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CLARISSE NERES FERREIRA BARBOSA
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HISTOLOGIA E COMPOSIÇÃO ELEMENTAR DA CUTÍCULA DE DIFERENTES POPULAÇÕES DO CARRAPATO Rhipicephalus microplus SUBMETIDAS OU NÃO AO TRATAMENTO COM FLUAZURON
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Data : 20/12/2024
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Os carrapatos estão associados a inúmeros efeitos econômicos e para a saúde. O carrapato bovino, Rhipicephalus microplus com seu hábito hematófago os carrapatos transmitem patógenos causando diversas doenças, reduzindo a produção de leite e carne e afetando a saúde e bem-estar dos animais. O uso indiscriminado e repetido dos produtos carrapaticidas, levou ao surgimento de populações resistentes, fenômeno que tem aumentado nos últimos dez anos. A resistência pode ser atribuída a fatores como penetração reduzida do produto na cutícula, que pode modificar a composição química cuticular. Portanto, o estudo objetivou caracterizar a composição química cuticular de treze populações dos estados do Maranhão - MA (n=1), Minas Gerais - MG (n=6), Bahia - BA (n=3), Espírito Santo - ES (n=2) e uma população de referência susceptível aos acaricidas sintéticos disponíveis (POA) e avaliar alterações morfológicas do grupo tratado, utilizando nova técnica histológica. O estudo foi dividido em dois capítulos, no capítulo I avaliamos a composição química cuticular de larvas com 14 dias de idade de treze populações (MG, BA, ES, MA e POA), cada grupo com 10 larvas, totalizando 110. No capítulo II, larvas da população MGI, em diferentes idades (D7, D14 e D21) foram avaliadas para composição elementar cuticular e alterações morfológicas através de alimentação artificial de fêmeas tratadas com o inibidor de crescimento Fluazuron. Para o teste, separou-se 2 grupos, cada um com 10 fêmeas semi alimentadas, o grupo controle foi alimentado com sangue total citratado sem o carrapaticida, outro grupo, com sangue adicionado 0,01 mg/ml de Fluazuron. Foram alimentados por 24h, onde os capilares foram trocados a cada 2 horas. Ao fim da alimentação, as fêmeas foram acondicionadas individualmente em tubos falcon de 15ml a 27 ± 1 °C e 80% de umidade relativa por seis semanas para avaliação dos parâmetros biológicos. Para os dois experimentos utilizamos o formaldeído 10% para preservar as estruturas das larvas. Posteriormente, através do MEV/EDS foi possível caracterizar a composição química da cutícula de 140 larvas avaliadas em um ponto central da região dorsal e ventral utilizando o Microscópio Eletrônico de Varredura, acoplado com o Espectroscópio de dispersão de raio x (MEV/EDS) e para a preparação das larvas, elas foram passadas para álcool PA no dia da análise. Os resultados mostraram quantidades significativas de carbono, oxigênio e cloro, em todas as idades nas populações POA e MA, houve aumento de carbono de D7 para D21, no grupo controle. Já na população MGI, os elementos encontrados foram carbono e oxigênio e ausência do elemento cloro. Além disso, houve diferenças também na quantidade desses compostos nas regiões dorsal e ventral, que mostrou uma quantidade maior de cloro na região ventral em comparação à dorsal, observamos ainda diminuição de oxigênio e aumento de carbono, no decorrer dos dias, nas 10 populações. Não foi encontrado cloro na população MGI, o que nos leva a pensar que a composição é variável para cada população. O aumento de carbono está ligado diretamente com o endurecimento da cutícula com o passar do tempo, pois a quitina é formada basicamente por uma cadeia de carbonos. Os resultados relacionados aos parâmetros biológicos de MGI, revelaram que o grupo tratado iniciou a oviposição com 3 dias de diferença do grupo controle, houve redução de ovos com 1,59%, sendo o grupo controle com 19,77% e a redução da oviposição foi de 91,96%, demonstrando que o Fluazuron impediu o desenvolvimento e a eclosão das larvas, e consequentemente inibindo a ação de sobreposição das camadas de quitina, logo, no crescimento da cutícula. No grupo controle, o carbono na região dorsal quantificou 64,8% e 74,6% para D7 e D21 respectivamente, já o carbono ventral quantificou 59,7% e 70% para D7 e D21. O grupo tratado demonstrou uma diferença tanto para dorsal, quanto ventral, com 1,3% de D7 para D21 dorsal e 8% de D7 para D21 ventral. Na histologia, foi possível observar o afinamento da procutícula, além disso, muitas larvas não aguentaram o processo de desidratação e diafanização, obtivemos larvas despedaçadas e divididas. Portanto, estudar as modificações na composição cuticular e mudanças morfológicas,
como o espessamento da cutícula, é crucial para o aperfeiçoamento de estratégias de controle de ectoparasitos.
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MARTA REGINA DE CASTRO BELFORT
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MODULAÇÃO DA INFLAMAÇÃO ASSOCIADA AO MODELO ASCÍTICO DE TUMOR DE EHRLICH
DA FORMULAÇÃO NANOESTRUTURADA CONTENDO O EXTRATO DAS FOLHAS DE Fridericia Platyphylla
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Data : 19/12/2024
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O câncer é uma doença multifatorial que surge a partir de mutações gênicas mediada por erros durante a replicação do DNA. Os tratamentos tradicionais disponíveis além de
apresentarem muitos efeitos adversos e toxicidade, se tornam ineficazes no tratamento de tumores resistentes. Assim, é essencial a busca por novas estratégias terapêuticas com baixa toxicidade, maior especificidade e mais eficazes. Nesse cenário, o objetivo deste trabalho foi investigar o potencial antitumoral da formulação contendo o extrato das folhas de F. platyphylla na modulação da resposta inflamatória em tumor ascítico de Ehrlich. Para o ensaio experimental foram utilizados 44 camundongos Swiss distribuídos em 6 grupos (Saudável, controle negativo, controle positivo, veículo, e formulação em duas doses, 10 e 25 mg/Kg) e tratados por 8 dias consecutivos. Nos dias 1, 5 e 8, foram registrados o peso e a circunferência abdominal dos animais. Após o último dia de tratamento, os animais foram eutanasiados para a coleta da ascite, órgãos linfoides, revestimento da cobertura interna da parede peritoneal, medula e sangue para os ensaios de viabilidade celular, dosagem de citocinas, óxido nítrico, ciclo celular, morte celular e Imunofenotipagem. Em relação ao tumor ascítico de Ehrlich, ocorreu o aumento do peso total dos animais devido ao crescimento das células tumorais. Os tratamentos, particularmente na dose de 25 mg/kg, mostraram apenas uma tendência a diminuir parâmetros associados ao desenvolvimento tumoral, como peso, circunferência abdominal, volume, celularidade e viabilidade da ascite. Além disso, não demonstraram efeitos relevantes no tipo de morte celular desencadeada ou modificações no ciclo celular das células tumorais. O tratamento na maior concentração foi capaz de aumentar
a frequência de células CD11c+, linfócitos T auxiliares e células CD3+ CD4- (potencialmente células T citotóxicas, CD8+). O aumento da população de CDs na ascite, e o perfil de citocinas no microambiente tumoral, sugere um perfil mais supressor, notadamente pela diminuição das citocinas TNF, IFN- γ e até mesmo IL-10. A formulação das folhas de F. platyphylla não promoveu efeitos citotóxicos diretos in vivo, porém apresentou um interessante potencial imunomodulador, particularmente na regulação da inflamação associada ao tumor. Nesse sentido, substâncias com propriedades moduladoras da resposta imune e da inflamação associada ao câncer são de grande importância.
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PABLINE MEDEIROS VERZARO
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ANÁLISE DA SOBREVIDA DE MULHERES COM CÂNCER DE COLO DO ÚTERO AVANÇADO E RECORRENTE/METASTÁTICO EM TRATAMENTO COM QUIMIOTERAPIA PALIATIVA
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Data : 18/12/2024
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O objetivo dessa tese é avaliar a sobrevida e os fatores prognósticos associados à
mortalidade de mulheres com câncer de colo do útero avançado e recorrente/metastático submetidas à quimioterapia paliativa. Trata-se de uma coorte retrospectiva composta por 151 mulheres diagnosticadas com câncer de colo do útero em um Centro de Alta Complexidade Oncológica entre janeiro de 2020 e dezembro de 2022. As participantes foram divididas em dois grupos: 112 mulheres com doença avançada e 39 com doença recorrente/metastática. As pacientes com doença avançada receberam tratamento primário com cisplatina ou carboplatina semanalmente, enquanto as pacientes com doença recorrente/metastática receberam tratamento paliativo com quimioterapia paliativa de 1ª e 2ª linha, utilizando cisplatina ou carboplatina associadas a paclitaxel e gencitabina a cada 21 dias, respectivamente. Dentre as mulheres com doença avançada, 25 (22,3%) foram a óbito, enquanto 11 (28,2%) das pacientes com doença recorrente/metastática faleceram. O tempo de vida foi calculado desde a última dose de quimioterapia até o óbito ou até 12 meses de
sobrevivência. Pacientes que sobreviveram além de 12 meses ou que perderam seguimento foram consideradas censuradas. A análise de Kaplan-Meier e a regressão de Cox foram utilizadas para avaliar a sobrevida global e identificar fatores associados à mortalidade. O desfecho primário foi o tempo de sobrevida em 12 meses, investigado para identificar fatores associados à mortalidade nesse período. Foram considerados desfechos secundários a sobrevida média global, fatores prognósticos (status de desempenho ECOG, IMC, Índice de Comorbidade de Charlson, presença de metástases, procedimentos invasivos adicionais, sintomas na última internação, alterações laboratoriais, tempo para início do tratamento e local do óbito). Os resultados mostraram que o grupo com doença avançada, submetido ao tratamento primário, apresentou uma sobrevida média significativamente maior (454 dias) em comparação ao grupo com doença recorrente/metastática, que recebeu tratamento
paliativo, com uma média de 300 dias (p<0,001). No entanto, apesar da maior sobrevida, esse grupo apresentou mais fatores de risco para mortalidade, como Índice de Comorbidade de Charlson < 6, status de desempenho comprometido (ECOG 3), raça preta e alterações laboratoriais. Além disso, sintomas relacionados a cirurgias abdominais na última internação, disfunções orgânicas e necessidade de intervenções invasivas, como admissões em UTI e procedimentos cirúrgicos, foram mais frequentes nesse grupo em comparação ao grupo com doença recorrente/metastática. Assim, é essencial adotar uma abordagem terapêutica individualizada que equilibre os benefícios da quimioterapia com os riscos associados e integre cuidados paliativos precoces para melhorar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes.
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JOSE LIMA PEREIRA FILHO
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ATIVIDADE ANTIBACTERIANA E ANTIVIRULÊNCIA DA SILIBINA CONTRA MICRORGANISMOS DE INTERESSE CLÍNICO
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Data : 18/12/2024
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A emergência da resistência aos antimicrobianos em bactérias patogênicas tem sido uma das
principais preocupações mundiais de saúde, uma vez que milhares de pessoas morrem
diariamente vítimas de bactérias resistentes aos antibióticos utilizados na terapêutica. A busca por substâncias de origem natural tem sido uma das estratégias para combater esse problema de saúde pública. A silibina (SIL), é uma flavonolignana extraída de Silybum marianum (L.) Gaertn., com atividades antioxidante, hepatoprotetora e antimicrobiana já reportada na literatura, no entanto, os relatos sobre a atividade antibacteriana ainda não são esclarecedores o suficiente para consolidar o composto como potencial agente antimicrobiano. Desta forma, este estudo teve por objetivo investigar a atividade antibacteriana da SIL através de diferentes procedimentos. Para isso, foram realizados estudos in silico utilizando programas como SwissADME, PROTOX-II e DockThor para predição da biodisponibilidade oral, estimativa das características farmacocinéticas, farmacodinâmicas e efeitos tóxicos. Posteriormente, estudos experimentais foram realizados afim de determinar a Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração Bactericida Mínima (CBM) contra linhagens padrão de bactérias gram-positivas, incluindo-se Enterococcus faecalis ATCC 29212 e Staphylococcus aureus ATCC 25923, e bactérias gram-negativas, incluindo-se Klebsiella pneumoniae ATCC 700603, Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853 e Escherichia coli ATCC 25922. Isolados clínicos de bactérias multirresistentes também foram avaliados no estudo. A interação da SIL com ciprofloxacina (CIP), oxacilina (OXA) e vancomicina (VAN) foi investigada através do método de Checkerboard. A atividade hemolítica in vitro da SIL foi avaliada em eritrócitos de carneiro enquanto que a citotoxicidade foi avaliada células de macrófagos RAW 264.7. Além disso, os efeitos da SIL também foram avaliados sobre a viabilidade de biofilmes jovens e maduros. Os resultados de predição in silico demonstraram que a SIL apresenta baixa biodisponibilidade oral, baixa absorção gastrointestinal e não permeação pela barreira hematoencefálica, no entanto, possui moderada permeação pela pele. Em relação aos parâmetros toxicológicos, a SIL
apresentou dose letal de 2000 mg/kg e foi inativa para hepatotoxicidade, carcinogenicidade,
citotoxicidade e mutagenicidade. Através da docagem molecular, entre os alvos estudados, a
Di-hidrofolato redutase (DHFR) exibiu maior afinidade de ligação com a SIL (-11.840 kcal/mol), sugerindo que seu efeito antibacteriano pode ser associado com a inibição dessa
enzima do que aos outros quatro alvos analisados. Em relação a abordagem experimental, a SIL não apresentou atividade hemolítica significativa, mas apresentou citotoxicidade significativa em macrófagos RAW 264.7. A SIL inibiu o crescimento bacteriano com CIM variando entre 64 a 512 μg/mL e com CBM variando de 128 a 1.024 μg/mL. Entre as combinações avaliadas, a interação da SIL + CIP exibiu atividade promissora, com redução da CIM da CIP em até 4 vezes contra S. aureus ATCC 25923, MRSA 04 e EF 01 e em até 2 vezes contra E. faecalis ATCC 29212 e MRSA 02. O tratamento com SIL e combinação SIL + CIP inibiu biofilmes jovens e maduros em todas as amostras testadas. Em conclusão, estes resultados sugerem que a SIL tem promissora atividade antibacteriana e é uma candidata potencial para o desenvolvimento de novas alternativas terapêuticas para uso como adjuvante da CIP.
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JAQUELINE PESSOA PONTES
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Caracterização morfofuncional e molecular da transmissão intergeracional da esteatose hepática em um modelo de exposição materno-fetal ao consumo excessivo de sacarose
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Data : 13/12/2024
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Condições adversas no metabolismo durante os estágios iniciais da vida estão ligadas a um maior risco de doenças crônicas não transmissíveis, conforme fundamentado no estudo sobre Developmental Origins of Health and Disease (DOHaD). O consumo excessivo desses açúcares durante a gravidez por parte das mães tem efeitos negativos nos indicadores metabólicos de saúde de seus filhos. A Síndrome Metabólica (SM), que se manifesta no fígado como doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), tem sido associada ao aumento no consumo de açúcares adicionados. Este trabalho busca investigar os mecanismos metabólicos que levam à instalação precoce da esteatose hepática na prole de ratas expostas a uma dieta rica em sacarose (DRS) durante o período perigestacional. Foram utilizadas ratas fêmeas (Rattus novergicus) alimentadas com DRS ou dieta padrão por 12 semanas. A exposição à dieta abrangeu os períodos de pré-concepção, gestação e lactação. Após o desmame, a prole foi alimentada com uma dieta controle, sendo subdividida em dois grupos: os que foram eutanasiados aos 30 ou 90 dias de vida. Foram avaliadas características ponderais, morfológicas e bioquímicas das mães (F0) e descendentes, além de análises moleculares realizadas nos descendentes. A geração F0 DRS no período pré-gestacional apresentou diferenças significativas no peso durante o período perigestacional de forma pontual e menor peso do fígado quando comparado ao grupo CTR, além disso apresentou hipertrigliceridemia, aumento no índice de TyG e no teste oral de tolerância à glicose (GTT). Não foi observado esteatose hepática nas mães. No que se refere a prole (fêmeas e machos) os descendentes das mães DRS apresentaram aumento no peso corporal na prole de machos. A prole de fêmeas expostas à DRS apresentou, aos 30 dias, diferenças significativas no peso dos ovários e pâncreas em comparação ao grupo CTR. Nos machos, aos 30 dias, houve um aumento significativo na gordura periepididimal e, aos 90 dias, na gordura retroperitoneal em relação ao grupo CTR. Ambos os sexos, aos 30 e 90 dias, desenvolveram esteatose hepática. Nas fêmeas, houve aumento dos triglicerídeos hepáticos aos 30 dias e maior acúmulo de gordura no fígado aos 90 dias, enquanto nos machos, aos 90 dias, também foi observado aumento dos triglicerídeos hepáticos. As fêmeas apresentaram maior expressão de genes envolvidos na lipogênese de novo, como FASN aos 30 e 90 dias, e PPAR-γ, PGC1α e PPAR-α aos 90 dias. Em contraste, os machos mostraram uma redução na expressão de PPAR-γ. Este estudo revelou que a
exposição perigestacional das ratas a uma dieta rica em sacarose causou importantes alterações
metabólicas nas mães e seus descendentes, destacando a instalação precoce de esteatose hepática e mudanças na expressão de genes ligados à lipogênese, especialmente nas fêmeas. As
respostas adaptativas diferiram entre os sexos, particularmente na regulação de genes lipogênicos e no acúmulo de gordura no fígado. A análise das vias de sinalização envolvidas, por meio de Western blot, é essencial para validar e quantificar as proteínas associadas a esses genes, elucidando os mecanismos moleculares da esteatose hepática.
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CARLA MILENA AMORIM SA
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PARÂMETROS DE QUALIDADE, EFICÁCIA E SEGURANÇA DAS FOLHAS DE Anacardium occidentale L. DA AMAZÔNIA MARANHENSE: abordagem integrada entre Farmacognosia, Microbiologia e Ecotoxicologia
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Data : 29/11/2024
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Anacardium occidentale L., conhecido popularmente como cajueiro, é uma espécie nativa do nordeste brasileiro amplamente utilizada por suas propriedades terapêuticas, incluindo efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e antimicrobianos. Este estudo teve como objetivo analisar aspectos morfo-anatômicos, químicos, e realizar avaliação antibacteriana e de toxicidade das folhas de A. occidentale cultivadas na Amazônia Maranhense, visando à identificação correta e utilização da espécie no tratamento de infecções. As amostras foram coletadas no bairro Itaqui-Bacanga em São Luís, Maranhão, e identificadas no Herbário do Maranhão/UFMA. Análises macroscópicas, e cortes paradérmicos e transversais foram realizados O extrato bruto foi obtido por maceração em etanol 70% e fracionado com hexano, clorofórmio e acetato de etila. Amostras foram submetidas à cromatografia em camada delgada (CCD) e líquida de alta eficiência (CLAE), e testadas contra três cepas de
Staphylococcus aureus (ATCC 25923, ATCC 6538 e uma cepa clínica) por difusão em ágar e micro diluição em placas de 96 poços. A toxicidade foi avaliada pela atividade hemolítica e em modelos invertebrados (Tenebrio molitor). As folhas são hipoestomáticas, com estômatos predominantemente paracíticos, mesofilo dorsiventral e presença de raros tricomas glandulares. O cromatograma do extrato hidroalcoólico por CCD sugeriu a presença de flavonoides e terpenos que foram confirmados nos testes fitoquímicos. A fração acetato de etila e o extrato bruto demonstraram atividade inibitória com halos de inibição variando de 12 a 26,3 mm (2mg/mL) e concentrações inibitórias mínimas de 1 mg/mL e 2 mg/mL, respectivamente. A concentração bactericida mínima foi observada apenas para a fração acetato (2mg/mL) contra S. aureus ATCC 25923, e a atividade hemolítica foi baixa (CE50 entre 1799 e 8863 μg/mL), além de taxa de sobrevivência média de 70% das larvas de T.
molitor nas concentrações testadas. Os dados refletem semelhanças com estudos anteriores e destacam a influência das condições de cultivo sobre as propriedades químicas e morfológicas da espécie. Este estudo contribui para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas, reforçando diretrizes de qualidade, eficácia e segurança das folhas de A. occidentale, além de evidenciar sua atividade bacteriostática e bactericida, com baixa toxicidade.
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ROMULO BRENNO LOPES FROES
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Efeitos da Espermidina Sobre Camundongos com Diabetes Mellitus Tipo 2: O Papel do Estresse do Retículo Endoplasmático
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Data : 29/11/2024
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A poliamina espermidina (ESP) é usada pela população como suplementação anti-idade e,
experimentalmente, melhora o metabolismo energético em alguns modelos animais de obesidade. Entretanto, seu efeito em modelos experimentais de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) induzido por sacarose e seus mecanismos de ação ainda não foram avaliados. Além disso, a sua farmacologia oral é pouco estudada. Assim, este trabalho tem dois objetivos: 1 - investigar, in silico, os parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos da ESP; 2 - analisar os efeitos da ESP em camundongos com DM2 induzidos por dieta rica em sacarose (DRS). Os ensaios in silico forma realizados com os softwares SWISSADME, PROTOX-II, SWISSTargetPrediction e Pass para avaliação, respectivamente, das propriedades fisioquímicas, farmacocinéticas, farmacodinâmicas e toxicológicas da ESP. No estudo in vivo, camundongos fêmeas pós-desmame foram divididos em três grupos: grupo controle (CTR; n=7) alimentado com dieta padrão e grupos DRS (n=7) e DRS/ESP (n=7) que receberam solução de sacarose 30% por 20 semanas. A partir da 12ª semana, o grupo DRS/ESP recebeu ESP por via oral na dose de 20 mg/kg, enquanto os demais grupos receberam água. O tratamento durou 8 semanas, com monitoramento de peso, consumo alimentar, glicemia e teste de tolerância à glicose (TTG). Posteriormente, os animais foram eutanasiados, amostras de sangue foram coletadas para análises bioquímicas e de resistência à insulina. Amostras de fígado foram coletadas para avaliação dos lipídeos hepáticos, histologia e expressão proteica de marcadores do retículo endoplasmático (RE). Amostras de tecidos adiposos marrom (TAB) e brancos foram coletadas para morfometria. Ademais, o tecido adiposo perigonadal (TAP) foi utilizado para ensaios de lipólise. Todos os dados foram representados como média ± e.p.m e as diferenças foram analisadas por ANOVA (p <0,05). A ESP demonstrou possuir uma boa biodisponibilidade oral, com escore de biodisponibilidade igual a 0,55 e resultados satisfatórios de acordo com os parâmetros de Lipinski, Veber e Egan. Quanto ao
comportamento farmacocinético, a ESP apresentou uma alta absorção pelo trato gastrointestinal, não penetrar pela barreira hematoencefálica, não ser substrato de glicoproteína P, bem como não inibiu nenhuma das principais enzimas do citocromo P450. Em relação aos parâmetros toxicocinéticos, a dose letal da ESP foi de 820 mg/kg e ela se apresentou inativa quanto aos parâmetros de hepatotoxicidade, carcinogenicidade, imunotoxicidade e mutagenicidade. Em relação a abordagem experimental, a exposição continua à sacarose aumentou a massa corpórea dos animais quando comparados ao CTR, que é explicado pelo aumento o consumo energético. Este maior aporte energético aumentou os depósitos de gordura retroperitoneal, mesentérica, e perigonadal. Os animais DRS e DRS/ESP também apresentaram aumentos da glicemia, triglicerídeos (TG) séricos e das gorduras e TG hepáticos. A atividade lipolítica do TEP do grupo DRS foi prejudica em todas as condições: basal, com estímulo adrenérgico e com inibição insulínica. ESP aumentou o TAM, reduziu os níveis de TG séricos e melhorou a homeostase glicídica pelo TTG e a resistência insulínica pelo índice TyG. Na análise histológica, ESP reduziu a esteato-hepatite induzidos pela dieta. A análise da expressão proteica demonstra que a ESP consegue reestabelecer os níveis normais da GRP78, PDI e ATF4, proteínas chaves na manutenção da homeostase do RE. Portanto, a ESP foi capaz de melhorar o metabolismo glicolipidico de camundongos com DM2 que pode ser explicado pela restauração da homeostase do RE no fígado. Além disso, possui características farmacocinéticas e toxicológicas que fazem dela um fármaco em
potencial para o tratamento dessa desordem por via oral.
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PAMELA GOMES SANTOS
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ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE Anacardium occidentale FRENTE A BACTÉRIAS DO GRUPO ESKAPE
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Data : 29/11/2024
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A bioprospecção de produtos naturais, com ação antimicrobiana e finalidade terapêutica, vem ganhando bastante destaque no mundo, sobretudo considerando o elevado número de
microrganismos resistentes aos tratamentos convencionais. Nesse contexto, os produtos
derivados de Anacardium occidentale, espécie nativa do Brasil e popularmente conhecida como cajueiro, surgem como uma promissora alternativa devido ao seu potencial antimicrobiano. O presente estudo avaliou o efeito do extrato etanólico das flores de A.
occidentale (EAO) in vitro, considerando a ação sobre a adesão e formação de biofilme de
bactérias do grupo ESKAPE, bem como na infecção letal por Staphylococcus aureus induzida em larvas de Tenebrio molitor. A composição química do extrato foi analisada por HPLC e LC-MS. A ação antimicrobiana in vitro foi avaliada pelo ensaio de microdiluição em caldo para determinar a concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM) sobre cepas padrão S. aureus (ATCC 25923), Enterococcus. faecalis (ATCC 29212), Escherichia coli (ATCC 25922); Klebsiella pneumoniae (ATCC 700603) e em linhagens clínicas multirresistentes (MRSA 240016969961 e MRSA 240016969962). Os efeitos do EAO também foram avaliados sobre a viabilidade e biomassa da adesão e biofilmes pré-formados e formados. Nos ensaios in vivo as larvas de T. molitor foram utilizadas para determinar a toxicidade do EAO e na padronização do inóculo e infecção letal de S. aureus. O efeito do EAO foi também avaliado em larvas infectadas letalmente com S. aureus. As larvas foram divididas em sete grupos (N=10), sendo um Sham, sem infecção ou tratamento e seis grupos infectados, letalmente, com S. aureus (105 UFC/μL), por via intracelômica (ic) e tratadas pela mesma via. Controle negativo: recebeu solução salina balanceada com fostato (PBS); CiPro: recebeu ciprofloxacina (1,56 μg/mL), esses grupos foram comparados aos três grupos
tratados com o extrato EAO1/2: recebeu o extrato na concentração correspondente a 1/2
MIC (3,12 mg/mL), EAOCIM: Tratado com EAO no valor de MIC (6,25 mg/mL) e EAO2: Tratado com EAO no valor de 2x MIC (12,5 mg/mL). No EAO foram identificados os seguintes compostos majoritários: ácido chiquímico, ácido gálico, quercetina, isoquercetina, galoil glucose, digaloilglucose, isômero 1 e isômero 2 de tetragaloilglucose. Os valores de CIM variaram entre 6,25 e 50 mg/mL para as cepas, sendo a melhor atividade para S. aureus (ATCC 25923) (CIM=6,25 mg/mL) e para as linhagens de MRSA o MIC (CIM 12,5 mg/mL). A ação do EAO foi bactericida de acordo com a relação CBM/CIM. O extrato reduziu a biomassa e a viabilidade da adesão e biofilmes pré-formados e formados de S. aureus, E. coli e MRSA. In vivo os resultados mostraram baixa toxicidade para T. molitor, na maioria das concentrações testadas. O tratamento com EAO aumentou a sobrevida das larvas letalmente infectadas com S. aureus, tendo efeito dose dependente. Em conclusão, o EAO prolongou a sobrevida de larvas letalmente infectadas por S. aureus, possivelmente devido sua ação antibacteriana direta e seus efeitos sobre os biofilmes.
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MARCELO HENRIQUE SOUSA SILVA JUNIOR
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MODELO COMPUTACIONAL DE PREVISÃO DO NÚMERO DE GERAÇÕES DO CARRAPATO BOVINO Rhipicephalus (Boophilus) microplus NO BRASIL.
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Data : 26/11/2024
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Rhipicephalus (Boophilus) microplus, é um ectoparasito de grande importância para a saúde animal. Fatores abióticos, como temperatura interfere em diversas fases de vida desse parasito. Isso pode refletir na quantidade de gerações anuais deste carrapato nas diferentes regiões do Brasil. Sua alta prevalência, além da transmissão de patógenos, como Babesia bovis, Babesia bigemina e Anaplasma marginale, compromete a produção da carne, leite e couro. Com isso, o Brasil perde ~3,2 bilhões de dólares/ano, comprometendo a economia local. Diante dessa problemática, a predição da biologia populacional do carrapato em sua fase não parasitária por modelagem computacional é uma alternativa promissora para auxiliar no controle parasitário. O objetivo deste estudo foi desenvolver um modelo de previsão do número de gerações anuais de R. (B.) microplus no Brasil. Por meio da busca de dados sobre a biologia da fase não parasitária do carrapato, foi realizado uma revisão bibliográfica nas bases PubMed, Scielo e Google Scholar. Posteriormente, equações de
previsão por modelos de regressões não lineares polinomiais de grau 3 foram realizadas, tendo como dados de temperatura a variável preditora e os parâmetros biológicos período de pré-postura e incubação de ovos as variáveis respostas, considerando R2 ≥ 0,70 e p < 0,05, significativos. A capacidade de previsão do modelo foi avaliada a partir da comparação com dados da biologia de diferentes estudos presente na literatura. Posteriormente, o Brasil foi dividido em 137 quadrantes de iguais tamanhos (resolução 2,5o x 2,5°) pelo método exponencial geoestatístico e os dados climáticos (2020 2024) de uma estação meteorológica de cada quadrante acessado através dobanco de dados AGRITEMPO, serviram de entrada para o modelo de previsão do número de gerações anuais do carrapato. A robustez estatística foi avaliada através da raiz do erro quadrático médio (RMSE), Erro Absoluto Médio (MAE) e coeficiente de determinação (R2). Como resultado, as equações matemáticas de previsão para o período de pré-postura (R2 > 0,70) e incubação (R2 >0,80) apresentaram correlação negativa (r < 0) em função das variáveis climáticas e obtivam,
RMSE= 2,67 e 11,80, respectivamente. Estatisticamente, as previsões do modelo diferem dos valores reais em cerca de 1,93 dias (MAE) para período de pré-postura e 9,21 dias (MAE) para incubação de ovos. A partir da previsão do período de pré-postura e incubação, associado ao período de maturação larval e fase parasitária (22 dias), a estimativa do número de gerações anuais das regiões do Brasil foi entre as mínimas de 2,92 (região Sul) e máximas de 6,18 gerações (região Norte), evidenciando o maior número de gerações em regiões equatoriais, de maior temperatura. O bioma Amazônia obteve o maior número de gerações dentre os biomas, com média de 5,46 ± 0,29 gerações anuais. As previsões do modelo diferem dos valores reais em cerca de 0,378 gerações (MAE), com R2 = 0,71. Esses resultados de previsão auxiliam no desenvolvimento de novos critérios para o controle estratégico de carrapato, como alteração do sistema de manejo, visto que o conhecimento da dinâmica populacional do parasito no pasto são fatores limitantes para identificação de picos de carrapatos e consequentemente, um controle parasitário eficiente.
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NICOLLE TEIXEIRA BARBOSA
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Efeito antifúngico do mesocarpo de babaçu (Attalea speciosa Mart.) na infecção letal por Candida sp.
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Data : 26/11/2024
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As espécies do gênero Candida são consideradas fungos oportunistas e constituintes comuns da microbiota humana, que, em determinadas situações, causam infecções em diferentes sítios e podem causar morte. Assim, há constante busca de compostos com ação antifúngica e, nesse contexto, o babaçu surge como uma espécie vegetal com elevado potencial biotecnológico. Babaçu (Attalea speciosa Mart.) é uma espécie vegetal de importância
comercial, social e biológica já que todas as suas partes apresentam potencial de uso, além
disso, estudos prévios demonstram atividade anti-Candida do extrato de babaçu. Sendo assim, o presente trabalho avaliou as propriedades anti-Candida sp. do extrato etanólico do mesocarpo de babaçu (BAE) in vitro e in vivo. A composição química do BAE foi determinada por cromatografia líquida. A atividade anti-Candida in vitro determinou o efeito anti-virulência sobre a adesão e formação de biofilme. As larvas de T. molitor foram utilizadas para avaliar a toxicidade e os efeitos do extrato na infecção ocasionada por C. albicans e C. parapsilosis. Os efeitos do BAE in vivo também foram avaliados em camundongos infectados com C. parapsilosis. A avaliação química do BAE identificou a presença de sete compostos incluindo: vicenina-2, isoschaftosídeo, schaftosídeo, orientina, apigenina-6-C-glucosídeo-8-C-
arabinosídeo, apigenina-7-rutinosídeo e ácido isoclorogênico. O BAE apresentou baixa
toxicidade in vitro e in vivo. Os resultados in vitro mostraram que o BAE inibiu tanto a adesão
como o biofilme de amostras padrão e clínicas de C. albicans e C. parapsilosis. Os resultados
in vivo, mostraram que o BAE na concentração de 2×CIM aumentou a sobrevida de 54% das
larvas de T. molitor infectadas com C. albicans e de 68% dos animais infectados com C.
parapsilosis e que a concentração de 4×CIM foi efetiva em aumentar a sobrevida de 71% das
larvas de T. molitor infectadas com C. albicans e de 90% dos animais infectados com C.
parapsilosis, além de reduzir a infecção em culturas de macrófagos murinos. Já em relação à
bioquímica de camundongos infectados e tratados com o extrato, não foram encontradas
diferenças significativas nas concentrações de ureia e creatinina (p>0,05) em todos os grupos, além disso o BAE na concentração de 2×CIM aumentou o nível sérico de glicose, diminuiu a concentração sérica de triglicérides com significância estatística em comparação ao controle positivo (p ≤ 0,05) e corroborou para um aumento no nível de colesterol em comparação ao controle negativo (p<0,05) e ao controle positivo (p ≤ 0,0001). Concluímos que o BAE tem ação antifúngica na infecção por Candida sp., devido a sua capacidade de inibir tanto a adesão como o biofilme. Inferimos que essa atividade está relacionada à presença dos compostos identificados no extrato.
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ALEANIA POLASSA ALMEIDA PEREIRA
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Potencial Prebiótico de Fibras Solúveis Isoladas de Sementes do Jatobá (Hymenaea Courbaril L.)
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Data : 14/11/2024
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Uma microbiota intestinal saudável é caracterizada por uma comunidade diversificada e
equilibrada de microrganismos que exercem efeitos benéficos ao nosso organismo, incluindo-
se as diferentes espécies dos gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium, as quais são capazes de modular a homeostase do ecossistema intestinal e conferir impactos positivos à saúde do
hospedeiro. Logo, os prebióticos são fibras solúveis não digeríveis, geralmente de natureza
polissacarídica e oligossacarídica, que modulam a microbiota intestinal normal no sentido de
estimular a multiplicação destes microrganismos benéficos. Entre os impactos positivos
resultantes dessa estimulação estão os seguintes: colonização seletiva de bactérias benéficas
com possibilidade de exclusão de patógenos no trato intestinal, a modulação da resposta
imune e a produção de lactato e de ácidos graxos de cadeia curta. As sementes da espécie
Hymenaea courbaril L., conhecida popularmente como Jatobá, apresentam em sua composição fibras solúveis de natureza polissacarídica como xiloglucanos e galactomananas.
No entanto, não há confirmações na literatura do potencial prebiótico dessas fibras solúveis
presentes na semente do Jatobá. Neste sentindo, o presente estudo teve como objetivo
investigar o potencial prebiótico de fibras solúveis isoladas de sementes do Jatobá (H.
courbaril L.). Para isso, as sementes foram coletadas em Santo Amaro-MA, catalogadas pelo
herbário do Maranhão e transportadas ao Laboratório de Bromatologia e Microbiologia de
Alimentos. Em seguida, o material obtido foi utilizado para a realização da análise centesimal
com ênfase em carboidratos, extração/determinação de fibras, composição monossacarídica,
ensaio de tolerância ao suco gástrico humano simulado (SGHS), potencial prebiótico in vitro,
análise do crescimento de bactérias patogênicas pelos carboidratos extraídos e pesquisa de
lactato e ácidos graxos de cadeia curta. Os resultados obtidos na análise centesimal com
ênfase em carboidratos, demonstraram que as sementes de Jatobá apresentam alto teores de carboidratos (35,93%), com destaque para fibras solúveis (29,02%). Entre as fibras solúveis a predominância foi de polissacarídeos (24,33%), enquanto apenas 5% foram representadas por oligossacarídeos. Em relação ao SGHS, as taxas de hidrólise em pH 1, nos intervalos de tempo entre 30 minutos e 6 horas, variaram de 22,44% a 51,02% para o polissacarídeo extraído da semente de jatobá (SJP). Já para a fração de oligossacarídeos extraído da semente de jatobá (SJO), as taxas de hidrólise oscilaram entre 21,95% e 53,65%. Esses dados indicam que tanto o SJP quanto o SJO apresentam resistência à acidez gástrica, uma vez que os graus de hidrólise ficaram abaixo de 55% em condições de pH ácido. No teste in vitro, os SJP e SJO, estimularam o crescimento de Bifidobacterium e Lactobacillus, como fontes principais de carbono. Os probióticos tiveram um estímulo de crescimento maior em SJP que foi semelhante em meios com glicose (controle positivo) e FOS (controle prebiótico). Os SJP e SJO, utilizados como fonte principal de carbono, não estimularam o crescimento das bactérias patogênicas testadas como Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Enterococcus faecalis. Em conclusão, tais achados sugerem que as fibras solúveis presentes nas sementes do Jatobá possuem potencial como novos ingredientes prebióticos.
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VITOR AUGUSTO FERREIRA DOS SANTOS
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Efeito do tratamento com produtos naturais imunomoduladores em camundongos infectados por Schistosoma mansoni
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Data : 21/10/2024
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A esquistossomose mansoni é uma doença que tem como agente etiológico o parasito Schistosoma mansoni. Está infecção provoca milhões de mortes anualmente, apesar do avanço
da ciência, a terapia ainda se encontra limitada, baseada apenas no uso do fármaco Praziquantel.
Nosso estudo objetivou avaliar os efeitos do uso de produtos naturais imunomoduladores em
camundongos infectados por Schistosoma mansoni. Avaliamos o extrato hidroalcoólico das
folhas de D. ambrosioides (EHDA) e de sua combinação com Praziquantel, assim como o
extrato padronizado de própolis verde (EPP-AF®). Este trabalho foi divido em 2 capítulos, o
capítulo I aborda o efeito anti-Schistosoma do extrato de D. ambrosioides e da sua combinação
com PZQ in vivo. Os resultados demonstram que o EHDA e a combinação EHDA+PZQ reduziu
o número de ovos de nas fezes, fígado, intestino, danos teciduais no fígado, intestino, rim e
reduziu o número e área de granulomas no fígado. Aos 30 e 90 dias ambos os grupos reduziram
a eosinofilia sanguínea assim como reduziu a celularidade da medula óssea, lavado peritoneal
e do baço. No baço, o grupo EHDA reduziu CD3 +, aumentou F480 + e LY6G + e reduziu IL-
6 e IL-4. O grupo EHDA+PZQ reduziu o número de CD3 +, aumentou o número de CD19 + e
F480 + e reduziu IL-2, IL-4 e a quimiocina MIP-1. O capítulo 2 aborda o tratamento com EPP-
AF® in vitro e in vivo. in vitro, nossos resultados mostram que a concentração de 250 μg/mL
reduziu a viabilidade dos vermes e apresentou efeito letal as 36 horas. In vivo, os resultados
mostram que o EPP-AF® retardou a oviposição e reduziu o número de ovos nas fezes, fígado
e intestino. Reduziu danos histopatológicos no fígado, intestino e rim, além de reduzir o número
e diâmetro médio dos granulomas. Aos 30 e 90 dias, reduziu a eosinofilia sanguínea e
imunorregulou a celularidade da medula óssea, peritônio e baço. No baço, o EPP-AF® reduziu
F480 + e estimulou CD170 +, reduziu as citocinas IFN-γ, IL-2, IL-6, aumentou IL-10 e reduziu
a quimiocina MIP-1. Este estudo demonstra que o EHDA e a combinação EHDA+PZQ, assim
como o EPP-AF®, possui atividade anti-helmíntica e imunomoduladora eficaz contra as
diferentes fases da infecção por S. mansoni. Retardando a oviposição e reduzindo a carga
parasitária. Além disso, o extrato modula o perfil inflamatório, reduzindo os danos
histopatológicos e melhorando o quadro clínico da esquistossomose.
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LEYDIANNE DOS SANTOS SOUSA
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Impacto da fisioterapia pélvica na qualidade de vida de pacientes com endometriose: Análise da dor e da funcionalidade muscular.
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Orientador : MARIA DO SOCORRO DE SOUSA CARTAGENES
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Data : 26/09/2024
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A endometriose é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela presença de tecido endometrial localizado fora da cavidade uterina. A prevalência está em torno de 10% das mulheres em idade reprodutiva. Pode ser assintomática, porém existe incidência maior com relatos de dismenorreia, dispareunia, dor pélvica crônica e/ou infertilidade. Entre os processos envolvidos na fisiopatologia da endometriose, a angiogênese e a inflamação são fundamentais. Dessa forma, essa pesquisa trata-se de um estudo descritivo de corte transversal qualitativo e quantitativo, que objetiva avaliar a qualidade de vida relacionada à dor e a disfunção muscular no assoalho pélvico das pacientes com endometriose; A amostra foi constituída por 90 pacientes do sexo feminino, com diagnóstico de endometriose comprovado por exames de imagem e/ou biópsia, encaminhadas à Clínica Escola de Fisioterapia da Faculdade Pitágoras, Instituto Alisson Chianca e Clínica Fisioáudio no período de janeiro de 2021 à dezembro de 2023. As pacientes foram avaliadas através de ficha de anamnese de própria autoria, avaliação física e funcional do assoalho pélvico com biofeedback eletromiográfico miotool da Miotec por meio da escala New PERFECT, como
também responderam ao questionário Endometriosis Health Profile Questionnaire (EHP-30), já validado em português. Foram submetidas a 05 (cinco) semanas de tratamento com 10 (dez) atendimentos de fisioterapia pélvica, ajustados em 5 (cinco) fases e posteriormente reavaliadas com os parâmetros iniciais. Na análise dos resultados, 88 pacientes completaram o estudo, com apenas 2 desistências. A escala new PERFECT apresentou melhora em P (Power-Força), E (Endurance-Sustentação), R (Repetion- Repetição), F (Fast- Contração Rápida) e E (Elevation-Elevação), assim como, os índices de C (Co-contração) e T (Timing-Contração Involuntária) com significância em todas variáveis com (p0,001) e grande valor de tamanho do efeito. O questionário EHP-30 também apresentou melhora em todos os seus índices do questionário central após a intervenção (p0,001) com grande valor de tamanho do efeito, com significância semelhante no EHP modular nas seções A, B e C, já nas seções D, E, F houve significância estatística (p0,001) porém com médio valor de tamanho do efeito. Desse modo, o presente estudo revelou impacto positivo na qualidade de vida relacionado a dor e disfunção muscular nas pacientes com diagnóstico de endometriose, com significância de grande efeito para acompanhamento das pacientes pela fisioterapia pélvica com potencial melhora da dor pélvica e funcionalidade muscular, o que melhorou significativamente a qualidade de vida dessas pacientes.
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RAISSA GUARÁ ASSUNÇÃO
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Pseudomonas aeruginosa INDUZ PNEUMONIA SEVERA EM MODELO MURINO DE INFECÇÃO LEVANDO A DANOS PULMONARES E SEPSE LETAL
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Data : 28/08/2024
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Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria comum no ambiente, encontrada em solo, água e
hospitais, capaz de causar infecções graves em indivíduos imunocomprometidos ou
hospitalizados. Quando infecta os pulmões, pode levar a doenças como pneumonia, manifestada por febre, tosse, falta de ar e dor no peito. O objetivo deste trabalho foi avaliar a potencial virulência do isolado clínico de P. aeruginosa PAV112 em um modelo de infecção pulmonar. Inicialmente foi realizado um teste de sensibilidade aos antimicrobianos para avaliar o perfil de resistência do isolado, bem como a detecção de genes de virulência (exoU, exoT, exoS, phzI, phzM, oprI, lasA, apr, pilA, pilB, lasB, lasB, plcH, plcN, oprL e ehaJ) e resistência (Oxa23, Oxa51, KPC, CTX-M, SHV, NDM-1, ampC, TEM) por PCR. Posteriormente, foi avaliada a capacidade de produção de biofilme pela amostra, bem como a avaliação o perfil de virulência de PAV112, in vivo, utilizando tanto larvas de Tenebrio molitor como camundongos C57BL/6, com idade entre 8 e 12 semanas. Para o modelo de pneumonia, os animais foram instilados por via intratraqueal com 40 μL de PAV112 e a sobrevida dos mesmos foi monitorada a cada 12 horas durante 5 dias. Um outro grupo de animais foi eutanasiado após 24 horas para coleta de amostras biológicas, utilizadas para quantificação celular, avaliação de parâmetros imunológicos e histológicos, bem como para quantificação da carga bacteriana nos tecidos. A partir da PCR foi possível detectar a presença de genes de virulência (exoU, exoT, exoS, phzI, phzM, oprI) e de resistência (OXA-23, OXA-51). PAV112 foi capaz de formar biofilme e de causar alta letalidade em larvas de T. molitor. Na pneumonia experimental, a infecção bacteriana afetou significativamente a sobrevida dos animais, causando pneumonia acompanhada de sepse letal. Foi possível observar uma queda significativa de leucócitos totais e aumento de células na medula e lavado broncoalveolar, bem como a disseminação da bactéria do pulmão para a circulação sanguínea e para outros órgãos como sangue, fígado e rins. Além disso, houve um aumento significativo na produção de óxido nítrico tanto no sangue como no lavado broncoalveolar, bem como da citocina inflamatória IL-6 nos animais infectados com PAV112. A análise histológica do grupo infectado mostrou a presença de lesões características de pneumonia, com infiltrado inflamatório, áreas multifocais de edema e congestão de leve a moderada. Sendo assim, esses achados indicam que P. aeruginosa PAV112 foi capaz de induzir pneumonia severa nos animais com evolução rápida para sepse, demonstrando um grande potencial de virulência da amostra e sua importância no contexto clínico.
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LEANDRO MARQUES DA SILVA
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ALTERAÇÕES NEUROCOGNITIVAS E FATORES DE RISCOS ASSOCIADOS EM PACIENTES COM
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
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Data : 06/08/2024
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A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma condição debilitante em que o coração não consegue suprir adequadamente as demandas de oxigênio aos órgãos periféricos. Sua prevalência é alta e está associada a significativa morbidade e mortalidade. Recentemente, reconheceu-se a importância da interconexão bidirecional entre o coração e o cérebro na progressão da IC. O Déficit Cognitivo (DC), caracterizado pelo declínio em domínios da função cognitiva, é uma
preocupação adicional nesses pacientes. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é comparar o desempenho cognitivo de pacientes diagnosticados com IC e indivíduos sem essa condição,
bem como verificar os possíveis domínios cognitivos afetados e os fatores de riscos associados à disfunção cognitiva. Trata-se de um estudo transversal descritivo-comparativo entre dois grupos distintos, compostos por pacientes com IC e indivíduos sem esta condição. Foi realizada a aplicação de testes neuropsicológicos em membros da comunidade e pacientes que receberam atendimento ambulatorial em hospitais de referência em cardiologia no estado do Maranhão, Brasil. Os dados foram coletados e obtidos por meio de entrevista com os participantes, análise de laudos médicos e realização dos testes neuropsicológicos: Mini-Mental State Examination (MMSE) e o Montreal Cognitive Assessment (MoCA). No grupo com IC foram incluídos 82 pacientes, destes 63,41% eram do sexo masculino, com uma média de idade de 59,40±12,92 anos. No grupo sem IC composto por 101 indivíduos, a idade média foi de 46,61±12,28 anos e maioria dos participantes era do sexo feminino (79,21%). Após a aplicação do teste MMSE foi observada a presença de DC em 43 pacientes com IC (52,43%) e em 48 participantes sem IC (47,52%), sem diferença estatística entre os grupos. Segundo o teste MoCA, no grupo com IC, 15 pacientes foram diagnosticados com DC (18,29%) e no grupo sem IC, apenas 10 indivíduos (9,90%), obtendo-se uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p < 0,05). Assim, o estudo constatou que pacientes com IC apresentaram DC significativo em áreas-chave como orientação, atenção, linguagem e evocação tardia, em comparação com indivíduos sem IC. Fatores de risco como idade avançada, histórico familiar de IC, baixa escolaridade e falta de atividade física foram identificados como determinantes desse comprometimento. Destaca-se a importância da triagem cognitiva regular em pacientes com IC para identificar precocemente alterações e implementar intervenções. Investigações adicionais são necessárias para entender melhor essas alterações e desenvolver estratégias terapêuticas eficazes.
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FERNANDA LIMA SOARES
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ABORDAGENS DE BIG DATA E GENÔMICA FUNCIONAL NA ANÁLISE DA INTERAÇÃO ENTRE BAIXO PESO AO NASCER E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
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Data : 15/07/2024
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Introdução: O baixo peso ao nascer (BPN) é uma adversidade significativa na vida precoce, ligada a inúmeros fatores de risco e disfunções metabólicas ao longo da vida. O crescimento fetal restrito, avaliado pelo peso ao nascer, também está associado a alterações neurometabólicas e ao aumento do risco de obesidade na vida adulta. Este estudo investiga os fatores socioeconômicos e de saúde que contribuem para o BPN no Brasil e explora a interação entre gene e ambiente no desenvolvimento do peso em função do peso ao nascer entre crianças de diferentes ancestralidades. Métodos: Foram analisados dados do Global Health Data Exchange (GHDx) e fontes oficiais do governo brasileiro de 1995 a 2017. Fatores como tabagismo, consumo de álcool, hipertensão arterial, alto índice de massa corporal (HBMI) e dieta foram avaliados quanto à sua
associação com o BPN. Além disso, dados de quatro coortes (MAVAN, BIBO, GUSTO, ABCD) foram usados para calcular escores de metilação e escores de risco poligênico baseados em expressão (ePRS) para avaliar seu efeito moderador na associação entre peso ao nascer e IMC. Resultados: A exposição da população em idade reprodutiva ao tabagismo, álcool, hipertensão arterial sistólica e HBMI foi positivamente associada ao BPN. Fatores socioeconômicos como PIB per capita e acesso aos cuidados primários mitigaram essas associações. Um aumento de 1 ponto no SEV do BPN foi associado a um aumento no HBMI em crianças peripuberais, um efeito também moderado pelo PIB per capita e acesso aos cuidados primários. Nos estudos de coorte, o ePRS de NAcc interagiu com o peso ao nascer em associação com o IMC em várias idades, com variações observadas entre diferentes populações e tecidos. Discussão: Os resultados destacam o impacto dos fatores socioeconômicos e de saúde no BPN e suas consequências de longo prazo no risco de obesidade. Abordagens de genômica funcional, como escores de metilação e ePRS, fornecem informações sobre as diferenças individuais na resposta à adversidade pré-natal, informando o desenvolvimento de medidas preventivas de precisão. Esses resultados ressaltam a importância de melhorar as políticas públicas relacionadas à saúde e bem-estar para mitigar as repercussões de nascer pequeno e abordar a variabilidade nos resultados de ganho de peso entre as crianças afetadas.
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RANIELLY ARAUJO NOGUEIRA
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EFEITO DO PRAZIQUANTEL NA RESPOSTA IMUNE DE CAMUNDONGOS INFECTADOS POR Schistosoma mansoni DURANTE 60 E 90 DIAS
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Data : 11/06/2024
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A esquistossomose mansoni é uma parasitose causada pelo helminto Schistosoma mansoni e sua quimioterapia tem sido realizada há mais de 40 anos pelo medicamento Praziquantel (PZQ). Embora seu uso esteja estabelecido pela Organização Mundial da Saúde, o fármaco continua a ser objeto de estudo de diversas pesquisas, que buscam compreender melhor e preencher lacunas sobre seus modos de ação no parasito e efeitos na resposta imune dos hospedeiros. Assim, esta tese possui como objetivo revisar os efeitos e modos de ação de PZQ em Schistosoma e investigar os efeitos na resposta imune do tratamento com o fármaco, durante as fases aguda e crônica da esquistossomose mansoni. No capítulo I, foi realizada uma revisão narrativa de literatura, na qual abordamos os mecanismos de ação já descritos, onde reforçamos que ainda não há uma justificativa consolidada para a eficácia reduzida de PZQ em estágios imaturos do verme. Além disso, apresentamos um compilado de novas perspectivas terapêuticas em relação ao uso de PZQ, como adjuvante na fabricação de vacinas, potencializando a resposta imune. O capítulo II foi construído a partir de experimentação in vitro e in vivo em relação ao PZQ e S. mansoni. Os ensaios in vitro foram realizados com vermes adultos submetidos a diferentes concentrações de PZQ (0,1; 1 e 10
μg/mL) para avaliar sua mobilidade e mortalidade. Todas as concentrações analisadas apresentaram ação na mortalidade dos vermes, entretanto à medida a concentração diminuía, o tempo de sobrevivência dos vermes aumentava no experimento. Para obtenção dos dados in vivo, camundongos machos foram infectados experimentalmente por cercarias de S. mansoni e tratados com PZQ, durante sete dias consecutivos (dos dias 45o ao 51o, após a infecção). A eutanásia dos animais foi dividida em dois intervalos da progressão da doença: uma parte dos animais com 60 dias de infecção (fase aguda) e os demais com 90 dias (fase crônica), para realização das análises parasitológicas, histopatológicas e imunológicas. Para os dois períodos da doença - fases aguda e crônica- foi observado que PZQ reduziu o número de ovos tanto no fígado quanto nas fezes, assim como reduziu também o número de granulomas no fígado. Já para o intestino, foi observada redução em relação a presença de granulomas apenas para a fase crônica. Essas reduções de carga
parasitária e na presença de granulomas são acompanhadas também pela redução do infiltrado celular e lesão tecidual dos órgãos nos animais tratados por PZQ. Em relação a celularidade da medula óssea e do baço, o tratamento com PZQ não demonstrou alterações significativas para ambas as fases. Entretanto, observou-se uma possível imunossupressão na medula dos animais da fase crônica e uma significativa diminuição no número de leucócitos totais desses animais de 90 dias. Em relação a fase aguda (60 dias), foi observada a diminuição no número de eosinófilos no sangue, que não demonstrou correlação com a redução da carga parasitária. Em relação ao perfil de resposta gerado durante a infecção, foi observado que PZQ afetou a produção de citocinas dos perfis Th1, Th2 e Th17. Para ambos os períodos analisados (aguda e crônica), foi observada a diminuição nas concentrações de TNF-α e IL-6. Assim, podemos concluir que além do seu reconhecido papel antiparasitário, o fármaco também atua com agente anti-inflamatório em ambas as fases.
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BIANCA LIMA DUARTE
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ASSOCIAÇÃO DO PERFIL INFLAMATÓRIO INFILTRADO NO CÂNCER PENIANO COM FATORES DE RISCO: POTENCIAL COMO MARCADOR DE PROGNÓSTICO
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Data : 23/05/2024
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O câncer é a segunda maior causa de morte no mundo, manifestando-se de forma rara no
contexto do câncer peniano em países desenvolvidos, mas apresentando elevada incidência
em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. No território brasileiro o câncer peniano
também apresenta uma distribuição polarizada, com maiores incidências nas regiões norte e
nordeste, destacando o estado do Maranhão. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar o perfil de células imunes infiltradas no carcinoma peniano como um possível marcador de
diagnóstico e/ou prognóstico em pacientes atendidos no hospital de referência do Maranhão.
Para tal, foram coletados os dados sócio-demográficos e clínicos do prontuário e um fragmento da peça anatomopatológica fixado em formol tamponado, para processamento
histológico, os scores foram feitos em contagem diferencial de três campos aleatórios
analisados, para as análises de dados e foram aplicados os testes one-way ANOVA, tendo o
valor de p < 0,05 sendo considerado estatisticamente significante. Os resultados sociodemográficos mostraram um perfil de pacientes residentes principalmente na mesorregião norte maranhense, apontando os fatores de risco como baixa condição socioeconômica, baixa escolaridade, presença de fimose e infecção pelo HPV. Nas análises histopatológicas, 87,5% das amostras apresentaram infiltrados leucocitários, caracterizando o câncer peniano como inflamatório, foi observada 68,7% de alterações celulares característica do HPV (Coilocitose). As análises de correlação associaram os subtipos histológicos, alguns fatores de risco como a presença de fimose, idade, tabagismo, etilismo, e estadiamento mais avançado da doença. Alteração celular sugestivas da infecção pelo HPV está associada à carcinogênese e à formação do infiltrado leucocitário, que sugere uma modulação da resposta imune no microambiente, tendo um pior prognóstico. Desta forma, o presente trabalho mostra que o perfil dos pacientes diagnosticados com câncer peniano no Maranhão converge com dados descritos na literatura sobre as características clínicas e sociodemográficas da doença, correlaciona os fatores de risco como a idade mais avançada, a presença de fimose nesses pacientes, um contato prévio com o HPV com pior estadiamento da doença, sugerindo a indução de um processo inflamatório favorável do microambiente tumoral.
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RICARDO MENDES GONCALVES
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Avaliação da Quimioprofilaxia como estratégia para vigilância de contatos de Hanseníase
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Data : 08/05/2024
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A hanseníase permanece como problema de saúde pública no Brasil e isso pode estar relacionado coma baixa exploração de ferramentas que se mostram promissoras no controle da doença. A quimioprofilaxia de contatos faz uso de antibióticos já disponibilizados pela rede pública de saúde e apresenta-se como uma ferramenta eficaz na prevenção do desenvolvimento da doença em indivíduos infectados sem sinais clínicos. Em paralelo, a análise espacial em saúde tem gerado um elevado número de informações sobre a transmissão da doença e pode permitir acompanhar o desfecho de intervenções por quimioprofilaxia. Desse modo, o presente estudo objetivou avaliar o efeito da
quimioprofilaxia como estratégia para vigilância de contatos de hanseníase em um estudo pioneiro com acompanhamento de longo prazo em uma área geográfica continental e de altíssima endemia. Trata-se de três tipos de estudo interdependentes, um transversal, um de intervenção de comunidades e um de coorte prospectivo, realizados nas cidades de Açailândia e Imperatriz, no Maranhão. O estudo foi iniciado em 2009 e teve continuidade até 2019. Contatos sadios de pacientes recém diagnosticados receberam ROM (Rifampicina, Ofloxacina e Minociclina) em duas doses, com intervalo de 28 dias e foram anualmente convocados para realizar exames físicos dermatoneurológicos, testes sorológicos, bem como atualização de endereços para fins de georreferenciamento. O estudo demonstrou uma proteção média de 4,3 vezes para os contatos que realizaram quimioprofilaxia em comparação com aqueles não medicados. A eficácia média da intervenção foi de 76,51%. Uma análise estratificada evidenciou que a eficácia varia de acordo com o tipo de contato, chegando até 100,00% para contatos extradomiciliares (p=0,0081), bem como a quimioprofilaxia apresenta maior proteção em contatos com sorologia negativa (p<0.0001). As análises espaciais demonstraram que na cidade de Imperatriz, Maranhão, Brasil houve uma redução no coeficiente de detecção de casos de hanseníase em 38,4%, bem como mudança no perfil de distribuição da doença, considerando que em 2010 os casos estavam
mais concentrados, e ao final do estudo em 2019 haviam menos aglomerados e maior dispersão nessa distribuição. Assim, nós demonstramos a importância da quimioprofilaxia com esquema ROM como estratégia complementar nos programas de combate à hanseníase, especialmente em áreas de alta endemia com elevada dinâmica populacional. Contudo, mais estudos precisam ser realizados para avaliar diferentes esquemas terapêuticos e dosagens da quimioprofilaxia, expandindo a aplicação em um número maior de contatos domiciliares, bem como ampliando as estratégias e o período de acompanhamento desses indivíduos, considerando a complexidade desse tipo de estudo e adequado controle das variáveis que interferem no desfecho clínico final.
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MARIA GABRIELA SAMPAIO LIRA
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AVALIAÇÃO DO EFEITO DO TRATAMENTO COM Dysphania ambrosioides (L.) MOSYAKIN & CLEMANTS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DOS GRANULOMAS DE Schistosoma mansoni EM DIFERENTES FASES DA INFECÇÃO
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Data : 27/02/2024
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A esquistossomose é uma infecção parasitária e negligenciada, de grande importância no contexto de saúde pública, sendo causada pelo helminto Schistosoma mansoni em território brasileiro. Os programas de tratamento e controle da parasitose baseiam-se no uso do medicamento praziquantel. Porém, desvantagens no seu uso vêm sendo relatadas, como sua baixa eficácia contra parasitos juvenis e incapacidade de reverter lesões inflamatórias da doença. Por isso, esforços para desenvolver novas alternativas terapêuticas para controlar a infecção por S. mansoni são necessárias. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é investigar se o tratamento com extrato de Chenopodium ambrosioides, em diferentes fases da infecção, induz alterações imunológicas e histopatológicas no fígado, intestino e pulmão de camundongos infectados e tratados. Os resultados desta tese são apresentados em 02 (dois) capítulos. O capítulo 1 é um artigo de revisão sobre os efeitos imunomoduladores e parasitários de produtos naturais oriundos de espécies vegetais e seus constituintes majoritários no tratamento da esquistossomose, realizado a partir de pesquisas encontradas nos bancos de dados PubMed, LILACs e MEDLINE. Foi evidenciado que o tratamento com extratos de espécies vegetais atua diretamente no parasito, diminuindo as chances de sobrevivência, o que reduz o número de ovos e granulomas no hospedeiro vertebrado. Ao modular a resposta imune durante a infecção, o tratamento com os produtos de espécies vegetais promove a redução dos níveis de citocinas pró-inflamatórias, além de ativar células importantes (neutrófilos, macrófagos, linfócitos T, e células B) para garantir a sobrevivência das células hospedeiras durante a infecção por S. mansoni e modular a expressão de moléculas e enzimas que diminuem a patogênese da doença. O capítulo 2 consiste na avaliação sobre a dinâmica de associação parasitária e imunopatológica da esquistossomose em animais tratados ou não com extrato hidroalcóolico C. ambrosioides (EHCA). Para isso, foi realizada avaliação in vitro do extrato de C. ambrosioides sobre os vermes adultos de S. mansoni, bem como uma análise do extrato sobre a oviposiçao do parasito. Foi feita a avaliação do tratamento com o extrato in vivo, em cada uma das fases do desenvolvimento de S. mansoni (fase cutânea, pulmonar, vermes imaturos e vermes maduros) utilizando camundongos, infectados com 50 cercárias e eutanasiados com 60 dias pós-infecção. Nas avaliações in vitro, o EHCA apresentou atividade esquistossomicida e inibiu a oviposição dos vermes fêmeas. Ao associar os parâmetros in vivo, que revelaram redução de ovos nas fezes e no fígado, bem como no número e tamanho de granulomas, foram identificadas correlações positivas, indicando uma dinâmica proporcional em relação ao aumento ou diminuição desses parâmetros ao longo da infecção. Os dados imunológicos da avaliação in vivo também estiveram associados aos dados parasitológicos e histomorfométricos quando levadas em consideração citocinas ou perfis de citocinas (Th1 e Th2). Os resultados encontrados são um passo inicial para o entendimento dos mecanismos imunológicos, histopatológicos e parasitários. Mas, espera-se que a continuação do capítulo 2 auxilie na compreensão dos mecanismos de regulação da resposta imune, em especial os associados a principal patologia da esquistossomose, durante o tratamento com extrato hidroalcóolico C. ambrosioides em camundongos infectados por S. mansoni.
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AMANDA GRAZIELA GONÇALVES MENDES
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ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO ÁCIDO ELÁGICO CONTRA Candida DE INTERESSE CLÍNICO
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Data : 29/01/2024
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A resistência aos antifúngicos é um problema de saúde pública mundial. Dentre os fungos patogênicos de interesse clínico, se destacam as leveduras do gênero Candida, responsáveis pelos maiores índices de morbidade, mortalidade e por causarem infecções oportunistas em indivíduos imunocomprometidos ou que passaram por tratamento com antimicrobiano de amplo espectro. O fluconazol (FLZ) é um fármaco de escolha para o tratamento da candidíase por ter seu alvo de ação no ergosterol e baixa toxicidade, porém com o aumento de cepas resistentes ao FLZ, pesquisas com produtos naturais surgem como uma alternativa com atividade antimicrobiana. O ácido elágico (AE) é um composto fenólico e um derivado do ácido gálico que foi relatado com atividade antibacteriana e antifúngica. Sendo assim, este estudo teve por objetivo avaliar a atividade antifúngica do AE contra espécies de Candida de interesse clínico. Foram realizados os ensaios de Concentração Inibitória Mínima (CIM), Concentração Fungicida Mínima (CFM), a interação in vitro do AE com FLZ, por meio do método de Checkerboard, transição na morfologia levedura-hifa e formação do biofilme de Candida. Os métodos de microdiluição em caldo mostraram que o AE apresenta atividade antifúngica diante de Candida albicans e Candida parapsilosis, além de apresentar atividade sinérgica ou aditiva com fluconazol, demonstrada por meio do índice de concentração inibitória fracionada (ICIF). O AE foi capaz de interferir na transição hifa-levedura, melhorar a atividade antibiofilme do antifúngico frente ao biofilme em formação de Candida spp. resistentes ao fluconazol e não apresentou citotocidade em eritrócitos nas concentrações testadas. Dessa forma, AE isolado e combinado ao antifúngico convencional FLZ apresenta potencial antifúngico diante de células planctônicas e biofilmes de Candida spp. resistentes ao fluconazol.
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FELIPE ALBERTH FERREIRA DE SOUSA
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EPIDEMIOLOGIA MOLECULAR DO VÍRUS T-LINFOTRÓPICO HUMANO NO ESTADO DO MARANHÃO
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Data : 25/01/2024
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O vírus T-linfotrópico humano (HTLV) é um retrovírus oncogênico, muitas vezes assintomático, mas com potencial para causar manifestações clínicas graves. Ele foi o primeiro retrovírus descoberto e tem distribuição global, com áreas endêmicas na América do Sul. Sua origem remonta à África e sua chegada ao Brasil ocorreu devido ao intenso tráfico de escravizados implantado no início do século XVI. Atualmente, estados como Bahia, Pará e Maranhão registram as maiores prevalências de HTLV I e II. Este estudo concentra-se nas comunidades quilombolas dos municípios de Alcântara e Itapecuru-Mirim, no Maranhão, representando uma investigação pioneira nessas comunidades tradicionais. A altíssima estabilidade genética do HTLV-1 se permite utilizar como ferramenta molecular para compreender a origem, evolução e rotas de disseminação deste retrovírus e populações infectadas. O objetivo deste trabalho é identificar e caracterizar os casos de infecção ao HTLV no estado. Para isso, foram coletadas amostras sanguíneas para análises biomoleculares a fim de identificar o vírus e seus subtipos. Como resultado, uma das comunidades analisadas revelou alta prevalência de 0,99%, com a maioria dos indivíduos tendo baixa escolaridade e uma taxa de analfabetismo de 20,2%. Além disso, observou-se baixa utilização de preservativos (51,8%) nas relações sexuais, aumentando o risco de transmissão entre os membros da família. Em conclusão, os fatores sociodemográficos identificados nesta pesquisa são preocupantes, pois o vírus HTLV já está presente nesses grupos. Portanto, é crucial implementar o rastreamento intrafamiliar, bem como promover políticas públicas e conscientização sobre o HTLV para enfrentar esse desafio de saúde pública.
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ANA LUIZA DE ARAUJO BUTARELLI
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Efeito antitumoral da moxidectina e seu potencial sinérgico à quimioterapia com cisplatina
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Data : 18/01/2024
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O reposicionamento de medicamentos como alternativa terapêutica para o câncer tem tido destaque pela utilização de drogas com aprovação em ensaios pré-clínicos e clínicos, atenuando os gastos e o tempo de desenvolvimento de novos fármacos. Nesse contexto, a Moxidectina (MOX) é um anti-helmíntico de amplo espectro pertencente à família das lactonas macrocíclicas que, diferente de outros fármacos da mesma família, carece de estudos que explorem seu potencial terapêutico. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar o potencial antitumoral da MOX sobre linhagens de câncer de colo uterino (HeLa e SiHa) e de mama (MCF-7 e MDA-MB-231). A viabilidade celular foi avaliada após 24 e 48 horas de tratamento com a MOX (0,48 a 62 μM) através do ensaio de redução do MTT, para determinação da IC50 e do índice de seletividade. A capacidade proliferativa foi avaliada no ensaio de formação de colônias, bem como a morfologia das células tratadas. Para a avaliação do possível mecanismo de ação foram avaliados os processos de morte (apoptose e necrose) e ciclo celular, onde também foi verificado o efeito da MOX associada à cisplatina. Os resultados demonstram que a MOX reduziu a viabilidade celular seletivamente em todas as linhagens avaliadas, exceto na HeLa. As linhagens celulares MDA-MB-231 e SiHa foram mais sensíveis ao tratamento. Os valores de IC50 variaram entre 1,055 e 4,030 μM, sugerindo toxicidade tempo-dependente. Além disso, a MOX reduziu significativamente a habilidade de formação de novas colônias em todas as células tratadas. Os dados mostraram que a MOX induziu apoptose nas células tumorais com efeito sinérgico a cisplatina, aumentando em mais de 80% a morte celular. O tratamento combinado na linhagem MCF-7 resultou em efeito aditivo na indução da apoptose e no aprisionamento na fase S do ciclo celular (49,2% das células), sugerindo o mecanismo de parada do ciclo celular como a via pró-apoptótica. Esses resultados foram corroborados pelas mudanças morfológicas observadas nas células tratadas, incluindo núcleos condensados, perda de volume citoplasmático e perda de adesão celular. Por outro lado, nas demais linhagens celulares, a MOX não provocou alterações significativas no ciclo celular. Em conjunto, os dados ressaltam a atividade antitumoral da MOX, contribuindo para seu reposicionamento em esquemas terapêuticos como coadjuvante farmacológico na quimioterapia antitumoral.
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