PPGCS/CCBS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RANIELLY ARAUJO NOGUEIRA
DATA: 28/09/2017
HORA: 09:00
LOCAL: SALA 01 - PPGCS
TÍTULO: Leishmaniose visceral em São Luís: uma avaliação após a descontinuidade do Programa de Controle de Zoonoses.
PALAVRAS-CHAVES: Endemia, Epidemiologia, Leishmania, Maranhão, Zoonoses.
PÁGINAS: 59
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Parasitologia
RESUMO: A leishmaniose visceral é uma doença tropical, crônica e negligenciada, causada por protozoários do gênero Leishmania, que são transmitidos por flebotomíneos, podendo infectar cães, humanos, raposas e marsupiais. A leishmaniose visceral é endêmica no Brasil, que tem a região Nordeste com a maior concentração de casos. Em São Luís, MA, esta doença é endêmica desde a década de 80 e mesmo com as ações de controle e prevenção dos principais reservatórios, os cães, por meio do Centro de Controle de Zoonoses, a doença apresenta um alto número de casos caninos e humanos. Entretanto, nos últimos anos nenhuma atividade de controle desses principais reservatórios foi realizada na cidade, na qual levou a realização desta pesquisa, que tem por objetivo geral avaliar os casos humanos e caninos de leishmaniose visceral na cidade. Diante disso, para a avaliação canina foi realizado um inquérito amostral canino em quatro bairros do Distrito Tirirical, por meio da análise clínica e sorológica. Para avaliação dos casos humanos de leishmaniose visceral foram coletados dados da Secretária Municipal de Saúde, como o número de casos notificados por ano e por distrito. O inquérito amostral analisou 168 cães domiciliados, sendo 87 machos e 81 fêmeas, com predominância de animais sem raça definida (124 cães) e com idade até três anos. Nos quatro bairros foram encontrados cães com sintomatologia de leishmaniose visceral, como onicogrifose (29,8%), lesões na pele (17,3%), focinho e orelha (13%) e despigmentação do focinho (6,5%). Das 168 amostras coletadas, 78 foram positivas para Leishmania (46,4%, p = 0,0001) e assintomática (51,2%). Variáveis como sexo, idade e proximidade das casas as áreas de mata não apresentaram resultados estatisticamente significativos para os cães deste estudo. A análise dos casos humanos notificados entre os anos de 2007 a 2016 demonstrou um total de 415 casos confirmados da doença, com o aumento da incidência da zoonose a partir de 2013, ano em que o Centro de Controle de Zoonoses interrompeu suas atividades de controle e prevenção da doença. Entre o período analisado, o ultimo ano (2016) apresentou a maior incidência do período (8,31) com 90 casos. Destes 415 casos, grande parte dos indivíduos acometidos eram do sexo masculino e de idade até nove anos. A taxa de letalidade da doença no período analisado foi de 6,51 e com um total de 27 óbitos pela doença. A proporção de indivíduos com leishmaniose visceral curados foi alta ao longo destes dez anos (75,7%). O distrito Tirirical e Vila Esperança ao longo dos anos demonstram-se como grandes sítios de casos humanos. O distrito Tirirical, local da realização do inquérito amostral canino, ainda consiste como um local com uma alta concentração de casos humanos e de cães parasitados, o que é extremamente representativo para a cidade de São Luís. É notável o aumento dos casos humanos notificados de leishmaniose visceral a partir do ano de 2013, que pode ter sido influenciado pela descontinuidade das ações do Centro de Controle de Zoonoses de São Luís responsável por atuar diretamente nos principais reservatórios da cidade, os cães. O município de São Luís é uma área endêmica para esta zoonose há mais de 30 anos, com uma grande quantidade de cães positivos e assintomáticos, o que gera uma maior preocupação, visto que estes animais com infecção passam despercebidos pela sociedade, funcionando como reservatórios e responsáveis pela manutenção do ciclo. Com estes dados, fica evidente a necessidade de melhorias nas estratégias de controle e prevenção da doença para que possa ocorrer a redução dos casos no município em estudo.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - JOICY CORTEZ DE SÁ - UNICEUMA
Interno - 1701663 - LUCILENE AMORIM SILVA