PPGCS/CCBS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALBERTO JORGE OLIVEIRA LOPES
DATA: 10/09/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Sala 02 - PPGCS
TÍTULO: Atividade anti-inflamatória e antinociceptiva do pólen coletado por Melipona fasciculata Smith 1858 (Apidae, Meliponini) em modelos experimentais.
PALAVRAS-CHAVES: pólen, anti-inflamatório, antinocicepção, docagem molecular, inibição
PÁGINAS: 65
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Farmacologia
RESUMO: Os produtos apícolas têm sido amplamente utilizados em pesquisas que visam identificação de novos compostos bioativos. Dentre os produtos apícolas que vem ganhando destaque devido inúmeras atividades biológicas, destaca-se o pólen apícola, denominação do produto resultante da mistura do pólen das flores que é coletado pelas abelhas juntamente com cera, saliva e demais secreções apícolas. Melipona fasciculata Smith, 1858 (Apidae, Meliponini) é uma abelha sem ferrão, nativa do estado do Maranhão e seus produtos possuem uma grande quantidade de propriedades bioativas, especialmente seu geoprópolis, porém não existem registos da atividade do pólen, o que incentiva essa pesquisa. O objetivo desta pesquisa é avaliar a atividade anti-oxidante, anti-inflamatória e antinociceptiva de extratos do pólen coletado pela M. fasciculata. Para isso, os extratos foram avaliados acerca de seus teores percentuais de polifenóis e flavonóides, seu potencial antioxidante e potencial innibição in vitro da atividade da enzima ciclo-oxigenase (COX-2), atividade in vivo em modelo de inflamação e nocicepção, tiveram sua composição química elucidada e e esses compsotos foram utilizados em estudos in silico a fim de possibilitar a correlação entre a atividade e os compostos. Foram avaliados in vitro extratos de pólen de M. fasciculata oriundos dos municípios de Palmeirândia (4 amostras) e Viana (3 amostras) (Baixada Maranhense) e Chapadinha (1 amostra) (Cerrado). O teor de polifenois totais dos extratos variou de 6,10 ± 0,31 a 11,4 ± 0,31%. Os teores de flavonóides totais variaram de 0,30 ± 002 a 2,09 ± 0,02%, A atividade antioxidante avaliada pelos métodos de ensaio de sequestro de radical livre DPPH os valores de IC50 que variaram de 117 ± 0,03 a 597,93 ± 0,96 (μg/mL), FRAP, cuja capacidade redutora de ferro dos extratos variou de 0,30 ± 0,03 a 0,99 ± 0,05 (mmol Fe2+/g) e ABTS+ cuja a IC50 variou de 34.30 ± 0.22 a 235.19 ± 0.19 (μg/mL). A atividade in vitro dos extratos foi avaliada com ensaio de inibição da enzima ciclo-oxigenase, onde todos os extratos mostraram potencial sobre a inibição da COX, porém a amostra de Chapadinha se mostrou a mais promissora ao apresentar já na concentração de 10 μg/mL 38% de inibição para COX-1 e 100% de inibição para COX-2, o que indica uma maior afinidade com a isoforma envolvida em processos inflamatórios. Devido o extrato de Chapadinha ter apresentando os melhores resultados teores de polifenois, flavonoides, DPPH, inibição de COX e ter apresentado as segundas melhores atividades no ensaio de FRAP e ABTS•+ este foi utilizado para os ensaios in vivo. O extrato mostrou alta atividade anti-inflamatória e antinociceptiva em todos os modelos avaliados, sendo estatiscamente melhor que indometacina e ciproheptadina em diversos momentos dos testes avaliados, indicando também que o extrato apresenta atividade em nível central e periférico e sugerindo que a atividade anti-inflamatória deste extrato dar-se-a na inibição da liberação de histamina e diminuição da síntese de prostaglandinas. O estudo in silico demonstra que polifenóis e ácidos graxos ácidos no extrato podem estar associados a essas atividades. Assim, demonstramos pela primeira vez essas atividades a partir do pólen coletado por M. fasciculata com resultados superiores aos produtos de outras abelhas, incluindo Apis mellifera, e isso evidencia o potencial uso de produtos de abelhas sem ferrão no desenvolvimento de novos agentes terapêuticos.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 3227192 - ODAIR DOS SANTOS MONTEIRO
Interno - 1136091 - PAULO VITOR SOEIRO PEREIRA
Interno - 306484 - ROSANE NASSAR MEIRELES GUERRA LIBERIO