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Banca de DEFESA: SELMA MALUF TEIXEIRA

2021-01-18 12:57:23.564

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SELMA MALUF TEIXEIRA
DATA: 20/01/2021
HORA: 09:00
LOCAL: Defesa on-line
TÍTULO: AVALIAÇÃO DA POLARIZAÇÃO DOS MACRÓFAGOS EM PACIENTES INFECTADOS POR Helicobacter pylori E A RELAÇÃO COM A SUSCEPTIBILIDADE DO HOSPEDEIRO.
PALAVRAS-CHAVES: Helicobacter pylori; Macrófagos; Arginase; Atrofia; Metaplasia.
PÁGINAS: 98
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Imunologia
RESUMO: A infecção por Helicobacter pylori é uma das mais prevalentes da espécie humana. A gastrite crônica induzida por Helicobacter pylori é um importante fator de risco para o desenvolvimento de úlceras gástricas e duodenais e adenocarcinoma gástrico. A resposta imunológica da mucosa gástrica provocada pela bactéria é caracterizada pela presença de macrófagos. Estas células são consideradas reguladoras centrais da resposta imune. De acordo com a via de ativação, os macrófagos podem desviar sua resposta para dois polos opostos, conhecidos como M1 e M2, que podem levar a desfechos clínicos variados em muitas doenças. No entanto, não existem evidências se esta polarização estaria associada com maior gravidade da gastrite crônica induzida por H. pylori por si só ou ainda se a presença de H. pylori poderia induzir a polarização dos macrófagos. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar se a polarização dos macrófagos estaria associada à maior carga bacteriana e à presença de lesões pré-neoplásicas. Primeiramente, realizamos uma breve revisão bibliográfica abordando o tema avaliação da polarização dos macrófagos em infecção com Helicobacter pylori, na qual observamos poucos estudos sobre a infecção em humanos. Entre eles, um demonstrou perfil M1 em pacientes infectados com gastrite atrófica, indicando que a resposta excessiva ou a manutenção prolongada do perfil de polarização M1 pode levar a danos teciduais e contribuir para a patogênese da infecção. Além disto, abordamos os mecanismos de escape do patógeno às respostas imunes do hospedeiro. A seguir, investigamos a polarização de macrófagos em pacientes infectados com H. pylori por meio de imunohistoquimica da mucosa gástrica. Um estudo transversal foi conduzido com 73 pacientes dispépticos submetidos à endoscopia digestiva alta e aos testes diagnósticos de H. pylori (teste da urease e histopatológico) em biópsias da mucosa gástrica. O diagnóstico endoscópico avaliou a presença de pangastrite leve ou pangastrite erosiva/úlcera péptica. A mucosa gástrica foi avaliada histologicamente para determinar a presença de atrofia, metaplasia (lesões pré-neoplásicas) e densidade de H. pylori. De todos os pacientes examinados, 36 foram H. pylori negativo e 37 H. pylori positivo. Os pacientes foram então separados em três grupos: um grupo H. pylori negativo (n=36), um grupo infectado por H. pylori sem lesões pré-neoplásicas (n=16) e outro grupo infectado com lesões pré-neoplásicas (n=21). Por meio da técnica de imunohistoquimica na mucosa gástrica, foi determinada a expressão de F4/80 (marcador de macrófagos) e de marcadores para os perfis de polarização M1 (iNOS, TNF, HLA-DR) e M2 (Arginase, IL-10, CD163). Além disto, foi feita dosagem da atividade de Arginase no plasma dos pacientes. Após a análise dos resultados foram realizadas análises de associação entre as variáveis. Observamos que os pacientes infectados por H. pylori apresentaram concentração maior de macrófagos marcados com Arginase e CD163, mas não apresentaram alterações dos marcadores de polarização iNOS, TNF-α, HLA-DR ou IL-10, sugerindo um perfil M2 de polarização. Macrófagos marcados com Arginase e CD163 estavam em maior número nos pacientes com alta carga bacteriana e com gastrite crônica sem lesões pré-neoplásicas, em relação aos controles. A expressão de IL-10 foi menor nos pacientes com maior densidade bacteriana. Expressão de Arginase foi maior na mucosa gástrica de pacientes infectados com gastrite erosiva/úlcera péptica que os controles com o mesmo diagnóstico. Não houve correlação entre expressão de Arginase na mucosa e a atividade no plasma. Concluímos que uma das estratégias do H. pylori para escapar da resposta pró-inflamatória (M1) da mucosa é induzindo macrófagos M2. Desta forma, um ambiente inflamatório de baixo grau na mucosa gástrica, em resposta à infecção, pode ser favorável a persistência da bactéria. No entanto, a carga bacteriana pode ser um fator de desequilíbrio deste perfil tolerogênico. Além do mais, a ausência de correlação entre a expressão de Arginase sistêmica e na mucosa sugere que a bactéria promove a modulação da resposta imune e inflamatória no local da infecção. Uma maior compreensão do papel da polarização de macrófagos na gastrite crônica associada à infecção por H. pylori pode ajudar a entender a imunopatologia da infecção com H. pylori e apoiar futuras abordagens terapêuticas e diagnósticas.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1368781 - FLAVIA RAQUEL FERNANDES DO NASCIMENTO
Interno - 1701663 - LUCILENE AMORIM SILVA
Externo à Instituição - LUIZ GONZAGA VAZ COELHO - UFMG
Externo à Instituição - RICARDO BRANDT DE OLIVEIRA - USP
Interno - 306484 - ROSANE NASSAR MEIRELES GUERRA LIBERIO

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