Banca de QUALIFICAÇÃO: ARIADINA JANSEN CAMPOS FONTES
2025-09-19 17:05:31.441
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ARIADINA JANSEN CAMPOS FONTES
DATA: 09/10/2025
HORA: 15:00
LOCAL: PPGCS/CCBS
TÍTULO: ATIVIDADE DO MESOCARPO DE BABAÇU (Attalea speciosa Mart. ex Spreng) COMO PREBIÓTICO
PALAVRAS-CHAVES: Alimento funcional; Attalea speciosa; Citocinas; Disbiose; Inflamação; Microbioma.
PÁGINAS: 111
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Medicina
RESUMO: A microbiota intestinal tem grande relevância para a saúde, especialmente por propiciar a interação entre o ambiente externo e o organismo. O mesocarpo dos frutos da palmeira de babaçu (Attalea speciosa, Mart. Ex Spreng) tem elevado teor de carboidratos, fibras alimentares e compostos fenólicos, além de várias propriedades biológicas já descritas incluindo ação antimicrobiana, anti-inflamatória e imunomoduladora, que o tornam um produto com grande potencial como alimento funcional, sobretudo nos casos de disbiose. O objetivo desse trabalho foi fazer uma revisão sobre os vários usos dos produtos do babaçu, incluindo aplicações tecnológicas no primeiro capítulo. O segundo capítulo avaliou a composição bromatológica e a caracterização química do mesocarpo babaçu, bem como investigou o potencial prebiótico do extrato etanólico do mesocarpo de babaçu (BME) e dos oligo (BO) e polissacarídeos (BP) presentes nesse extrato, considerando os efeitos sobre a microbiota, a histologia intestinal e a produção de citocinas em animais com disbiose. Avaliação bromatológica da farinha do mesocarpo mostrou que esse produto é rico em carboidratos e pobre em proteínas e lipídeos. A caracterização química do extrato, realizada por LC-ESI-IT-MS, identificou como compostos mais frequentes procianidina, apigenina, ácido dicafeoilquínico entre outros compostos. O BME apresentou baixa toxicidade para as larvas de Tenebrio molitor. As avaliações microbiológicas analisaram os efeitos do BME, BP e BO considerando a concentração inibitória mínima (CIM) e a concentração bactericida mínima (CBM) sobre Enterococcus faecalis (ATCC 29212), Escherichia coli (ATCC 25922) e Salmonella enteritidis (ATCC 13076). A disbiose foi induzida em ratos Wistar fêmeas, usando amoxicilina (120 mg/Kg, via oral, 7 dias). Nesse ensaio os animais (N=4) foram tratados por via oral, durante 14 dias conforme os seguintes grupos: Controle: recebeu salina; FOS: tratado com frutoligossacarídeo (10 mg/kg); BP: tratado com polissacarídeo do babaçu (5mg/kg); BME5: tratado com extrato de babaçu (5mg/kg) e BME10: recebeu extrato (10 mg/kg). A concentração de citocinas foi determinada por ensaio imunoenzimatico no soro. Após a eutanásia várias partes do intestino foram coletadas para análise histológica. O tratamento in vitro com BME, BP e BO estimulou o crescimento de bifidobactérias e lactobacilos e reduziu o crescimento de bactérias potencialmente
patogênicas. A análise do microbiota intestinal por sequenciamento do gene16S rRNA mostrou que o tratamento com BP ou com o extrato, nas duas concentrações, aumentou a diversidade e a abundância de microrganismos comensais, sobretudo no grupo BME10. As maiores alterações da proporção Firmicutes/Bacteroidota ocorreram nos grupos BP e BME5. Nos grupos tratados com BME ocorreu maior preservação e/ou recuperação das microvilosidades no jejuno, cólon e duodeno. O tratamento com BME reduziu a concentração de TNF- e aumentou a concentração de IL-10. Em conjunto, os resultados indicam que o mesocarpo de babaçu apresenta elevado potencial para ser considerado como alimento funcional devido sua atividade como prebiótico, considerando a relevante influência sobre a modulação da microbiota intestinal e preservação do tecido em várias secções do intestino, além de ação anti-inflamatória sistêmica. Ademais, o mesocarpo de babaçu pode ser considerando um recurso vegetal com elevado potencial biotecnológico para o desenvolvimento de meios de culturas para caracterização de probióticos, entre outras possibilidades biotecnológicas na indústria alimentar e farmacêutica.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 3436173 - AFONSO GOMES ABREU JUNIOR
Externo ao Programa - 2985612 - MAYARA CRISTINA PINTO DA SILVA
Interno - 2544893 - RACHEL MELO RIBEIRO
Presidente - 306484 - ROSANE NASSAR MEIRELES GUERRA LIBERIO
Co-orientador - 407637 - VALERIO MONTEIRO NETO