PPGCS/CCBS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: BRUNO DE PAULO RIBEIRO
DATA: 02/12/2015
HORA: 14:30
LOCAL: SALA 01 - PPGCS
TÍTULO: Avaliação da influência de polimorfismos da proteína circunsporozoíta e da carga parasitária sobre a resposta imune em indivíduos infectados com Plasmodium vivax.
PALAVRAS-CHAVES: Plasmodium vivax; proteína circunsporozoita; citocinas; enzimas.
PÁGINAS: 101
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
RESUMO: Neste estudo comparamos a influência das diferentes variantes da Proteína Circunsporozíta (CSP) sobre os níveis de citocinas plasmáticas circulantes, da carga parasitária e de enzimas que determinam a atividade de macrófagos na infecção, tais como a arginase, a óxido nitrico sintetase (iNOS) e a superóxido dismutase (SOD), em indivíduos infectados com Plasmodium vivax provenientes de uma área da Pré-Amazônia brasileira. Amostras de 25 pacientes infectados exclusivamente por P. vivax e 9 controles saudáveis foram coletadas e processadas para obtenção do plasma e das células mononucleares (PBMC’s). Os níveis das citocinas plasmáticas foram avaliados por ensaio citométrico de esferas ordenadas (CBA), a carga parasitária determinada por qPCR (PCR em tempo real) e as atividades das enzimas avaliadas por ensaios colorimétricos. A infecção aguda induziu aumentos nos níveis de IL-6 (P=0.0009) e IL-10 (P=0.0002) e redução nos níveis de TGF-B(P=0.0009) em relação aos controles saudáveis. Apenas 8 pacientes tiveram concentrações detectáveis de IFN- e as citocinas IL-2, IL-4, TNF- e IL-17 apresentaram concentrações muito baixas ou indetectáveis em ambos os grupos. As atividades de arginase (P=0.03) e SOD (P=0.02) estavam igualmente aumentadas nos pacientes, ao passo que a atividade de iNOS, avaliada indiretamente pela produção de nitritos, estava inalterada em relação aos indivíduos saudáveis. Os polimorfismos da CSP mostraram influenciar diretamente os resultados obtidos. Além de induzir as maiores cargas parasitárias em relação à VK210 (P=0.05), a variante VK247 também induziu maiores concentrações de IL-6 (P=0.04). Apesar de IL-6 e IL-10 terem apresentado níveis correlacionados no plasma (r=0.86 e P≤.0001), esta correlação só se manteve nos indivíduos infectados com VK210 (r=0.92 e P≤.0001), não sendo observada nos portadores de VK247. A variante VK210 também induziu aumento na atividade de arginase em relação à VK247. Visto que este aumento de arginase é característico de macrófagos reguladores produtores de citocinas regulatórias, este resultado corrobora com o fato de VK210 ter sido a única variante a induzir aumento de IL-10, provavelmente visando acompanhar a resposta inflamatória de IL-6. Não houve correlação entre as variantes e carga parasitária com a atividade de SOD. Todos os parâmetros da resposta imune do hospedeiro que estavam alterados no plasma voltaram a patamares normais no sobrenadante de cultura das PBMC’s, tanto de 48 h quanto de 7 dias, ratificando que a presença do parasito foi determinante para os efeitos observados. Apesar de aumentada nos pacientes em relação aos controles saudáveis, a produção de IL-10 seguiu na contramão dos níveis de TGF-B, que estava reduzido nos pacientes em relação aos controles. Isto aliado aos níveis aumentados de arginase nos pacientes infectados indicam que a IL-10 pode estar sendo produzida por uma fonte alternativa na malária e que a participação de macrófagos polarizados na infecção deve ser melhor avaliada, levando em conta a influência de polimorfismos em proteínas imunogênicas do parasito na resposta imune do hospedeiro.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CARLOS HENRIQUE CARDOSO SEREZANI - IU
Externo à Instituição - ELIZABETH SOARES FERNANDES - UNICEUMA
Interno - 1556449 - LIVIO MARTINS COSTA JUNIOR