PPGPSI/CCH

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RENATA BARRETO DA SILVA
DATA: 11/02/2019
HORA: 16:00
LOCAL: AUDITÓRIO DO NTI
TÍTULO: TORNAR-SE MÃE NO CONTEXTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL: um estudo em Psicanálise
PALAVRAS-CHAVES: gravidez; violência sexual; maternidade; psicanálise.
PÁGINAS: 67
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO: A violência sexual é considerada uma questão de saúde pública desde 2002 no Brasil, tanto pela alta incidência quanto pelos agravos que acarreta a saúde. A gestação não planejada é a terceira mais prevalente consequência do estupro, ocorrendo com maior frequência entre crianças e adolescentes. Diante da gravidez decorrente de violência sexual, são dadas três possibilidades à mulher: a interrupção legal da gestação; manter a gestação e inserir a criança na família; ou manter a gestação e encaminhar a criança aos serviços de acolhimento. A escolha por manter a gestação e tornar-se mãe deste bebê é determinada por vários fatores, ocorrendo de forma singular a cada mulher. A gestação é algo que implica, mas não determina a maternidade. Com base no desenvolvimento teórico de Freud e Lacan, temos que a maternidade é atravessada por questões imaginárias e simbólicas, sendo construída não a partir do momento em que a mulher se vê grávida, mas num período anterior, referente à constituição da sexualidade feminina. Consideramos essa pesquisa relevante por propor um diálogo entre a Psicanálise e a Saúde Pública, através da discussão sobre a maternidade no contexto de violência sexual. A investigação tem como objetivo principal promover uma discussão sobre a escolha de ser mãe a partir da perspectiva de mulheres com gestação decorrente de violência sexual. Como objetivos específicos, busca identificar: fatores que contribuem para a escolha de ficar com a criança pela mulher com gestação decorrente de violência sexual; e a noção de maternidade para essa mulher. Dito isso, questiona-se: o que possibilita que a maternidade se constitua, para a mulher, nesse contexto de violência sexual? Para essa discussão, está sendo realizada uma pesquisa empírica pautada na Psicanálise. A coleta de dados está sendo feita por meio de roteiro de entrevista semiestruturado e de observação participante. Destaca-se que, na pesquisa em Psicanálise, a construção do conhecimento se dá por meio da integração entre teoria, prática e pesquisa, sem o objetivo de inferir generalizações ou encerrar as questões quanto ao tema abordado, mas estabelecer algumas articulações de modo a levar em conta a singularidade de cada caso. O estudo está sendo realizado de acordo com o que é preconizado pelas Resoluções 466/2012 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Assim, no primeiro capítulo realizamos uma contextualização sobre a violência sexual e a gravidez dela decorrente enquanto um problema de saúde pública e uma violação dos direitos humanos. No segundo capítulo, através do trabalho com textos de Freud e Lacan, assim como de artigos científicos contemporâneos, traçamos algumas considerações acerca da questão da violência sexual, partindo da articulação entre os conceitos de agressividade e violência. Após isso, discutimos a constituição da feminilidade com o objetivo de apresentar o arcabouço teórico para realizarmos articulações acerca da escolha de tornar-se mãe e da constituição da maternidade. No terceiro capítulo, apresentamos o método que está sendo desenvolvido na pesquisa, abordando o tipo de estudo, a delimitação dos participantes e amostra, o cenário onde a pesquisa está sendo realizada, as técnicas e instrumentos utilizados na coleta de dados, os aspectos éticos preconizados, os procedimentos adotados na realização do estudo e a análise de dados.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2523252 - ISALENA SANTOS CARVALHO
Interno - 1652932 - JENA HANAY ARAUJO DE OLIVEIRA
Externo ao Programa - 1219561 - MARIA DA CONCEICAO FURTADO FERREIRA
Interno - 1331239 - MARIA DE NAZARE PEREIRA DA COSTA