Banca de DEFESA: ALESSANDRO SODRE
2024-07-24 15:02:03.478
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALESSANDRO SODRE
DATA: 16/08/2024
HORA: 16:00
LOCAL: Google meet (hibrido)
TÍTULO: SOBRE A NOÇÃO DE GRAÇA, PECADO ORIGINAL E LIBERDADE EM AGOSTINHO
PALAVRAS-CHAVES: PECADO ORIGINAL. GRAÇA. LIBERDADE
PÁGINAS: 75
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
RESUMO: A existência do mal foi um problema que atormentou Agostinho por
muito tempo, pois ele se perguntava como seria possível conciliar a ideia de
um Deus perfeito, que cria todas as coisas boas, com a existência do mal. Isso
poderia implicar a imperfeição da criação e do próprio Criador. Para resolver
essa questão, o filósofo de Hipona se volta para a doutrina do pecado original e
suas consequências. Essa doutrina está ligada diretamente à experiência de
conversão de Agostinho e à sua busca por compreender a origem do mal. A
elaboração da doutrina do pecado original permitiu a Agostinho expressar as
dinâmicas da graça e romper com o fatalismo pagão e gnóstico, além de
responder a questões relacionadas ao mal, sofrimento, erro, justiça e liberdade.
Para defender sua posição, Agostinho utiliza três argumentos principais:
teológico, patrístico e racional. Agostinho argumenta que o pecado é uma
consequência do livre-arbítrio humano e que a natureza humana é inclinada ao
pecado devido à queda original de Adão e Eva. Ele defende que a natureza
humana é essencialmente boa, uma vez que foi criada por Deus, mas que foi
corrompida pelo pecado original. Nesse sentido, Agostinho afirma que o
homem, em seu estado de pecado, não pode operar o bem sem o auxílio divino
da graça. Surge, então, a necessidade da graça, um socorro divino especial e
adaptado às necessidades da humanidade caída, para que esta reencontre seu
lugar natural. Agostinho encontra suporte para seus argumentos nas
Escrituras, especialmente nas cartas do apóstolo Paulo; na liturgia da igreja,
que ora pedindo a graça divina; e na tradição dos padres apostólicos. A graça,
para Agostinho, é a habitação divina no ser humano, redirecionando seu amor
para Deus, para os bens superiores, e libertando-o do amor privativo. Essa
habitação ocorre por meio do Espírito Santo, que se confunde com o próprio
amor que se direciona a Deus. Essa operação na alma humana é a graça
divina, essencial para a superação do pecado e a realização do bem. Desse
modo, Agostinho não apenas responde às críticas e questionamentos de sua
época, mas também oferece uma visão profunda e articulada da natureza
humana, do pecado e da graça, reafirmando a necessidade do auxílio divino
para a salvação do homem. Neste esquema de pecado e graça, Agostinho não
elimina a liberdade humana. Ele compreende o homem como: possuidor de
uma vontade livre, capaz de escolher e, por isso, merecedor da justa punição
pelos pecados ou da recompensa por suas boas obras. Contudo, para
Agostinho, a verdadeira liberdade não é apenas a capacidade de escolher, mas
sim a capacidade de fazer o bem e voltar-se para os bens superiores, para
Deus. Quanto mais a vontade humana se sujeita à graça divina, mais sã e
verdadeiramente livre ela se torna.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1086626 - JOSE ASSUNCAO FERNANDES LEITE
Externo ao Programa - 407179 - MARIA OLILIA SERRA
Presidente - 1795756 - SIDNEI FRANCISCO DO NASCIMENTO