PPGO/CCBS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RANDERSON SILVA ARAÚJO
DATA: 07/11/2023
HORA: 14:00
LOCAL: meet.google.com/svxeabz-kwi
TÍTULO: O TRATAMENTO ENDODÔNTICO MODIFICA OS NÍVEIS SÉRICOS DE MARCADORES INFLAMATÓRIOS DE RISCO CARDIOVASCULAR EM INDIVÍDUOS COM PERIODONTITE APICAL ASSINTOMÁTICA? UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E METAANÁLISE
PALAVRAS-CHAVES: Periodontite periapical. Inflamação. Mediadores da Inflamação. Fatores de Risco de Doenças Cardíacas. Tratamento do Canal Radicular.
PÁGINAS: 83
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Odontologia
RESUMO: Introdução. As doenças cardiovasculares, principal causa de morte global, estão associadas à periodontite apical assintomática, o que causa uma inflamação sistêmica crônica de baixo grau, afetando a saúde geral do indivíduo. A inflamação sistêmica crônica de baixo grau resulta em um aumento nos níveis sanguíneos de marcadores inflamatórios, os quais desempenham um papel na origem e no desenvolvimento de alterações cardiovasculares, tornando-se úteis na predição do risco cardiovascular. Não há consenso, porém, se estes marcadores – como citocinas inflamatórias (TNF-α e IL-6), moléculas de adesão celular (ICAM-1 e VCAM-1) e proteína C reativa (PCR) – são reduzidos com o tratamento endodôntico. O objetivo deste estudo foi investigar o impacto do tratamento endodôntico sobre os níveis de marcadores inflamatórios associados ao risco cardiovascular, tanto no sangue quanto no fluido intersticial periapical. Métodos. Esta revisão sistemática e metanálise seguiu as diretrizes do PRISMA e foi registrada no PROSPERO sob o número CRD42023391374. Incluímos estudos observacionais do tipo coorte e caso-controle, e experimentais do tipo ensaio clínico, com pacientes com periodontite apical assintomática, sem restrições de idade, cor, sexo ou status socioeconômico. Não incluímos estudos transversais, relatos de casos, opiniões de especialistas, relatórios técnicos, cartas aos editores e revisões, bem como estudos que não mediram marcadores inflamatórios no soro antes e após o tratamento endodôntico, estudos com condições endodônticas agudas e em pacientes com comorbidades ou sem controle das exposições a fatores de risco comportamentais. Realizamos uma busca sistemática nas bases de dados PubMed/Medline, Embase, Web of Science, Scopus, BVS (Medline, IBECS, BBO, LILACS) e em fontes de literatura cinzenta, sem restrições de idioma ou data de publicação. Após a remoção de duplicatas, os títulos e resumos dos estudos foram avaliados por dois revisores. Os estudos elegíveis foram lidos na íntegra. A extração de dados foi realizada por dois revisores independentes, assim como a avaliação do risco de viés por meio da escala Newcastle-Ottawa (NOS) adaptada para estudos de intervenção. Conduzimos meta- análises de efeitos randômicos com estimador de Mantel-Haenszel para estimar as diferenças médias(DM) agrupada e intervalos de confiança a 95% (IC95%) nas concentrações de marcadores inflamatórios entre grupos submetidos ao tratamento endodôntico e controles. Também realizamos análises de subgrupo para investigar diferenças nas estimativas entre estudos com e sem grupo controle próprio, utilizando um grupo de controle externo. Devido ao número limitado de estudos, não foi possível realizar análises de viés de publicação. Todas as análises foram realizadas no software Stata versão 14.0, considerando alpha=5%. Resultados. Foram identificadas 2.103 publicações. Após remoção de duplicatas e avaliação de títulos e resumos, foram elegíveis 21 estudos e após a leitura na íntegra, 14 estudos foram incluídos na revisão sistemática. Estes estudos foram classificados pelo tipo de amostra biológica: no sangue (n=5) e no fluido intersticial periapical (n=9). Foram analisados vários marcadores inflamatórios, incluindo PCR, IL-6, TNF- α, VCAM-1 e ICAM-1. Na avaliação de risco de viés, 13 estudos apresentaram risco moderado e 1 estudo mostrou baixo risco de viés. A meta-análise incluiu 5 estudos que avaliaram os níveis séricos de marcadores inflamatórios antes e após o tratamento endodôntico, comparados a controles saudáveis. Os resultados mostraram que o tratamento endodôntico reduziu a PCR [DM=0.50 (IC95%: -0.64, 1.65)] e VCAM-1 [DM=0.03 (IC95%: -0.15, 0.21)] a valores semelhantes aos dos controles, mas não afetou IL-6 [DM=6.26 (IC95%: 4.26, 7.87)], TNF-α [DM=7.26 (IC95%: 3.61, 10.91)] e ICAM-1 [DM=-44102.04 (IC95%: -122551.39, 34347.32)], e modulou a resposta imunoinflamatória na região periapical induzindo a produção de citocinas anti-inflamatórias favorecendo a cura e o reparo ósseo apical. Conclusão: A evidência disponível é limitada, mas consistente, sugerindo que o tratamento endodôntico reduz os níveis séricos de xii PCR e VCAM-1, beneficiando a saúde sistêmica de indivíduos com periodontite apical assintomática.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1210245 - CECILIA CLAUDIA COSTA RIBEIRO DE ALMEIDA
Externo à Instituição - EMÍLIO CARLOS SPONCHIADO JÚNIOR - UFAM
Presidente - 407685 - SORAIA DE FATIMA CARVALHO SOUZA