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Banca de DEFESA: GLAUCEJANE GALHARDO DA CRUZ DE CASTILHO

2024-03-26 19:12:33.866

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GLAUCEJANE GALHARDO DA CRUZ DE CASTILHO
DATA: 12/04/2024
HORA: 15:00
LOCAL: Programa de Pós - Graduação em Políticas Públicas
TÍTULO: O LIMBO DO PARTO”: uma análise sobre a violência obstétrica contra as mulheres negras atendidas em maternidades públicas, em São Luís/MA, em 2022
PALAVRAS-CHAVES: Interseccionalidade; Gênero; Violência obstétrica; Violência contra a mulher negra; Racismo institucional.
PÁGINAS: 297
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Serviço Social
RESUMO: A presente Tese analisa a violência obstétrica contra as mulheres negras atendidas em maternidades públicas, em São Luís/MA, no ano de 2022, que expressam suas experiências de gestação no que se refere ao pré-natal, parto, pré-parto e pós-parto. O objeto de estudo se delineia adotando o conceito de interseccionalidade, considerando a interação entre dois ou mais eixos da subordinação, nesse sentido: raça, gênero e classe, os quais vinculados a outros sistemas de opressão criam desigualdades estruturantes que contribuem para a sustentação do sistema capitalista que incide de forma concreta sob a vida das mulheres negras e contribui para o surgimento das inúmeras violências vivenciadas por elas, como o racismo e o sexísmo.Tais questões não são adequadamente analisadaa ou abordadas pelas concepções tradicionais do feminismo, muitas vezes centradas na perspectiva eurocêntrica. Nesse sentido, o conceito de interseccionalidade é primordial como indicação à necessidade de analisar a violência obstétrica contra mulheres negras, a partir de uma realidade concreta, ou seja, no espaço institucional da saúde –, porventura crivado de racismo e sexismo com tendência a trazer consequências desagradáveis à saúde materna das mulheres negras e, como tal, contribui para a não efetivação de seus direitos sexuais e reprodutivos. Neste estudo, apreendo a violência. obstétrica como um problema de saúde pública e como uma violência de gênero, cujas experiências das mulheres negras são analisadas sob essa perspectiva considerando o modelo de opressão patriarcal baseado, também, no escravismo. O estudo é de caráter qualitativo pautado na concepção crítico-dialética necessária para a apreensão do objeto de estudo nas suas múltiplas determinações, sendo realizado in loco nas Maternidade Nossa Senhora da Penha, na Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MACMA), ambas vinculadas à Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SES/MA) e na Unidade Materno Infantil - HUMI - vinculada ao Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão- HUUFMA. A técnica de coleta de dados se baseou no roteiro de entrevista semiestruturada realizada com 15 (quinze) mulheres puérperas que se autodeclaram negras internadas nas unidades de saúde supracitadas. As análises dos resultados permitem captar as concepções das mulheres sobre violência obstétrica, os tipos e as formas de enfrentamento, as quais repercutem no cotidiano do pré-natal, pré-parto, parto e pós-parto. Por meio da análise dos relatos verifico que as puérperas sofrem violência obstétrica de diferentes formas: negligência, verbal, física e psicológica que ocorrem no decorrer de suas gestações, parto e pós-parto, conforme os estudos que evidenciam a naturalização desse tipo de ocorrência pelos profissionais de saúde tendo como base o racismo institucional sob um viés racial implícito. Entretanto, a maioria das mulheres não consegue associar os atos cometidos pelos profissionais como violência obstétrica, isso pela falta ou insuficiência de informação sobre o tema ou pela dificuldade em identificá-lo como ato de 10 desrespeito que atinge a sua autonomia e os seus direitos humanos, sexuais e reprodutivos e, sobretudo, como uma violência; não identifica, também, a existência de relação violência obstétrica ao fato de serem mulheres negras, o que coaduna com os estudos sobre o tema a partir da pesquisa bibliográfica. Porém, reconhecem que o racismo está presente no acolhimento de mulheres negras atendidas nas maternidades e que, sobretudo, é preciso discutir melhor sobre este problema para combatê-lo . Acreditam que a discriminação referente a classe social é o eixo mais presente e frequente, visto que a pobreza e a desigualdade social determinam o atendimento/acolhimento, que podem incidir diretamente no acesso as ações e serviços de saúde oferecidos nas maternidade. Por meio da observação sistemática as maternidades pesquisadas não tratam o tema violência obstétrica na rotina da assistência multiprofissional; esse ainda é invisível e/ou sua abordagem considerada incomum, sendo, também, a questões racial, de gênero e de classe pouco consideradas no âmbito das relações profissionais, nos processos de trabalho da equipe e do contexto do incremento dos modelos de gestão implementados, mesmo diante das iniciativas voltadas para as mulheres, da Política de Atenção à Saúde Integral da População Negra e da Rede Cegonha indicadas como parâmetros que conduzem à discussão sobre as relações étnico/raciais e de gênero. Por fim, mulheres negras puérperas, neste trabalho, que sofrem violência obstétrica são silenciadas, atravessadas pela discrimiação racial, de gênero e de classe social que, no geral, desconhecem, na sua plenitude, a identificação e as formas de enfrentamento da violência obstétrica sofrida no cotidiano do parto e nascimento. O estudo obedeceu aos aspectos éticos e legais, de acordo com as recomendações do Conselho Nacional de Saúde e a Resolução 466/12, que trata das diretrizes e normas de pesquisas com seres humanos.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2336902 - CLEONICE CORREIA ARAUJO
Co-orientador - 2932682 - JACIRA DO NASCIMENTO SERRA
Presidente - 216.594.863-00 - LOURDES DE MARIA LEITAO NUNES ROCHA
Interno - 044.919.203-20 - SALVIANA DE MARIA PASTOR SANTOS SOUSA
Externo ao Programa - 1086645 - SILVANE MAGALI VALE NASCIMENTO

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