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Banca de DEFESA: JULIA NAOMI COSTA RODRIGUES

2023-05-16 09:32:17.987

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JULIA NAOMI COSTA RODRIGUES
DATA: 16/05/2023
HORA: 14:00
LOCAL: PLATAFORMA ON-LINE: Google Meet - https://meet.google.com/tsy-tscv- gdh
TÍTULO: Passabilidade e possibilidades
PALAVRAS-CHAVES: Transexualidade; Passabilidade; Raça; Gênero; Subjetividade.
PÁGINAS: 192
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO: Norteia-se, sem conhecimento prévio, conceitos que distorcem e discriminam a transexualidade, forjando um imaginário coletivo que dita, ou tenta ditar, como seria uma pessoa trans, ou seja, o estereótipo, que querendo ou não, traça uma fronteira comparativa entre a cisgeneridade e a transgeneridade, onde a cisgeneridade seria uma espécie de legalidade identitária de modo que as demais identidades sexuais seriam ilegítimas. Tal fronteira comparativa fez com que pessoas trans (transexuais e travestis) buscassem adequação ao “modelo” cisgênero, o que fez surgir o termo designado como passabilidade, que pode ser traduzido no quanto uma pessoa trans se parece, ou passa por cisgênero, conceito baseado na imagem, onde a aparência dita quem pode, ou não, acessar espaços e direitos, vindo a ser o habeas corpus para viver em sociedade sem sofrer violências, violações, discriminações, preconceitos e sanções. Entretanto aquilo que poderia ser vislumbrado como uma saída para tantos percalços, pode ser observada também, como armadilha que coloca pessoas trans na condição de ter que se parecer com outro para poderem existir, e exacerba as várias dificuldades enfrentadas por aquelas pessoas trans que não são consideradas passáveis enfatizando-se a intersecção entre transexualidade, raça e gênero, recortes que atravessam e deixam marcas nos corpos trans, observados enquanto proibidos, públicos e desejáveis quando convém. Neste sentido, o presente estudo buscou analisar os discursos de pessoas transgêneras (transexuais e travestis) e pessoas cisgêneras acerca da “passabilidade” enquanto estratégia de defesa da transfobia, objetivando problematizar as condições históricas da emergência da “passabilidade” na comunidade trans; compreender os sentidos dados à “passabilidade” por pessoas trans e pessoas cis; e apontar as intersecções entre gênero, raça e orientação sexual no uso da “passabilidade”. Para isso realizada pesquisa de abordagem qualitativa, entrevistando seis pessoas transgêneras (três mulheres transexuais/travestis e três homens trans/transmasculinos) e seis pessoas cisgêneras (três homens e três mulheres), totalizando doze pessoas, cisgêneras e transgêneras da cidade de São Luís do Maranhão, por meio de questionário semiestruturado, no qual as entrevistas foram gravadas e transcritas fidedignamente, baseando-se no método arqueogenealogico, inspirado em Foucault, para realizar a análise dos dados. Notou-se, dessa forma, primeiramente, a mudança da percepção conceitual da transexualidade nas óticas trans e cis, enquanto que a passabilidade vem perdendo o viés de obrigatoriedade para pessoas trans, embora se perceba, ainda, a necessidade desta, não só de acesso a espaços sociais, como também para o bem estar, autoestima, segurança e autocuidado. Na interseccionalidade da raça e do gênero na comunidade trans, as pessoas mais estigmatizadas, a priori, são as mulheres trans negras. Observou-se, também, que a passabilidade é presente e determinante, também na cisgeneridade, com critérios diferentes dos exigidos na transgeneridade, já o corpo cis é “aceitável” socialmente, e passam a pesar a origem, a educação e o vestuário (entre outros). Por fim, o estudo discorre para além da passabilidade, fala sobre vidas humanas e cidadania, e se apresenta como motivação para novos estudos que venham a trazer mais discussões sobre este e demais temas que abordem a transexualidade.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1867349 - RAMON LUIS DE SANTANA ALCANTARA
Interno - 849.960.133-20 - CARLOS WELLINGTON SOARES MARTINS
Interno - 2305628 - CRISTIANNE ALMEIDA CARVALHO
Interno - 2079724 - JEAN MARLOS PINHEIRO BORBA
Externo à Instituição - JAQUELINE GOMES DE JESUS - IFRJ

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