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CARMEM DUARTE LIMA CAMPOS
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ANÁLISE GENÔMICA E CARACTERIZAÇÃO FUNCIONAL DE limosilactobacillus fermentum JAC 231 COMO CANDIDATO A PROBIÓTICO
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Orientador : VALERIO MONTEIRO NETO
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Data : 02/12/2025
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O gênero Lactobacillus é constituído por bactérias Gram-positivas catalase-negativas, tolerantes a ácidos, não formadoras de esporos e fermentadores de carboidratos. Uma recente reclassificação desse gênero levou a uma mudança de nomenclatura, gerando novos 23 gêneros. A espécie Lactobacillus fermentum foi renomeada de Limosilactobacillus fermentum. Linhagens de L. fermentum ocupam diversos nichos, e em humanos é considerada um indicador de uma microbiota normal e saudável. Muitas linhagens têm sido investigadas por atuarem na manutenção da função da barreira epitelial, exclusão competitiva, atividade imunomoduladora e síntese de substancias antimicrobianas (ácido lático, H2O2 e bacteriocinas) com atividade ampla contra microrganismos patogênicos, motivando seu uso como probiótico. Nesse sentido, a caracterização da atividade próbiotica e as tecnologias de sequenciamento do genoma têm sido ferramentas importantes para obter informações sobre os aspectos metabólicos e de segurança de cada linhagem direcionando pesquisas para seu o uso biotecnológico e terapêutico. Este estudo teve por objetivo sequenciar o genoma completo do isolado vaginal, L. fermentum JAC 231, analisando aspectos gerais e de segurança da linhagem, investigando as bases genotípicas e fenotípicas para seu potencial probiótico, como tolerância a condições gastrointestinais (sais biliares, adesão a mucina, adesão a células eucarióticas e pH), presença de genes de resistência e virulência. Aqui expandimos a caracterização da atividade antimicrobiana e anti-adesão dessa linhagem, avaliando o seu efeito sobre Klebisiella pneumoneae ATCC 700603, Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853, Escherichia coli ATCC 25922, Staphylococcus aureus ATCC 25923, Salmonella enteritidis ATCC 13076, Enterococcus faecalis ATCC 29212 e Escherichia coli enteropatogênica O127:H6 E2348/69-EPEC. A partir da análise de bioinformática identificamos que o genoma continha 2.064.918 pb, com conteúdo de GC de 51,4%, apresentando 1.993 sequências codificadoras de proteínas relacionadas, principalmente, ao metabolismo de proteínas, carboidratos e aminoácidos. A análise comparativa revelou, que L. fermentum JAC 231, compartilha 2.204 agrupamentos ortólogos com a outras cinco linhagens probióticas de L. fermentum (MCC 2760, AGR 1485, ATCC 23271, CECT 5716, e IFO 3956). A investigação do genoma demonstrou que L. fermentum JAC 231, possui genes que codificam para uma bacteriocina (Enterolisina A), genes de tolerância ao estresse, síntese de vitaminas e sobrevivência às condições gastrointestinais. Além disso, observamos a ausência de genes que codificam para fatores de virulência e a presença de genes de resistência intrínseca à vancomicina. Fenotipicamente, L. fermentum JAC 231 apresentou sensibilidade a maioria dos antibióticos testados, exceto vancomicina, como já visualizado na análise do genoma. Capacidade de tolerar o pH ácido (com crescimento de 107,7% no pH 2 e 75,29% no pH 4), assim como aos sais biliares nas concentrações de 0,5% (87,34) e 1% (84,76%). Demonstrou, ainda, capacidade de adesão a mucina e às células HeLa, apresentando crescimento logaritmo de 5.9 e 5.7, respectivamente. Adicionalmente apresentou atividade antagonista no teste de overlay inibindo o crescimento de todas as bactérias utilizadas com zonas de inibição que variaram de 16.6 ± 2.08 a 28.3 ± 2.88 mm, além do potencial anti-adesão observado, principalmente, nos ensaios de deslocamento e exclusão. Dessa forma, nosso estudo confirma as características e o perfil de segurança de L. fermentum JAC 231 como uma cepa probiótica. A análise do genoma demonstrou ser eficaz para avaliar as propriedades benéficas dessa cepa, mostrando correlação com os dados obtidos in vitro. Além disso, verificamos atividade antagonista e anti-adesão exibida por L. fermentum JAC 231. Estudos posteriores são necessários para elucidar os mecanismos pelos quais essa linhagem promissora exerce seus efeitos antimicrobianos de amplo espectro.
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CAMILA FREITAS DE ANDRADE RODRIGUES
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DOR NEUROPÁTICA EM DOENÇA FALCIFORME: PREVALÊNCIA E ANÁLISE DE POLIMORFISMOS DO RECEPTOR TRPV1
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Orientador : JOAO BATISTA SANTOS GARCIA
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Data : 01/12/2025
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Dor é o sintoma mais frequente e a principal razão de hospitalização de pacientes com doença falciforme (DF). Até recentemente, a dor neste grupo de pacientes era classificada apenas como aguda e nociceptiva resultado das crises de vaso-oclusão. Porém, há evidências de que quase um terço dos adultos com DF experimentem dor na maioria de seus dias de vida demonstrando que a dor na DF envolve componentes agudos e crônicos. Uma categoria ainda pouco estudada e subdiagnosticada de subtipo de dor é a dor neuropática (DN). A
compreensão de sua base molecular foi ampliada pela clonagem e caracterização da família de canais iônicos de receptor de potencial transitório TRPV1. Diferentes polimorfismos foram identificados no gene TRPV1 humano podendo explicar maior suscetibilidade ou não para DN. O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência de dor neuropática em pacientes com Doença Falciforme e a presença de polimorfismos genéticos que possam estar envolvidos neste
subtipo de dor. Após assinatura de TCLE, houve preenchimento de dados sociodemográficos e de características da doença e aplicação dos questionários DN4 e PainDETECT para triagem de DN em pacientes do HEMOMAR Centro de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão. A pesquisa dos polimorfismos rs222749, rs222747, rs8065080 e rs224534 foi realizada por PCR de sangue periférico. Foram estudados 214 pacientes e destes 29% apresentavam DN. A
idade acima de 34 anos foi considerada fator de risco para aparecimento de DN. O subtipo HbSS foi o mais presente no grupo DN, porém sem significância estatística. As crises álgicas estavam mais presentes entre aqueles com DN. A osteonecrose de quadris, úlceras maleolares e síndrome torácica aguda foram as complicações mais presentes neste grupo. Os polimorfismos rs224534 e rs222747 não se relacionaram com a presença de DN, enquanto rs222749 e rs8065080 não foram detectados em nenhum dos indíviduos avaliados, indicando ausência de variação alélica neste locus na amostra estudada. Portanto, a dor neuropática é uma realidade entre os pacientes com Doença Falciforme, porém os polimorfismos aqui estudados não demonstraram influência.
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RODSON GLAUBER RIBEIRO CHAVES
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Espécies vegetais no tratamento de úlceras diabéticas: mapeamento de evidências pré-clínicas e levantamento etnobotânico.
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Orientador : DENISE FERNANDES COUTINHO
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Data : 28/11/2025
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O Diabetes Mellitus é um distúrbio metabólico crônico caracterizado por hiperglicemia
persistente, sendo o pé diabético uma de suas complicações mais graves. Esta condição decorre da neuropatia periférica e doença arterial oclusiva, frequentemente evoluindo para ulcerações e infecções. Apesar dos tratamentos convencionais disponíveis, muitos pacientes buscam alternativas terapêuticas utilizando plantas para fins medicinais. Estudos etnofarmacológicos são ferramentas importantes para identificar espécies vegetais com potencial terapêutico, além de avaliar riscos associados ao seu uso. Essa tese está dividida em dois capítulos. No capítulo 1, estão os resultados de uma revisão integrativa de estudos in vivo de plantas para cicatrização em modelos com hiperglicemia. Após a aplicação dos critérios de exclusão e inclusão, foram selecionados 142 artigos, mas apenas 51 conseguiram
responder à questão norteadora proposta e foram incluídos na pesquisa. Várias espécies melhoraram o processo de cicatrização de feridas nos modelos estudados. Já no capítulo 2, foi feito um levantamento etnobotânico, realizado em serviços de saúde público e privado na cidade de Imperatriz no Maranhão. O objetivo do estudo foi realizar um levantamento etnobotânico de espécies vegetais usadas por pacientes para tratamento de lesões do pé diabético atendidos em serviços de saúde de Imperatriz-MA, Brasil, localizada na região da Amazônia Legal. Quantos aos métodos é estudo etnofarmacológico, realizado com 103 pacientes diabéticos atendidos no Ambulatório de Pé Diabético do Hospital Municipal de Imperatriz e em clínica privada, no período de novembro/2023 a maio/2024. Os dados foram coletados mediante entrevistas com questionário semiestruturado, avaliando aspectos socioeconômicos e o uso de plantas para fins medicinais. Foram aplicados índices etnobotânicos como Frequência Relativa de Citação (FRC), Valor de Importância (IVS), Valor de Consenso de Uso (UCS) e Importância Relativa (IR%). As espécies foram classificadas quanto à origem e domínio fitogeográfico e por simililaridade. Análises estatísticas descritivas
e testes Qui-quadrado foram realizados com significância de 5%. Quanto aos resultados obersou-se que Dos 103 participantes, 63,1% eram do sexo masculino, 33% tinham idade ≥70 anos, 35% possuíam escolaridade de 4-7 anos e 60,2% apresentavam renda inferior a dois salários-mínimos. Do total, 86,4% utilizavam plantas medicinais e 56,3% especificamente para lesões do pé diabético. Foram identificadas 37 espécies vegetais, destacando-se Aloe vera (L.) Burm.f. (Babosa), Copaifera langsdorffii Desf. var. langsdorffii (Copaíba), Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl (Gervão), Dysphania ambrosioides (L.) Mosyakin & Clemants (Mastruz) e Momordica charantia L. (melão de São Caetano), que apresentaram os maiores índices de importância, consenso e frequência de citação. A folha foi o farmacógeno mais utilizado, a via tópica a forma de administração predominante e o cataplasma o modo de preparo mais referido. Foram relatados efeitos adversos importantes,
incluindo agravamento de lesões, necrose digital, hipoglicemia e sonolência. Não houve associação estatisticamente significativa entre o uso de plantas e as variáveis sociodemográficas analisadas. O estudo evidenciou ampla utilização de plantas medicinais no tratamento do pé diabético na população estudada. A ocorrência de efeitos adversos reforça que o uso tradicional não garante segurança terapêutica. É fundamental o desenvolvimento de pesquisas clínicas que validem a eficácia e segurança dessas espécies, além da implementação de programas educativos sobre uso racional de plantas medicinais e capacitação de profissionais de saúde.
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JOANA D ARC MATOS FRANCA DE ABREU
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E METABÓLICAS DOS PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 E DOENÇA HEPÁTICA ASSOCIADA A DISFUNÇÃO METABÓLICA NO AMBULATÓRIO DE
ENDOCRINOLOGIA DO HU-UFMA
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Orientador : ADALGISA DE SOUZA PAIVA FERREIRA
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Data : 25/11/2025
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INTRODUÇÃO: Aproximadamente 25% da população mundial e mais de 60% dos
pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) apresentam esteatose hepática metabólica
(EHM). A associação entre essas patologias constitui uma importante causa de morbidade e
mortalidade no Brasil e no mundo, devido à elevada frequência de fibrose avançada e cirrose.
OBJETIVOS: Determinar o perfil epidemiológico e clínico-laboratorial, bem como a
ancestralidade dos pacientes com DM2 e EHM atendidos em um serviço de referência em
endocrinologia no Nordeste brasileiro, e correlacionar a estimativa da fibrose hepática por
elastografia (FibroScan®) com medidas antropométricas, laboratoriais e de ancestralidade.
MÉTODOS: Estudo transversal de 240 pacientes, realizado de julho/2022 a fevereiro/2024,
com aplicação de questionário, exame físico, exames laboratoriais e elastografia transitória
(FibroScan®) para estimativa da fibrose hepática.
RESULTADOS: Na análise interina, o sexo feminino (OR ajustada = 2,69; IC 95% =
1,355,35; P = 0,005), a obesidade (OR ajustada = 2,23; IC 95% = 1,224,07; P = 0,009),
níveis elevados de GGT (OR ajustada = 3,78; IC 95% = 2,017,14; P < 0,001), AST (OR
ajustada = 6,07; IC 95% = 2,2716,2; P < 0,001) e ALT (OR ajustada = 3,83; IC 95% =
1,808,11; P < 0,001) associaram-se a maiores valores de rigidez hepática, mesmo após ajuste multivariado.
CONCLUSÃO: O sexo feminino e o índice de massa corporal mostraram-se fatores de risco
independentes para fibrose hepática em pacientes com DM2 e EHM, ressaltando a
necessidade de avaliação integral, especialmente em mulheres. O escore FIB-4 demonstrou
boa acurácia para estimativa de fibrose hepática nesta população, sendo uma ferramenta
prática em serviços públicos de saúde com recursos limitados. A inclusão dos resultados da
ancestralidade no modelo final de fatores de risco aguarda a conclusão das análises genéticas.
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PRISCYLLA GOUVEIA MENDONÇA
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Avaliação da ação do extrato dasfolhas de Persea americana Mill., na regeneração de fratura óssea
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Orientador : MARIA DO SOCORRO DE SOUSA CARTAGENES
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Data : 06/11/2025
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Introdução: Nos últimos anos, os tratamentos para fraturas ósseas têm avançado, porém alguns ainda exibem problemas de consolidação. As fraturas expostas mais comuns ocorrem nas tíbias em 20 a 40% dos casos. O aumento do uso de produtos naturais, especialmente os medicinais, e substâncias ligadas a pesquisas fitofarmacêuticos, indicam que há um grande potencial para o desenvolvimento de novos remédios para tratar doenças e condições relacionadas. Objetivos: Avaliar a ação do extrato de Persea americana Mill., no processo de reparo da fratura óssea. Metodologia: Cinco grupos experimentais com 6 animais. Grupo Saudável (H): Sem intervenção; Fratura + Extrato (FE): Fratura induzida e EHPA oral; Fratura + Extrato + Natação (FEN): Fratura induzida, EHPA e 30 min de natação diária; Fratura + Natação (FN): Fratura induzida, natação por 30 min; e Fratura (F): Fratura induzida. A dose de 750 mg/kg de EHPA administrada por gavagem oral 28 dias. Resultados: Por meio da caracterização pela cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massa do extrato de Persea americana Mill. apresentou 24 substâncias, ionizadas de modo positivo e negativo, 17 já descritas na literatura. Por meio de Raio x confirmado a indução e consolidação da fratura no D0 e no D28. A porcentagem de inibição da (COX-2) in vitro, induzida pelo EHPA, foi de até 55% sendo proporcional ao aumento da dose. Os parâmetros comportamentais, os efeitos radiológicos e a histologia do tecido ósseo corado com hamatoxilina eosina são melhores em grupos tratados com EHPA (750 mg/kg)
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ELLEN JULLI DA SILVA PASSOS MAIA
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ESTUDO DO POTENCIAL LEISHMANICIDA DO EXTRATO DAS FOLHAS DE Lafoensia pacari A.St.-Hil
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Orientador : LUCILENE AMORIM SILVA
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Data : 23/10/2025
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A leishmaniose é uma doença parasitária de grande importância para a saúde pública,
especialmente em regiões endêmicas como o Maranhão. As terapias convencionais enfrentam limitações sérias, como alta toxicidade, custo elevado e resistência do parasito, o que reforça a importância da busca por alternativas terapêuticas mais seguras e eficazes. Nesse contexto, Lafoensia pacari A. St.-Hil., espécie nativa do Cerrado amplamente utilizada na medicina tradicional, tem despertado interesse científico pelos seus compostos bioativos e possíveis aplicações farmacológicas. Este trabalho foi estruturado em dois capítulos. O primeiro apresenta uma revisão integrativa das atividades farmacológicas descritas para L. pacari em estudos publicados entre 2000 e 2024. Foram identificados 138 trabalhos, dos quais 55 atenderam aos critérios de inclusão. Os resultados revelaram amplo espectro de
atividades biológicas, incluindo efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes, antimicrobianos, cicatrizantes, antitumorais e antiparasitários, atribuídos principalmente à presença de elagitaninos, flavonoides e saponinas. No segundo capítulo, foram realizados ensaios in vitro para avaliar a atividade leishmanicida do extrato hidroalcoólico das folhas e de suas frações contra Leishmania amazonensis, além da citotoxicidade em macrófagos da linhagem RAW 264.7 e da produção de óxido nítrico. O estudo mostrou que L. pacari tem potencial contra L.
amazonensis, principalmente pelo extrato bruto e pela fração acetato de etila, mais ativos frente às formas amastigotas. A baixa citotoxicidade em macrófagos indica um perfil de segurança promissor. Também foi observada a indução de óxido nítrico, sugerindo que parte do efeito pode estar associada à ação microbicida dessa molécula. Em conjunto, os achados reforçam o potencial de L. pacari como recurso bioativo do Cerrado e evidenciam a necessidade de novos estudos que aprofundem o isolamento de compostos ativos, bem como a realização de análises toxicológicas e ensaios clínicos, visando sua possível aplicação terapêutica contra a leishmaniose.
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CAMILA EVANGELISTA CARNIB NASCIMENTO
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Penta-o-galoil-β-d-glicose (pgg) potencializa a atividade antifúngica do fluconazol contra Trichosporon asahii: análises in silico e in vitro
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Data : 26/09/2025
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Trichosporon asahii é um patógeno oportunista associado a infecções sistêmicas graves,
frequentemente resistentes aos antifúngicos convencionais. Este estudo investigou o potencial antifúngico do penta-O-galoil-β-D-glicose (PGG), isoladamente e em combinação com fluconazol (FLZ), por meio de abordagens in silico, in vitro e de docagem molecular. As
análises in silico incluíram a predição de propriedades farmacocinéticas, toxicidade e
similaridade estrutural com fármacos. Os ensaios in vitro compreenderam o teste de
microdiluição em caldo para determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM), ensaio
de checkerboard para avaliação de sinergismo, e quantificação da viabilidade celular em
biofilmes em formação e pré-formados. A docagem molecular avaliou a interação do PGG com as enzimas Erg11 e Erg2, alvos da via de biossíntese do ergosterol. Os resultados estão
organizados em dois capítulos: (1) um artigo de revisão sistemática sobre os efeitos
antimicrobianos in vitro e in vivo do PGG, que evidenciou ampla atividade, especialmente
contra vírus e cepas multirresistentes, com efeitos como inibição de biofilmes, bloqueio da
entrada e replicação microbiana, inibição enzimática e modulação de vias celulares; e (2) um
estudo experimental que demonstrou ação sinérgica do PGG com FLZ contra T. asahii nas
análises in silico e in vitro. As predições computacionais indicaram baixa toxicidade hepática e perfil farmacocinético favorável, embora com absorção gastrointestinal limitada. Nos ensaios in vitro, o PGG apresentou CIM de 1000μg/mL, efeito fungicida e sinergismo com FLZ
(ICIF=0,31), reduzindo as concentrações necessárias de PGG e FLZ em 64 e 4 vezes,
respectivamente; duas combinações testadas inibiram mais de 70% do crescimento fúngico e
apresentaram atividade antibiofilme, inclusive em concentrações subinibitórias. A docagem
revelou alta afinidade por Erg11 e Erg2, sugerindo um mecanismo de ação duplo.Os achados
reforçam o potencial do PGG como candidato adjuvante no tratamento da tricosporonose
sistêmica, recomendando sua validação em modelos in vivo.
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SURAMA DO CARMO SOUZA DA SILVA
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PERFIL CLÍNICO, CARDIOVASCULAR E FISICOFUNCIONAL DE ACORDO COM A FRAGILIDADE DE PACIENTES IDOSOS COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM ATENDIMENTO AMBULATORIAL
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Data : 24/09/2025
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Tradicionalmente, o diagnóstico e estadiamento da fragilidade é realizado de acordo com a
função física. Em situações em que o declínio dessas funções é eminente, como ocorre na
insuficiência cardíaca (IC), é necessário encontrar testes que tenham maior capacidade de
previsão da fragilidade, e que ao mesmo tempo façam parte da rotina das avaliações clínicas da IC, não onerando ainda mais os serviços de saúde. Sendo assim, pretende-se com essa pesquisa analisar a relação dos marcadores biológicos e fisiológicos cardiovasculares na predição da morbimortalidade e fragilidade em pacientes idosos IC. A amostra desta pesquisa é do tipo não probabilística e por conveniência. O poder estatístico da amostra foi calculado a posteriore (poder estatístico de 80% e um valor de α de 5%). O recrutamento foi realizado através de busca ativa a partir dos prontuários e durante os momentos de consultas médica. Foram incluídos os pacientes com diagnóstico de IC crônica com fração de ejeção reduzida (FE 50% no ecocardiograma do último ano) cadastrados no ambulatório, de ambos os sexos, com idade ≥ 60 anos. Foram excluídos todos os pacientes com FEVE > 50%, com idade < 60 anos, sem outros critérios de exclusão. Durante a inclusão foram anotados dados dos prontuários médicos. Na avaliação inicial foram aplicados os questionários referentes a: a) Avaliação clínica e psicossocial; b) nível de atividade física; c) fadiga; d) depressão; e) recordatório alimentar; e f) qualidade de vida. Foram colhidas amostras de sangue para ensaio do peptídeo natriurético N-terminal pro-tipo B (NT-próBNP). A avaliação físico funcional foi realizada mediante a realização das avaliações de antropometria, bioimpedância, avaliação hemodinâmica, dinamometria de membro superior, teste de velocidade da marcha de 4 metros e teste de caminhada de 6 minutos. Para comparar os grupos frágil (FG), pré-frágil (PF), e robusto (RB) foram utilizados os testes de Anova one way para os dados paramétricos e de Kruskal Wallis para os não paramétricos a fim de identificar as diferenças entre os grupos. As variáveis numéricas são descritas em média, mediana e desvio padrão, e as variáveis categóricas como frequência e proporções. Foi adotado o nível de significância (α) de 0,05 e um poder estatístico de 0,80. Os resultados encontram-se divididos em três capítulos com artigos originais, sendo o primeiro sobre variabilidade da frequência cardíaca (VFC), o segundo sobre o perfil fisicofuncional e psicossocial, e o terceiro sobre composição corporal e risco metabólico, todos de acordo com os níveis de fragilidade em pacientes com IC. Resultados: 1) A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) demonstrou ser uma importante ferramenta de avaliação do sistema nervoso autônomo (SNA), onde apresentou melhores valores clínicos de controle autonômico para o grupo RB em comparação aos demais grupos, sem diferença para o NT-próBNP; 2) A maioria dos pacientes são PF, com baixo gasto calórico semanal, presença de fadiga física, e baixa capacidade cardiorrespiratória com piores valores clínicos para o grupo FG. 3) No geral, não apresentam significativa perda de peso, e possuem força muscular preservada. Encontram-se com a idade metabólica adequada com a cronológica, e baixo risco para desenvolvimento de
sarcopenia. Todavia, encontram-se com excesso de gordura corporal e visceral, e presença de fatores de risco cardiovascular. Considerações finais: A incidência de indivíduos frágeis ou em vias de se tornarem chama a atenção destacando que o acompanhamento ambulatorial deve ser aliado a medidas não farmacológicas, priorizando-se os indivíduos frágeis que revelaram piores desfechos de saúde. Desa forma a IC pode apresentar diferentes fenótipos mesmo em um grupo mais homogeneizado (faixa etária e fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida).
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EDUARDO MOSCOSO DOS SANTOS
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CONSTRUÇÃO DE ESCORES DE RISCO POLIGÊNICO BASEADOS EM EXPRESSÃO PARA ANÁLISE DA INTERAÇÃO ENTRE PESO AO NASCER E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL NA INFÂNCIA
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Orientador : ANTONIO MARCUS DE ANDRADE PAES
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Data : 18/09/2025
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O ambiente intrauterino durante o período gestacional é sensível a estímulos externos, que podem modificar o padrão de desenvolvimento fetal e refletir em alterações no peso ao nascer, além de influenciar desfechos futuros na saúde do indivíduo. Nesse contexto, neonatos classificados com baixo peso ao nascer apresentam maior probabilidade de ganho de peso excessivo na infância e adolescência, bem como risco aumentado para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) ao longo da vida. Entretanto, esses desfechos potenciais resultam da interação entre fatores genéticos e ambientais, de forma que nem todos os indivíduos com alterações no peso ao nascer desenvolvem as comorbidades comumente associadas a esse marcador. Diante disso, ferramentas de predição de risco individual a partir de informações genéticas e epigenéticas, como aquelas baseadas na expressão gênica e na metilação do DNA, surgem como alternativas promissoras dentro do campo da medicina de precisão. No presente estudo, foram utilizados dados de três coortes distintas: Maternal Adversity, Vulnerability and Neurodevelopment (MAVAN), Basal Influences on Baby Development (BIBO) e Growing Up in Singapore Towards Healthy Outcomes (GUSTO). A partir de um estudo de associação
epigenômica ampla (EWAS) que identificou sítios CpG diferencialmente metilados associados ao IMC em adultos, foram construídos escores de risco poligênico baseados em expressão (ePRS) para hipotálamo, tecido adiposo e fígado, utilizando a coorte MAVAN como base de treinamento. Além disso, foi construído um escore de metilação (EM). Os escores foram então aplicados nas coortes GUSTO e BIBO, e modelos de associação entre os escores, adversidades e o IMC infantil foram desenvolvidos. As análises estatísticas foram realizadas por meio de regressões lineares multivariadas em painel, utilizando o software R. Diferentes modelos foram testados conforme os pontos de coleta do IMC e as variáveis de adversidade. O nível de significância adotado foi de p < 0,05. Quanto aos resultados, nos modelos iniciais
sem interação com o peso ao nascer, os escores isoladamente não foram capazes de predizer o IMC de forma consistente em todas as idades. No entanto, com a inclusão da interação entre os escores e o peso ao nascer, observou-se que o ePRS apresentou associações significativas com o IMC em diferentes idades e em diferentes coortes, especialmente na GUSTO. Embora o estudo inicialmente não confirmasse de forma clara a hipótese de que ePRS para os tecidos-alvo poderiam predizer o IMC infantil, os resultados atualizados reforçam o papel relevante desses escores, especialmente quando considerados em interação com o peso ao nascer. A escolha do hipotálamo, tecido adiposo e fígado baseou-se na sua reconhecida importância na regulação da homeostase energética e do ganho de peso, e o presente estudo encontrou evidências do papel modulador da expressão gênica desses
tecidos. Além disso, os achados sustentam a hipótese de que a interação entre peso ao nascer e alterações epigenéticas, como a metilação do DNA, pode influenciar o risco de desenvolvimento de obesidade infantil, em concordância com estudos prévios que associaram essas alterações ao risco de doenças metabólicas.
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ALINE SANTANA FIGUEREDO
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BIOPROSPECÇÃO DAS FOLHAS DE Fridericia platyphylla (Cham.) L.G. Lohmann E SELEÇÃO DE SEUS ATIVOS COM ATIVIDADE LEISHMANICIDA IN VITRO
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Data : 10/09/2025
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A terapêutica atualmente utilizada no tratamento da Leishmaniose Tegumentar apresenta limitações importantes, como elevada toxicidade, dificuldades de administração, custos elevados e resistência parasitária. Nesse contexto, produtos naturais atuam como alternativas promissoras por serem fontes de compostos bioativos com potencial leishmanicida. Assim, cita-se a Arrabidaea brachypoda (DC.) Bureau, tradicionalmente empregada no tratamento de cálculos renais e dores articulares, também apresenta atividade contra Leishmania. O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito do extrato padronizado e frações das folhas de A. brachypoda frente promastigotas e amastigotas de Leishmania amazonensis in vitro, além de desenvolver e caracterizar filmes à base de hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) incorporadas com estes compostos. A análise fitoquímica revelou a presença abundante dos flavonoides rutina, taxifolina e eriodictiol. O extrato bruto
(AB) e suas frações (aquosa AQ, diclorometano DCM e hexânica HEX) não apresentaram citotoxicidade significativa em eritrócitos de carneiro e células RAW 264.7. Nos ensaios frente a promastigotas de L. amazonensis, a fração HEX apresentou a melhor atividade (IC50 = 17,23 μg/mL; SI = 132,2), seguida da DCM (IC50 = 37,7 μg/mL; SI = 75,43) e do extrato bruto (IC50 = 144 μg/mL; SI = 19,76). Os filmes de HPMC incorporadas com AB, DCM e HEX foram homogêneas, flexíveis e estáveis, apresentando interações compostos-polímero confirmadas por espectroscopia no infravermelho e difração de raio-X. Os filmes apresentaram citotoxicidade superior a 60% contra promastigotas, destacando-se a formulação HPMCHEX, que também mostrou melhor efeito em amastigotas axênicas, além de reduzir a taxa de infecção de macrófagos. Apesar da atividade reduzida após a incorporação, possivelmente devido à liberação controlada dos compostos, as formulações demonstraram potencial como estratégia terapêutica complementar, podendo favorecer a adesão ao tratamento da Leishmaniose Tegumentar.
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ARTHUR ANDRÉ CASTRO DA COSTA
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ATIVIDADE ANTI-Leishmania DA FORMULAÇÃO DO EXTRATO HIDROETANÓLICO DE Dysphania ambrosioides (L.) INCORPORADO EM MEMBRANAS DE QUITOSANA
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Data : 24/07/2025
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As leishmanioses são um grupo de doenças infecciosas parasitárias causadas por protozoário do gênero Leishmania de incidência em países tropicais e subtropicais, sendo a Leishmaniose Tegumentar (LT) sua forma clínica mais comum. A principal terapêutica utilizada para os casos de LT é a prescriçao dos antimoniais pentavalentes porém, estes estão associados a importantes problemáticas como: alta toxicidade, resistência aos medicamentos e recidiva. Contudo, alguns estudos apontam que a associação de produtos naturais com ação leishmanicida à sistemas de liberação controlada (SLC) são uma promissora terapêutica para LT. Este estudo avaliou o potencial terapêutico da formulação do extrato hidroetanólico de Dysphania ambrosioides (EHDA) incorporado à membrana de quitosana como alternativa para o tratamento da LT, analisando seu perfil químico, físico-químico e efeitos biológicos na atividade leishmanicida e viabilidade in vitro de células de mamíferos. O EHDA foi obtido a partir das folhas de D. ambrosioides, as quais foram secas, trituradas, percoladas, rotaevaporadas e liofilizadas. O EHDA foi incorporado em ácido acético 1% e quitosana 1% e secas em estufa. A caracterização química de polifenóis do EHDA e membranas foi determinada por HPLC e quantificação total de polifenóis (TPC) e flavonóides (TFC). A caracterização físico-química foi analisada por Espectroscopia na Região do Infravermelho com Transformada em Fourier (FTIR), Difração de raios-X (DRX), Teste de solubilidade, Espectroscopia da região do UVVisível, transmissão de vapores de água (TVA) e Microscopia eletrônica de varredura (MEV). Para os ensaios biológicos in vitro, a atividade antipromastigota
(48h) e anti-amastigota (24h) e citotoxicidade em macrófagos (24h) foram determinadas pelo método de MTT. A atividade hemolítica (1h) foi determinada por espectrôfotometro. A taxa de infecção de macrófagos por L. amazonensis (10 Leishmania/1 macrófago) foi determinada por contagem de amastigotas internalizadas. A quantificação de produção de espécies reativas de oxigênio do EHDA e membranas foi realizado por ensaio da atividade da NADPH oxidase em
macrófagos por Amplex red. Foram identificados ácido cafeico, ácido gálico, miricetina, rutina, quercitina e kaempferol como compostos majoritários do EHDA. A cinética de liberação por TFC demonstrou que os flavonóides foram liberados em até 96h a partir da membrana. O EHDA incorporado em quitosana apresentou atividade leishmanicida contra as formas promastigotas e amastigotas de Leishmania amazonensis, e reduziu a taxa de infecção de forma dose-dependente, sem apresentar citotoxicidade para eritrócitos e macrófagos. Sugere-se que os devidos efeitos biológicos observados estejam associados a presença dos polifenóis e flavonóides quantificados após cinética de liberação do EHDA a partir da membrana. As análises físico-químicas das membranas demonstraram que as mesmas apresentaram superfície lisa, sem a presença de rachaduras e estruturas em camadas, com boa estabilidade química em diferentes pHs, alto fator de proteção à radiação UV e alta capacidade de transmissão de vapores de água demonstrando
potencial utilização para tratamento de lesões ulcerativas leishmanióticas. Portanto a membrana do EHDA incorporado em quitosana apresenta ação leishmanicida e baixa toxicidade celular e satisfatória estrutura e propriedades físico-químicas.
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NATALIA NUNES
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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE in vitro DO ÁCIDO TRANEXÂMICO E DA HIDROQUINONA COMO ADJUVANTES EM ISOLADOS CLÍNICOS DE CROMOBLASTOMICOSE CAUSADA POR Fonsecaea pedrosoi
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Data : 30/05/2025
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A Cromoblastomicose (CBM), micose subcutânea crônica causada por fungos melanizados, como Fonsecaea pedrosoi, foi incluída, em 2017, no rol das Doenças Tropicais Negligenciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), destacando a necessidade de avanços no diagnóstico e tratamento. Atualmente o tratamento de escolha é o itraconazol (ITR), embora a resposta ainda seja limitada, mesmo quando associado a outros fármacos ou terapias. A melanina, componente importante da parede celular do F. pedrosoi, está associada à maior virulência e resistência aos tratamentos. A via de síntese da melanina humana e fúngica é
bastante semelhante. Nesse sentido, esse estudo, avaliou, in vitro, o efeito da hidroquinona (HQN) e do ácido tranexâmico (ATX), agentes despigmentantes utilizados no tratamento do melasma, em dois isolados clínicos de Fonsecaea pedrosoi FpJW e FpBR, isoladamente e em associação ao ITR. Além disso, investigou-se, in silico, a interação molecular do ATX em comparação com HQN e Ácido Kójico (KOJ) com alvos da via da melanina, por meio de dockagem molecular. Determinou-se a concentração inibitória mínima (CIM) e a concentração fungicida mínima (CFM) dos fármacos por microdiluição em caldo, com leitura visual. A interação entre ITR e HQN foi avaliada pelo método Tabuleiro de Xadrez. A CIM do ITR foi de 2µg/mL, para FpJW e 0,5µg/mL para FpBR. Além disso, a HQN demonstrou efeito citotóxico e fungicida com CIM e CFM iguais a 780µg/mL para ambos os isolados, mesmo não sendo um antifúngico clássico. A associação HQN + ITR resultou em efeito aditivo, com redução de até 50% da CIM da HQN e de até 1/32 da CIM do ITR para FpJW e 1/16 para FpBR, evidenciando pela primeira vez o efeito da HQN sobre a espécie fúngica e tornando possível seu uso como adjuvante em tratamento do CBM. Além disso, por se tratar de um fármaco tópico e por ter
apresentado efeito fungicida, em casos específicos como os de pacientes hepatopatas, com restrição de uso de terapias sistêmicas, torna-se uma possibilidade de tratamento isolado. Sugere-se, ainda, que ao associar HQN ao ITR seja possível reduzir o tempo de tratamento da doença, incluindo possível reposicionamento do fármaco. A análise in silico demonstrou que o ATX interage com alvos da melanogênese com padrão de ligação semelhante aos da HQN e do KOJ, sugerindo possível ação inibitória da melanina, dando suporte à manutenção do uso desse fármaco como opção terapêutica no melasma, pois sugere fortemente que há ação direta na síntese da melanina, fato ainda pouco elucidado na literatura. Este é o primeiro estudo conhecido a demonstrar, in vitro, o potencial da hidroquinona como adjuvante no tratamento da Cromoblastomicose. A HQN, por ser de uso tópico, baixo custo e segurança já estabelecida, surge como uma alternativa promissora. Os resultados inovadores ampliam o horizonte terapêutico da CBM e reforçam a importância do reposicionamento de fármacos em doenças negligenciadas. Além disso, é o primeiro estudo a comparar in sílico a ação do ATX ao KOJ e HQN e demonstrar ação direta na via de síntese da melanina, elucidando os efeitos clínicos já amplamente relatados na literatura.
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JOÃO VICTOR CARVALHO
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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO DNA EXTRAÍDO DE BIÓPSIAS RENAIS PRESERVADAS EM DIFERENTES SOLUÇÕES E INVESTIGAÇÃO DE VARIANTES DE RISCO DO GENE APOL1 EM PACIENTES COM GLOMERULOPATIAS
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Data : 14/05/2025
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A Doença Renal Crônica (DRC) representa um grave problema de saúde pública, frequentemente relacionada a glomerulopatias de curso progressivo. A identificação de variantes genéticas, como as do gene APOL1, tem sido fundamental para compreender a susceptibilidade e evolução dessas doenças, especialmente em populações de ancestralidade africana. O presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade e integridade do DNA genômico extraído de biópsias renais conservadas em diferentes meios (Michel, Bouin e formol) e investigar a presença das variantes G1 e G2 do gene APOL1 em pacientes atendidos no serviço de Nefrologia do LIME-HUUFMA. Foram utilizadas amostras parafinadas, frescas e congeladas, com extração de DNA realizada por protocolos específicos para cada tipo de conservação. A qualidade do DNA foi avaliada por espectrofotometria (A260/A280), eletroforese em gel de agarose e testes de amplificação por PCR. Os resultados demonstraram uma clara influência do meio de conservação sobre o rendimento e a pureza do material genético extraído. As amostras armazenadas em solução de Michel apresentaram os melhores parâmetros de purificação, com concentrações variando de 3,3 ng/μL a 200,7 ng/μL e razões A260/A280 entre 1,8 e 1,9, valores ideais para DNA puro. Essas amostras também apresentaram maior taxa de sucesso na amplificação por PCR, com bandas visíveis e bem definidas. Fragmentos maiores e oriundos da região cortical do rim contribuíram significativamente para a obtenção de DNA com melhor qualidade, devido à maior densidade celular.Por outro lado, as amostras fixadas em Bouin mostraram-se extremamente degradadas, com baixas concentrações, ausência de bandas na eletroforese e razões de pureza fora da faixa ideal. A presença de ácido pícrico e a ação prolongada do fixador resultaram em modificações químicas no DNA, comprometendo as etapas de extração e purificação. Os dados reforçam que a escolha do meio de conservação e a área de origem do fragmento são determinantes para a recuperação de DNA viável. A padronização de protocolos de coleta e conservação, com preferência por amostras embebidas em Michel, pode otimizar estudos moleculares, especialmente aqueles voltados à genotipagem de variantes como as do gene APOL1, com implicações diagnósticas e prognósticas
relevantes.
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CLARIANO PIRES DE OLIVEIRA NETO
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AVALIAÇÃO DE BIOMARCADORES CELULARES E MOLECULARES NA FISIOPATOLOGIA DE CRANIOFARINGIOMAS
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Data : 05/05/2025
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Craniofaringiomas são tumores cerebrais raros que, apesar de serem classificados como benignos, apresentam características invasivas que podem comprometer estruturas vitais do cérebro. Essas neoplasias representam 2 a 5% dos tumores intracranianos e afetam tanto crianças quanto adultos, sem predileção por sexo. Existem dois subtipos principais, o adamantinomatoso e o papilar, que se distinguem por suas características histológicas e moleculares. Os mecanismos biológicos e moleculares que conduzem ao desenvolvimento e progressão dos craniofaringiomas
ainda não são completamente esclarecidos, assim como há escassez de opções terapêuticas eficazes para seu tratamento. Este é um tema relevante devido à alta taxa de morbidade associada à doença e à limitada eficácia dos tratamentos atuais, restritos à cirurgia e radioterapia, que muitas vezes resultam em recorrência tumoral e comprometimento significativo da qualidade de vida dos pacientes. A questão específica a ser investigada é a identificação de biomarcadores moleculares e genéticos que possam prever a agressividade dos craniofaringiomas e fornecer alvos terapêuticos potenciais. Hipotetiza-se que a expressão de proteínas como Ki-67, betcatenina e VDAC2, estejam associadas a variações na agressividade dos tumores e na resposta ao tratamento. Evidências que sustentam essa hipótese incluem estudos que mostraram a presença de mutações e alterações na expressão dessas e proteínas em craniofaringiomas e outros tumores, sugerindo sua relevância na oncogênese e na progressão tumoral. A metodologia adotada incluiu a análise histológica, imunohistoquímica e molecular de amostras tumorais de pacientes com craniofaringiomas, visando caracterizar os aspectos clínicos e genéticos da doença e correlacioná-los com a agressividade tumoral e a resposta ao tratamento, com o objetivo de identificar novas estratégias terapêuticas e melhorar o manejo clínico desses tumores.
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ARMANDO REINALDO MARQUES SILVA
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AVALIAÇÃO DA OSTEOARTRITE: Análise Radiológica e Comportamental em Modelo Experimental
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Data : 10/04/2025
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A osteoartrite (OA) é uma doença osteoarticular degenerativa crônica que causa dor, rigidez e
limitação da função articular, sendo uma das principais causas de incapacidade em idosos. O
objetivo do estudo foi caracterizar radiologicamente a OA experimental em ratos e relacionar
esses achados com análises comportamentais. Foram utilizados 36 ratos, divididos em seis
grupos, incluindo machos e fêmeas saudáveis, e grupos submetidos ao protocolo experimental de OA, com e sem tratamento com anti-inflamatório não esteroidal (AINE). Nos dias 0, 7, 14, 21 e 28 experimentais foram realizados os testes comportamentais e de motricidade de weigh bearing, rotarod e Von Frey e os exames radiológicos. Os resultados mostraram que, após 28 dias, houve melhora na capacidade de deambulação forçada e no limiar nociceptivo entre os grupos, sem diferença estatisticamente significativa entre os grupos tratados e não tratados, assim como entre machos e fêmeas. Os principais achados radiológicos incluíram redução do espaço articular, esclerose óssea e osteófitos marginais. Concluiu-se que os achados radiográficos podem ter pouca relação com os sintomas apresentados pelos animais, especialmente quando relacionados aos testes comportamentais de motricidade.
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RAYSSA MARIA MARQUES PINTO
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POTENCIAL MOLUSCICIDA DE EXTRATOS E ÓLEOS ESSENCIAIS DE ESPÉCIES VEGETAIS PARA CONTROLE DA TRANSMISSÃO DA ESQUISTOSSOMOSE
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Data : 20/03/2025
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A esquistossomose mansônica é uma doença negligenciada, com alta incidência nas Américas, Ásia e África. Dentre as medidas profiláticas de controle é destacado uso de moluscicidas, para combate ao caramujo transmissor; sendo reconhecido a niclosamida como moluscicida sintético padrão, segundo a Organização Mundial de Saúde, dada eficiência no controle dos caramujos; porém apresenta algumas desvantagens, tais como: custo elevado, aumento de resistência e alta toxicidade a peixes e outros organismos aquáticos. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial dos extratos das folhas de Azadirachta indica A. Juss (nome vernacular: nim) e dos óleos essenciais de Pterodon emarginatus Vogel (sucupira) e Psidium guineense (araçá) no controle da esquistossomose, além de realizar a caracterização química dos óleos e extrato e avaliar a segurança de tais produtos vegetais em organismos não-alvos; bem como realizar uma revisão de literatura de espécies vegetais com potencial moluscicida. Nos materiais vegetais foi avaliada a atividade moluscicida em Biomphalaria glabrata (embriões, recém-eclodidos e adultos) e cercaricida investigação da composição química e análise de parâmetros de toxicidade (Artemia salina). Foi realizada uma revisão sistemática, usando como descritores atividade moluscicida e Biomphalaria, abrangendo o período de 2000 a 2024. Para as análises biológicas e químicas foram empregadas obtidos extratos a partir de secas e trituradas de Azadirachta indica, submetidas a maceração por ultrassom, com emprego de etanol a 70% (hidromódulo 1:4) e óleos essenciais obtidos das folhas de Pterodon emarginatus e Psidium guineense por
hidrodestilação em aparelho Clevenger. Para definição de parâmetro de segurança foi realizado testes de ecotoxicidade dos produtos em frente aos organismos não-alvos; bem como caracterização química para definição de marcadores e avaliação de rendimento. Com os resultados já alcançados e a serem alcançados esperamos contribuir no controle da esquistossomose com espécies vegetais nativas; bem como indicar espécies vegetais inventariadas na revisão da literatura para continuidade de estudos na área. Os resultados, evidenciam que três produtos analisados apresentaram toxicidade em alguma fase de vida do Biomphalaria glabrata. Porém o óleo essencial de Pterodon emarginatus foi o produto que
demonstrou melhor bioatividade, uma vez que foi capaz de matar tanto recém-eclodidos como caramujos adultos e atendendo os critérios estabelecidos pela WHO.
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RAYSSA DE QUEIROZ ARAUJO
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IMPACTO DA SAZONALIDADE NA INFECÇÃO POR VERMES PULMONARES EM BOVINOS DA
AMAZÔNIA BRASILEIRA
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Data : 14/03/2025
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Nematódeos do gênero Dictyocaulus são responsáveis pela dictyocaulose, uma doença respiratória que afeta bovinos no Brasil e em outros países ao redor do mundo, podendo levar à morte dos animais e a perdas significativas na produtividade pecuária. No entanto, há lacunas no conhecimento sobre a biologia desse nematódeo no Brasil, particularmente na região Amazônica, onde há poucos relatos desse parasita. Sendo assim, o estudo investigou a prevalência e a carga parasitária de Dictyocaulus sp em bovinos de corte em uma fazenda localizada no Maranhão, uma região com clima tropical quente e úmido e uma estação chuvosa de janeiro a junho. Dois grupos de animais de diferentes idades foram avaliados: Lote A, composto por bovinos mais velhos, e Lote B, composto por animais mais jovens. Os resultados mostraram maior prevalência de infecção em animais mais jovens, com cargas parasitárias variáveis ao longo do tempo, principalmente durante os meses de maior índice pluviométrico. Nos bovinos mais velhos, foi observada uma tendência ao desenvolvimento de imunidade protetora, com baixa prevalência e ausência de sinais clínicos. Além disso, a técnica de sequenciamento de nova geração (NGS) foi utilizada para identificar as espécies de Dictyocaulus, revelando a presença de diferentes espécies, incluindo algumas associadas a hospedeiros silvestres, o que sugere a possibilidade de variações genéticas locais ou
contaminação. A técnica de Baermann foi eficaz na detecção da infecção, embora com algumas limitações. O estudo destaca a importância de monitorar a infecção, especialmente em animais jovens, e de implementar estratégias de controle adequadas para prevenir perdas econômicas no rebanho.
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EMIR NUNES PIAUILINO
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INFLUÊNCIA DO POLIMORFISMO DO GENE FTO E DO HISTÓRICO FAMILIAR DE DIABETES SOBRE O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO DE ADOLESCENTES
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Data : 12/03/2025
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Doenças metabólicas como a Diabetes mellitus (DM) estão associadas a alterações que levam a danos nos mais diferentes sistemas orgânicos, incluindo Sistema Nervoso Autônomo (SNA) e cardiovascular. A literatura associa o desenvolvimento da DM e de outras doenças metabólicas com fatores genéticos e estilo de vida, ressaltando a obesidade como um grande fator de risco. São descritos diferentes genes que estariam associados à obesidade e indiretamente à DM, como é o caso do gene FTO. Ele apresenta polimorfismos de base única, os quais estão relacionados a processos de alteração metabólica, em especial o alelo mutante A, levando a patologias secundárias, como a DM e suas complicações. A maioria destas
complicações só é diagnosticada tardiamente, quando o dano já está instalado. Acredita-se que alterações em diversos parâmetros fisiológicos podem ser percebidas precocemente em pacientes com polimorfismo do gene FTO, assim como ocorre com pacientes diabéticos ou pré-diabéticos, mesmo que não haja alterações laboratoriais relacionadas. Assim, o presente estudo propôs avaliar a presença do gene FTO mutante e alterações precoces em adolescentes com histórico familiar de DM, bem como a determinação da influência desse gene sobre distúrbios autonômicos e funções cardiovasculares. Para tanto, foram incluídos 115 adolescentes não diabéticos, com histórico familiar de DM, que foram divididos em 3 grupos de acordo com os genótipos relativos ao gene FTO. Estes foram submetidos a teste genético para determinação genotípica e então comparados os resultados entre os grupos AA, AT e TT, além de dosagem glicêmica, medidas antropométricas e análise da Variabilidade da Frequência Cardíaca obtida através do Eletrocardiograma. Para os resultados obtidos, não foram percebidas alterações antropométricas ou laboratoriais entre os grupos. Entretanto, nas avaliações eletrocardiográficas constatou-se disfunções autonômicas nos grupos portadores do gene mutante A, em especial nos índices relacionados a variabilidade de frequência cardíaca (VFC), que representa um importante mecanismo adaptativo orgânico. Portadores do alelo mutante A, principalmente em homozigose, tiveram índices de VFC reduzidos quando comparados aos outros genótipos. Ficou evidenciado também que portadores do polimorfismo do gene FTO apresentam maior ativação simpática e menor atividade parassimpática na modulação da atividade cardíaca, sugerindo que tal polimorfismo
esteja relacionado à disautonomias cardiovasculares. Em conjunto, estes resultados contribuem para validar a determinação do gene FTO como biomarcador relevante na detecção precoce de possíveis complicações decorrentes de algumas doenças crônicas em indivíduos com histórico familiar de diabetes, podendo ser útil como ferramenta relevante de preditor de saúde cardiovascular e metabólica.
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ICARO RODRIGO DUTRA CUNHA
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PROSPECÇÃO QUÍMICO-FARMACOLÓGICA DO EXTRATO DAS FOLHAS DE Fridericia platyphylla SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE ROEDORES
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Data : 12/03/2025
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As doenças que afetam o sistema cardiovascular são as pricipais causas de mortes a nível mundial, dentre elas a Hipertensão Arterial Sistêmica. Atualmente, as principais terapias para o tratamento dessas desordens é farmacológico. Entretanto, a busca por novas alternativas como principais métodos ou como adjuvantes é de extrema importância. As pesquisas de plantas medicinais com potencial para o desenvolvimento de medicamentos para tratar essas patologias estão avançando cada vez mais. Diversos vegetais são potenciais candidatos para essas novas descobertas, dentre eles a Fridericia platyphylla, pertencente à família Bignoninaceae. Conhecida popularmente como cervejinha-do-campo, a este vegetal são atribuídas atividades anti-inflamatórias, antibacterianas e analgésicas. O presente estudo
investigou os componentes químicos e os efeitos farmacológicos das folhas do extrato, incluindo a toxicidade a nível celular e toxicidade aguda e seu efeito vasorelaxante em aortas isoladas de ratos. Realizou-se uma revisão sistemática sobre os efeitos biológicos dos extratos e compostos isolados de F. platyphylla e compreensão de seus mecanismos farmacológicos. Paralelamente, as folhas da Fridericia platyphylla passaram por diversos processos para obtenção do seu extrato. Em seguida, o mesmo foi submetido a processos cromatográficos, na intenção de identificar e caracterizar seu componentes químicos. A avaliação da citotoxicidade foi realizada através do método MTT [brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5- difeniltetrazólico]. A toxicidade aguda do EHFP foi testada em ratos adultos, da espécie Rattus norvegicus, seguindo protocolos e diretrizes internacionais. Procedeu-se com avaliação comportamental diariamente, além da análise de parâmetros
hematológicos e bioquímicos. Foi realizado o estudo do vasorelaxamento do EHFP em aneis aórticos dos animais Quanto à prospecção científica, foram revisados 842 estudos, dos quais 111 abordaram a temática, resultando em 18 artigos incluídos nesta revisão. Os resultados da cromatografia identificaram a presença de 10 metabólitos secundários, todos da classe dos flavonoides. No teste de viabilidade celular, extrato mostrou-se seguro se utilidado nas concentrações ideais, além de um efeito proliferativo das células. Na toxicidade aguda, não houve morte de nenhum animal, sugerindo que a DL50 do EHFP é maior que 2000 mg/kg. Também não foram observadas alterações neurocomportamentais, hematológicas e nem hemodinâmicas. Na avaliação bioquímica, a lactato desidrogenase (LDH) dos animais tratados com o EHFP mostrou-se alterada. O efeito vasorelaxante do EHFP foi dependente da sua concentração e independente da presença ou ausência do endotélio. Além disso, o
vasorelaxamento não se deu através de canais de potássio.
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SIMONE BATISTA MUNIZ
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Atividade antimicrobiana do extrato de Vismia guianensis contra Escherichia coli in vitro e in vivo.
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Data : 10/03/2025
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Vismia guianensis (Aubl.) Choisy, família Hypericaceae, conhecida popularmente como
lacre" tem sido alvo de estudos de bioprospecção devido suas propriedades medicinais que
incluem: atividade antioxidante, antimicrobiana e anti-inflamatória. Este estudo avaliou o
efeito antibacteriano do extrato das folhas de V. guianensis (EHVG) contra Escherichia coli in
vitro e na infecção letal in vivo usando larvas de Tenebrio molitor. A ação antimicrobiana in
vitro foi avaliada pelo ensaio de microdiluição em caldo, para determinar a concentração
inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM) sobre cepas padrão
Escherichia coli (ATCC 25923), e linhagens clínicas E. coli (31218), E. coli EPEC (2348/69).
O efeito do extrato foi avaliado sobre a adesão e os biofilmes pré-formados e formados. Nos
ensaios in vivo as larvas de T. molitor foram utilizadas para padronizar o inóculo letal usando
concentrações bacterianas que variaram de 101 e 109 UFC/μL. Na infecção letal por E. coli (105 CFU/μL) as larvas foram divididas em seis grupos (n=10 larvas/grupo): Sham- sem infecção ou tratamento, e cinco grupos infectados ( E. coli 105 UFC/μL) e tratados por via intracelômica (ic 10 μL) da seguinte forma: Controle: recebeu PBS; MERO: tratado com Meropenem (0,625 μg/mL); EHVG1⁄2 - tratado com o extrato na concentração correspondente ao valor de CIM (62,5 μg/mL); EHGVC- tratado com a concentração CIM (125 μg/mL) e EHGV2- tratado com a concentração de 2x CIM (250mg/mL). E. coli ATCC 25922 foi a mais sensível ao tratamento com EHVG (CIM de 125 μg/mL) enquanto as demais culturas apresentaram CIM variando entre 500 μg/mL (EPEC 2348/69) e 1000 μg/mL (E.coli -31218). A CBM foi semelhante para todas as amostras (1000 μg/mL) e a razão entre CBM/CIM indicou ação bactericida para o extrato. O EHVG reduziu a biomassa e a viabilidade de todas as amostras, na avaliação dos efeitos sobre a adesão, e os biofilmes pré-formados e formados. Nos ensaios in vivo o EHVG prolongou a vida das larvas de T. molitor infectadas letalmente com E. coli, sendo que melhor resultado ocorreu no grupo tratado com a maior dose (EHVG2). Concluímos que o tratamento com EHVG é capaz de inibir os fatores de virulência de diferentes culturas de E. coli in vitro, o que pode estar associado à maior sobrevida das larvas infectadas letalmente. Inferimos, ainda, sem evidências diretas, que a ação observada deve-se ao fitocomplexo presente no EHVG, considerando que compostos isolados, como a antraquinona, apresentam efeito antimicrobiano.
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LARISSA HELENA SOUSA BALDEZ CARVALHO
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ASSOCIAÇÃO DA EXPRESSÃO DE GENES MODULADORES DA INFLAMAÇÃO COM DADOS CLÍNICOS DE PACIENTES COM CÂNCER DE PÊNIS
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Data : 10/03/2025
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O carcinoma de células escamosas de pênis (CCEP) acomete homens principalmente em países em desenvolvimento, mas tem apresentado aumento de casos também em países desenvolvidos. No Brasil, o estado do Maranhão apresenta a maior incidência, sendo considerada uma das maiores do mundo. Na sua complexidade, os fatores de risco incluem baixas condições socioeconômicas, presença de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), infecção por papilomavírus humano (HPV), fimose, inflamações crônicas e tabagismo. O
presente trabalho visa avaliar a expressão de genes associados a inflamação nos tecidos tumorais e adjacentes, não tumorais, de pacientes com CCEP. As amostras foram coletadas de 11 pacientes submetidos a penectomia, totalizando 22 amostras (tecido tumoral e tecido adjacente não tumoral). As amostras foram armazenadas em RNA latterTM e mantidas a -80∘C até a extração de DNA para detecção e genotipagem viral por PCR Multiplex e PCR Nested. O RNA foi extraído para análise da expressão de genes inflamatórios por RT-PCR. O perfil sociodemográfico mostrou que a maioria dos indivíduos tem baixa escolaridade, residem no interior do estado e têm idade média de 61,45 anos. Na detecção do HPV, inicialmente, 54,5% das amostras foram positivas para HPV, apresentando os subtipos mais frequentes: 6, 43 e 40, e menos frequentes: 16, 42, 50 e 72. As amostras negativas (n=7
pacientes) foram reanalisadas por PCR Nested, sendo que 6 pacientes positivaram, em pelo menos uma das amostras teciduais, determinando uma frequência de 81,8% das amostras positivas para HPV. A análise da expressão gênica mostrou que o tecido tumoral apresentou maior expressão dos genes inflamatórios, comparado ao tecido adjacente. Entretanto não houve correlação com o estadiamento dos pacientes. O perfil de expressão entre os pacientes foi variável, mas os genes TGF-β, IFN e NFκBforam amplificados na maioria deles. Subdividindo as amostras de tecido em HPV positivas e negativas, a quantificação relativa de
RNA mensageiro (RNAm) mostrou que uma tendência de maior número de ciclos de amplificação para os genes TGF-β e IFN nos tecidos tumorais HPV positivos e nos tecidos adjacentes HPV negativos. Os dados preliminares ratificam a relevância do HPV na carcinogênese peniana e a análise de genes inflamatórios colabora na compreensão do mecanismo tumoral e na detecção de possíveis alvos terapêuticos.
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LUNA NASCIMENTO VASCONCELOS
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Estudo da atividade antitumoral de flavonoides Brachydinas em linhagens de câncer de mama
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Data : 07/03/2025
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Fridericia platyphylla é um arbusto nativo do Cerrado brasileiro e com grande potencial antiproliferativo, segundo a literatura científica. No mundo, o câncer de mama mata milhares de mulheres todo ano e uma de suas mais principais problemática é a falta de tratamentos acessíveis. O objetivo deste trabalho foi investigar a atividade antitumoral das Brachydinas A e C frente a diferentes linhagens celulares de câncer de mama (MCF-7- adenocarcinoma mamário hormônio responsivo e MDA-MB-231- adenocarcinoma mamário triplo negativo) e em linhagem
não tumoral GM07492A - fibroblasto pulmonar não tumoral). A metodologia envolveu análises in sílico de predição, da regra de Linpiski e de receptores alvos. O estudo in vitro foi composto por ensaios de citotoxicidade, migração celular, apoptose, caspases, morfologia e ciclo celular. A abordagem in sílico revelou que as Brachydinas atendem as características químicas relevantes para protótipos de fármacos. A predição in sílico indicou que as Brachydinas possuem grande possibilidade de interação com o fator induzido por hipóxia (HIF 2α). As concentrações de IC50 obtidas para as Brachydinas A e C variaram entre 4,62 e 6,00 μg/mL para as três linhagens.
Brachydinas A e C demonstraram um forte efeito pró-apoptótico, com morte em mais de 90% das células de MCF-7 e GM nas primeiras 24 horas de tratamento. O ensaio de imunofluorescência revelou a ativação das caspases, em MCF-7 e GM. A análise morfológica das células após o tratamento revelou alterações típicas do processo apoptótico, como redução no volume celular, perda de adesão e presença de núcleos condensados e corpos apoptóticos em MCF-7 e GM. No ensaio de migração celular, os flavonoides Br-A e Br-C mostraram ter baixa capacidade de inibir a migração celular em GM e MCF-7; em MDA-MB-231 não causou interferência significativa. Os
flavonoides Br-A e Br-C não alteraram a distribuição do ciclo celular nas linhagens estudadas, não havendo um efeito linhagem-dependente sobre a progressão do ciclo celular. Em resumo, as Brachydinas A e C possuem um notável potencial antiproliferativo e pró-apoptótico em células de câncer de mama, sugerindo que esses flavonoides podem ser explorados no desenvolvimento de terapias anticâncer.
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LARICIA CIRQUEIRA PINHEIRO
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OCORRÊNCIA DE Aedes aegypti (LINNAEUS) E Aedes albopictus (SKUSE) EM SÃO LUÍS, MARANHÃO: IMPACTOS DAS VARIÁVEIS AMBIENTAIS E CLIMÁTICAS EM ÁREAS URBANAS E FLORESTAIS
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Data : 27/02/2025
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Este estudo avaliou a ocorrência de Aedes aegypti e Aedes albopictus em ecótopos urbanos e
florestais de São Luís, Maranhão, Brasil, considerando as variações sazonais entre as estações seca e chuvosa. Ovitrampas foram instaladas em áreas urbanas e florestais urbanas, e os dados coletados foram analisados utilizando índices entomológicos (IPO e IDO), razão sexual e Análise de Coordenadas Principais (PCoA), com a distância de Gower como índice de dissimilaridade. No total, foram coletados 9.424 ovos e identificados 5.362 indivíduos adultos, dos quais 3.589 eram Ae. aegypti e 1.813, Ae. albopictus. Observou-se que Ae. aegypti predominou em áreas urbanas, enquanto Ae. albopictus foi encontrado em ambos os ecótopos. A análise PCoA revelou que a precipitação, velocidade do vento e a temperatura média mensal foram as principais variáveis associadas à distribuição espacial dos mosquitos. Para Ae. aegypti, a precipitação influenciou especialmente os ambientes urbanos. Já para Ae. albopictus, a temperatura média foi determinante tanto nas áreas urbanas quanto florestais. Os resultados destacam a importância de considerar o papel de Ae. albopictus como reservatório em fragmentos florestais, uma vez que pode reintroduzir doenças em áreas urbanas, representando um desafio adicional para o controle vetorial.
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ANA JESSICA SOUSA COELHO
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ANÁLISE DO LÓCUS DE SENSIBILIDADE À MILTEFOSINA EM ISOLADOS CLÍNICOS DE Leishmania infantum ORIUNDOS DE PACIENTES EM UMA ÁREA DE ALTA ENDEMIA
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Data : 27/02/2025
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A quimioterapia representa a principal estratégia de tratamento da leishmaniose visceral (LV). No entanto, o arsenal terapêutico é limitado a poucos medicamentos como o antimonial pentavalente (Glucantime®) e a anfotericina B, ambas associadas à alta toxicidade e frequentes casos de falhas terapêuticas. A Miltefosina (MT) surge como uma alternativa promissora, embora a suscetibilidade das espécies de Leishmania a esse fármaco seja variável, especialmente em Leishmania (Leishmania) infantum. Estudos prévios demonstram que a baixa resposta dessa espécie à MT no Brasil deve-se ao fenômeno de resistência natural ao fármaco relacionado a deleção do lócus MSL (Lócus de Sensibilidade à Miltefosina) no parasito. Desse modo, objetiva-se correlacionar o status do lócus gênico do MSL com a sensibilidade in vitro à Miltefosina de isolados clínicos de L. (L.) infantum obtidos de pacientes com LV do estado do Maranhão, Brasil. A suscetibilidade à MT foi testada em formas promastigotas através do ensaio de MTT e em amastigotas intracelulares utilizando
modelo de infecção in vitro em macrófagos para contagem da taxa de infecção após tratamento com Miltefosina. A análise do lócus MSL foi realizada pelo sequenciamento do genoma. As sequências foram mapeadas e a cobertura de leitura nas regiões do MSL foi estimada para determinar se os genes estavam deletados. Os resultados demonstraram variabilidade intraespecífica na sensibilidade à MT em ambos os estágios do parasito. A IC50 em formas promastigotas variou de 5,84 a 25,17 μM, enquanto as formas amastigotas intracelulares foram mais sensíveis, com EC50 entre 1,56 e 7,36 μM. Ademais, entre os 10 isolados sequenciados, 4 apresentaram deleção do lócus MSL. A partir disso, a correlação entre o status do MSL e a sensibilidade à MT mostrou uma diferença estatisticamente significativa na EC50 entre os parasitos com e sem a deleção (p < 0,0001), indicando que os parasitos MSL- são os mais tolerantes à Miltefosina. Esses achados reforçam que a deleção do lócus MSL no genoma de Leishmania (Leishmania) infantum está diretamente relacionada à resposta in vitro ao tratamento com miltefosina. A compreensão desse mecanismo é essencial para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais eficazes contra a leishmaniose visceral.
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RAYANA LARISSA PINHEIRO SOARES FERREIRA
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DESENVOLVIMENTO DE UM FILME DE GOMA XANTANA INCORPORADO COM NANOEMULSÃO
DE ÓLEO ESSENCIAL DE Mentha piperita L. COM ATIVIDADE ANTIBACTERIANA CONTRA
Pseudomonas aeruginosa
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Data : 26/02/2025
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Infecções causadas por Pseudomonas aeruginosa são comuns em feridas abertas e de longa
duração, sendo o tratamento dessas feridas considerado um desafio. Os curativos são cruciais na cicatrização de feridas, pois possuem propriedades para absorver o exsudado, manter umidade e acelerar a cicatrização, e quando associados a óleos essenciais, podem possuir ação antimicrobiana. Sendo assim, este estudo teve como objetivo formular um filme à base de goma xantana incorporado com nanoemulsão do óleo essencial de Mentha piperita e avaliar sua atividade antimicrobiana in vitro contra P. aeruginosa. Neste estudo foi utilizada a cepa de P. aeruginosa ATCC 27853 e o teste de Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi realizado para determinar a concentração de ação do óleo essencial de Mentha piperita. Após a obtenção da CIM, foram preparados três filmes à base de goma xantana e propilenoglicol: filme controle (GX), filme com a nanoemulsão do OE de Mentha piperita (GX+NMp) e neomicina (GX+Neo), baseado em um delineamento composto central rotacional (DCCR). Em seguida, os filmes foram submetidos aos testes de caracterização física, antimicrobiana e morfológica por microscopia eletrônica de varredura (MEV). Além destes, espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR), ensaio hemolítico e de toxicidade com larvas de Tenebrio molitor, bem como modelos experimentais ex vivo e in vivo de feridas infectadas. Foi possível mostrar que o óleo essencial apresentou uma CIM de 0.9 mg/mL e a neomicina, 0.008 mg/mL. Na microscopia eletrônica foi possível observar que os compostos testados foram bem distribuídos na matriz polimérica. A espessura dos filmes GX, GX+NMp e GX+Neo foi, respectivamente, 0.067 ± 0.017, 0.116 ± 0,012 e 0.068 ± 0.016. A rugosidade média da GX, GX+NMp e GX+Neo foi de 1.316 ± 0.179, 0.906 ± 0.137 e 1.337 ± 0.218, respectivamente. Os filmes apresentaram estruturas elásticas que variaram de 107.6 a 114.2% e luminosidade mais próxima do branco, com tonalidades semelhantes. Na FTIR, houve a confirmação da goma xantana presente em todas os filmes, através do alongamento C-O de éteres alquílicos e ligações glicosídicas. Para o filme GX+NMp foi observada uma flexão no plano da ligação O-H. No teste de zona de inibição foi constatado que os filmes incorporados com 1% da nanoemulsão e 1% da neomicina aprsentaram ação antimicrobiana. O filme GX+NMp mostrou efeito bacteriostático contra P. aeruginosa e reduziu a carga bacteriana em experimento ex vivo. Além disso, a nanoemulsão não teve efeito tóxico sobre larvas de Tenebrio molitor. A ação hemolítica dos filmes XG, XG+NMp e XG+Neo foi, respectivamente, 2,6%, 5,2% e 10,8%. O filme de GX+NMp acelerou a cicatrização das feridas infectadas in vivo com redução significativa da gravidade a partir do 4o dia de tratamento (p<0,0001). A carga bacteriana também foi reduzida de maneira significativa pelo filme GX+MNp (1,329 ± 2,577) quando comparada aos outros grupos, GX (-0,8478 ± 0,4458) e GX+Neo (-0,2606 ± 0,9875). Desta forma, os resultados obtidos neste estudo mostram que os filmes incorporados com a nanoemulsão de M. Piperita apresentaram ótima estabilidade, com características físico-químicas da formulação dentro dos padrões exigidos e com ação antimicrobiana e cicatrizante sobre feridas infectadas por P. aeruginosa, sendo, portanto, uma excelente alternativa como curativo voltado para o tratamento de feridas infectadas por este patógeno.
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VINICIOS OLEGARIO MESQUITA ARRAES
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POLIMORFISMO DO GENE tax e SEUS ELEMENTOS RESPONSIVOS NO GENOMA PROVIRAL DO VÍRUS T-LINFOTRÓPICO HUMANO DO TIPO 1 (HTLV-1): ANÁLISE EM PORTADORES ASSINTOMÁTICOS E SINTOMÁTICOS DO ESTADO DO MARANHÃO.
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Data : 26/02/2025
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O Vírus T-linfotrópico Humano do tipo 1 (HTLV-1) é um retrovírus oncogênico que pode levar ao desenvolvimento da leucemia/linfoma de células T do adulto (ATLL), além de doenças neurodegenerativas, como mielopatia associada ao HTLV-1 (HAM). O HTLV-1 é endêmico em alguns países como o Brasil, no Maranhão as prevalências variam entre 0,1-0,99%. O genoma do HTLV-1 apresenta em sua extremidade região 5LTR que contém sítios promotores, como os elementos responsivos de Tax (TRE), e codifica a proteína Tax, cuja função e polimorfismos
gênicos estão relacionados com a patogênese da infecção e o quadro clínico dos infectados. Ademais a interação entre Tax e TRE é de extrema importância para a transcrição dos elementos virais. Dessa forma, este estudo tem como objetivo analisar regiões promotoras e codificantes do genoma proviral, sequências de LTR e do gene tax, a fim de conhecer as variantes circulantes na região e a possível associação destas com doença em pessoas vivendo com HTLV. A partir de uma
amostragem de conveniência, 9 indivíduos positivos para o vírus HTLV-1 foram incluídos neste estudo, 7 eram assintomáticos e 2 com HAM. A confirmação da infecção foi realizada pelos testes sorológicos de ELISA e Western Blot. O DNA proviral extraído foi utilizado para amplificação da região LTR, por nested PCR, e do gene tax, por PCR convencional, seguida de sequenciamento de Sanger, as sequências obtidas foram alinhadas entre si e com a sequência de referência ATK1 para avaliar a presença de polimorfismos, e as sequências de tax também foram utilizadas na construção da árvore filogenética. O alinhamento da região promotora das 9 sequências de LTR identificou a presença dos polimorfismos A125G (7/9 amostras) e G174A (7/9 amostras) na primeira e segunda repetição de TRE, respectivamente. O alinhamento das 7 sequências parciais da região tax revelou a presença dos polimorfismos C7897T, C7959T e G8208A (7/7 amostras), T7891C (5/7), C7930T (1/7). As trocas de nucleotídeos C7959T e G8208A resultam em mutações não sinônimas e conduzem as trocas de aminoácidos A→V e S→N, que ocorrem nos domínios de ativação da via NF-kB e proteína CREB, respectivamente. A presença dos polimorfismos encontrados estão associadas ao genótipo transcontinental cosmopolita taxa, revelado pela filogenia. Quando comparada a presença dos polimorfismos entre os portadores assintomáticos e com HAM, não houve diferença estatisticamente significativa (p=1,000). Avaliando frequências dos
polimorfismos em ambas a regiões estudadas, é possível observar uma maior frequência dos polimorfismos A125G e G174A nas amostras com os polimorfismos presentes em tax. A análise das regiões LTR e tax demonstrou a presença de polimorfismos que podem influenciar na dinâmica de ativação da região promotora do genoma proviral, bem como interferir em vias que podem levar ao desenvolvimento de patologias relacionadas ao vírus. Além disso, os polimorfismos
encontrados na região tax são característicos no Brasil, padrão esse decorrente da entrada do vírus no país que se deu, em maioria, pelo tráfico de pessoas escravizadas do continente africano e refletindo no genótipo encontrado. O achado destes polimorfismos também agrega aos restritos dados moleculares disponíveis na 5 literatura para melhor compreensão da diversidade viral, suas implicações epidemiológicas e clínicas.
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ADENILSON PEREIRA GALVAO FILHO
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FATORES ASSOCIADOS AO USO DE MEDICAMENTOS POR ADOLESCENTES: CONTRIBUIÇÃO DA 3ª FASE DA COORTE BRISA SÃO LUÍS, MA.
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Data : 25/02/2025
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A adolescência é um período caracterizado por intensas transformações físicas, hormonais e
sociais. As peculiaridades fisiológicas e farmacocinéticas dessa faixa etária, que se alteram ao
longo do tempo, tornam os adolescentes mais susceptíveis aos efeitos adversos dos
medicamentos, o que requer uma atenção especial nos estudos de farmacovigilância. A escassez de pesquisas sistemáticas sobre o uso de medicamentos por adolescentes, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil, limita a compreensão dos impactos desse uso. Este estudo teve como objetivo identificar os fatores associados ao uso de medicamentos por adolescentes da coorte BRISA, em São Luís (MA), com uma amostra de 2.368 adolescentes. Trata-se de um estudo analítico transversal, integrado à coorte de nascimento BRISA (Brazilian Ribeirão Preto and São Luís Birth Cohort Studies), a qual acompanha 5.166 nascimentos desde 2010, com seguimento no segundo ano de vida. Em 2022-2023, a coorte foi reavaliada aos 11 e 12 anos. O estudo incluiu variáveis sociodemográficas, de saúde e de uso de medicamentos, classificados conforme a Denominação Comum Brasileira (DCB) e o sistema Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para analisar os fatores associados ao uso de medicamentos, foi empregado um modelo de regressão de Poisson com variância robusta, considerando variáveis independentes e utilizando a abordagem hierarquizada. Os dados foram coletados por meio do software RedCap® e analisados no programa Stata 15.0. Os resultados revelaram que 5,4% dos adolescentes relataram o uso de medicamentos nos dois meses anteriores à entrevista. Os medicamentos mais utilizados pertenciam ao grupo de fármacos para o sistema musculoesquelético (26,2%), com destaque para os anti inflamatórios e antirreumáticos (25,4%), seguidos por analgésicos (25%) e medicamentos para o sistema respiratório, como preparações para tosse e resfriados (12,3%). A análise hierárquica ajustada por regressão de Poisson indicou que adolescentes provenientes de famílias com renda da classe C apresentaram uma prevalência significativamente maior no
uso de medicamentos, com uma razão de prevalência (RP) de 2,08 (IC95%: 1,30-3,35, p =
0,002). Os resultados obtidos fornecem importantes contribuições para a compreensão do uso de medicamentos entre adolescentes, destacando não apenas as características do consumo, mas também os fatores socioeconômicos envolvidos, especialmente o impacto das condições socioeconômicas no acesso e consumo de tratamentos farmacológicos.
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JULIANA RIVAS FIGUEREDO PEREIRA
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Desenvolvimento de uma formulação pour on da associação do óleo essencial de Citrus aurantium var amara L. com ivermectina para o controle de nematódeos gastrointestinais.
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Data : 21/02/2025
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Os nematódeos gastrintestinais (NGI) afetam significativamente a economia pecuária ao
comprometer a saúde dos bovinos, sendo tradicionalmente controlados com anti-helmínticos
sintéticos. No entanto, o uso indiscriminado desses fármacos tem levado ao aumento da resistência parasitária, tornando necessário o desenvolvimento de novas estratégias para otimizar sua eficácia. O óleo essencial de Citrus aurantium var. amara (OECa) pode apresentar efeito sinérgico contra parasitos e favorecer a permeação transdérmica de fármacos. Assim, este estudo avaliou a eficácia anti-helmíntica da combinação do OECa com ivermectina (IVM), tanto in vitro quanto in vivo, contra NGI de bovinos naturalmente infectados. O estudo incluiu a análise do OECa por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa. A atividade anti-helmíntica foi avaliada in vitro por meio do teste de desenvolvimento larval (TDL), expondo larvas L1 a diferentes concentrações do óleo, da ivermectina e da combinação de ambos. Para os testes in vivo, foi desenvolvida uma formulação pour-on contendo óleo essencial e ivermectina, utilizando óleo vegetal de girassol como excipiente. A estabilidade da formulação foi avaliada em diferentes temperaturas. Por fim, a eficácia anti-helmíntica foi analisada em bovinos naturalmente infectados, por meio do teste de redução da contagem de ovos fecais (RCOF). As análises estatísticas foram realizadas com cálculo de médias e desvio padrão. A análise química identificou o limoneno
(59,94%) e a carvona (4,93%) como os principais constituintes do óleo. O ensaio in vitro de TDL revelou que o OECa apresentou uma IC50 (concentração inibitória média) de 0,554 ± 0,006 mg/mL, enquanto a ivermectina isolada teve uma IC50 de 2,432 ± 0,053 ng/mL. A combinação dos compostos demonstrou sinergismo, com um Synergy Score (SS) de 14,71 e um Combination Sensitivity Score (CSS) de 65,58. Uma formulação pour-on da combinação do OECa com IVM foi desenvolvida utilizando óleo vegetal de girassol como excipiente, mantendo-se estável por três meses sob diferentes temperaturas (5 °C, 25 °C e 37 °C), sem separação de fases ou degradação, e com pH constante (5,0). No bioensaio in vivo, a formulação contendo a associação do OECa com IVM reduziu a excreção de ovos nas fezes em 40,60%. Contudo, ao avaliar os diferentes gêneros de nematódeos, observou-se que o OECa isolado foi altamente eficaz contra Haemonchus spp. (93%, IC 95%: 9096), enquanto a combinação com ivermectina resultou em uma redução de 88% (IC 95%: 8493). Para Cooperia spp., a combinação apresentou menor eficácia (20% IC 95%: 1427) em comparação à ivermectina isolada (40% IC 95%: 2951). Da mesma forma, contra
Oesophagostomum spp., a combinação teve efeito modesto (9% IC 95%: 611), enquanto a IVM isolada foi mais eficaz (51% IC 95%: 4855). Os resultados indicam que o OECa apresenta atividade anti-helmíntica promissora, especialmente contra Haemonchus spp., e pode atuar sinergicamente com a ivermectina. No entanto, sua eficácia in vivo contra outros gêneros foi limitada. Pesquisas adicionais são necessárias para otimizar futuras formulações e explorar seu potencial na terapia anti-helmíntica.
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RENATA FERREIRA DE LIMA
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EFEITO DO ÓLEO DE Copaifera langsdorffi Desf E/OU ASSOCIAÇÃO COM Arnica montana L. EM MODELO EXPERIMENTAL DE TENDINOPATIA
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Data : 20/02/2025
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Introdução: A tendinopatia provoca uma redução nas atividades laborais e ocupacionais da pessoa que é acometida por esse mal, o que gera alto impacto na qualidade de vida. A terapêutica farmacológica para este tipo de lesão, ainda é adstrito ao uso de analgésicos, anti-inflamatórios que apresentam efeitos adversos e alto custo financeiro. Objetivo: Avaliar o uso do óleo de Copaifera langsdorffi Desf. e/ou associação com Arnica montana L. na inflamação no tendão de calcâneo. Método: É um trabalho experimental in vivo, realizado com Rattus norvegicus, adultos com a doença induzida por injeção intratendinosa de colagenase. Estes animais foram distribuídos de forma randomizada em grupos de acordo com o respectivo tratamento terapêutico (n=5/grupo): Grupo: Sadios; Grupo CTL (Controle negativo); Grupo MLX (Meloxicam); Grupo OCPB- (Copaifera langsdorffii Desf); Grupo A.M.- (Arnica montana L); Grupo OCPB + A.M (Copaifera langsdorffii Desf. + Arnica montana L). As avaliações da terapia utilizada se deram através da medida da espessura do tendão, déficit de sustentação de peso na pata ipsilateral, teste deambulação espontânea, análise de citocinas, os aspectos histopatológicos do tecido e análise da proporção de colágeno tipo I e III. Resultados: O óleo de Copaifera langsdorffi Desf. em dose única ou associada com Arnica montana L. apresentou uma melhora na distribuição de peso sobre a pata afetada quando comparados ao controle negativo, durante todo o tratamento, chegando ao final do tratamento com o aumento médio de distribuição sobre a pata afetada do grupo tratado A.M 50 mg/kg (52,21%), Grupo OCPB 50 mg/kg (48,60%) e da OCPB + A.M (50,17%). A administração oral do óleo Copaifera langsdorffii Desf (50 mg/kg) em dose única
diária e combinada promoveu a redução da espessura na inflamação do tendão calcâneo de 95% e a dose combinada reduziu 92%. Na avaliação da deambulação espontânea houve um aumento na velocidade média dos animais tratados com Copaifera langsdorffii Desf, e dose associada, estatisticamente significante (34,20%). A análise de citocinas, os animais tratados com a associação Copaifera langsdorffii Desf. e associação com Arnica montana L. apresentou uma redução significativa na IL-1β. A análise histológica não apresentou diferença na comparação
quanto aos parâmetros de Inflamação e neoangiogênese tendínea entre os grupos. Contudo, nos parâmetros de arranjo das fibras tendíneas e arredondamento do núcleo dos fibroblastos observou-se que nos tratamentos com óleo de Copaifera langsdorffii Desf. em dose única e associação, exibiram uma redução nos parâmetros de arranjo das fibras tendíneas comprovando regulação positiva na remodelação do tecido. Na análise do tecido tendíneo dos animais tratados com Copaifera langsdorffii Desf verificou-se fibras colágenas mais compactas, células oxigenadas e ricas em colágenos. Conclusão:O óleo de Copaifera langsdorffii Desf.e associação com Arnica montana L, apresenta melhora do tecido tendíneo nos parâmetros de arranjo das fibras tendíneas da hipercelularidade, um no arredondamento do núcleo dos fibroblastos e aumento na proporção de colágeno, evidenciando assim um efeito anti-inflamatório.
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EUDES ALVES SIMOES NETO
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DOENÇA DE CHAGAS AGUDA POR TRANSMISSÃO ORAL: MAIS DE UM SÉCULO APÓS A DESCOBERTA DE CARLOS CHAGAS, O MANEJO CONTINUA DESAFIADOR
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Data : 29/01/2025
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A doença de Chagas aguda (DCA) por transmissão oral afeta principalmente indivíduos de baixa visibilidade e baixa renda em zonas tropicais e subtropicais. Mesmo após mais de 100 anos de sua descoberta, o manejo continua desafiador. Sua disseminação para áreas não endêmicas a tornou um problema de saúde global. O objetivo deste trabalho é demonstrar as dificuldades encontradas no tratamento de uma situação da vida real, através da descrição do surto e das características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais. Esta tese examina um surto de 39 casos de DCA devido à transmissão oral pela ingestão de suco de bacaba que ocorreu em Pedro do Rosário, Maranhão, Brasil. Uma investigação clínica e epidemiológica,
incluindo busca entomológica, foi conduzida. Os critérios de inclusão foram: todos os casos expostos ao suco de bacaba com confirmação de DCA. Os critérios de confirmação foram gota espessa positiva, e/ou soroconversão de IgG e/ou um aumento de duas vezes no título de IgG (critérios laboratoriais); achados clínicos e exposição epidemiológica e pelo menos um teste de IgG positivo (critérios clínicos-epidemiológicos). Foi realizada em 33 amostras reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional. A idade média foi de 33,6 anos, sem diferença de gênero. O período de incubação foi de 11,6 dias, e o tempo entre o início dos sintomas e o tratamento foi de 16,6 dias. Os sintomas mais comuns foram febre e linfadenopatia (90%). Os pacientes tiveram critérios laboratoriais em 66,6% dos casos, critérios clínico-epidemiológico em 23% e 10,2% tiveram exames parasitológicos e sorológicos negativos, entretanto, foram tratados devido a alta suspeição. As taxas de positividade dos testes foram de 69,7% (23/33) para gota espessa, 91,4% (32/35) para sorologia e 100% (33/33) para PCR, incluindo os casos com parasitologia e sorologia negativas. Todos os pacientes foram tratados com benzonidazol. Não houve morte. Após 4,5
anos, os níveis de IgG foram reavaliados em 26 indivíduos. A negativação sorológica foi alcançada em 30,7% (8/26) dos casos, e os títulos de IgG diminuíram em 7,6% (2/26). Encontramos várias barreiras, incluindo vulnerabilidade populacional, dependência de técnicas de diagnóstico rudimentares, falta de métodos padronizados de biologia molecular e opções terapêuticas limitadas. Este relatório ressalta a importância da vigilância rápida e do tratamento precoce para prevenir fatalidades. Recomendamos a inclusão da PCR na rotina diagnóstica da DCA e a padronização da investigação e acompanhamento de surtos.
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FRANCISCO SÉRGIO MOURA SILVA DO NASCIMENTO
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Linfadenectomia inguinal vídeo endoscópica: modificação da técnica para
tratamento minimamente invasivo das metástases inguinais do câncer de pênis.
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Data : 24/01/2025
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O câncer de pênis (CaPe) é uma neoplasia rara em países desenvolvidos, mas apresenta alta
incidência em nações em desenvolvimento, como o Brasil. A disseminação para linfonodos
inguinais é um fator crítico na progressão da doença e no prognóstico do paciente. A
linfadenectomia inguinal, remoção cirúrgica dos linfonodos afetados, é o tratamento escolhido nesses casos. Este estudo transversal foi realizado com pacientes diagnosticados
com CaPe atendidos no Hospital Universitário da UFMA, submetidos à penectomia seguida de linfadenectomia inguinal aberta e vídeo endoscópica (VEIL) entre 2018 e 2024. Foram
coletadas características demográficas e clínicas de pacientes submetidos a ambos os tipos de linfadenectomia para comparação entre os grupos. A análise incluiu tempo de cirurgia, dias de internação, número de linfonodos isolados e acometidos, débito pós-operatório e
complicações. A análise estatística foi realizada utilizando médias, medianas e intervalos de
confiança de 95%. Ao comparar a abordagem aberta com a VEIL, o tempo médio de cirurgia
foi maior no grupo VEIL (275,58 minutos) em relação ao grupo com técnica aberta (199,10
minutos), mas o tempo de internação foi significativamente menor no grupo VEIL (5 dias vs.
16 dias, p < 0,001). Os pacientes tratados com VEIL apresentaram uma menor média de
linfonodos isolados (6,50) em comparação com a técnica aberta (10,50), e também
apresentaram menos linfonodos acometidos (mediana 0 vs. 2, p < 0,001). Complicações
pós-operatórias graves foram menos frequentes no grupo VEIL, com destaque para uma
menor incidência de necrose de retalhos cutâneos (2% VEIL vs. 40% aberta, p < 0,001) e
deiscência (0% VEIL vs. 30% aberta, p < 0,001). Concluímos que a linfadenectomia inguinal
por vídeo-endoscopia demonstrou uma redução significativa na morbidade pós-operatória, com menor tempo de internação e menor incidência de complicações graves, quando
comparada à abordagem aberta.
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CINARA REGINA ARAGÃO VIEIRA MONTEIRO
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USO DO PREBIÓTICO FRUTO-OLIGOSSACARÍDEO NA ATENUAÇÃO DA GRAVIDADE DA MUCOSITE EM
PACIENTES COM LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA SOB QUIMIOTERAPIA
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Orientador : VALERIO MONTEIRO NETO
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Data : 17/01/2025
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O tratamento antineoplásico para a leucemia mielóide aguda provoca efeitos colaterais sistêmicos. A ação citotóxica da quimioterapia afeta também tecidos saudáveis, ocasionando alterações orais e gastrointestinais como ulcerações, náusea, distensão abdominal, constipação e diarreia. Entre as manifestações resultantes, encontram-se a inflamação, ulceração da mucosa do trato gastrointestinal, atrofia das vilosidades e diminuição dos enterócitos funcionais representando uma condição clínica conhecida como mucosite. O objetivo do estudo foi investigar se o uso do prebiótico fruto-oligossacarídeo (FOS) pode atenuar a gravidade da mucosa em pacientes com leucemia mielóide aguda sob quimioterapia. Trata-se de um ensaio clínico randomizado, triplo-cego, de caráter longitudinal, com abordagem quantitativa e qualitativa, realizado com pacientes diagnosticados com leucemia mielóide aguda em um hospital de câncer referência do Maranhão. O estudo utilizou uma amostra de conveniência, composta por pacientes internados com diagnóstico confirmado de leucemia mielóide aguda, na faixa etária entre 18 e 69 anos. Os pacientes foram randomizados em dois grupos (FOS e placebo) e foram avaliados em três tempos: T1 (antes do tratamento quimioterápico), T2 (10 dias após a quimioterapia) e T3 (21 dias após a quimioterapia). A coleta de dados incluiu avaliação clínica através de um questionário desenvolvido pela equipe pesquisadora; determinação de marcadores inflamatórios (citocinas e calprotectina fecal) e análise do microbioma fecal com relação à diversidade e abundância em diferentes níveis taxonômicos. Na análise das concentrações de citocinas inflamatórias observou-se um aumento de IL-6 no grupo FOS após 21 dias de suplementação e uma tendência
de aumento de IL-10 ao longo do tempo. Os níveis de calprotectina fecal nos pacientes do grupo FOS apresentaram redução em sua trajetória de T1 a T3, indicando atenuação da resposta inflamatória no intestino. Na avaliação da mucosite oral, foi evidenciado que os pacientes do grupo FOS não apresentaram mucosite ao final do estudo e a sua duração foi menor (p < 0,001). Por outro lado, os pacientes do grupo Placebo apresentaram grau 3, a qual durou além dos 21 dias do estudo. Adicionalmente, 3 (60%) pacientes deste grupo evoluíram para óbito durante nesse período. Foi observada diferença estatisticamente significante na análise de alfa-diversidade ao utilizarmos o índice de Shannon (p = 0,0262), com redução na diversidade de oligotipos nos pacientes sob suplementação com FOS. A análise comparativa da alfa-diversidade nos diferentes tempos demonstrou que o grupo FOS apresentou redução na diversidade na comparação entre os tempos T3 versus T2 (p < 0,01) e T3 versus T1 (p < 0,001). A análise dos perfis taxonômicos em todos os pontos de tempo demonstrou a presença de 15 filos, sendo 14 já conhecidos e 1 não
classificado, com dominância de microrganismos pertencentes aos filos: Firmicutes, Bacteroidota, Proteobacteria e Actinobacteria, sem diferenças significantes na variação temporal. Contudo, nos pacientes do grupo FOS foi observado que o genêro Enterococcus apareceu nitidamente no mapa de calor com perfis apresentando aumento significante na abundância relativa média, com incrementos em cada período de tempo do estudo, enquanto que os gêneros Alistipes, Rombutsia e Ruminococcus apresentaram redução significante na abundância diferencial. Em suma, a análise dos dados do presente estudo sugere que o FOS apresenta potencial como adjuvante à
terapia convencional para atenuar a severidade e a duração da mucosite em pacientes leucêmicos sob quimioterapia, através da estimulação de microrganismos benéficos da microbiota intestinal e indução de modulação da resposta imune.
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ALICE MARTINS DE ABREU
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Omissão do Café da Manhã e Estado Nutricional de Adolescentes: Contribuição da Coorte de Nascimentos 1997/98 de São Luís, MA.
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Data : 16/01/2025
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A omissão do café da manhã tem uma taxa de até 74,70% entre crianças e adolescentes,
ocorrendo principalmente entre os adolescentes. Como o café da manhã é uma das principais
refeições diárias, a sua omissão pode afetar de forma negativa o estado nutricional desse
público. O hábito de pular o café da manhã por adolescentes está associado a maior percentual de gordura corporal, maior circunferência da cintura, obesidade e sobrepeso. Sendo esses fatores de risco para diversas doenças, principalmente as doenças crônicas não transmissíveis. O objetivo deste estudo é estimar os efeitos da omissão do café da manhã no estado nutricional de adolescentes da coorte de nascimentos de São Luís, Maranhão. O presente estudo é do tipo transversal com dados de 2.515 adolescentes, com idades entre 18 e 19 anos, nascidos na cidade de São Luís e participantes de um consórcio de coortes realizado em três cidades brasileiras intitulado Determinantes ao longo do ciclo vital da obesidade, precursores de doenças crônicas, capital humano e saúde mental. Foram coletadas informações a respeito de características demográficas e econômicas, hábitos de vida, morbidade, composição corporal e ingestão alimentar. Um modelo teórico foi elaborado a partir de um gráfico acíclico direcionado para estabelecer os conjuntos de ajustes mínimos necessários para estimar os efeitos causais. Utilizou-se modelagem de equações estruturais para analisar a associação entre a omissão do café da manhã e o estado nutricional. A omissão do café da manhã no estudo foi de 15,00%. A maioria dos adolescentes foram classificados com estado nutricional adequado para a idade, seguindos pelo excesso de peso e baixo peso; eram sedentários e possuíam o percentual de gordura corporal classificado como normal. Dentres os adolescentes como percentual de gordura corporal alto, 41,04% apresentavam o quadro de obesidade de peso normal e a maioria dos adolescentes, tanto com estado nutricional adequado quanto com excesso de peso, apresentaram níveis elevados de triglicéridios. A omissão do café da manhã não apresentou efeito no estado nutricional (CP: 0,120; p = 0,075). Mesmo a taxa de omissão do café da manhã sendo inferior àquela reportada em outros estudos, essa taxa ainda é motivo de preocupação. É necessário aprofundar a pesquisa para avaliar o impacto da ausência do café da manhã nos hábitos alimentares e na prática de atividades físicas dos adolescentes. Estudos futuros são
essenciais para fundamentar políticas de saúde eficazes e promover um desenvolvimento
saudável e a prevenção de doenças.
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