticas religiosas do terecô, em Codó, foram legitimadas com a
chegada da umbanda trazida por Maria Piauí, fundadora da Tenda Espírita de
Umbanda Santo Antônio (Ahlert, 2016). Para serem aceitos, muitos terecozeiros
passaram a se denominar umbandistas, mesmo que suas práticas litúrgicas fossem
do terecô, o que ficou conhecido como umbandização do terecô (Araújo, 2008;
Centriny, 2015). Consequentemente, o presente estudo possui um caráter
etnográfico, qualitativo e descritivo com o objetivo principal produzir um glossário
etnoterminológico da linguagem 1 em contexto especializado de uso pelos
terecozeiros em Codó-MA. Como objetivos específicos, estabeleceu-se: i) levantar e
registrar as especificidades denominativas e conceptuais do terecô, em Codó-MA,
antes que caiam em desuso ou se percam pelo processo de umbandização do
terecô; ii) e desenvolver um web site para abrigar o glossário etnoterminológico,
fotos e vídeos do terecô de Codó-MA. Para fundamentar os estudos antropológicos
sobre o terecô, foram usados os trabalhos de Ferretti (2001; 2007); Araújo (2008);
Ahlert (2013; 2012); Centriny (2015); Gomes (2015). No que diz respeito aos
aspectos linguísticos, baseou-se na Semiótica das Culturas (Pais, 2009; Greimas,
2000; Fiorin, 2021), na Terminologia (Cabré, 1999, 2003, 2005; Krieger, 2000,
Barros, 2004) e na Etnoterminologia (Barbosa, 2000, 2004, 2007; Latorre, 2011,
Santos, 2013). Como hipóteses, estabeleceu-se: i) que as atividades ou práticas
atinentes ao terecô geravam uma linguagem específica usada nesse contexto
especializado afrorreligioso, a qual possibilitaria, por meio do estabelecimento de
relações semântico-conceptuais e semântico-lexicais, o conhecimento do passado e
do futuro do terecô na cidade; ii) e que essa linguagem, ou seja, que a terminologia
do terecô de Codó ainda não havia sido investigada do ponto de vista terminológico,
uma vez que não se encontrou fontes de estudo seguras sobre o léxico
especializado dessa religião afro-brasileira. Metodologicamente, foi realizada
pesquisa bibliográfica sobre o tema seguida de entrevistas-testes e revisão do
questionário etnoterminológico, por Cícero Centriny. Posteriormente, foi produzido
um questionário etnoterminológico com 47 (quarenta e sete) questões que foram
aplicadas com oito colaboradores dos sexos masculino e feminino, com o seguinte
perfil: nascidos em Codó-MA e que não tivessem passado mais de ⅓ de sua vida
em outra localidade; praticantes de terecô há mais de 10 anos e que
desenvolvessem atividades nos terreiros que frequentam. Após as entrevistas
gravadas em formato Mp3, em seguida, transcritas grafematicamente. Os vocábulos-
termos coletados foram organizados em fichas etnoterminológicas as quais estão
subsidiando a construção de glossário etnoterminológico do terecô em Codó-/MA
que reflete a visão de mundo dos terecozeiros codoenses. Como critério de seleção
dos terreiros visitados, foram selecionados aqueles com mais de dez anos de fundação. Antes da aplicação do questionário, os colaboradores leram e assinaram
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e o Termo de Autorização de
Uso de Imagem e Som. Após as análises construímos o glossário etnoterminológico
digital do terecô de Codó-MA o qual reflete a visão de mundo dos terecozeiros
codoenses. Como resultados encontramos os vocábulos-termos manjar, guna, babá,
bronze.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2280287 - GEORGIANA MARCIA OLIVEIRA SANTOS
Interno - 2999055 - THECIANA SILVA SILVEIRA
Externo ao Programa - 1250641 - LUIS HENRIQUE SERRA