PGCULT/CCH

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JAIME SOUSA DA SILVA JUNIOR
DATA: 16/06/2023
HORA: 15:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: O PERCURSO DO CONCEITO DE CULTURA EM FREUD ENTRE 1913 E 1930
PALAVRAS-CHAVES: Freud. Cultura. Totem. Tabu. Massa.
PÁGINAS: 70
GRANDE ÁREA: Multidisciplinar
ÁREA: Interdisciplinar
RESUMO: O objetivo do presente trabalho é apresentar e discutir o conceito de cultura em Freud em 1913 à 1930. Sua proposta de perspectiva é a de uma Filosofia da psicanálise, ou seja, que se proponha a discutir a psicanálise na dinâmica dos seus conceitos e ideia dentro de um viés filosófico, ou seja, epistemológico. Também, trazendo para o âmago da discussão autores da filosofia para direcionar tal debate. Partimos do pressuposto que a psicanálise é uma teoria ou conjunto de teorias que estão sempre em renovação e movimento, achamos pertinente a discussão do conceito de cultura em Freud para pensarmos a própria discussão da subjetividade que é tão cara para a filosofia, sobretudo nos tempos atuais. Assim, trazemos um levantamento teórico da teoria freudiana de 1895, começando pelo Projeto de psicologia, ao falar do primeiro objeto de satisfação (que é perdido) como âncora da teoria do aparelho psíquico em 1900, atravessando todo o desenlace desse organismo em sua inserção no social através das teorias sexuais e da metapsicologia freudiana. Chegando em 1913, trazemos o texto Totem e tabu, que traz um viés comparativo entre a vida do que Freud chamou de povos primitivos e os neuróticos que tanto escuta em sua clínica. Encontra conceitos sociais fundamentais para se pensar a sociedade em sua forma originária e como estão presentes até hoje, de formas diferentes; algumas delas são o totem, as proibições-tabu, as estruturações familiares e regras estabelecidas para laços sociais e funcionamento social. Percebe que tanto o totem quanto os tabus não possuem uma raiz clara e definida de origem, mas que são sustentadores sociais daqueles povos, e que existem semelhanças enormes entre estes e os neuróticos. Se apropriando do mito da horda primitiva de Darwin, propõe um elo de nascimento entre natureza e cultura, através do qual a morte do pai da horda origina os motivos morais que fundam a sociedade e a religião. Prosseguindo com o trabalho, apresentamos o contexto da metapsicologia freudiana até chegarmos à segunda tópica de 1920, com Além do princípio do prazer, para partimos ao texto Psicologia das massas e análise do eu, apontando inicialmente o fato de que não existe psicologia individual: toda psicologia é social, pois em todo funcionamento psíquico existem pessoas que foram influência e ocupam lugares em relação a esse indivíduo. Passamos a mostrar o modo de funcionamento do indivíduo quando está inserido numa massa, e como suas tendências inconscientes se tornam mais afloradas. Concluímos esse trabalho, que ainda está em fase de escrita, que existe algo pulsante e que falta na resposta ao embrólio natureza x cultura, que a psicanálise aponta. Há uma construção teórica em torno disso que falta, semelhante a construção sócio-cultural imensa e diversa que é a humanidade, que se coloca em torno desse nexo que ainda não foi encontrado, mas que nem por isso desmerece nossa atenção e debate.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2821076 - FLAVIO LUIZ DE CASTRO FREITAS
Externo à Instituição - JANAINA NAMBA - UFSCAR
Interno - 1529323 - LUCIANO DA SILVA FACANHA