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JOSE RODRIGUES DE PAULA JUNIOR
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ANÁLISE INTERCULTURAL DO CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA EM DUAS COMUNIDADES DO NORDESTE BRASILEIRO COM CONTEXTOS SOCIOAMBIENTAIS DISTINTOS
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Orientador : ANDRE LUIZ BORBA DO NASCIMENTO
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Data : 30/12/2024
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A dissertação aborda o continuum alimento-medicina sob uma perspectiva intercultural, investigando os fatores bioculturais que influenciam a priorização e o uso de plantas com funções alimentícias e medicinais em duas comunidades nordestinas. O trabalho está estruturado em dois capítulos principais. No primeiro capítulo, são apresentados os objetivos, referencial teórico e introdução, destacando a interface entre nutrição e saúde em sistemas socioecológicos. O segundo capítulo consiste no artigo científico, que detalha os resultados da pesquisa realizada nas comunidades de Sítio Coelho (Petrolina-PE) e São Sebastião dos Pretos (Bacabal-MA).
A metodologia incluiu entrevistas etnobotânicas utilizando listas livres e entrevistas semiestruturadas. Foram realizadas análises estatísticas, como regressão logística e modelos log-lineares, para testar duas hipóteses: (1) Plantas com usos alimentício e medicinal são priorizadas na memória das pessoas; (2) Diferentes partes de uma mesma planta são utilizadas dependendo da finalidade de uso. Os resultados demonstraram que fatores culturais e ecológicos influenciam a manifestação do continuum alimento-medicina e que o uso de múltiplas partes das plantas reflete uma estratégia de maximização dos recursos vegetais. Conclui-se que o continuum não apenas reforça a importância cultural das plantas multifuncionais, mas também evidencia sua relevância adaptativa e potencial para a conservação da biodiversidade em contextos distintos.
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MATHEUS WILLY MACHADO FERREIRA
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INVENTÁRIO DA ICTIOFAUNA DA BACIA DO RIO TIBIRI, SÃO LUÍS, AMAZÔNIA MARANHENSE
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Orientador : MARCELO MORAES ANDRADE
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Data : 18/12/2024
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A rica biodiversidade aquática brasileira tem sido alvo de diversos estudos com a descrição e novos registros de espécies de peixes, embora os ecossitemas aquáticos neotropicais tenham sido alvo da intensificação de ações antrópicas com potencial aumento da perda de habitat. O objetivo do presente trabalho foi inventariar as espécies de peixe que ocorrem na bacia do rio Tibiri, no município de São Luís, Amazônia maranhense. O estudo foi realizado a partir de coletas científicas ao longo da bacia do Rio Tibiri na Ilha de São Luís, também conhecida como Ilha Grande, Ilha do Upaon-Açu e Ilha do Maranhão, no período de Agosto de 2021 a julho de 2024. Foram utilizadas armadilhas para peixes, redes de arrasto, redes de cerco, peneiras e redes de pesca de várias malhagens com artes de pesca. Os peixes coletados foram eutanasiados com uma solução de água e metanossulfonato de tricaína (TMS), fixados em formol a 10% e, posteriormente, transferidos ao Laboratório de Ictiofauna e Piscicultura Integrada da Universidade Estadual do Maranhão (LABIPI-UEMA) para preservação em álcool diluído a 70% e identificação ao nível taxonômico mais baixo possível com base na literatura específica. Classificação taxonômica, táxons, nomes, Neste estudo, 7.465 espécimes de peixes foram coletados na bacia do rio Tibiri, representando 65 espécies incluídas em 17 ordens e 37 famílias. A ordem Acanthuriformes apresentou a maior riqueza de espécies, seguida por Carangiformes, Clupeiformes e Gobiiformes. Das 65 espécies registradas, três são não nativas da região: Megaleporinus macrocephalus, Butis koilomatododon e Poecilia reticulata, documentando uma das ações humanas mais preocupantes para os ecossistemas naturais: a introdução de espécies exóticas. A espécie mais abundante foi Rhinosardinia amazonica, enquanto espécies como Megalops atlanticus, Scomberomorus cavalla e Bagre bagre foram raramente coletadas, além de serem categorizadas pelo ICMBio como Vunerável (VU) e Quase ameaçada (NT), respectivamente. Além disso, uma espécie potencialmente não descrita, Hemigrammus sp., foi registrada. O estudo enfatiza que a bacia do rio Tibiri abriga uma alta riqueza de espécies de peixes, no entanto, é prejudicada por atividades antrópicas graves, enfrentando problemas para a conservação de suas espécies e manutenção das características naturais de sua paisagem. Nossos resultados sugerem a necessidade de estudos adicionais que integrem abordagens taxonômicas, moleculares e ecológicas para melhorar a conservação da bacia do rio Tibiri, bem como para mitigar as pressões humanas que influenciam esse ecossistema.
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TAYANE GONCALVES AMORIM
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DIVERSIDADE MORFOLÓGICA DO GÊNERO Loricariichthys BLEKEER, 1862 (SILURIFORMES: LORICARIIDAE) DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DA AMAZONIA MARANHENSE
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Data : 17/12/2024
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Este estudo explora a diversidade morfológica do gênero Loricariichthys nas bacias hidrográficas do estado do Maranhão, Brasil, abordando a variação morfométrica e merística de populações de diferentes bacias (Mearim, Gurupi e Turiaçu). Utilizando análises morfométricas tradicionais e estatísticas multivariadas, foram investigados 362 indivíduos para descrever padrões de diferenciação morfológica e identificar possíveis novos táxons. Os resultados evidenciam três morfotipos distintos, cada um associado a uma bacia hidrográfica específica, com diferenças significativas em características como largura da borda rostral, altura do pedúnculo caudal e padrões de placas ventrais. As análises qualitativas e quantitativas sugerem que as populações analisadas podem corresponder a espécies ainda não descritas. O estudo destaca a influência de eventos geológicos e históricos, como o surgimento da Serra do Tiracambu, na diversificação das espécies na região. Conclui-se que os morfotipos identificados representam grupos taxonômicos distintos, reforçando a importância de estudos genéticos para a descrição formal de novas espécies. O trabalho também enfatiza a necessidade de conservação da biodiversidade nas bacias hidrográficas maranhenses, frente a pressões ambientais e perda de habitats.
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AMANDA LETICIA GARCIA DOS SANTOS
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TAXONOMIA DO GÊNERO Ipomoea L. (CONVOLVULACEAE) NO MARANHÃO, BRASIL
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Orientador : LUCAS CARDOSO MARINHO
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Data : 17/12/2024
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Ipomoea é o maior gênero da família Convolvulaceae, abrangendo cerca de 800 espécies com distribuição cosmopolita e maior diversidade nos trópicos. No Brasil apresenta a maior riqueza específica com cerca de 160 espécies. Segundo a Flora e Funga do Brasil, na flora maranhense, o gênero Ipomoea se destaca com 40 espécies encontradas na Amazônia e Cerrado, mas os trabalhos de amostragem florística são subestimados no estado devido, especialmente, ao grande número de localidades que necessitam ser exploradas no ponto de vista taxonômico. Considerando-se a importância ecológica, econômica e a necessidade de ampliar o conhecimento da distribuição e taxonomia das espécies, aliada à escassez de estudos sobre este gênero no estado, é apresentado aqui o levantamento taxonômico do gênero Ipomoea no Maranhão, com base em expedições e observações de campo, consultas a herbários e bancos de dados online. As espécies foram identificadas com base em literatura especializada, comparação com imagens de tipos disponíveis online e protólogos. Dentre as 40 espécies de Ipomoea previamente reconhecidas para o Maranhão, consideramos a ocorrência de 39 espécies, das quais 20 foram coletadas e 19 foram descritas por material de herbário. Dois novos registros foram apresentados para o estado: I. marabaensis D.F. Austin & Secco e I. obscura (L.) Ker Gawl. Os dados coletados demostram a importância do gênero para a flora do Maranhão, uma vez que possui espécies com uso alimentício, ornamental, pioneiras e importantes ecologicamente, que podem contribuir para futuros estudos florísticos, taxonômicos, de evolução e conservação da flora brasileira.
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SAMARAH CHRISTINA CANTANHEDE FERREIRA
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PLANTAS DE MANGUE Laguncularia racemosa (L.) C. F.
Gaertn, Rhizophora mangle L. e Avicennia germinans (L.) L.
COMO BIOINDICADORAS DE CONTAMINAÇÃO POR
METAIS NO MARANHÃO
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Data : 16/12/2024
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Os manguezais são ecossistemas de grande importância econômica, ecológica e social. Estes
ambientes, porém, vêm sofrendo degradações, em especial pela contaminação por resíduos e
efluentes contendo metais e metaloides. Nas plantas, o acúmulo destes contaminantes em seus
tecidos é determinado pela sua biodisponibilidade no sedimento e pela eficiência das plantas em
absorver e translocar os metais e metaloides pela raiz e tecidos vasculares. Desta forma, torna-se
importante identificar o nível de interferências destes contaminantes sobre o desenvolvimento de
plantas de mangue que colonizam tais áreas. Foram selecionadas duas áreas localizadas no estado
do Maranhão, a saber, Praia do Mangue Seco (Município Raposa), um local parcialmente
preservado, e o Porto do Itaqui (Capital São Luís), local com grande pólo industrial e uma das
maiores áreas portuárias do país. A pesquisa quantificou e analisou os diferentes metais,
metaloides e biomarcadores de estresse oxidativo, buscando comparar os efeitos destes a nível
anatômico sobre folhas adultas de Rhizophora mangle (Rhizophoraceae), Laguncularia racemosa
(Combretaceae) e Avicennia germinans (Acanthaceae). As plantas adultas foram coletadas in loco,
buscando-se manter uniformização quanto ao tamanho e ausência de clorose. Em cada ponto
amostral foram coletadas para as análises dos metais e biomarcadores 10 amostras de folhas de
cinco indivíduos para cada espécie e para as análises anatômicas, cinco amostras de folhas de três
indivíduos para cada espécie. Os contaminantes Al, Ti, V, Cr, Mn, Fe, Co, Ni, Cu, Zn, As, Rb,
Mo, Cd, Hg e Pb foram analisados, havendo detecção com diferenças estatisticamente
significativas (p>0,01) e teores elevados para as plantas em Fe>Al>Mn>Zn, principalmente nas
espécies A. germinans e R. mangle em local portuário. Avaliou-se também a associação destes
contaminantes com os biomarcadores de estresse oxidativo Peróxido de hidrogênio, Glutationa
reduzida, Metalotioneína, Peroxidação lipídica e Carbonilação proteica, observando-se altas
concentrações de MT, GSH e H2O2 nas três espécies em local portuário, indicando, provavelmente,
resposta ao estresse oxidativo, o qual pode ser pelas características ambientais e/ou pela
contaminação por metais. Na análise anatômica, observou-se alterações encontradas nas folhas,
como diferença no diâmetro polar dos estômatos, maior densidade estomática, maior índice
estomático, menor espessura do limbo foliar decorrente de parênquima paliçádico e lacunoso,
aumento da espessura da nervura central e diâmetro do pecíolo nas folhas coletadas do local
portuário, indicando assim que às três espécies estão sujeitas a adaptações em locais com
contaminação. Investigações deste tipo são relevantes pois contribuem no estudo de processos
adaptativos de plantas de mangue a áreas poluídas e sua capacidade de fornecimento de serviços
ecossistêmicos.
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MAURICIO JOSE DE SOUSA PAIVA
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INVENTÁRIO DE MACRÓFITAS E PEIXES DO QUILOMBO SACO DAS ALMAS, BREJO, LESTE MARANHENSE
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Data : 06/12/2024
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Este estudo teve como objetivo realizar um levantamento florístico de macrófitas
aquáticas e investigar a ictiofauna associada às macrófitas na Comunidade QuilombolaSaco das Almas, situada no município de Brejo, no Leste do Maranhão, Brasil. Apesquisa foi conduzida entre janeiro e novembro de 2023, com coletas trimestrais,totalizando 99 espécies de macrófitas aquáticas, distribuídas em 39 famílias e 63gêneros. O destaque foi para Habenaria repens, um novo registro para o estado doMaranhão. A família Cyperaceae foi a mais rica, com 14 espécies, seguida por Fabaceae (12 spp.) e Melastomataceae (7 spp.). As formas biológicas mais comuns foram as anfíbias (39 spp.) e emergentes (36 spp.). A diversidade florística da comunidade é notável, e o registro de H. repens enfatiza a necessidade de expandir o estudo das macrófitas aquáticas no Maranhão. Simultaneamente, a pesquisa investigoua ictiofauna associada às macrófitas aquáticas em 20 riachos da mesma comunidade. A
área está localizada na bacia do baixo rio Parnaíba, em um ambiente de áreas úmidas do Cerrado. Durante o levantamento ictiológico, foram capturados 2.068 indivíduos, distribuídos entre 28 espécies, 25 gêneros e 6 ordens, com destaque para os Characiformes. A maior parte das espécies observadas foi associada às macrófitas aquáticas, que oferecem condições ideais para detritívoros e predadores, além de aumentar a diversidade de peixes. A pesquisa também identificou três novos registros para a bacia do rio Parnaíba, ampliando o conhecimento sobre a ictiofauna local. Além disso, o estudo apresentou o Echinodorus scaber Rataj como o primeiro registro desta espécie no estado do Maranhão. Echinodorus scaber compartilha semelhanças com E. macrophyllus, mas pode ser distinguido por características como inflorescências pedúnculos e pecíolos escabrosos e flores pequenas com pétalas reflexas. Esse novo registro colabora para a compreensão da diversidade e distribuição do gênero Echinodorus no Maranhão. O estudo ressalta a importância das macrófitas aquáticas para a biodiversidade local, pois essas plantas são essenciais para o ecossistema aquático, servindo de habitat e alimentação para diversas espécies de peixes. A pesquisa também aponta para a necessidade de ampliar os estudos em áreas pouco exploradas do Maranhão, especialmente nas zonas inundadas, que têm grande potencial para novos registros florísticos e faunísticos. A ampliação do esforço amostral poderá
revelar novas espécies, extensões de distribuição e contribuir para a conservação dos ecossistemas aquáticos do estado. Em suma, os resultados deste estudo indicam uma rica diversidade de macrófitas aquáticas e peixes na Comunidade Quilombola Saco das Almas, e reforçam a importância de esforços de pesquisa contínuos para melhor compreender e conservar os ecossistemas aquáticos da região.
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DHÁLLYTH ZAÍNNY PEREIRA SILVA
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FILOGEOGRAFIA DA ESPÉCIE DE PEIXE MINIATURA Fluviphylax simplex (CYPRINODONTIFORMES: FLUVIPHYLACIDAE) AO LONGO DA REGIÃO HIDROGEOGRÁFICA AMAZÔNICA
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Data : 29/11/2024
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Introdução. O gênero Fluviphylax compreende espécies de peixes ovíparos que estão entre os menores indivíduos da região Amazônica, com comprimento padrão inferior aos 22 mm. Um fenótipo miniaturizado, como o identificado em Fluviphylax, corresponde a redução extrema do tamanho corporal do indivíduo adulto. Essa redução possui influência da combinação de características plesiomórficas e apomórficas importantes na história evolutiva do grupo, como o aumento da variabilidade morfológica, o surgimento de novidades morfológicas ou redução e simplificação estrutural. Pressões bióticas na exploração de recursos alimentares e fuga de predação é uma válida hipótese para a miniaturização da ictiofauna dulcícola na Amazônia. Objetivo. O objetivo deste trabalho é determinar a área de distribuição de Fluviphylax simplex, por meio da identificação de espécimes em coleções ictiológicas e do sequenciamento de um marcador de evolução rápida, o gene mitocondrial Citocromo Oxidase I (COI). Metodologia. através do sequenciamento de um fragmento (600 bp) do gene mitocondrial Citocromo Oxidase I (COI) de 21 indivíduos da espécie ao longo da sua distribuição. Foram analisados dois datasets (600 pb e 502 pb) que resultaram em duas redes de haplótipos. Além disso, uma relação filogenética entre os haplótipos foi inferida por meio da Inferência Bayesiana. Resultados. A elevada diversidade haplotipica (Hd = 0,9381) observada globalmente em Fluviphylax simplex indica alta variabilidade genética demonstrando maior proporção de haplótipos dentro das populações. Já a diversidade nucleotídica baixa (π = 0,0150) é consistente com a origem relativamente recente da espécie no final do Mioceno, há aproximadamente 6,5 milhões de anos. Pela primeira vez foi identificada a presença da espécie no médio rio Negro próximo à Santa Isabel do Rio Negro, indicando a provável existência de uma conexão entre as cabeceiras de tributários do rio Solimões e do rio Negro. A conexão observada entre as populações de F. simplex revela que grande parte dessa comunicação pode estar associada às várzeas, uma das principais forças que direciona a diversidade da ictiofauna no ambiente associada a fatores de sazonalidade, além das cabeceiras de pequenos córregos no interior das florestas. Foi realizada uma descrição do colorido em vida da especie baseando-se em diferentes indivíduos distribuidos ao longo de sua ampla distribuição.
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HELLIDA NEGRAO DIAS
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PESCA DE RAIAS MARINHO-ESTUARINAS NO LITORAL AMAZÔNICO BRASILEIRO E DESCRIÇÃO DA SUA CADEIA PRODUTIVA POR MEIO DO MONITORAMENTO DO DESEMBARQUE E CONHECIMENTO ECOLÓGICO LOCAL
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Data : 29/11/2024
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O declínio das populações de raias marinhas-estuarinas no globo têm sido atribuído à pescaria incidental por meio de frotas pesqueiras. Em nosso estudo no Litoral Amazônico Brasileiro, esse importante recurso pesqueiro também é capaz de movimentar uma complexa cadeia produtiva local. Desta forma, monitoramos os desembarques de raias no município da Raposa com amostragens quinzenais durante 12 meses. Além disso, entrevistas foram realizadas através da aplicação de questionário semiestruturado para diversos atores da cadeia produtiva da pesca de raias. A natureza dos dados se baseou em acompanhamentos da composição de espécies desembarcadas, abundância, frequência de ocorrência, métodos de captura, local de captura, estimativa de biomassa, índice de rendimento, caracterização de cortes, bem como a descrição da estrutura da cadeia produtiva. A pescaria foi descrita como resultante de vários petrechos de pesca e vários tipos de embarcação, configurando em uma cadeia produtiva complexa e estratificada. As espécies Hypanus guttatus (58,2%), Hypanus geijskesi (21,4%) e Rhinoptera spp. (16,9%) foram as espécies mais expressivas nos desembarques, apresentando os maiores valores de abundância, frequência de ocorrência, biomassa, índice de rendimento e também foram as espécies mais comuns no comércio. A cadeia produtiva mostrou estratificação em quatro elos: pescador, atravessador I, atravessador II e comerciantes externos conduzindo comércio intermunicipal, interestadual e grandes cadeias de supermercado. Concluímos que a pesca de raias não ocorre de forma incidental, pois as raias são consideradas como pesca secundária devido a promoção do funcionamento uma cadeia produtiva rentável e garantida ao longo de todo o ano devido aos constantes desembarques e elevada biomassa de pescado na produção pesqueira local.
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LANA COSTA FERREIRA
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ESTIMATIVAS DO ARMAZENAMENTO DE CARBONO NO SOLO EM
ÁREAS DE AGROPECUÁRIA NOS BIOMAS AMAZÔNIA E CERRADO NO ESTADO DO
MARANHÃO, BRASIL
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Data : 28/11/2024
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A conversão de vegetação nativa para sistemas agropecuários representa uma potencial ameaça à conservação da biodiversidade e desempenha um papel importante no sequestro de carbono ou na emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera. Diante disso, o objetivo foi avaliar os impactos da mudança de uso da terra, com conversão de vegetação nativa para sistema agropecuário sobre os estoques de COS e a biodiversidade na zona de transição Amazônia-Cerrado. O experimento será conduzido em diferentes tipos de áreas, incluindo florestas nativas, pastagens e sistemas agrícolas, permitindo uma comparação abrangente entre os diferentes ecossistemas. Os dados coletados foram analisados utilizando métodos de estatística descritiva, com o intuito de determinar variáveis resposta. As informações geradas por este estudo são fundamentais para promover o desenvolvimento sustentável da agropecuária na região do Maranhão. A análise do impacto das mudanças no uso e manejo da terra sobre os estoques de carbono do solo não apenas contribuirá para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, mas também ajudará a formular estratégias que integrem a conservação da biodiversidade com a produção agrícola sustentável.
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ARIELLY DE SOUSA SANTOS
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DIVERSIDADE DE MICROCRUSTÁCEOS (CLADOCERA E OSTRACODA) DA REGIÃO CENTRAL E NORTE DA AMAZÔNIA MARANHENSE
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Data : 28/11/2024
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Este estudo teve como objetivo principal investigar a diversidade e distribuição das espécies de Cladocera e Ostracoda nos corpos hídricos das bacias hidrográficas do estado do Maranhão, Brasil, com foco nas regiões central e norte do estado. Especificamente, buscou-se identificar as espécies presentes, descrever novas espécies de Ostracoda e registrar novas ocorrências de Cladocera para a região. As amostras foram coletadas em diferentes ambientes aquáticos, como rios, lagos e poças temporárias, utilizando redes de plâncton e outras técnicas de amostragem ativa. No laboratório, as amostras foram fixadas, triadas e identificadas com o auxílio de microscopia e chaves taxonômicas especializadas. Os resultados apontaram a ocorrência de seis novas espécies de Cladocera para o Maranhão, com parte dos registros já publicados na revista Zootaxa. Além disso, um novo espécime de Pelocypris, Klie, 1939 gênero de Ostracoda, foi identificado e está sendo descrito como uma nova espécie. Os dados coletados contribuem para o preenchimento de lacunas no conhecimento sobre a fauna de microcrustáceos da região e oferecem importantes insights sobre a biodiversidade aquática local. Em conclusão, o estudo revelou uma diversidade significativa de Cladocera e Ostracoda na região, destacando a necessidade de mais pesquisas taxonômicas e ecológicas para melhor compreender e preservar esses ecossistemas aquáticos pouco explorados.
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BRENO NUNES COSTA
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RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE GASTRÓPODES E TREMATÓDEOS ASSOCIADOS EM ÁREAS AO REDOR DA REGIÃO DOS LENÇÓIS MARANHENSES, BRASIL
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Data : 28/11/2024
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O presente trabalho teve por objetivo avaliar a série histórica de dados epidemiológicos da esquistossomose mansoni no município de Barreirinhas, Maranhão, compreendendo o intervalo de 2000 a 2019. Trata-se de um estudo ecológico exploratório, com enfoque nos seguintes aspectos: exames de fezes positivos para Schistosoma mansoni, local de procedência dos examinados e ano de realização do exame. As informações foram extraídas do Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose (SISPCE) e submetidas a análises estáticas descritivas, por meio de frequência absoluta e frequência relativa, bem como cálculos das taxas de incidência e prevalência. No acumulado do período, foram notificados 576 exames positivos para esquistossomose mansoni, com maior frequência nos anos de 2005 (115 positivos), 2002 (61 casos) e 2001 (56 registrados). O gênero masculino se mostrou mais prevalente para esquistossomose e a faixa-etária de idade dos 15 aos 25 anos como a mais atingida. As notificações predominaram na zona rural, mas notou-se um avanço para as áreas periurbanas e urbanas. Esse resultado combina com a situação precária da infraestrutura de saneamento nos locais afetados e falta de educação em saúde. Sabendo que a esquistossomose é um problema de saúde pública, torna-se indispensável implementação de ações contínuas de monitoramento e investigação em áreas focais, bem como de educação em saúde por parte do poder público junto à população inserida no rol histórico de infecções.
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RAFAEL FERREIRA DE OLIVEIRA
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Estudo taxonômico do gênero Hypostomus Lacépède, 1803 (Siluriformes: Loricariidae) na Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental, Brasil
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Data : 28/11/2024
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Este estudo investiga a diversidade do gênero Hypostomus na Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental (RHANO), que abrange 11 sistemas hídricos no Maranhão e no nordeste do Pará. No Capítulo 1, análises morfométricas de espécimes da RHANO identificaram cinco morfotipos: Hypostomus krikati, das bacias do Mearim e Turiaçu; Hypostomus cf. krikati, das bacias dos rios Munim e Itapecuru; Hypostomus sp. São Luís, da ilha de São Luís; Hypostomus sp. Turiaçu, do rio Imbaúba (simpatria com H. krikati); e Hypostomus longiradiatus, descrito a partir de exemplares da bacia do Guamá. As análises de Componentes Principais (PCA) e de agrupamento hierárquico revelaram padrões distintos de variabilidade morfológica, com H. sp. São Luís apresentando maior dispersão e H. longiradiatus destacando-se por características morfométricas distintas. Já Hypostomus krikati e H. cf. krikati demonstraram proximidade morfométrica, enquanto H. sp. Turiaçu ocupou uma posição intermediária. Razões entre medidas
corporais, como comprimento pré-dorsal e comprimento padrão (HL/SL), mostraram alta confiabilidade na separação das espécies, com suporte de 95%. A análise discriminante
linear (LDA) confirmou esses padrões, delimitando claramente H. longiradiatus e H. sp. São Luís como distintos. Já, Hypostomus krikati, Hypostomus cf. krikati e Hypostomus sp. Turiaçu apresentaram mais sobreposição, entretanto com algumas diferenças menores. No Capítulo 2, Hypostomus krikati foi formalmente descrito. No Capítulo 3, redescrevemos Hypostomus longiradiatus, e propomos um neótipo devido à perda da série-tipo.
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IARA REGINA FERREIRA DO CARMO
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DESMATAMENTO, QUEIMADAS E SECAS EXTREMAS NO BIOMA CAATINGA, BRASIL
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Data : 22/11/2024
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Os incêndios florestais são intensificados por uma série de fatores, entre eles os eventos climáticos e o desmatamento. O desmatamento contribui significativamente tanto para o aumento dos focos de incêndios florestais quanto para a incidência e propagação do fogo pelo território, resultando no aumento das emissões de gases de efeito estufa, nas temperaturas climáticas e na perda de biodiversidade. Por isso, o objetivo geral deste trabalho foi analisar a influência do desmatamento, dos eventos climáticos e da dinâmica espaço-temporal do bioma Caatinga na propagação dos incêndios florestais, utilizando dados de plataformas como MapBiomas Brasil, INMET e imagens de satélite. Por meio desses dados, a pesquisa mostrou que o bioma Caatinga, devido à sua escassez hídrica, composição vegetal e clima, é naturalmente suscetível a incêndios florestais, os quais são agravados pelo desmatamento exacerbado da vegetação. Além disso, o estudo evidenciou que eventos climáticos extremos, como El Niño, PDO e AMO em fases positivas, contribuem para a escassez hídrica, enquanto La Niña e fases negativas desses eventos provocam chuvas excessivas, ambos impactando a fertilidade do solo e a biodiversidade. Dessa maneira, a pesquisa confirmou a hipótese de que mudanças no uso da terra e eventos climáticos intensificam a ocorrência e propagação dos incêndios, evidenciando a necessidade de estratégias de fiscalização e uso sustentável da terra.
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ADMO RAMOS SILVA JÚNIOR
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QUANTIFICAÇÃO DOS ESTOQUES DE CARBONO ACIMA DO SOLO DA AMAZÔNIA MARANHENSE
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Data : 05/09/2024
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As emissões de gases de efeito estufa (GEE) nas florestas tropicais são amplamente impulsionadas pelo desmatamento e pela degradação florestal, os quais liberam grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, contribuindo significativamente para o aquecimento global. Na Amazônia, o histórico de desmatamento e degradação é caracterizado por atividades antrópicas que resultam em altas taxas de desmatamento e perda de biodiversidade. A Amazônia Maranhense, especificamente, enfrenta desafios semelhantes, com o desmatamento contribuindo para substanciais emissões de GEE, agravando as mudanças climáticas. O ciclo do carbono, essencial para a regulação do clima, é severamente perturbado pelo desmatamento, que interrompe o sequestro de carbono realizado pelas florestas, transformando-as de sumidouros em fontes de carbono. Nesse contexto, o sensoriamento remoto de biomassa emerge como uma ferramenta crucial para monitorar e estimar a biomassa florestal, permitindo uma avaliação precisa dos estoques de carbono e das emissões associadas à perda de florestas. Essas tecnologias são fundamentais para a implementação de políticas de conservação e restauração, com o objetivo de mitigar as emissões de GEE e preservar os serviços ecossistêmicos vitais das florestas tropicais. O presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica em diversos periódicos nacionais e internacionais, destacando a importância do sensoriamento remoto em estudos sobre florestas tropicais. No entanto, constatou-se que, embora haja uma contribuição significativa dos pesquisadores para o uso de dados de sensoriamento remoto em florestas tropicais, os estudos focados na Amazônia Maranhense ainda são escassos.
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THAUANA OLIVEIRA RABELO
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RIQUEZA E CONSERVAÇÃO, ASSOCIADAS AOS USOS MÚLTIPLOS, DAS ESPÉCIES VEGETAIS EM QUILOMBOS DA BAIXADA MARANHENSE
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Data : 28/06/2024
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A manutenção da diversidade biológica é fundamental para a conservação ambiental, abrangendo não apenas variedade de espécies, ecossistemas e genes, mas também dimensões culturais representadas pelos conhecimentos e tradições humanas. Compreender essas interações é essencial para entender a sociobiodiversidade. No Brasil, a Etnobotânica tem sido crucial para investigar como as sociedades humanas interagem com as plantas, especialmente em comunidades tradicionais, onde o conhecimento ecológico local revelam estratégias de uso dos recursos e sua relação com fatores socioeconômicos e ambientais. A urbanização tem alterado essas relações, modificando padrões de uso e conhecimento das espécies vegetais, conforme evidenciado em estudos que mostram menor dependência da flora em comunidades urbanas próximas e maior conhecimento em comunidades mais afastadas. No Maranhão, em particular, a urbanização afeta comunidades quilombolas, que historicamente dependem da flora para subsistência. Este estudo em Anajatuba, Maranhão, buscou compreender a percepção das comunidades sobre a disponibilidade e uso de espécies vegetais, visando identificar recursos prioritários para conservação e os riscos associados à coleta. Para isso foram utilizados Modelos Lineares Generalizados para relacionar a abundância percebida com aspectos ecológicos como a multifuncionalidade, versatilidade e saliência das espécies por categoria de uso. Os resultados destacaram a importância da proximidade dos recursos das residências principalmente para espécies alimentícias, demonstrando um menor risco a retirada de espécies nativas na mata. Notamos também a versatilidade das espécies medicinais e madeireiras como um critério crucial para escolha de plantas, onde espécies mais efetivas e de maior qualidade foram preferidas. Os maiores riscos de coleta foram identificados para espécies madeireiras que em maioria afetam a sobrevivência do indivíduo e são retiradas na mata local. Essas descobertas podem orientar práticas de conservação e manejo sustentável dos recursos vegetais nessas comunidades e trazer contribuições para o cenário da etnoecológia e etnobotânica.
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FABIANO DE ARAUJO FRANCA
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LARVICULTURA E DESENVOLVIMENTO GONADAL DE Trachelyopterus galeatus (LINNAEUS 1766) (SILURIFORMES: AUCHENIPTERIDAE) EM LABORATÓRIO: COMPREENSÃO SOBRE A REPRODUÇÃO E CRESCIMENTO PARA CONSERVAÇÃO DA ESPÉCIE
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Data : 25/04/2024
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O Bagrinho (Trachelyopterus galeatus) é uma espécie endêmica da região Neotropical, amplamente distribuída na América do Sul. Possui considerável potencial para piscicultura em diversas regiões do Brasil, especialmente na Baixada Maranhense, onde sua carne é bastante valorizada. Por conta disso, há indícios que esta espécie se encontra no estado de sobrepesca nessa região, onde os estoques naturais estão sofrendo com retiradas constantes para abastecer o comercio de corte e piscicultores. Entretanto, há poucas informações a respeito do manejo alimentar na fase larval que possa nortear o piscicultor no manejo mais adequado. O presente estudo teve por objetivo avaliar o efeito de dietas inerte, alimentos vivos (com e sem microalgas) e suas combinações no peso, sobrevivência, biomassa final e desenvolvimento larval de T. galeatus. Foram utilizadas 1.400 larvas com peso inicial de 5,20 ± 0,00056 mg e comprimento inicial de 7,56 ± 0,51 mm. Utilizou-se ração com 55% de proteína bruta para as dietas inertes e suas combinações, e náuplios de Artemia franciscana para dietas com alimento vivo com e sem enriquecimento com microalgas (Thalassiosira sp. e Haematococcus pluvialis). O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com sete tratamentos e quatro repetições: larvas sem alimentação (inanição), utilizadas como controle; somente ração seca comercial; náuplios de Artemia (A); náuplios de Artemia enriquecidas com a microalga Thalassiosira sp. (AT); náuplios de Artemia enriquecidas com a microalga H. pluvialis (AH); ração com náuplios de Artemia enriquecida com a microalga Thalassiosira sp (R-AT) e ração com náuplios de Artemia enriquecidos com a microalga H. pluvialis (R-AH). Os resultados mostraram que as combinações com ração e alimento vivo enriquecido com as microalgas influenciaram significativamente no peso médio final, ganho de biomassa, biomassa final, sobrevivência e dados morfométricos das larvas. No entanto, a oferta de ração, somente, obteve baixa eficácia no desempenho de crescimento, apontando na inviabilidade da larvicultura do T. galeatus.
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