Banca de DEFESA: SANDRA ALVES DE ARAUJO
2023-10-20 10:51:32.944
Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SANDRA ALVES DE ARAUJO
DATA: 31/10/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: Avaliação do potencial antiparasitário do extrato e frações de Terminalia catappa
L. (Combretaceae)
PALAVRAS-CHAVES: Leishmania amazonensis, Trypanosoma cruzi, fitoterapia, ácido
elágico, alterações morforlógicas, imunomodulação, Terminalia catappa.
PÁGINAS: 107
GRANDE ÁREA: Multidisciplinar
ÁREA: Biotecnologia
RESUMO: As leishmanioses e a doença de Chagas são doenças infecto-parasitárias graves
causadas por protozoários dos gêneros Leishmania e Trypanosoma, respectivamente.
Produtos naturais vem sendo utilizados como alternativa ao uso das drogas disponíveis,
responsáveis por alta toxicidade e desenvolvimento de resistência. O objetivo deste
trabalho foi avaliar o potencial terapêutico do extrato e frações obtidas de folhas de
Terminalia catappa sobre os parasitos das espécies Leishmania amazonensis e
Trypanosoma cruzi. Folhas de T. catappa foram coletadas, secas à temperatura
ambiente e trituradas. O material foi submetido à extração com etanol 70% por
percolação exaustiva, e denominado extrato hidroetanólico. Posteriormente, o extrato
foi diluído em H2O: MeOH (8:2) e submetido à extração com hexano e acetato de etila,
obtendo-se a fração hexânica, a fração acetato de etila e a fração água-metanol. Nos
experimentos de investigação da ação do extrato e das frações de T. catappa sobre o
parasito T. cruzi, foram analisadas a atividade antioxidante e as alterações
ultraestruturais do parasito após o tratamento. A caracterização química do extrato
hidroetanólico e da fração acetato de etila realizada por espectrometria de massas
identificou a presença de compostos fenólicos. De todos os extratos e frações de T.
catappa avaliados, a fração acetato de etila e a fração aquosa apresentaram considerável
atividade antioxidante pelo método de sequestro do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil
(IC50 de 7,77 ± 1,61 e 5,26 ± 1,26 µg/mL, respectivamente) e pelo método de redução
de íons férricos (687,61 ± 0,26 e 1009,32 ± 0,13 µM de equivalente Trolox/mg de
extrato, respectivamente). A fração acetato de etila apresentou notável atividade
inibitória contra epimastigotas, tripomastigotas e amastigotas intracelulares de T. cruzi
com IC50 de 8,86 ± 1,13; 24,91 ± 1,15 e 85,01 ± 1,21 µg/mL, respectivamente, e não
apresentou citotoxicidade para células Vero (CC50 >1.000 µg/mL). O tratamento de
epimastigotas com a fração acetato de etila causou alterações ultraestruturais severas
como ruptura do citoplasma, desorganização celular, variação na morfologia e perda da
integridade do parasito. Conclui-se que a fração acetato de etila obtida das folhas de T.
catappa pode ser uma alternativa eficaz no tratamento e controle da doença de Chagas,
sendo material para futuras investigações. Em seguida, avaliamos o potencial
terapêutico de extratos e frações de T. catappa sobre L. amazonensis e investigamos os
mecanismos imunomoduladores responsáveis por essa ação. Os ensaios anti-Leishmania
mostraram que a fração acetato de etila apresentou atividade contra promastigotas (IC50
86,07 ± 1,09 µg/mL) e baixa citotoxicidade (CC50 517,70 ± 1,68 µg/mL).
Adicionalmente, a fração acetato de etila também inibiu o parasito intracelular (IC50
25,74 ± 1,08 µg/mL) com índice de seletividade de 20,11. O tratamento com a fração
acetato de etila de T. catappa não alterou a produção de NO, mas aumentou os níveis de
TNF-α e diminuiu a expressão gênica de HO-1 e ferritina em macrófagos estimulados
com L. amazonensis. O teor total de flavonóides e ácido elágico na fração acetato de
etila foi de 13,41 ± 1,86 mg QE/g e 79,25 mg/g, respectivamente. Quanto à ação dos
extratos sobre parasitos do gênero Leishmania, concluímos que a fração acetato de etila
possui atividade leishmanicida e mecanismos imunomoduladores que contribuem para
esta ação. Por fim, a fração acetato de etila de T. catappa demonstrou propriedades
antitripanosomatídeos e antioxidante promissoras para o tratamento e controle da
doença de Chagas e a leishmaniose, entretanto, novos estudos são necessários,
especialmente em modelos in vivo para reforçar nossos achados e contribuir com a
elucidação dos mecanismos de ação.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANA CLÁUDIA MARETTI-MIRA - USC
Presidente - 238.478.163-49 - ANA LÚCIA ABREU SILVA
Interno - 407294 - ANTONIO CARLOS ROMAO BORGES
Interno - 1149808 - DENISE FERNANDES COUTINHO
Externo à Instituição - FLÁVIA DE OLIVEIRA CARDOSO - FIOCRUZ