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Banca de DEFESA: ALLYSON DE ANDRADE PEREZ

2018-01-15 14:45:30.042

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALLYSON DE ANDRADE PEREZ
DATA: 01/03/2018
HORA: 15:00
LOCAL: Sala de aula do PPGCSoc
TÍTULO: O QUEER DIZER DA PSICANÁLISE? Paradoxos da normalização e da subversão do gênero e da sexualidade na psicanálise lacaniana
PALAVRAS-CHAVES: Gênero; Psicanálise lacaniana; Heteronormatividade; Normalização social; Abjeção.
PÁGINAS: 500
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Sociologia
RESUMO: A psicanálise, em geral, e a psicanálise lacaniana, em particular, têm sido objeto de análises críticas, embora predominantemente teóricas, por parte de estudiosas/os feministas, do gênero e queer, quanto às suas implicações na (re)produção da heteronormatividade, segundo um viés normalizador e patologizante da sexuação e da sexualidade humanas. Através de pesquisa qualitativa, baseada em entrevistas aprofundadas - incluindo observações de campo suplementares - com psicanalistas lacanianas/os atuando na cidade de São Luís (MA), buscou-se compreender de que maneiras as atuações clínicas, as teorizações e as atividades institucionais dessas/es analistas (re)produziam e/ou subvertiam o regime político heterocentrado. A perspectiva epistemológica em cujo marco se realizou a pesquisa bem como a construção e A análise do material implicou uma análise pós-estruturalista, intersecional e decolonial dos processos sociais de normalização no contexto pesquisado: os processos sociais estudados foram compreendidos no sentido da produção política (genealógica e discursiva) e diferrante de corpos normalizados e abjetos, no interior de um continuum colonial e nos quais as configurações subjetivas se processam pela coimbricação de distintas ordens de poder. O trabalho pôde discernir um perfil geral dos sujeitos pesquisados a partir de uma ponderação intersecional de suas diferentes inserções sociais, assim como as operações de produção de um gênero binário, normalizado e suas diferenciações subjetivas e sociais nos sujeitos pesquisados, antes mesmo de suas implicações com a psicanálise. Compreendeu que a psicanálise local não constitui uma práxis unívoca e homogênea e que a tecnologia analítica, enquanto prática complexa e conjunto de estratégias de poder para engendrar e transformar a realidade social e subjetiva do gênero e da sexualidade, opera tanto através de vieses normalizadores (produzindo, ainda que de forma insidiosa, as referências binárias de gênero e sexualidade, dominantes no contexto estudado), quanto de vieses subversivos, que permitem diz-fazer tais referências e pluralizá-las em vivências singulares das experiências de gênero e da sexualidade. Os paradoxos constatados e analisados expressam talvez a característica mais fundamental da materialização do gênero e da sexualidade: as tentativas históricas específicas de buscar estabilizar produções subjetivas e sociais em torno do dilema e enigma permanente da diferença sexual, numa relação entre sexo e gênero na qual não mais um produz o outro, mas em que ambos se coproduzem num vínculo que não é de origem nem de sucessão, mas de diferrância. Observou, igualmente, que a apropriação e reprodução das teorias psicanalíticas dominantes por parte das analistas locais, situadas em um sul global enquanto metáfora política, se dava num contexto de colonialidade do saber, com forte tendência de reprodução pouco crítica das teorias recepcionadas, pouca produção autônoma de teorizações e pouco relacionamento crítico com outros campos do saber (incluindo as ciências sociais e os estudos feministas, de gênero e queer).
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CARLA RODRIGUES - UFRJ
Interno - 1096955 - HORACIO ANTUNES DE SANT ANA JUNIOR
Externo à Instituição - JACKSON RONIE SA DA SILVA - UEMA
Externo à Instituição - MARA VIVEROS VIGOYA - UNAL
Presidente - 407293 - SANDRA MARIA NASCIMENTO SOUSA

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