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Banca de QUALIFICAÇÃO: RAVENA BRITO MARQUES

2023-10-26 12:05:55.52

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAVENA BRITO MARQUES
DATA: 26/10/2023
HORA: 14:00
LOCAL: https://mconf.ufrgs.br/webconf/00032128
TÍTULO: Segurança da fluoretação da água: meta-análises sobre quociente de inteligência e hipotireoidismo.
PALAVRAS-CHAVES: Flúor, meta-análise, revisão sistemática, água potável, QI, inteligência, hipotireoidismo, função da tireoide.
PÁGINAS: 132
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Odontologia
RESUMO: Recomenda-se uma concentração de flúor na água de abastecimento entre 0,5 e 1,1 mg/l, de modo a maximizar seus efeitos na prevenção da cárie dentária. A Organização Mundial de Saúde tem como valor de referência a concentração de até 1,5 mg/l. Por outro lado, sua presença em concentrações acima deste valor acarreta o aumento do risco de fluorose dentária e concentrações progressivamente mais elevadas levam a riscos maiores de fluorose esquelética. A concentração mínima de flúor na água potável necessária para produzir o efeito preventivo da cárie dentária é de aproximadamente 0,5 mg/l. A segurança do flúor na água potável continua sendo objeto de amplo debate pela comunidade acadêmica e pela sociedade em geral, com uma ampla e heterogênea literatura científica que examina os potenciais efeitos adversos sistêmicos do flúor na água potável. Nesse sentido, estudos prévios examinaram a associação entre ao flúor e efeitos sistêmicos, como hipotireoidismo e inteligência. Estudos mais recentes postularam que o flúor, quando presente em níveis elevados na água de abastecimento ou associado à outras formas, pode afetar o funcionamento adequado da tireoide. Além disso, alguns estudos têm levantado a hipótese de que a exposição aos fluoretos nos primeiros anos de vida resultaria em alterações no sistema nervoso central, podendo levar a prejuízos cognitivos. A hipótese desta Tese é de que a exposição ao flúor na água de abastecimento nos níveis recomendados para a prevenção da cárie não está associada com pior desempenho em testes de QI ou com hipotireoidismo primário ou subclínico. O CAPÍTULO I desta tese é o manuscrito original “Community Water Fluoridation and intelligence quotient: Systematic review and meta-analysis of observational studies”, cujo objetivo é avaliar a evidência da associação entre exposição ao flúor na água de abastecimento e inteligência por meio de uma revisão sistemática, considerando apenas os estudos realizados com concentrações de flúor dentro de uma faixa recomendada para a prevenção da cárie (entre 0,4 ppm e 1,5 ppm de flúor). Trata-se de uma revisão sistemática e meta-análise dos estudos observacionais em populações sem restrição de idade que avaliaram a associação entre fluoretação da água e inteligência mensurada por testes de QI. A busca na literatura foi conduzida entre maio/2022 e junho/2022 sem restrição de tempo ou idioma. Foram utilizadas as bases de dados indexadas PubMed/Medline, Embase, Scopus, Web of Science e listas de referências dos artigos incluídos. A qualidade metodológica dos estudos selecionados foi avaliada pela lista de verificação crítica do Instituto Joanna Briggs (JBI). Meta-análise com modelos de efeitos aleatórios foi utilizada para síntese dos dados quantitativos, estimando-se os coeficientes de regressão linear beta e diferenças médias padronizadas (SMDs) agrupados das pontuações de QI em relação a fluoretação da água de abastecimento público. Como resultados, três estudos (N= 1947 crianças) foram incluídos na meta-análise. Na análise agrupada, não houve associação entre a exposição ao flúor na água de abastecimento e QI, para um coeficiente de regressão linear β de 1.01 (95% CI: = -0.80 a 2.82). Duas meta-análises de diferenças médias padronizadas com medidas brutas (uma somente com estudos transversais e outra somente com estudos longitudinais) foi realizada para agregar um maior número de estudos. A exposição ao fluoreto não mostrou diferença nas pontuações médias de QI comparados com o grupo não exposto (SMD agrupado: -0.25; 95% CI: -0.64 a 0.14) para meta-análise com quatro estudos transversais (N= 889 crianças) e (SMDs = -0.05; 95% CI = -0.18 a 0.07) para meta-análise com três estudos longitudinais (N= 1750 crianças), respectivamente, reforçando a segurança da utilização de flúor na água de abastecimento público em relação à inteligência mensurada pelo QI. O artigo original “Community Water Fluoridation and intelligence quotient: Systematic review and meta-analysis of observational studies” foi submetido na revista Community Dentistry and Oral Epidemiology, Fator de Impacto 4.068, doi: 10.1111/odi.14283, 2023.O CAPÍTULO II desta tese é o manuscrito original “Community water fluoridation and hypothyroidism: systematic review and meta-analysis of observational studies”, que teve como objetivo realizar revisão sistemática e meta-análise de estudos observacionais para avaliar a associação entre exposição à água fluoretada e hipotireoidismo, considerando apenas os estudos realizados com concentrações de flúor dentro de uma faixa recomendada para a prevenção da cárie (entre 0,4 ppm e 1,5 ppm de flúor). Foram utilizadas as bases de dados PubMed/Medline, Embase, Scopus, Web of Science, no período de 01 a 30 de junho/2023. As listas de referências dos artigos incluídos foram revisadas, e os dados dos artigos selecionados tiveram seus dados extraídos por dois revisores. A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi avaliada pela lista de verificação crítica do Instituto Joanna Briggs (JBI). Uma meta-análise com modelos de efeitos aleatórios foi utilizada para estimar a Odds Ratios (OR) agrupadas da exposição à fluoretação da água de abastecimento público e hipotireoidismo primário e subclínico. Três estudos observacionais transversais (N=2332 participantes) foram incluídos na revisão sistemática e meta-análise. A heterogeneidade entre os estudos foi alta (P=0,031, I²=71,1%). Não se observou associação significativa entre a exposição ao flúor na água de abastecimento e o hipotireoidismo (OR agrupado: 1,40; IC 95%: 0,84 a 2,35), mostrando que as evidências existentes não suportam uma associação entre fluoretação da água e hipotireoidismo. O artigo original “Community water fluoridation and hypothyroidism: systematic review and meta-analysis of observational studies” será defendido e posteriormente submetido ao periódico Archives of Toxicology, Fator de Impacto 6.168, em dezembro de 2023. doi: 10.1111/odi.14283, 2023. Em síntese, os resultados das pesquisas desta tese mostraram que a exposição ao flúor na água em níveis usados para prevenção de cárie (intervalo entre 0,4 ppm e 1,5 ppm de flúor) não foi associado com menor inteligência, medida por pontuações de teste de QI. A exposição ao flúor na água em níveis usados para prevenção da carie também não foi associada ao hipotireoidismo, porém a evidência disponível ainda é insuficiente, portanto, mais estudos primários de qualidade são necessários para confirmar se fluoretação está associada com hipotireoidismo ou não. Assim, é possível afirmar que, a partir da síntese das evidências, a fluoretação da água segue como medida segura para a prevenção da cárie dentária.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1651131 - ERIKA BARBARA ABREU FONSECA THOMAZ
Presidente - 434.615.570-72 - FERNANDO NEVES HUGO
Externo à Instituição - Maria Augusta Bessa Rebelo - UFAM

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