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Banca de DEFESA: DAVID MENDONÇA DO NASCIMENTO

2023-06-26 17:37:17.942

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DAVID MENDONÇA DO NASCIMENTO
DATA: 28/06/2023
HORA: 10:00
LOCAL: Google Meet (https://meet.google.com/gqk-tnmk-ayd)
TÍTULO: A CONCEPÇÃO DE HOMEM NA FILOSOFIA DE ÉRIC WEIL
PALAVRAS-CHAVES: Homem. Razão. Violência. Homo faber. Homo theoreticus.
PÁGINAS: 125
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
RESUMO: Esta dissertação trata da concepção de homem na filosofia de Éric Weil na Introdução da Lógica da filosofia, sua obra prima. O motivo que justifica a adoção deste recorte textual assenta-se sobre o fato de que é na Introdução que o autor elabora de maneira mais clara sua concepção de homem. A primeira seção da Introdução, intitulada Reflexão sobre a filosofia, está subdivida em duas partes: O homem como razão e O homem como violência. A partir da análise destas duas partes a presente investigação pretende demonstrar como Weil compreende o homem. É na introdução que ele inicia o problema sobre uma definição de homem, no sentido humano, testando o conceito clássico de homem como animal racional, levando em consideração as dimensões da natureza humana da razão e da violência. É nesta seção que ele adota dois conceitos fundamentais para tratar desta problemática: o Homo faber e o Homo theoreticus. Nos concentramos na análise destes dois conceitos relacionando-os com todo o restante da Introdução da obra e também com a obra em si, bem como com outros textos do autor. Explicitamos os pressupostos fundamentais da filosofia de Weil a fim de demonstrar a presença de uma antropologia filosófica. O homem tem o desejo da universalidade e a vontade de coerência e a filosofia é a busca pela compreensão do todo. Sendo o homem finito possui dentro de si um desejo pelo infinito. O homem é a síntese da oposição entre razão e violência, age e fala, fala e age. Age orientado por seu discurso e fala para dar sentido à sua ação no mundo A Lógica da filosofia é a compreensão da compreensão e quer compreender o homem pela ótica do discurso elaborado na história, ela é o logos do discurso eterno em sua historicidade, é uma teoria da discursividade, uma teoria filosófica da história da filosofia. Weil organiza em 18 categorias o discurso humano, as quais expressam as atitudes humanas. Apesar dessa multiplicidade o homem pode ser pensado no singular: o homem. Três conceitos básicos se relacionam: categoria, atitude e retomada. A concepção antropológica weiliana é herdeira da concepção clássica de homem: homem como zôon logikón e zôon politikón, animal que fala e animal político. Weil adotou pressupostos kantianos: o homem é concebido como um ser cognoscente e natural, mundano e, portanto, um ser histórico. Existe no homem uma insociável sociabilidade, um antagonismo de forças onde o homem age competitivamente e ao mesmo tempo solidariamente. Essa força que escapa ao homem, Weil chama de violência: o desejo, a incoerência e a falta de sentido. O homem natural seria um ser amoral, fora da comunidade humana, sem noção de bem e de mal, de lícito e ilícito, vivendo apenas pelo instinto. Portanto, o sentido da definição de homem não é dado para definir o que os indivíduos são, mas o que eles devem ser. O homem como ser humano é um ideal a ser realizado pela presença da razoabilidade que se expressa na linguagem e nas ações coerentes de maneira que ele se faz a si mesmo à medida em que tomando consciência de sua condição busca transformar o mundo e a si mesmo. O homem diz não à sua realidade do mundo, ele é aquilo que ele não é e não é aquilo que ele é. Nenhuma definição pode lhe ser dada. Ele é contradição e está em ato de realização, pois ao mesmo tempo em que ele é razão-pensante é também razão-pensada, sujeito e objeto. Ele é liberdade que se autodetermina. O homem possui um descontentamento, uma negatividade. A linguagem, expressão da razão no homem, torna-se instrumento da negatividade e de transformação da realidade. De homo sapiens ele passa a homo faber, ser-artesão, ser que faz, que fabrica a si mesmo e a sua realidade, indivíduo que vive o cotidiano, que está preocupado com a práxis, que elabora a técnica e a ciência empírica e que se opõe ao homo theoreticus, ser negador da natureza animal e violenta, que nega a própria negatividade, vive para a vida contemplativa para tornar-se razão, encontrando nela o contentamento. Sua vida é em busca da theoría, ou seja, da visão da totalidade em sua unidade. Esta oposição entre homo faber e homo theoreticus se expressa no problema: filosofar para viver ou viver para filosofar? A tarefa última é a de responder a pergunta sobre quem somos.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 515.695.743-91 - FRANCISCO VALDERIO PEREIRA DA SILVA JUNIOR
Interno - 3089551 - HELDER MACHADO PASSOS
Externo à Instituição - MARCELO PERINE - PUC - SP

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