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Banca de QUALIFICAÇÃO: UIARA REGINA SILVA DE LIMA

2017-09-29 10:01:04.095

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: UIARA REGINA SILVA DE LIMA
DATA: 05/10/2017
HORA: 09:00
LOCAL: SALA 01 - PPGCS
TÍTULO: Coinfecção Leishmaniose visceral/HIV: caracterização clínico-epidemiológica, terapêutica e evolutiva.
PALAVRAS-CHAVES: Leishmaniose Visceral, HIV/AIDS e Coinfecção.
PÁGINAS: 51
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Parasitologia
RESUMO: As leishmanioses são doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania apresentando duas formas de manifestação clínica: Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) e Leishmaniose Visceral (LV) – ou calazar - tendo esta como principal agente causador a espécie Leishmania infantum chagasi, presente em várias regiões brasileiras. É transmitida pela picada de flebótomos fêmeas infectadas da espécie Lutzomyia longipalpis, predominantes em áreas silvestres, mas com aumento da frequência em áreas domiciliares, inclusive na periferia das cidades. A Leishmaniose Visceral (LV) possui manifestações clínicas variadas, podendo levar a óbito se não tratada de forma adequada. O cenário clínico da LV pode ser agravado se houver associação com doença imunossupressora, como no caso da infecção pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é um grande desafio a saúde pública, com evidente expansão dessa para municípios de médio e pequeno porte do interior do país, fazendo cruzamento com a LV, que se expande no sentido contrário, levando a um aumento do número de casos de coinfecção LV/HIV. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo analisar o perfil clinico-epidemiológico, terapêutico e evolutivo da coinfecção LV/HIV positivo, comparando com apresentação da LV/HIV negativo, de junho 2007 a dezembro de 2017. Até o momento foram identificados 104 coinfectados LV/HIV e 32 pacientes com LV, não coinfectados com HIV apresentando o sexo masculino e idade média 36% e 37,3%, respectivamente. Analisando-se procedência, verificou-se que 41,4% do grupo LV/HIV residiam em São Luís (MA) e 65,6% do grupo LV eram oriundos do interior. A presença de cães no domínio foi registrado em 89,9% no grupo LV/HIV positivos, assim como animais doentes nas proximidades em 82,7%, não se observando grande diferença nos registros do grupo LV/HIV negativos. Nos antecedentes 34,6% dos pacientes encontrou-se histórico de LV, sendo este relato presente apenas no grupo LV/HIV positivo, com tratamento anterior por anfotericina B lipossomal em 72,2% dos casos. Entre os sinais e sintomas apresentados chama atenção que febre, queda de cabelo/pelo, vômito e tosse estiveram presentes em 68,3%, 26,2%, 32% e 36,9% no grupo dos coinfectados(LV/HIV), respectivamente, diferente dos não coinfectados (LV), onde encontramos as mesmas manifestações em 100%, 50%, 84,4% e 68,8%, respectivamente, mostrando diferença estatística entre os grupos (p<0,001). Hepatomegalia foi observada nos dois grupos, sem diferença estatística, com cerca de 85% dos casos, no entanto esplenomegalia apresentou 74,3% no grupo LV/HIV e 87,5% no grupo de não coinfectados. Além disso, encontrou-se emagrecimento mais prevalente no grupo de não coinfectados e queda do estado geral no grupo de coinfectados. No momento da internação todos os pacientes de ambos os grupos apresentavam pancitopenia, com anemia, hemoglobina de 8,86(±2, 38), leucócitos de 2.716 (±1.741) e plaquetas de 138.000 (±118.00), alterações iniciais nas dosagens de transaminases e escórias nitrogenadas. O tratamento predominante no grupo dos pacientes coinfectados foi com anfotericina B lipossomal, utilizada em 80,1% dos pacientes com o período de tratamento superior a 10 dias. O tratamento antirretroviral (TARV) utilizado em 52% dos pacientes LV/HIV foi lamivudina (3TC), tenofovir (TNF) e efavirenz (EFZ), sendo que 65,3% dos pacientes já faziam o uso de TARV por cerca de 6 meses antes do diagnóstico de LV. Observou-se ainda que 21,3% dos casos de coinfectados LV/HIV apresentaram recidiva da LV e 7,7% evoluíram a óbito. Não houve nenhuma recidiva e óbito entre os não coinfectados. Pode-se concluir que o HIV está mudando a história natural da Leishmaniose Visceral, aumento o risco de adoecimento, de recidiva e morte.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - JACKSON MAURICIO LOPES COSTA - FOC
Interno - 1701663 - LUCILENE AMORIM SILVA

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