Banca de QUALIFICAÇÃO: TANIA MARA LOPES ORTIZ MONTEIRO
2023-11-21 13:49:57.615
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TANIA MARA LOPES ORTIZ MONTEIRO
DATA: 23/11/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de aula do PPGO
TÍTULO: Biofilme oral de crianças sob ventilação mecânica invasiva e sua correlação
com indicadores hospitalares e óbito.
PALAVRAS-CHAVES: Biofilme, Ventilação Mecânica, Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica, UTI Pediátrica, PCR em tempo real, Higiene Bucal, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae.
PÁGINAS: 99
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Odontologia
RESUMO: Em pacientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sob ventilação mecânica invasiva
(VMI), o biofilme oral pode abrigar patógenos respiratórios, possibilitando a
translocação bacteriana do meio bucal para os pulmões via tubo orotraqueal, causando
infecções sistêmicas graves, como a Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica
(PAV), repercutindo nos custos hospitalares, dias de internação e dias em VMI. Os
patógenos envolvidos na colonização das vias aéreas logo após a intubação incluem
bactérias gram-positivas e gram-negativas tais como: S. aureus, Pseudomonas
aeruginosa, Klebsiella pneumoniae e Enterobacter. Este estudo teve como objetivo
avaliar o biofilme oral de crianças sob ventilação mecânica invasiva e sua correlação
com indicadores hospitalares e óbito. O capítulo I desta tese foi o artigo Indicadores
hospitalares e controle do biofilme oral em crianças sob ventilação mecânica
invasiva após a execução de um protocolo de Higiene Bucal com objetivo de
investigar a correlação entre indicadores hospitalares (presença de Pneumonia
Associada a Ventilação Mecânica-PAV, quantidade de dias de internação e dias de
Ventilação Mecânica Invasiva-VMI) e quantificação relativa de bactérias do biofilme
oral em crianças sob VMI após a execução de um Protocolo de Higiene Bucal (PHB).
Trata-se de um coorte conduzida com 24 pacientes em VMI, idade de 1 a 144 meses,
examinadas em dois momentos: nas primeiras 48 horas após a intubação do paciente
(T1) e 48 horas depois da primeira coleta (T2). Foi realizada coleta de biofilme oral,
extração do DNA e detecção das bactérias totais determinado por PCR quantitativo em
tempo real. Como resultado observou-se que no biofilme coletado foi detectado: média
Ct para quantificação relativa de bactérias orais de 25,15±6,17 em T1 enquanto que em
T2 a média foi 27,23±5,61; correlação negativa com magnitude moderada entre ∆Ct de
bactérias e quantidade de dias de VMI, com variância compartilhada de 17,81% (p =
0,040). Na Regressão Múltipla para estimar o efeito do Ct T2 e ∆Ct, ajustada para
idade, sobre indicadores hospitalares, observou-se estatística limítrofe (coeficiente = -
0,41, p = 0,053) entre ∆Ct e dias em VMI. Concluindo que a execução do PHB em
pacientes em VMI de UTI Pediátrica pode ser um instrumento eficaz em melhorar o
microambiente oral, podendo apresentar influência em indicadores hospitalares, por
meio da diminuição da quantificação relativa de bactérias do biofilme oral. As
implicações práticas foram contribuições para cuidados de saúde, salientando a
importância do desenvolvimento e implementação de um PHB em uma UTI Pediátrica.
O capítulo II desta tese foi o artigo original Pseudomonas aeruginossa e Kleibsiela
pneumoniae em biofilme oral e sua associação com óbito de crianças sob
Ventilação Mecânica Invasiva com objetivo de investigar associação entre presença e
quantidade de patógenos (Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella pneumoniae) no
biofilme oral de crianças sob VMI com a ocorrência de óbito. Trata-se de uma coorte
com 24 pacientes em VMI, idade de 1 a 144 meses, examinadas em dois momentos: nas
primeiras 48 horas após a intubação (T1) e 48 horas depois da primeira coleta (T2). Foi
realizada coleta de biofilme oral, extração do DNA e detecção das bactérias específicas
utilizando um par de primer bacteriano para Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella
pneumoniae determinado por PCR quantitativo em tempo real. Como resultado
observou-se que no biofilme coletado foi detectado: Pseudomonas aeruginosa mais
frequente no tempo T2 que no baseline (62,5% versus 58,3%). Klebsiella pneumoniae
apresentou frequência similar nos dois tempos (41,7%). A comparação da presença dos
patógenos nos grupos alta e óbito revelou que a categoria óbito apresentou frequência
de Pseudomonas aeruginosa no tempo T2 estatisticamente mais elevado que no grupo
que recebeu alta hospitalar (83,3% versus 41,7%; P = 0,035). A Regressão logística
multivariada da associação da presença dos patógenos ajustada para higiene oral, idade
e tempo de sob ventilação mecânica sobre a ocorrência de óbito, reforçou que a
presença de Pseudomonas aeruginosa em T2 foi associada com ocorrência de óbitos
mesmo depois de ajustados para os demais fatores de confusão (OR ajustado = 10,98;
IC95% = 1,07-112; P = 0,042). Concluindo que presença de Pseudomonas aeruginosa
no biofilme oral de crianças sob VMI foi associada a óbito mesmo após o ajustamento
estatístico. De forma que a presença parece mais importante do que a quantidade de
Pseudomonas aeruginosa para a associação com óbito. As implicações práticas foram
contribuições para cuidados de saúde, salientando a importância de estudos focados na
presença e quantificação bacteriana em UTI Pediátrica para traçar estratégias de saúde
pública visando seu controle.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1210245 - CECILIA CLAUDIA COSTA RIBEIRO DE ALMEIDA
Externo à Instituição - DANILA LORENA NUNES DOS SANTOS - HU-UFMA
Presidente - 4111411 - FERNANDA FERREIRA LOPES