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Pesquisadora da UFMA encontra novo grupo de espécie de sapo no oeste do Maranhão

2015-08-31 13:40:55.028

"Um novo grupo de espécie de sapo foi encontrado em São Pedro da Água Branca, na região oeste maranhense. A descoberta foi realizada pela pesquisadora e coordenadora do programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação da Universidade Federal do Maranhão, Gilda Vasconcellos de Andrade.

Professora Gilda Vasconcellos de Andrade, possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas, mestrado e doutorado em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas e pós-doutorado em Ecologia e Conservação pela Universidade da Flórida. Tem experiência na área de Ecologia e Zoologia, com ênfase em Ecologia e Conservação, atuando principalmente nos seguintes temas: Padrões de Diversidade, História de Vida, Ecologia e Conservação de Vertebrados, com ênfase em Anfíbios (adultos e girinos), Ecologia e História Natural de anfíbios, lagartos e serpentes, Taxonomia de anfíbios e squamatas e Citogenética de anfíbios.

Sobre a descoberta, a professora relata:

"Quando cheguei no Maranhão em 1988, a primeira coisa que fiz foi realizar um levantamento das espécies que viviam por aqui, para poder definir que trabalhos iria desenvolver. Na época não tinha FAPEMA, nem apoio de coleções, então, aproveitava quando tinha trabalhos ou projetos de outras pessoas e saia à campo. Em alguns casos que precisasse ficar mais tempo, quando era um trabalho mais longo, eu fazia o levantamento das espécies, algo mais detalhado.

Pela dificuldade de aqui não existir coleção, levava meu material para o Museu Nacional, porquê eu sabia que era um material importante, até tentei trazer para a UFMA parte do meu material, mas naquela época não tinha álcool, vidro, entre outros. Eu não queria que o material fosse perdido, por isso deixava-o pessoalmente para depósito no Museu Nacional, e aproveitava pra encontrar as pessoas que ali trabalhavam  para que me ajudassem na identificação das espécies, considerando que sou de São Paulo, e não conhecia os bichos daquela região. Eles me ajudavam a criar familiaridade com as espécies", completou a professora.

No período da coleta do anfíbio, a pesquisadora descreve que achou que era uma espécie já conhecida na Amazônia, então, ela encaminhou ao Museu Nacional para a confirmação, o problema é que não havia ninguém revisando as espécies com mais detalhes, a professora deixou os animais lá e, já bem recentemente, teve um pesquisador que resolveu olhar em detalhes os anfíbios, ele começou a descrê-los, realizou viagens ao Pará e Amazônia para fazer a diferenciação. Ele percebeu que não era apenas uma espécie, eram todas bem parecidas, mais eram várias. Depois disso, as pessoas foram começar a perceber, e isso moveu os pesquisadores a denominarem o novo grupo da espécie de Rhinella gildae.

"Foi uma felicidade imensa receber esta homenagem, é um reconhecimento do meu trabalho, tem outras implicações também, esse nome ficará eternamente. É bom saber que daqui a 100 anos vão olhar meu material e dizer: - Essa aqui é a Gilda, quem foi ela? Daqui pra frente desejo coletar o girino da espécie e descrevê-lo.  A larva desta sapo ainda não é conhecida. Pretendo ainda, incentivar os alunos no estudo mais detalhado da biologia e ecologia do anfíbio, saber como está o status de sua população", declarou a professora.

Sobre a nova espécie

Rhinella gildae, é encontrado no sul da Amazônia, foi coletado em 28 de outubro de 1998, e é caracterizado pela combinação das seguintes características: cristas cefálica pouco desenvolvidas; glândula parotóide sem linha lateral de tubérculos; em vista dorsal, crista supratympanic não excede o ângulo das maxilas; e a presença de uma linha vertebral. É uma espécie natural da floresta tropical (bioma amazônico), também estão associados a ambientes florestais (Ciliar e florestas estacionais). Como as florestas vem sofrendo desmate, faz-se necessário a urgente conservação do anfíbio."


Fonte: http://www.pppg.ufma.br/?content=news&selected=1118

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