PPGCS/CCBS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EUDES ALVES SIMOES NETO
DATA: 25/10/2024
HORA: 14:00
LOCAL: SALA PPGCS-CCBS UFMA
TÍTULO: A doença de Chagas aguda (DCA) por transmissão oral afeta principalmente indivíduos de baixa visibilidade e baixa renda em zonas tropicais e subtropicais. Mesmo após mais de 100 anos de sua descoberta, o manejo continua desafiador. Sua disseminação para áreas não endêmicas a tornou um problema de saúde global. O objetivo deste trabalho é demonstrar as dificuldades encontradas no tratamento de uma situação da vida real. Este relatório examina um surto de 39 casos de DCA devido à transmissão oral pela ingestão de suco de bacaba que ocorreu em Pedro do Rosário, Maranhão, Brasil. Uma investigação clínica e epidemiológica, incluindo busca entomológica, foi conduzida. Os critérios de diagnóstico incluíram gota espessa positiva, soroconversão de IgG e um aumento de duas vezes no título de IgG (critérios laboratoriais); e achados clínicos, exposição epidemiológica e pelo menos um teste de IgG positivo (critérios clínicos-epidemiológicos). Foi realizada em 33 amostras reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional. A idade média foi de 33,6 anos, sem diferença de gênero. O período médio de incubação foi de 13,8 dias, e a média entre o início dos sintomas e o tratamento foi de 16,6 dias. Os sintomas mais comuns foram febre e linfadenopatia (90%). As taxas de sucesso diagnóstico foram de 66,6% (critérios laboratoriais), 23% (critérios clínicos-epidemiológicos) e 10,2% (alta suspeita clínica apesar dos testes negativos). As taxas de positividade dos testes foram de 69,7% para gota espessa, 91,4% para sorologia e 100% para PCR. Todos os pacientes foram tratados com benznidazol. Não houve morte. Após 4,5 anos, os níveis de IgG foram reavaliados em 26 indivíduos. A cura sorológica foi alcançada em 34,6% dos casos, e os títulos de IgG diminuíram em 15,3%. Encontramos várias barreiras, incluindo vulnerabilidade populacional, dependência de técnicas de diagnóstico desatualizadas, falta de métodos padronizados de biologia molecular e opções terapêuticas limitadas. Este relatório ressalta a importância da vigilância rápida e do tratamento precoce para prevenir fatalidades. Recomendamos a padronização da PCR convencional em rotinas de diagnóstico.
PALAVRAS-CHAVES: Chagas disease, Trypanosoma cruzi, Food-borne disease, Polymerase chain reaction, Disease outbreaks, Neglected disease.
PÁGINAS: 78
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Medicina
RESUMO: A doença de Chagas aguda (DCA) por transmissão oral afeta principalmente indivíduos de baixa visibilidade e baixa renda em zonas tropicais e subtropicais. Mesmo após mais de 100 anos de sua descoberta, o manejo continua desafiador. Sua disseminação para áreas não endêmicas a tornou um problema de saúde global. O objetivo deste trabalho é demonstrar as dificuldades encontradas no tratamento de uma situação da vida real. Este relatório examina um surto de 39 casos de DCA devido à transmissão oral pela ingestão de suco de bacaba que ocorreu em Pedro do Rosário, Maranhão, Brasil. Uma investigação clínica e epidemiológica, incluindo busca entomológica, foi conduzida. Os critérios de diagnóstico incluíram gota espessa positiva, soroconversão de IgG e um aumento de duas vezes no título de IgG (critérios laboratoriais); e achados clínicos, exposição epidemiológica e pelo menos um teste de IgG positivo (critérios clínicos-epidemiológicos). Foi realizada em 33 amostras reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional. A idade média foi de 33,6 anos, sem diferença de gênero. O período médio de incubação foi de 13,8 dias, e a média entre o início dos sintomas e o tratamento foi de 16,6 dias. Os sintomas mais comuns foram febre e linfadenopatia (90%). As taxas de sucesso diagnóstico foram de 66,6% (critérios laboratoriais), 23% (critérios clínicos-epidemiológicos) e 10,2% (alta suspeita clínica apesar dos testes negativos). As taxas de positividade dos testes foram de 69,7% para gota espessa, 91,4% para sorologia e 100% para PCR. Todos os pacientes foram tratados com benzinidazol. Não houve morte. Após 4,5 anos, os níveis de IgG foram reavaliados em 26 indivíduos. A cura sorológica foi alcançada em 34,6% dos casos, e os títulos de IgG diminuíram em 15,3%. Encontramos várias barreiras, incluindo vulnerabilidade populacional, dependência de técnicas de diagnóstico desatualizadas, falta de métodos padronizados de biologia molecular e opções terapêuticas limitadas. Este relatório ressalta a importância da vigilância rápida e do tratamento precoce para prevenir fatalidades. Recomendamos a padronização da PCR convencional em rotinas de diagnóstico.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 407707 - CONCEICAO DE MARIA PEDROZO E SILVA DE AZEVEDO
Externo ao Programa - 897.068.033-00 - LÍDIO GONCALVES LIMA NETO
Interno - 1019516 - MAYARA INGRID SOUSA LIMA
Interno - 1136091 - PAULO VITOR SOEIRO PEREIRA