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Banca de DEFESA: JASMINE MARLENA DE SOUSA NASCIMENTO

2023-03-20 08:10:25.991

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JASMINE MARLENA DE SOUSA NASCIMENTO
DATA: 22/03/2023
HORA: 10:00
LOCAL: PLATAFORMA ON-LINE: Google Meet
TÍTULO: Título: O ÓDIO NAS REDES SOCIAIS: uma investigação psicossocial à luz da teoria dos afetos de Espinosa.
PALAVRAS-CHAVES: Espinosa. Teoria dos afetos. Ódio. Redes sociais digitais.
PÁGINAS: 152
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO: Há alguns anos uma série de autores percebem uma crescente exacerbação do ódio nas redes sociais digitais, onde a diminuição do outro impera no mesmo movimento de inflação do eu. A internet e o cyberespaço fizeram erigir determinados sujeitos que incitam discursos e práticas de ódio ao outro. A partir da teoria dos afetos de Espinosa, podemos conceber esse ódio ao outro praticado na internet como o afeto da tristeza enquanto somos conscientes disso, gerado por uma compreensão limitada, baseada apenas nos afetos oriundos de signos ou imagens que nos afetam, diminuindo nossa potência de agir e, consequentemente, enfraquecendo o nosso conatus. Diante disso, colocamos seguinte questão: quais elementos atravessam a produção de subjetividades movidas pelo ódio nas redes sociais digitais? A fim de respondê-la, a metodologia utilizada será a revisão bibliográfica de obras de Espinosa, de seus comentadores, além de estudos psicossociais sobre as redes sociais na contemporaneidade. A análise das subjetividades atravessadas pelo afeto do ódio partiu das cinco grandes redes sociais da atualidade (Facebook, Instagram, Twitter, YouTube e WhatsApp), onde constatamos que esse movimento na internet, de utilizar as redes sociais para propagar suas subjetividades odientas, resvala na superficialidade que estes usuários estão imersos, fruto da ignorância oriunda do primeiro gênero do conhecimento e das suas imagens e signos que são elementos falsificadores da imaginação e que atravessam essas subjetividades nessas plataformas, principalmente a partir da eliminação e do afastamento daquilo que diminui a sua potência de agir e existir. As redes sociais dão a estes usuários a ideia de uma pseudoautonomia, na qual a conexão digital alimenta a ideia de escolha e autonomia no espaço virtual, uma ideia ilusória, que nada mais é do que o algoritmo que se transforma e controla as informações que essas pessoas recebem, de acordo com os interesses dessas companhias. Contudo, essa ideia ilusória resulta nestes usuários o afeto da alegria, porém, uma alegria flutuante e provisória, pois basta que outra imagem que não se componha com sua auto-imagem afete novamente os corpos desses usuários, para que sejam tomados e dominados pelo afeto da tristeza mais uma vez. Desse modo, para além de influenciar as pessoas, produzindo relações e limitações que acabam pesando nas suas escolhas, orientações, ideais, comportamentos e opiniões, as redes sociais também estão contribuindo na produção como aqueles que são atravessados pelo afeto do ódio. As postagens analisadas neste trabalho revelam a causa da tristeza dos usuários que fizeram algum comentário ofensivo, com o objetivo de inferiorizar e reduzir o outro. Ou seja, eliminar aquilo que lhes causou algum tipo de impotência e diminuição na sua capacidade de agir, pois trata-se de uma tristeza. No espaço virtual, esses indivíduos constroem relações e encontros com outros e alguns desses encontros, podem ser maus encontros, encontros que os entristecem e os dominam através do ódio. Esses maus encontros fazem com que estes usurários manifestem suas subjetividades odientas nas redes sociais, por meio de discursos desejantes de perseverar no seu ser as coisas enquanto estão em si. Os discursos de ódio propalados por esses usuários nas redes sociais constituem esse esforço dos mesmos em perseverar no seu próprio ser. Assim, realizam o movimento de busca de destruição da causa que os entristecem, e justamente por isso, que o ódio em Espinosa tem utilidade na ligação com o medo, e por se tratar de afetos políticos e sociais, acabam contribuindo como uma forma de governar e manipular as pessoas. E nada mais facilitador e estratégico do que utilizar as redes sociais para potencializar esse movimento, evidenciando o desejo de buscarem discriminar, ofender, invalidar e inferiorizar o outro que é diferente de alguma forma ou que não compartilham dos mesmos pensamentos, hábitos, crenças e ideais. E para descredibilizar e diminuir as opiniões, crenças e ideais desse outro que é ou pensa diferente, esses usuários marcados por subjetividades tristes, usam dos recursos disponibilizados pelas redes sociais para manifestar seu desejo de eliminar a causa da sua tristeza. Porém, não percebem que essa eliminação e afastamento daquilo que diminui a sua potência de agir não irá de fato fortalecer novamente o seu conatus, tendo em vista que esses usuários estão imersos naturalmente no conhecimento imaginativo e parcial, que está fragmentado do todo. Por conseguinte, essas subjetividades atravessadas pelo afeto do ódio demonstradas nas postagens aqui analisadas, estão marcadas pelos afetos que derivam da tristeza e, portanto, constituem afetos sociais e políticos que podem ser utilizados para o controle e modulação das sociedades contemporâneas.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 881.952.603-49 - DAYSE MARINHO MARTINS
Externo ao Programa - 2821076 - FLAVIO LUIZ DE CASTRO FREITAS
Presidente - 1894889 - MARCIO JOSE DE ARAUJO COSTA
Externo à Instituição - MONALISA PONTES XAVIER - UFPI
Interno - 1929907 - TADEU GOMES TEIXEIRA

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