Banca de DEFESA: PERLA LOPES DE FREITAS
2021-06-24 08:22:28.555
Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PERLA LOPES DE FREITAS
DATA: 30/06/2021
HORA: 15:00
LOCAL: Defesa on-line
TÍTULO: O papel do eixo intestino-fígado no desenvolvimento de distúrbios metabólicos associados à introdução dietética precoce de açúcares de adição e o potencial fitoterapêutico das folhas de Syzygium cumini (L.) Skeels
PALAVRAS-CHAVES: microbiota intestinal; dieta rica em sacarose; hipertrigliceridemia; polifenóis; Syzygium cumini.
PÁGINAS: 197
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Farmacologia
RESUMO: A síndrome metabólica (SM) é caracterizada pela coexistência de três ou mais fatores de risco,
dentre os principais podemos citar: obesidade abdominal, disglicemia, hipertensão, resistência
à insulina e dislipidemia. A microbiota intestinal vem sendo amplamente investigada na última
década devido a sua interação com muitas vias metabólicas do hospedeiro podendo ser um fator
contribuinte de muitas desordens metabólicas. Estudos mostram que dietas suplementadas com
polifenóis podem exercer ação moduladora sobre a microbiota intestinal. A espécie vegetal
Syzygium cumini (SYZ) é amplamente utilizada na medicina tradicional para o tratamento de
desordens metabólicas. Portanto, o objetivo do nosso trabalho foi avaliar a influência do extrato
hidroalcoólico (EH) rico em polifenóis de SYZ sobre o eixo intestino-fígado através da
modulação da microbiota intestinal e dos efeitos sobre o metabolismo hepático de animais
alimentados com dieta rica em sacarose. O capítulo 1 desta tese refere-se a um estudo de revisão
sobre a possível associação entre a modulação da microbiota pelos polifenóis e a promoção de
efeitos benéficos ao hospedeiro através da maior produção de ácidos graxos de cadeia curta
(AGCC). No capítulo 2 são apresentados os resultados da investigação sobre o efeito da
sacarose no metabolismo glico-lipídico e na microbiota intestinal de ratos alimentados com
dieta rica em sacarose após o desmame. Ratos Wistar foram alimentados com dieta padrão
(CTR; n = 6) ou rica em sacarose (HSD; n = 8) por 22 semanas. Os animais HSD apresentaram
aumento de TyG (13,2%), HOMA-IR (180%) e insulina sérica (180%). Além disso, eles
também apresentaram intolerância à glicose e à insulina. Em relação aos lipídios séricos, o
grupo HSD apresentou aumento dos níveis séricos de TG (134,9%) e AGL (42%) quando
comparados aos animais CTR. Esse dado é corroborado pela presença de esteatose no fígado
desses animais. A dieta rica em sacarose modificou a composição da microbiota intestinal de
animais HSD, particularmente associada a espécies do filo Firmicutes que foi associado a um
aumento de AGCC, principalmente o acetato. Nossos dados mostram que a dieta HSD foi capaz
de modificar a composição da microbiota intestinal, reduzindo a diversidade bacteriana e
favorecendo o crescimento de espécies produtoras de AGCC, promovendo alterações
metabólicas significativas no eixo intestino-fígado dos animais. No capítulo 3 são apresentados
os resultados da investigação acerca do efeito do EH sobre o metabolismo glico-lipídico de
ratos alimentados com dieta HSD em um modelo experimental de SM que mais se assemelham
aos humanos. Para isso, também foram utilizados ratos Wistar CTR e HSD. Os animais HSD
foram divididos em 3 grupos: HSD tratado (v.o) com EH nas doses de 0,25 g/Kg ou 0,5 g/Kg
(por 5 semanas) e HSD não tratado. O tratamento com o EH nas duas doses, reduziu a GL em
jejum do grupo HSD quando comparados aos animais não tratados. Esse efeito foi corroborado
com reduções do TyG e atenuações das intolerâncias à GL e insulina nos animais tratados com
EH. A melhora na sensibilidade a insulina foi corroborada pelo aumento do conteúdo de
glicogênio hepático nos animais tratados. O EH foi capaz de diminuir em torno de 40% os TG,
nas duas doses avaliadas, e de reverter a doença hepática gordurosa não-alcoólica (DHGNA).
Porém, o EH não foi capaz de modular a microbiota intestinal modificada pela dieta rica em
sacarose. Dessa forma, confirma-se o uso tradicional dessa planta no controle da homeostase
glicêmica e, pela primeira vez, a capacidade do EH na reversão da hipertrigliceridemia e
esteatose hepática em um modelo de SM semelhante a humana. Entretanto, o mecanismo pelo
qual o EH melhora esses parâmetros metabólicos não envolve a modulação da microbiota
intestinal.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 551361 - ADALGISA DE SOUZA PAIVA FERREIRA
Presidente - 1371422 - ANTONIO MARCUS DE ANDRADE PAES
Externo ao Programa - 1210245 - CECILIA CLAUDIA COSTA RIBEIRO DE ALMEIDA
Externo à Instituição - FERNANDO FORATO ANHÊ - UM
Interno - 1523993 - HIVANA PATRICIA MELO BARBOSA DALL AGNOL