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Banca de DEFESA: CECILIA ORDONEZ

2024-10-11 13:13:21.253

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CECILIA ORDONEZ
DATA: 03/11/2024
HORA: 09:00
LOCAL: null
TÍTULO: O VIR À FALA DA OBRA DE ARTE LITERÁRIA: Uma análise hermenêutico-filosófica sobre Úrsula de Maria Firmina dos Reis
PALAVRAS-CHAVES: Hermenêutica filosófica. Úrsula. Maria Firmina dos Reis.
PÁGINAS: 63
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
RESUMO: Esta dissertação tem como objetivo principal desenvolver uma leitura hermenêutico-filosófica do romance Úrsula (1859), da maranhense Maria Firmina dos Reis, enquanto expressão de verdade literária. Na hermenêutica filosófica de Hans-Georg Gadamer a literatura é uma obra de arte concebida como um fenômeno que declara sua própria verdade. Carrega a verdade da palavra, a palavra criadora que, ao mesmo tempo, é arte e verdade, posto que é linguagem e, como linguagem, exerce um papel fundamental na transmissão de experiências oriundas da própria existência, constituídas no horizonte histórico humano. Compreender Úrsula pela hermenêutica filosófica é reconhecer verdades que querem dialogar com o presente pelo caminho literário e que não negam a gama de perspectivas que enfatizam a importância da arte, da história e da linguagem no processo de compreensão. A compreensão se realiza por meio de uma relação eu-tu de abertura e diálogo entre o intérprete e a obra, entendida como cultura viva que permite ser interpretada e fundir-se no horizonte do presente pelo médium da linguagem. A questão norteadora versa sobre qual a experiência de verdade que pode vir à fala em Úrsula?. A pesquisa se desdobra em consonância com estes objetivos: 1) Identificar os pressupostos históricos apresentados no romance Úrsula a partir da modernidade como matriz colonial de poder; 2) Problematizar a questão da verdade e a advertência crítica de Gadamer dirigida à ciência moderna; 3) Analisar o romance Úrsula como expressão de verdade da palavra literária e declaração atualizada de sentido. A compreensão interpretativa de Úrsula perfaz o caminho dos acontecimentos históricos da matriz colonial de poder na modernidade e seus reflexos no Maranhão, horizonte da criação da obra. Percorre as dificuldades enfrentadas por uma escritora negra desconforme com as práticas de domínios escravista e patriarcal. Mostra a importância do diálogo na formação intersubjetiva da escritora e do compromisso de suas produções com a reintegração da condição humana de negros e mulheres como aparece em Úrsula. Para consolidar a verdade da palavra poética presente no romance, considera-se a crítica de Gadamer dirigida à ciência moderna e ao método como via exclusiva de acesso à verdade e ressalta-se a concepção de verdade que advém da experiência com a arte literária. O estudo revela que as questões denunciadoras de uma sociedade extremamente violenta com negros e mulheres continuam carecendo de vozes educadas para defender a reconciliação de si vinculada ao mundo de seus antepassados, de suas tradições e preconceitos como parte da história. Metodologicamente, segue-se o sentido interpretativo da hermenêutica filosófica a partir das obras de Gadamer: Verdade e Método I (2015), Verdade e Método II (2002), Arte y verdade da palavra (1998), Atualidade do Belo: A arte como jogo símbolo e festa (1985) e Quem sou eu e quem és tu? (2005). Por fim, atualizar a obra apresentando uma nova compreensão permite revelar que a racionalidade técnica continua imperando em toda a estrutura social com as formas de domínio colonial e patriarcal no sistema capitalista, atua reproduzindo preconceitos ilegítimos baseados nas diferenças de classe, gênero e cor da pele e isso demonstra a necessidade de uma relação pautada no diálogo e reconhecimento da diferença em que o eu-tu se completam mutuamente.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 407368 - ALMIR FERREIRA DA SILVA JUNIOR
Interno - 1062332 - LUIS INACIO OLIVEIRA COSTA
Externo à Instituição - NATÁLIA REGINA ROCHA SERPA - IFMA

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