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Banca de DEFESA: MARIANA LIMA DA SILVA

2021-08-23 19:06:03.517

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIANA LIMA DA SILVA
DATA: 30/08/2021
HORA: 09:00
LOCAL: videoconferencia
TÍTULO: METÁFORAS DO BABAÇU: Conceptualizações metafóricas sobre o extrativismo do babaçu em cânticos
PALAVRAS-CHAVES: Metáfora. Perspectiva cognitivo-discursiva. Extrativismo do babaçu. cânticos
PÁGINAS: 97
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
RESUMO: A metáfora configura-se como elemento bastante presente na nossa forma de conceptualizar o mundo, uma vez que abarca nossas experiências corpóreas, sociais e culturais, orientando e revelando o modo como compreendemos a realidade que nos cerca (LAKOFF E JOHNSON, 1980). Por assim considerar, o problema que norteia essa análise é saber: como é conceptualizado, discursivo e sócio - cognitivamente, o babaçu/o extrativismo do babaçu nos cânticos musicais do grupo de mulheres As Encantadeiras? Para respondê-lo, propomo-nos a analisar as conceptualizações metafóricas sobre o babaçu à luz da Linguística Cognitiva em perspectiva discursiva. Nesse arcabouço teórico, situamo-nos, especificamente, na Teoria da Metáfora Conceptual em Lakoff e Johnson (1980; 1999) e, devido à natureza cognitivo-discursiva desta análise, em Kövecses (2002, 2010), Vereza (2004; 2010) e Cameron e Deignam (2006), bem como nos postulados de Foucault (1969[2004]) e Pêcheux (1995; 1997; 1988) sobre discurso e formações discursivas. O corpus de pesquisa consiste na análise de dez cantos do grupo musical As Encantadeiras. O método de análise adotado para tratamento dos dados consiste no método da leitura (Sardinha, 2007), sendo, portanto, adotado o método de coleta manual dos dados. Como resultados obtidos, pudemos identificar a presença, quase que majoritária de metáforas do prototípico personificação, como: PALMEIRA É UMA PESSOA, PALMEIRA É UMA MÃE e PALMEIRA É UMA VÍTIMA, referentes ao frame FAMÍLIA a partir da atribuição de traços físicos humanos como alguém que sangra, que tem filhos, é que responsável pelo sustento familiar e etc. Identificamos ainda, a presença da metáfora BABAÇU É FONTE DE RENDA, que implica no reconhecimento da situação social das quebradeiras de coco, enquanto símbolo econômico para esse grupo de mulheres, muitas vezes, a única fonte de renda. Quanto à metáfora BABAÇU É GUERRA, identificada em nossos dados, a sua emergência fundamenta-se em muito nas condições de produção desse discurso, o contexto sócio-histórico no qual as quebradeiras se inserem, como os acontecimentos sociais ocorridos na década de 80 e 90. Nesse sentido, pudemos observar que as formações discursivas presentes nos cantos revelam a regularidade do discurso adotado. Além disso, se faz bastante presente nos cantos a adoção de certas formações discursivas, como a religiosa, possível se ser observada pela metáfora conceptual PALMEIRA É UMA SANTA, revelando aspectos específicos de devoção, crença à palmeira do babaçu, sempre ancorados no viés histórico e social das quebradeiras de coco. Acrescentamos, finalmente, que a compreensão da natureza conceptual do babaçu através de suas manifestações linguísticas e discursivas permitiram a nós notar o quanto os aspectos sócio-cognitivos fundamentam visões de mundo e expectativas. Por esta razão, o babaçu/palmeira não constitui uma “entidade” definida, quando referente à metáfora conceptual ontológica: de mãe, santa, vítima e etc., já que tomá-lo de uma maneira ou de outra implica na adoção de certas posições sócio-subjetivas, construídas metaforicamente sob uma base cultural e linguística. Por fim, parece inegável o papel da cultura para a cognição, visto que cria bases para a preservação de paradigmas, consolidação de crenças e conhecimentos que fundamentam a emergência de metáforas e frames conceptuais.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 407606 - ANA LUCIA ROCHA SILVA
Interno - 1207127 - MARIANA APARECIDA DE OLIVEIRA RIBEIRO
Presidente - 406561 - MONICA FONTENELLE CARNEIRO

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