Banca de QUALIFICAÇÃO: TARANTINI PEREIRA FREIRE
2013-08-02 10:25:35.897
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TARANTINI PEREIRA FREIRE
DATA: 05/08/2013
HORA: 09:00
LOCAL: SALA DE AULA DO PPGHIS
TÍTULO: Militarização infantil e resistência popular: atuação da Companhia de Aprendizes Marinheiros no Maranhão (1870 - 1900)
PALAVRAS-CHAVES: Militarização infantil e resistência popular: atuação da Companhia de Aprendizes Marinheiros no Maranhão (1870 - 1900)
PÁGINAS: 1
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: História
RESUMO: O objetivo da pesquisa é interpretar, por meio de vários indícios, a forma
como a Companhia de Aprendizes Marinheiros da província do Maranhão estava
inserida e de como articulava-se com os demais integrantes do aparelhamento
estatal (chefes de polícia, Juízes de Órfãos, Presidentes de Província e
com o Ministério da Marinha). Buscar-se-á entender, por meio de uma
instituição especifica como a população livre e pobre reagiu às estratégias
implantadas pelo Governo Imperial em disciplinar os filhos oriundos das
classes populares. Trata-se de rastrear as atividades da Companhia de
Aprendizes da província do Maranhão e seu projeto político de transformar
crianças pobres em soldados que iriam prover os quadros do Corpo de
Imperiais Marinheiros, na Corte.
Na historiografia sobre recrutamento militar para as tropas de linha há
indícios de que a caçada humana realizada sofreu uma espécie de tradução
local e foi utilizada para diversos fins. Práticas semelhantes foram
detectadas no processo de recrutamento de crianças, pois a finalidade da
instituição foi muitas vezes desvirtuada e usadas para fins diversos, tais
como: intimidar crianças e explorá-las sob a ameaça de alistá-los na
Companhia de Aprendizes, angariar dinheiro com crianças capturadas como
fizeram inúmeros policiais, depósito de pequenos arruaceiros pegos nas
ruas. Mas também foi utilizada por mães astuciosas que alistavam os filhos
até que estes ficassem maiores e fossem alfabetizados para posteriormente
arrumar um pretexto para reavê-los etc. Enfim rastrear os usos que dela
foram feitos e de como foi o relacionamento desta com a sociedade pobre e
livre e demais instituições do Estado.
Até o presente momento, depois de levantada e trabalhada a documentação,
pudemos perceber que a Companhia de Aprendizes Marinheiros da província do
Maranhão atuava de forma precária, sem os materiais necessários, com vários
surtos de varíola, sarampo e "febres", operando sempre em locais
inapropriados para o funcionamento de uma instituição que se prestava à
formação de futuros marinheiros, enviando marinheiros para o Corpo de
Imperiais Marinheiros sem sequer muitas vezes terem praticado exercícios em
navios de guerra. Por meio dos indícios deixados pelos comandantes e pela
imprensa periódica, percebe-se que haviam conflitos entre a instituição e
algumas famílias de crianças que foram recrutadas ilegalmente pela policia;
conflitos pelo prêmio (cem mil réis) dado pela Marinha aos pais ou tutores
que alistassem seus filhos ou tutelados na CAM, que vez ou outra não era
pago sob alegações variadas.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1434296 - ALIRIO CARVALHO CARDOSO
Interno - 407369 - CESAR AUGUSTO CASTRO
Presidente - 406889 - REGINA HELENA MARTINS DE FARIA