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Banca de QUALIFICAÇÃO: LUANA MARA PEREIRA

2024-04-26 01:54:24.029

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUANA MARA PEREIRA
DATA: 02/05/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: Para responder à questão “quais são as condições de possibilidades para a sustentação da crença no poder do ‘miolo do boi’, no âmbito das redes de relações em grupos de Bumba Meu Boi em São Luís, Maranhão?”, adoto a postura de artesã intelectual proposta por Mills (2009), juntamente com a estratégia das “bricolagens” metodológicas de Fortin (2009). O Bumba Meu Boi, prática artístico-cultural de origem diaspórica afro-ameríndia, contém uma dimensão espiritual com fundamentos religiosos e ritos reconhecidos e organizados que conecta trajetórias dos/as brincantes (MAGGIE, 2001) e revelam tensões nas moralidades envolventes de modo cotidiano (TURNER, 1974 e 2015). Tal realidade está envolvida pelas dimensões das conexões entre seres humanos e os não-humanos, sejam objetos e entidades espirituais que fundamentam os elementos rituais e, de modo marcante, o miolo do boi (LATOUR, 2008; TSING, 2015). A partir do mito (LÉVI-STRAUSS, 1975) do Boi, crenças se (re)afirmam (VEYNE, 1984) e a brincadeira ganha vida, demonstrando paradoxos, controvérsias e situações dramáticas na relação com as existências precárias dos/as componentes do Bumba Meu Boi (DAS, 2015). O “miolo do boi” é a pessoa responsável pela manipulação do boneco da personagem boi, enquanto dança e brinca. O corpo (MERLEAU-PONTY, 2011) do “miolo”, prenhe de marcas, experiências e subjetividade, revela modos de existência (CHAUÍ, 2009) ao compor o rito da brincadeira do Bumba Meu Boi, ao mesmo tempo em que se apresenta resistência cultural (TSING, 2015). As análises da figura do “miolo” passam por aspectos econômicos e culturais do âmbito da circularidade de várias correntes de significação (VELHO, 1981; GINZBURG, 1976) e pela economia de prestígio, status e relações de poder (BECKER, 2010; BOURDIEU, 1996). Essas análises passam pela construção do transe e da mediunidade como elementos centrais na conformação dos grupos de Bumba Meu Boi, situações sensoriais típicas dos existires religiosos afro-atlânticos. A pesquisa tem como marco temporal a última década do século 21, contudo, eventualmente recua alguns anos na medida em que opera com as significações que os/as agentes pesquisados/as conferem às suas trajetórias, logo contando com a perspectiva dos agenciamentos sobre temporalidades sincrônicas e diacrônicas (LÉVI-STRAUSS, 2004; MERLEAU-PONTY, 2011), como chave de entendimento de como as pessoas conferem sentido ao miolo do boi, revelando dramas e encaminhamentos nas suas vidas ordinárias e no âmbito dos grupos.
PALAVRAS-CHAVES: Miolo do boi; bumba meu boi em São Luís-MA; história das populações afro; história e religião no Maranhão.
PÁGINAS: 68
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: História
RESUMO: Para responder à questão “quais são as condições de possibilidades para a sustentação da crença no poder do ‘miolo do boi’, no âmbito das redes de relações em grupos de Bumba Meu Boi em São Luís, Maranhão?”, adoto a postura de artesã intelectual proposta por Mills (2009), juntamente com a estratégia das “bricolagens” metodológicas de Fortin (2009). O Bumba Meu Boi, prática artístico-cultural de origem diaspórica afro-ameríndia, contém uma dimensão espiritual com fundamentos religiosos e ritos reconhecidos e organizados que conecta trajetórias dos/as brincantes (MAGGIE, 2001) e revelam tensões nas moralidades envolventes de modo cotidiano (TURNER, 1974 e 2015). Tal realidade está envolvida pelas dimensões das conexões entre seres humanos e os não-humanos, sejam objetos e entidades espirituais que fundamentam os elementos rituais e, de modo marcante, o miolo do boi (LATOUR, 2008; TSING, 2015). A partir do mito (LÉVI-STRAUSS, 1975) do Boi, crenças se (re)afirmam (VEYNE, 1984) e a brincadeira ganha vida, demonstrando paradoxos, controvérsias e situações dramáticas na relação com as existências precárias dos/as componentes do Bumba Meu Boi (DAS, 2015). O “miolo do boi” é a pessoa responsável pela manipulação do boneco da personagem boi, enquanto dança e brinca. O corpo (MERLEAU-PONTY, 2011) do “miolo”, prenhe de marcas, experiências e subjetividade, revela modos de existência (CHAUÍ, 2009) ao compor o rito da brincadeira do Bumba Meu Boi, ao mesmo tempo em que se apresenta resistência cultural (TSING, 2015). As análises da figura do “miolo” passam por aspectos econômicos e culturais do âmbito da circularidade de várias correntes de significação (VELHO, 1981; GINZBURG, 1976) e pela economia de prestígio, status e relações de poder (BECKER, 2010; BOURDIEU, 1996). Essas análises passam pela construção do transe e da mediunidade como elementos centrais na conformação dos grupos de Bumba Meu Boi, situações sensoriais típicas dos existires religiosos afro-atlânticos. A pesquisa tem como marco temporal a última década do século 21, contudo, eventualmente recua alguns anos na medida em que opera com as significações que os/as agentes pesquisados/as conferem às suas trajetórias, logo contando com a perspectiva dos agenciamentos sobre temporalidades sincrônicas e diacrônicas (LÉVI-STRAUSS, 2004; MERLEAU-PONTY, 2011), como chave de entendimento de como as pessoas conferem sentido ao miolo do boi, revelando dramas e encaminhamentos nas suas vidas ordinárias e no âmbito dos grupos.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1852177 - LUIZ ALBERTO ALVES COUCEIRO
Externo à Instituição - REJANE VALVANO CORREA DA SILVA - UFRJ
Externo à Instituição - ROBERTA SAMPAIO GUIMARÃES - UFRJ
Interno - 2365309 - SORAIA SALES DORNELLES

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