Ir para acessibilidade
inicio do conteúdo

Banca de QUALIFICAÇÃO: HENRY GUILHERME FERREIRA ANDRADE

2023-09-15 12:34:30.223

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: HENRY GUILHERME FERREIRA ANDRADE
DATA: 29/09/2023
HORA: 14:30
LOCAL: UFMA-IMPERATRIZ-CENTRO
TÍTULO: “SOMOS SOCIEDADE TAMBÉM, SOMOS HUMANOS, SOMOS RELIGIOSOS”: uma análise acerca da violência contra as religiões afro-brasileiras em Imperatriz/MA.
PALAVRAS-CHAVES: Violência Religiosa. Religiões afro-brasileiras. Agentes Públicos. Instituições Públicas.
PÁGINAS: 76
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Sociologia
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo analisar os casos de violência religiosa contra as religiões afro na cidade de Imperatriz/MA, verificando como as instituições lidam com as denúncias, quem são os sujeitos envolvidos, e onde se localizam, e de que maneira o Estado tem se posicionado em relação ao problema. A religião, como um dos objetos de estudo da Sociologia, foi abordada por diversos teóricos, ocupando espaço importante nas teorias sociais clássicas e contemporâneas. É a marginalização de certas religiões, como as afro-brasileiras, que nos faz ter interesse por entender, a partir de estudo in loco, a maneira que se conjectura tal segregação. O Brasil é um país religioso, conforme demonstra o último censo do IBGE, em 2010, em que apenas 8% dos entrevistados declararam não ser adeptos de alguma religião. Verificou-se, ainda, que mais de 80% são adeptos de religiões oriundas do cristianismo (catolicismo e protestantismo), as denominadas religiões hegemônicas, restando às religiões afro-brasileiras a condição não somente de minoria numérica, mas também de grupo minorizado (IBGE, 2022). O mesmo censo indicou que, na época, em Imperatriz/MA, mais de 130.000 pessoas declararam adesão à Igreja Católica Apostólica Romana, e mais de 78.000 se disseram evangélicos. Umbanda e Candomblé tiveram apenas 22 adeptos contabilizados, o que ilustra o processo de invisibilização desses religiosos, já que, mesmo por dados não oficiais, tem-se notícia, por trabalhos de pesquisadores locais, de mais de 20 terreiros na cidade. Em novembro de 2021, foi realizada a 1ª audiência pública para tratar das reivindicações dos povos de terreiro, dentre as quais, o pedido de socorro às autoridades para dar segurança as expressões de religiosidade afro no cenário local. Já em março de 2023, em nova audiência pública, no Auditório da Universidade Aberta do Brasil – UAB, intitulada “KAÔ KABECILE XANGԔ, se fizeram presentes instituições públicas, tais como a Defensoria Pública do Estado do Maranhão, e a Câmara de Vereadores do município de Imperatriz, representada pelo vereador Flamarion Amaral, além da Associação de Terreiros de Cultura e Religião de Matriz Africana (ASTERCMA), e líderes dos povos de terreiro, momento em que me deparei com mais relatos acerca da violência sofrida pelas religiões afro-brasileiras na região o que me instigou ainda mais a investigar os desdobramentos do fenômeno. Como aporte teórico para discutir aspectos históricos e conceituais acerca da violência religiosa, estabeleceremos diálogo com autores como Mundicarmo Ferretti (1995;2007), Shwarcz (2007;2021), Nancy Leys Stepan (2004), Stuart Hall (2003;2006), Paul Gilroy (2001; 2007), Pierre Bourdieu (1989), Erving Goffman (1981), Ari Pedro Oro (2015), Vagner Gonçalves da Silva (2015;2023), dentre outros. Utilizaremos, como metodologia, a pesquisa de campo, por meio de entrevistas semiestruturadas junto às autoridades públicas (Defensoria Pública, Ministério Público, Delegacias, Tribunal de Justiça, entre outros) e à ASTERCMA, e, ainda, por meio da sociologia dos arquivos, para analisar as denúncias formalizadas pelos povos de terreiro. Até aqui, tem-se concluído que, ouvindo os povos de terreiro nas audiências, percebe-se que o fenômeno da violência religiosa é latente em Imperatriz/MA, cabe-nos continuar investigando para verificar como isso tem sido tratado pelo Estado.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1829367 - ROGERIO DE CARVALHO VERAS
Interno - 1695124 - GAMALIEL DA SILVA CARREIRO
Externo ao Programa - 2518225 - RAIMUNDO INACIO SOUZA ARAUJO
Co-orientador - 1258231 - THIAGO LIMA DOS SANTOS

fim do conteúdo