Ir para acessibilidade
inicio do conteúdo

Banca de QUALIFICAÇÃO: TASSIO CARLOS RODRIGUES FILGUEIRAS

2014-01-08 03:12:33.322

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TASSIO CARLOS RODRIGUES FILGUEIRAS
DATA: 22/05/2013
HORA: 18:00
LOCAL: sala 206 bl A ccso-ppgdse
TÍTULO: Os elementos da transição social nos empreendimentos de economia solidária no município de São Luis no seculo XXI.
PALAVRAS-CHAVES: economia solidária. transição social. relações sociais de produção
PÁGINAS: 21
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Economia
RESUMO: A partir da década de 1980, verificou-se a emergência no Brasil de um considerável conjunto de atividades econômicas – de produção, distribuição, consumo, prestação de serviços, poupança e crédito – organizadas e realizadas solidariamente por trabalhadores sob a forma coletiva e autogestionária, reunidas no campo da economia solidária , cujas características fundamentais são: cooperação, autogestão, solidariedade e ação econômica . As diversas formas de organização econômica baseadas no trabalho associado, na propriedade coletiva dos meios de produção, na cooperação e na autogestão vão conformando um conjunto plural e diversificado de empreendimentos, em que a solidariedade transforma práticas e aponta para compromissos renovados com as lutas coletivas por transformações sociais. O fenômeno têm características múltiplas e heterogêneas, em setores econômicos distintos, organizados sob diversas formas institucionais, possibilitando diferentes enfoques e propostas sugeridos por diversas correntes de pensamento sob a mesma denominação de economia solidária. Dentre diferentes abordagens, destaca-se a noção de Paul Singer, para quem a economia solidária é um conceito com acepções variadas, mas que giram todas ao redor da ideia da solidariedade, em contraste com o individualismo competitivo característico do capitalismo . O conceito de solidariedade remete aos laços de ajuda mútua que se estabelecem entre as pessoas e procura resgatar os princípios cooperativistas e autogestionários originalmente estabelecidos por experiências associativas de trabalhadores europeus no séc. XIX. Por autogestão, entende-se a propriedade coletiva dos meios de produção, decisão democrática na fábrica e o autogoverno pelos produtores associados, ou seja, participação dos trabalhadores no controle da empresa e da sociedade como um todo. Reúnem uma dimensão econômica (sindicalismo e cooperativismo), enquanto atividade econômica que garantam meios de vida aos seus integrantes; e uma dimensão política (democracia representativa e liberdade de associações), enquanto organizações coletivas que tenham um horizonte de superação e resistência ao capitalismo, para além das necessidades materiais imediatas. No plano político, este fenômeno aparece no período em que o capital adotou as políticas de liberalização, desregulamentação e privatização como saídas para a crise da década de 1970 e aprofunda-se, na década de 1990, com a implementação da agenda neoliberal na orientação da política econômica e social em quase todos os países. Na América Latina, o ideário neoliberal encontrou sua mais acabada expressão e sistematização no encontro realizado em 1989 na capital dos Estados Unidos, que ficou conhecido como Consenso de Washington, cujas recomendações e diretrizes dessa agenda foram seguidas de perto pela política econômica e externa do Brasil nos anos 1990 . No plano econômico, a transição do século XX para o século XXI foi marcada por novas formas de organização do processo de trabalho que descartam mão-de-obra a fim de diminuir os custos e “racionalizar” a produção. Uma gama de trabalhadores é, dessa forma, deslocada para a “informalidade”, subcontratação e situações de trabalho que, aparentemente, fogem ao assalariamento, que, no entanto, aumentam a extração de mais-valia pelos fios invisíveis da produção capitalista (TAVARES, 2004). Diante da desvalorização dos produtores diretos como força produtiva, os trabalhadores são deslocados para outras atividades, reunidas no campo da economia solidária, que se pretendem “alternativas” ao modo de produção capitalista e que surgem tanto por iniciativa dos próprios trabalhadores quanto por induções das políticas públicas de geração de emprego e renda, além de contar com amplo apoio da sociedade civil organizada e do poder público , com o propósito, fundamentalmente, de evitar os malogros do desemprego e buscar alternativas de sobrevivência. Tal fato leva Aued (2002, pág. 37 apud GRADE, s/d) a afirmar que vivemos atualmente a degeneração acelerada das relações sociais burguesas. A proporção que o processo de valorização da riqueza se faz pela centralização do capital e que, ao mesmo tempo, produz a desvalorização do homem, a história evidencia que o modo de produção capitalista não mais consegue engendrar as condições sociais para a reprodução dos seres humanos . Assim sendo, ainda segundo ele, resta construir uma alternativa onde aos homens sejam capazes de viverem adequadamente (AUED, 2004 apud GRADE, s/d), o que faz com que compreendamos ser nosso dever desvelar os caminhos possíveis para a superação da sociedade atual. Mészáros (2004 apud NOVAES etall, 2011, pág. 130) afirma que um dos desafios do século XXI é justamente combinar as necessidades imediatas de sobrevivência com as necessidades mais abrangentes, que tem mais a ver com transformações de longo prazo. Faz-se necessário, portanto, realizar uma pesquisa com o propósito de avançar com a discussão teórica fundada numa base real e que sirva para conduzir o movimento da classe trabalhadora em direção à sua emancipação. Estudar suas condições históricas e chamar a classe trabalhadora a cumprir com o ato sua emancipação constitui a missão histórica do proletariado moderno. Isso é obra do socialismo científico, expressão teórica do movimento proletário (ENGELS, 1880). Os empreendimentos de economia solidária situados no município de São Luís apresentam as condições materiais que possam se constituir como elemento de superação do modo de produção capitalista? Que pontos de rupturas e funcionalidades, descontinuidades e continuidades se impõem à transição social a partir da experiência destes empreendimentos de economia solidária?
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1707510 - CESAR AUGUSTUS LABRE LEMOS DE FREITAS
Interno - 2089300 - JOAO CLAUDINO TAVARES
Interno - 1063596 - ROMILDO DOS SANTOS SILVA

fim do conteúdo