Banca de QUALIFICAÇÃO: LUCIANE SOUSA PESSOA CARDOSO
2023-07-06 07:05:03.708
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUCIANE SOUSA PESSOA CARDOSO
DATA: 06/07/2023
HORA: 08:00
LOCAL: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
TÍTULO: MORTALIDADE PELA COVID-19 E EXCESSO DE ÓBITOS NO BRASIL
PALAVRAS-CHAVES: Análise Espacial; COVID-19; Óbitos; Vigilância em Saúde Pública; Excesso de óbitos;
PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Saúde Coletiva
RESUMO: Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que a COVID-19, patologia
provocada pelo vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave do Coronavírus 2 (SARS-CoV-
2), se caracterizava como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. A
celeridade da disseminação da COVID-19 determina uma série de desafios semanais, ou até
mesmo diários na saúde pública, gerando obstáculos na tomada de decisão por parte das
autoridades. No Brasil o primeiro caso confirmado, foi em 26 de fevereiro de 2020. No
Maranhão, o primeiro caso foi registrado em 20 de março de 2020, e o primeiro óbito foi
confirmado dez dias depois na capital do estado, São Luís. O Estado do Maranhão, apresenta
217 municípios, onde os mesmos são divididos em 19 regionais e oito macrorregiões de
saúde, sendo considerado como um dos estados mais pobres da Federação. O Coronavírus,
apesar de ser colocado nas mídias de massa como uma doença que atinge todas as classes
sociais, seus impactos são mais severos nas pessoas de maior vulnerabilidade econômica e
social. Soma-se a isso a alta taxa de densidade demográfica em algumas áreas periféricas,
marcadas por comunidades com famílias de extrema ou alta pobreza, aumentando o risco de
contágio e propagação da doença. As diferenças sociais aliadas às políticas públicas que não
incentivaram isolamento social adequado, potencializaram as desigualdades, agravando a
doença. O crescimento acelerado do número de óbitos por COVID-19 e o colapso do sistema
de saúde provocaram um sinal de alerta sobre os efeitos potencialmente devastadores da
pandemia nos países e regiões mais pobres do mundo. Não faltam motivos para esperar um
40 efeito desigual da mortalidade por COVID-19 entre os mais vulneráveis. Objetivos: Discutir
a importância da análise dos óbitos pela COVID-19, analisando a distribuição da mortalidade
e os excessos de óbitos nos anos de 2021-2022. Realizar a análise da distribuição espacial da
letalidade por COVID-19 no Maranhão, considerando o município de residência. Comparar e
analisar as mortes pela COVID-19 publicadas pela Vigilância do SIM e pelo Sivep-Gripe
pelos anos de 2020 a 2022. Descrever o excesso de mortalidade por COVID-19 no Brasil,
durante os anos de 2021 e 2022, comparando-se a mortalidade esperada para o mesmo
período. Métodos: Trata-se de estudo ecológico do total de óbitos e mortalidade por
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por COVID-19, no período de março de 2020 a
dezembro de 2022, a partir dos registros do Sistema de Informação da Vigilância
Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) e do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).
E do excesso de mortes por COVID-19, no Brasil, no período de 2021 e 2022, a partir dos
registros do SIM. Os dados foram exportados e agregados para uma planilha no programa
Microsoft Excel, versão 2010 (Microsoft Corp., Estados Unidos) e importados para a
linguagem de programação em estatística R, ambientado no software RStudio, versão 4.2.1.
Resultados: no Maranhão, ocorreram 11.034 registros de óbitos de 2020 a 2022. Destes,
8.742 foram notificados no SIM e 9.493 no SIVEP-GRIPE. No SIM, São Luís (n = 1442),
Imperatriz (n=838) e Caxias (n=281) foram os municípios com maior número de óbitos e em
6 municípios não ocorreram notificações. No SIVEP-GRIPE, os municípios com maior
número de óbitos foram São Luis (n= 3727), Imperatriz (1902) e Santa Inês (n= 427), todavia,
119 municípios não declararam óbito. Segundo SIM, os municípios com maior coeficiente de
mortalidade pela COVID-19 foram Imperatriz (323), Campestre do Maranhão (256) e
Trizidela do Vale (248). Analisando os dados do SIVEP-GRIPE, os municípios com maiores
coeficientes de mortalidade foram Imperatriz, Santa Inês e Lago da Pedra. Com relação aos
excessos de óbitos observou-se um no Brasil em 2021, foram registrados no SIM 1,828,053
óbitos, 32,02% a mais do que o aguardado. Dentre essas mortes, o total de mortes por
COVID-19 (422,657) foi maior do que as mortes em excesso (445,015) em, ocasionando a
proporção de mortes em excesso para mortes por COVID-19 de 1,05. Em 2022, foram
registrados no SIM 1,475,567 óbitos, 5,1% a mais do que o aguardado. Dentre essas mortes, o
total de mortes por COVID-19 (63,671) foi maior do que as mortes em excesso (71,825),
ocasionando a proporção de mortes em excesso para mortes por COVID-19 de 1,05.
Conclusão: Há divergência no número de óbitos pela COVID-19 notificados nos dois
sistemas, colocando em evidência a subnotificação de dados. Dessa forma, produzindo
resultados também divergentes dos coeficientes de mortalidade pela COVID-19, impactando
na tomada de decisões. É importante ressaltar que o número de óbitos vai além COVID-19. A
pandemia sobrecarregou o sistema de saúde, afetando o atendimento de outras doenças e
condições médicas. O excesso de óbitos diminuiu acentuadamente em 2021 ao mesmo tempo
que em a cobertura vacinal se expandiu e englobou grande parte da população. É de extrema
importância compreender sobre os óbitos e seus excessos, buscando mudar o futuro desse
cenário.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 176.754.643-20 - ANTONIO AUGUSTO MOURA DA SILVA
Interno - 2019434 - BRUNO FERES DE SOUZA
Interno - 1095586 - MARIA DOS REMEDIOS FREITAS CARVALHO BRANCO