Banca de QUALIFICAÇÃO: GUSTAVO OLIVEIRA EVERTON
2021-02-22 12:26:44.904
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GUSTAVO OLIVEIRA EVERTON
DATA: 25/02/2021
HORA: 14:30
LOCAL: Plataforma googlemeet
TÍTULO: PERFIL QUÍMICO E POTENCIAIS BIOLÓGICOS DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DAS
CASCAS DO FRUTO DE Hymenaea courbaril var. courbaril e FOLHAS DE
Syzygium cumini (L.) Skeels
PALAVRAS-CHAVES: bioproduto; atividade biológica; produtos naturais
PÁGINAS: 234
GRANDE ÁREA: Multidisciplinar
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO: Os óleos essenciais (OEs) apresentam uma variedade de propriedades biológicas
dentre as quais de interesse biológico como os potenciais antimicrobianos, larvicidas
e moluscicidas no controle de vetores de arboviroses e doenças negligenciadas.
Entretanto, algumas limitações relacionadas à estabilidade destas substâncias e suas
misturas podem ser observadas na utilização direta de uma forma geral (rápida
volatilização e oxidação dos constituintes químicos). Estas limitações podem ser
solucionadas com a utilização de sistemas carreadores, como as nanoemulsões.
Desta forma, este estudo avaliou os potenciais biológicos e o perfil químico dos óleos
essenciais (OEs) e nanoemulsões das cascas de Hymenaea courbaril L. var. courbaril
e folhas de Syzygium cumini (L.) Skeels. A coleta de material vegetal utilizado nesta
pesquisa foi realizada de outubro a dezembro de 2019. A identificação foi realizada
pelo Herbário Ático Seabra da Universidade Federal do Maranhão e uma amostra de
cada planta foi depositada. Foram coletadas folhas de Syzygium cumini (L.) Skeels e
cascas de frutas de Hymenaea courbaril L. var. courbaril em Palmeirândia (MA). Após
a coleta, as espécies vegetais foram transportadas para o Laboratório de Pesquisa e
Aplicação de Óleos Essenciais (LOEPAV-UFMA), onde foram submetidas a estufa de
ar convectiva de secagem a 45 oC por 24 horas e, posteriormente, trituradas em um
moinho de facas. Os OEs dos materiais vegetais coletados foram extraídos por
hidrodestilação (100°C/3h) e caracterizados quimicamente por Cromatografia Gasosa
acoplada à Espectrometria de Massas (CG/EM). Para o ensaio de toxicidade dos OEs
empregou-se o ensaio de letalidade, descrito por Meyer et al. (1982) frente ao
organismo não-alvo Artemia salina Leach. Para avaliação da ação antioxidante dos
OEs foram empregados os ensaios descoloração do radical ABTS e DPPH.
Nanoemulsões foram formuladas com os OEs obtidos através do método de baixa
energia de inversão de fases. Para o ensaio antimicrobiano dos OEs e nanoemulsões
utilizou-se cepas das espécies: Escherichia coli (ATCC 25922) and Staphylococcus
aureus (ATCC 25923), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 15442, Bacillus cereus
(ATCC 11778), Proteus mirabilis (ATCC 25933) e Salmonella sp. (ATCC 700623).
Para avaliação da atividade antimicrobiana aplicou-se os métodos preconizados pelo
CLSI (2020) de Difusão de Disco e Diluição no Caldo - Concentração Inibitória Mínima/
Concentração Bactericida mínima. A atividade larvicida dos OEs e nanoemulsões foi
executada através da metodologia de Silva (2006) e avaliada frente a larvas do
mosquito Aedes aegypti com cálculo de Concentração Letal 50% (CL50) pelo método
de Reed&Muench (1938). A atividade moluscicida dos OEs e nanoemulsões foi
executada através da metodologia de WHO (1983) e avaliada frente a caramujos
adultos da espécie Biomphalaria glabrata com cálculo de Concentração Letal 50%
(CL50) pelo método de Reed&Muench (1938). Através da CG/EM, o principal
constituinte do OE de H. courbaril foi β-ocimeno (23,33%) e o OE de S. cumini foi
isocariofileno (18,01%). Ambos os OEs apresentaram atividade antioxidante
relevante e baixa toxicidade frente a Artemia salina. Os OEs e nanoemulsões
apresentaram atividade bactericida contra E. coli, S. aureus, P. aeruginosa,
Salmonella sp., B. cereus e P. mirabilis, porém foi observada atividade melhorada para
os testes empregando as nanoemulsões. Observou-se ação de ambos os OEs como
larvicida onde foi determinada a CL50 para o OE de H. courbaril de 16,6 mg L-1 e a
nanoemulsão do OE de H. courbaril de 17,90 mg L-1 e para S. cumini de 29,58 mg L-
1 e a nanoemulsão do OE de S. cumini de 39,45 mg L-1
. O ensaio moluscicida
comprovou CL50 44,76 mg L-1 para S. cumini e a nanoemulsão do OE de S. cumini de
45,07 mg L-1 e CL50 37,34 mg L-1 para H. courbaril e a nanoemulsão do OE de H.
courbaril de 38,68 mg L-1
. Observando-se melhor ação das nanoemulsões para as
ações moluscicida e larvicida. Por fim, os resultados obtidos tanto para os OEs
quantos aos produtos nanoemulsões mostraram resultados significativos e são
encorajados pelo potencial uso no controle e combate de bactérias e vetores de
arboviroses e doenças negligenciadas, visto sua ação nos ensaios realizados neste
estudo, sendo incentivados no controle e combate dos mesmos.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - KIANY SIRLEY BRANDAO CAVALCANTE - IESMA
Externo ao Programa - 1100181 - MARIA DA GLORIA ALMEIDA BANDEIRA
Presidente - 1287586 - VICTOR ELIAS MOUCHREK FILHO