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Banca de DEFESA: ANGELA BARBARA LIMA SALDANHA REGO

2023-01-10 00:55:49.036

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANGELA BARBARA LIMA SALDANHA REGO
DATA: 27/01/2023
HORA: 08:30
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: “MAS, DOUTORA, NAMORAR ALUNA É ASSÉDIO?”: UMA ANÁLISE ÉTICA DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO
PALAVRAS-CHAVES: Violência de gênero. Instituto Federal do Maranhão. Violência ética. Feminismo Decolonial.
PÁGINAS: 297
GRANDE ÁREA: Multidisciplinar
ÁREA: Interdisciplinar
RESUMO: A expansão da rede federal de ensino, após a publicação da Lei no 11.892, em 2008, possibilitou, além da interiorização da política pública, uma mudança na perspectiva da educação técnica e tecnológica, com incentivo à formação cidadã, à inclusão de minorias e ao desenvolvimento do pensamento crítico do alunado, contrariamente ao modelo anterior calcado no que Paulo Freire (1987) denominava de educação bancária. No entanto, em descompasso com o espírito da referida lei, verificou-se um significativo aumento no número de casos reportados, formal ou informalmente, de violência de gênero na Instituição, o que me motivou a estudar o fenômeno. Valendo-me da metodologia decolonial em cotejo com a etnografia documental, proponho-me a escrita de um diário de viagem aos campi do IFMA, situados em diferentes regiões do Maranhão, buscando compreender as narrativas decorrentes da implantação da Instituição em cada lugar e como meninas e mulheres são socializadas no espaço acadêmico. O que me motiva a escrever este diário é a percepção, durante a análise de processos administrativos na Procuradoria Federal do Instituto, de que a socialização de alunas no IFMA envolve, em grande medida, abordagens afetivo-sexuais pelos servidores, situação que, por desvirtuar o mister institucional, é vedada por lei, mas, ainda assim, tolerada e naturalizada pelos envolvidos e, por que não dizer, pela própria máquina estatal. Ciente de que o Estado-Nação, através de seus diversos discursos e mecanismos, inclusive jurídico-legais, reproduz a violência vivida pela população não branca e desprovida de recursos durante os tempos recuados do colonialismo, e tendo em conta que tal violência foi mais severa sobre os corpos de meninas e mulheres negras e indígenas, valho-me desta constatação transistórica para investigar os efeitos da colonialidade do ser sobre os corpos de discentes como expressão da colonialidade do poder, que até hoje se faz sentir na sociedade brasileira, pautando-me precipuamente no diálogo entre as teorias de María Lugones (2008), Rita Segato (2021), Lélia Gonzalez (2020), Heleieth Saffioti (1995), Guacira Lopes Louro (2014; 2019), Susana de Castro (2018; 2020), Dora Barrancos (2022), Viviane Vergueiro Simakawa (2015), Letícia Nascimento (2021), Françoise Vergès (2021) e Judith Butler (2019). Em suma, a abordagem deste tema é condição para a ampliação ao exercício da cidadania e de capacidade crítica pelas pessoas que compõem a comunidade acadêmica, pois não se pode falar em educação, e menos ainda em emancipação de sujeitos, quando a relação institucional entre educadores e discentes é abusiva, sugerindo, por conseguinte, que a própria relação entre o Estado e o usuário da política pública educacional pode ser, na mesma medida, violenta.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1828136 - ANA CAROLINE AMORIM OLIVEIRA
Presidente - 2243382 - CRISTIANE NAVARRETE TOLOMEI
Externo à Instituição - SUSANA DE CASTRO AMARAL VIEIRA - UFRJ

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