PPGCS/CCBS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ITAYNARA LOBATO DUTRA
DATA: 11/10/2017
HORA: 14:30
LOCAL: SALA 02 - PPGCS
TÍTULO: Avaliação da atividade imunomoduladora de Escherichia coli produtora da serinoprotease PIC em animais submetidos à sepse.
PALAVRAS-CHAVES: Escherichia coli; Pic; serinoprotease; sepse.
PÁGINAS: 58
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Imunologia
RESUMO: Cepas patogênicas de Escherichia coli são responsáveis por uma variedade de doenças que afetam o trato gastrointestinal, podendo também transpor a barreira epitelial e eventualmente alcançar a corrente sanguínea, se disseminando para diversos tecidos do hospedeiro, causando bacteremia e sepse. Vários são os fatores de virulências produzidos por E. coli, a exemplo da Proteína envolvida na colonização (Pic), uma serinoprotease com diversos papeis biológicos. Uma vez que Pic é capaz de degradar importantes substratos biológicos, levantou-se a questão se esta serinoprotease também teria algum papel no estabelecimento da sepse. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade imunomoduladora de Escherichia coli produtora da serinoprotease Pic em animais submetidos à sepse. Para isto, foram utilizados isolados clínicos bacterianos e um mutante construído a partir de um destes isolados para induzir a sepse por inoculação intraperitoneal. Os animais utilizados consistiram em 60 camundongos fêmeas da linhagem Swiss, entre seis e oito semanas de vida, os quais foram divididos em 05 grupos: 1) PBS, inoculados com salina estéril; 2) HB101, inoculados com E. coli K12 - não patogênica; 3) F5, inoculados com E. coli produtora de Pic isolada de um caso de bacteremia; 4) F5Δpic, inoculados com o mutante Δpic de F5 e 5) RS218, inoculados com E. coli RS218 isolada de meningite neonatal. Doze horas após a indução da sepse por inoculação intraperitoneal, metade dos animais de cada grupo foi eutanasiada para coleta de amostras destinadas à dosagem sérica de glicose, contagem diferencial de células sanguíneas, contagem total de células peritoneais e do baço, quantificação de NO, citocinas e quimiocinas e determinação das Unidades Formadoras de Colônias (UFC’s) no sangue e órgãos. A outra metade dos animais foi destinada a avaliação da sobrevida, sendo acompanhada a cada 12 horas até o 5° dia após a indução da sepse. A inoculação intraperitoneal de bactérias produtoras da serinoprotease Pic (E. coli F5) induziu a morte de 75% dos animais em até 12 h após a infecção. Não foi observada diferença estatística significativa entre os grupos com relação ao número total de células do baço. Entretanto, o grupo F5 diferiu dos demais grupos em relação à concentração de glicose, número total de células da cavidade peritoneal, contagem diferencial de células sanguíneas e dosagem sérica de NO. A contagem de bactérias após cultivo de alíquotas de sangue dos animais mostrou a presença de bactérias na corrente sanguínea daqueles pertencentes ao grupo F5, não sendo detectada bacteremia em nenhum dos animais pertencentes aos demais grupos experimentais. Todas as citocinas testadas (IFN-γ, TNF-α, IL-6, IL-12, IL-10, MCP-1) foram detectadas nas amostras de soro do grupo F5, de modo significativo em relação aos demais grupos. A dosagem da citocina pró-inflamatória IL-6 e da quimiocina MCP-1 nas amostras do lavado peritoneal dos animais também foi significativamente maior no grupo das bactérias produtoras da serinoprotease Pic. Desta forma, os resultados em conjunto corroboraram a hipótese de que Pic de fato representa um importante fator de virulência, interferindo diretamente na sobrevida dos animais, possivelmente devido à capacidade de bactérias produtoras desta serinoprotease sobreviverem na corrente sanguínea e induzirem uma alta produção de mediadores pró-inflamatórios pelo organismo infectado.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1368781 - FLAVIA RAQUEL FERNANDES DO NASCIMENTO
Interno - 2583080 - MARCIA CRISTINA GONCALVES MACIEL