Banca de DEFESA: HERIKSON ARAUJO COSTA
2021-03-17 13:05:40.595
Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: HERIKSON ARAUJO COSTA
DATA: 25/03/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Defesa on-line
TÍTULO: Efeito da interação de carvacrol e exercício físico aeróbio sobre parâmetros cardiovasculares em ratos espontaneamente hipertensos.
PALAVRAS-CHAVES: Treinamento físico aeróbio, carvacrol, hipertensão, risco cardiovascular.
PÁGINAS: 101
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Educação Física
RESUMO: Introdução: a hipertensão arterial sistêmica (HAS), caracterizada pela sustentação de níveis
elevados de pressão arterial, é considerada o principal fator de risco para o desencadeamento
de desordens cardiovasculares (DCVs). Portanto, é salutar a investigação de novas terapias,
principalmente não-medicamentosas, que possam auxiliar no tratamento da HAS e redução dos
riscos cardiovasculares. Nesse contexto, o carvacrol, monoterpeno classificado como composto
majoritário no orégano, surge como uma opção promissora para uso no tratamento de DCVs,
uma vez que já são conhecidas suas propriedades anti-inflamatória, antioxidante, antihipertensiva
e cardioprotetora. Outra terapia não medicamentosa bastante estudada para o
tratamento de DCVs, é o treinamento físico aeróbio, que pode proporcionar efeitos modulares
sobre os parâmetros lipídicos, pressão arterial e remodelamento cardíaco. Objetivo: investigar
se o treinamento físico aeróbio potencializa a redução do risco cardiovascular em ratos
espontaneamente hipertensos tratados com 20 mg/kg de carvacrol. Método: o delineamento
experimental foi composto por seis grupos, 1) grupo controle normotenso (Wistar), 2) controle
hipertensivo (SHR), 3) controle positivo tratado com amlodipina (Aml-20mg), 4) grupo tratado
com carvacrol (Carv-20mg), 5) tratado com exercício (Exer) e 6) tratados com exercícios e
carvacrol (ExerCarv), que realizaram quatro semanas de tratamento e registro semanal de
frequência cardíaca, pressão arterial sistólica, diastólica e média. Antes e ao final do protocolo
de tratamento, os animais foram submetidos a realização de um teste de esforço físico máximo
em esteira ergométrica. Ao final do tratamento, foram realizados testes de reatividade vascular,
além de medidas bioquímicas de glicemia, uréia, creatinina, AST, ALT, triglicerídeos,
colesterol total, HDL-C, LDL-C, VLDL-C, cálculos de índices aterogênicos, peso relativo do
órgão e análise histopatológica do tecido perivascular cardíaco. Resultados: os grupos tratados
não experimentaram toxidade renal e hepática, uma vez que houve redução dos níveis séricos
de ureia e AST. O programa de tratamento proposto reduziu desde a primeira semana os níveis
pressóricos dos animais hipertensos, sendo a hipertensão controlada após quatro semanas de
tratamento. O grupo ExerCarv experimentou maiores magnitudes de redução da PA, quando
comparado aos demais grupos, inclusive do grupo tratado com amlodipina (ExerCarv: Δ PAS
= 88,17 ± 10,0 mmHg; Δ PAD = 66,17 ± 31,89 mmHg; Δ PAM = 73,5 ± 20,0 mmHg). Ainda
podemos observar uma diminuição da reatividade vascular, com os grupos tratados
desenvolvendo menos tensão vascular (Emax) ao serem expostos a concentrações cumulativas
de noradrenalina e cálcio. O grupo Carv-20mg demonstrou um efeito discreto sobre as variáveis
lipídicas, reduzindo apenas os níveis séricos de triglicerídeos, LDL colesterol e índices
aterogênicos, enquanto os grupos treinados (Exer e ExerCarv) conseguiram modular todas as
variáveis lipídicas independente do uso de carvacrol. Também foi possível observar uma
manutenção do peso relativo do coração (g/100g) (Wistar: 0,42 ± 0,03; SHR: 0,48 ± 0,03; Aml-
20mg: 0,39 ± 0,03; Carv-20mg: 0,41 ± 0,04; Exer: 0,42 ± 0,02 e ExerCarv: 0,41 ± 0,03), bem
como de alterações a nível de tecido cardíaco nos animais tratados, com os animais do grupo
SHR não tratado, apresentando hipertrofia do tecido perivascular e cardiomiócitos mais
edemaciados. Conclusão: quatro semanas de tratamento com carvacrol (via oral) ou
treinamento aeróbio, de animais SHR é eficiente para regularização da PA, sendo que a
interação entre essas terapias proporciona uma maior magnitude de redução dos níveis
pressóricos. Concluímos ainda que o treinamento físico aeróbio modula as variáveis lipídicas
associadas ao risco cardiovascular, independente do uso de carvacrol. Por fim, o tratamento
com carvacrol e/ou treinamento aeróbio preserva o músculo cardíaco, prevenindo de hipertrofia
e desarranjos tissulares relacionados a lesão desse órgão pela hipertensão.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1371422 - ANTONIO MARCUS DE ANDRADE PAES
Presidente - 406529 - NATALINO SALGADO FILHO
Interno - 306484 - ROSANE NASSAR MEIRELES GUERRA LIBERIO
Externo à Instituição - SAMUEL PENNA WANNER - UFMG
Externo ao Programa - 2198203 - THIAGO TEIXEIRA MENDES