Ir para acessibilidade
inicio do conteúdo

Banca de QUALIFICAÇÃO: SELMA MALUF TEIXEIRA

2020-11-19 09:21:55.326

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SELMA MALUF TEIXEIRA
DATA: 26/11/2020
HORA: 09:00
LOCAL: On-line
TÍTULO: AVALIAÇÃO DA POLARIZAÇÃO DOS MACRÓFAGOS EM PACIENTES INFECTADOS POR Helicobacter pylori E A RELAÇÃO COM A SUSCEPTIBILIDADE DO HOSPEDEIRO.
PALAVRAS-CHAVES: Helicobacter pylori; Macrófagos; Atrofia; Metaplasia; Arginase.
PÁGINAS: 98
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Imunologia
RESUMO: A gastrite crônica induzida por Helicobacter pylori é um importante fator de risco para o desenvolvimento de úlceras gástricas e duodenais e adenocarcinoma gástrico. Sabe-se que a presença da bactéria leva a resposta inflamatória da mucosa gástrica caracterizada pela presença de macrófagos. De acordo com a via de ativação, os macrófagos podem desviar sua resposta para dois polos opostos, conhecidos como M1 e M2, que podem levar a desfechos clínicos variados em muitas doenças. No entanto, não existem evidências se esta polarização estaria associada com maior gravidade da gastrite crônica induzida por H. pylori ou ainda se a presença de H. pylori por si só pode induzir a polarização dos macrófagos. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar se a polarização dos macrófagos estaria associada com maior carga bacteriana e maior gravidade da resposta inflamatória da mucosa, no seu aspecto histopatológico e endoscópico. Inicialmente, realizamos uma breve revisão bibliográfica abordando o tema avaliação da polarização dos macrófagos em infecção com Helicobacter pylori, na qual observamos poucos estudos sobre a infecção em humanos. Entre eles, um demonstrou perfil M1 em pacientes infectados com gastrite atrófica, indicando que a resposta excessiva ou a manutenção prolongada do perfil de polarização M1 pode levar a danos teciduais e contribuir para a patogênese da infecção. Além disto, abordamos os mecanismos de escape do patógeno às defesas do hospedeiro. Em seguida, investigamos a polarização de macrófagos em pacientes infectados com H. pylori por meio de imunohistoquimica da mucosa gástrica. Um estudo transversal foi conduzido com 73 pacientes dispépticos submetidos ao exame de endoscopia digestiva alta e aos testes diagnósticos de H. pylori (teste da urease e histopatológico) em biópsias da mucosa gástrica. O diagnóstico endoscópico avaliou a presença de pangastrite leve ou pangastrite erosiva/úlcera péptica. A mucosa gástrica foi avaliada histologicamente para determinar a presença de atrofia, metaplasia (lesões pré-neoplásicas) e densidade de H. pylori. De todos os pacientes examinados, 36 foram H. pylori negativo e 37 H. pylori positivo. Os pacientes foram então separados em três grupos: um grupo H. pylori negativo (n=36), um grupo infectado com H. pylori sem lesões pré-neoplásicas (n=16) e outro grupo infectado com lesões pré- neoplásicas (n=21). Por meio da técnica de imunohistoquimica das biopsias da mucosa gástrica foi determinada a expressão de F4/80 (marcador de macrófagos), e de marcadores para os perfis de polarização M1 (iNOS, TNF, HLA-DR) e M2 (Arginase, IL-10, CD163). Além disto, foi feita dosagem da atividade de Arginase no plasma dos pacientes. Após a análise dos resultados foram realizadas análises de associação entre as variáveis. Observamos que os pacientes infectados por H. pylori apresentaram concentração maior de macrófagos Arginase e CD163 positivos mas não apresentam alterações dos marcadores de polarização iNOS, TNF-α, HLA-DR ou IL-10, sugerindo um perfil M2 de polarização. Macrófagos Arginase e CD163 positivos estavam em maior número nos pacientes com alta carga bacteriana e com gastrite crônica sem lesões pré-neoplásicas. A expressão de IL-10 foi menor nos pacientes com maior densidade bacteriana. Não houve correlação entre expressão de arginase no plasma e na mucosa. Concluímos que uma das estratégias de H. pylori para escapar da resposta pró-inflamatória (M1) da mucosa é induzindo macrófagos M2. Desta forma, a bactéira mantém uma inflamação crônica da mucosa gástrica, de baixo grau, favorável a sua permanência no hospedeiro. No entanto, a carga bacteriana pode ser um fator de desequilíbrio deste perfil anti-inflamatório. Portanto, nota-se que o comportamento funcional dos macrófagos parece ter um papel importante no desfecho do contexto patológico da infecção com H. pylori. Uma maior compreensão do papel da polarização de macrófagos na gastrite crônica associada à infecção por H. pylori pode ajudar a entender a imunopatologia da infecção com H. pylori e apoiar futuras abordagens terapêuticas e diagnósticas
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - JOFFRE REZENDE FILHO - UFG
Interno - 1701663 - LUCILENE AMORIM SILVA
Interno - 407637 - VALERIO MONTEIRO NETO

fim do conteúdo