PGSC/CCBS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ELANE VIANA HORTEGAL FURTADO
DATA: 30/08/2019
HORA: 14:00
LOCAL: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
TÍTULO: Relação entre sarcopenia, marcadores inflamatórios e nutricionais em pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise
PALAVRAS-CHAVES: Unidades Hospitalares de Diálise; Sarcopenia; Inflamação; Prevalência; Impedância Elétrica.
PÁGINAS: 109
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Saúde Coletiva
SUBÁREA: Saúde Pública
RESUMO: A sarcopenia é uma síndrome associada a várias condições médicas, causadas pelo processo inflamatório e catabólico comuns nas doenças crônicas, que ocorre quando a diminuição na força muscular é detectada, tendo seu diagnóstico confirmado pela presença de quantidade ou qualidade diminuída do músculo. Marcadores inflamatórios elevados têm sido associados à redução da massa e força muscular entre os pacientes em hemodiálise. Além disso, estudos sobre o ângulo de fase têm demonstrado que ele reflete o estado nutricional e está associado a variáveis antropométricas e de composição corporal e se correlaciona com massa muscular e força. No entanto, ainda são necessários estudos para se elucidar as relações existentes entre a sarcopenia, inflamação e marcadores nutricionais, como o ângulo de fase. O capítulo 1 desta tese foi o artigo original “Sarcopenia e inflamação em pacientes submetidos à hemodiálise”, que teve como objetivo verificar a relação entre sarcopenia e inflamação em pacientes em hemodiálise. Tratou-se de um estudo transversal realizado com 209 pacientes em cinco unidades de hemodiálise de São Luís-MA que dosaram a Proteína-C reativa ultrassensível. Foram coletados dados demográficos, socioeconômicos, antropométricos e clínico-laboratoriais. A sarcopenia foi diagnosticada segundo o European Working Group on Sarcopenia in Older People (força de preensão < 27kg para homens e <16kg para mulheres, índice de massa muscular por DEXA < 7,0 kg/m² para homens e <5,5 kg/m² para mulheres). A inflamação foi medida por meio da Proteína-C reativa ultrassensível (PCR-us > 0.3mg/dl). Os resultados deste artigo mostraram que os pacientes tinham média de idade de 51,9 ±15,0 anos, sendo 59,3% homens, entre 1 e 4 anos de tratamento (59,8%) e hipertensos (37,5%). A massa muscular esteve diminuída em 41,3% dos pacientes e a força muscular em 51,9%. A prevalência de sarcopenia foi de 29,2% e de inflamação foi de 50,2%. A análise de regressão de Poisson mostrou que a sarcopenia estava associada a valores aumentados de PCRus (RP=1.06; p=0.005), idade (RP=1.02; p<0.001), IMC (RP=0.74; p<0.001) e %gordura corporal (RP=1.07; p<0.001), além do sexo masculino (RP=5.7; p<0.001) e presença de DM (RP=1.87; p<0.001). O capítulo 2 desta tese originou o artigo original “Ângulo de fase e sarcopenia em pacientes submetidos à hemodiálise: um estudo longitudinal”, que teve como objetivo avaliar o papel preditor do ângulo de fase na sarcopenia e seus componentes, em pacientes em hemodiálise. Tratou-se de um estudo de coorte prospectiva que acompanhou 285 pacientes em hemodiálise por 1 ano. Foram coletados dados sociodemográficos, morbidades, clínicos, laboratoriais, estado nutricional e diagnosticado sarcopenia segundo o European Working Group on Sarcopenia (massa muscular avaliada por meio do DEXA e função muscular avaliada pela força de preensão muscular), no início e ao final do estudo. As características basais e do final do estudo dos pacientes com e sem sarcopenia foram comparadas por meio do teste t-student para amostras pareadas ou Wilcoxon, considerando nível de significância da 5%. O papel preditor do ângulo de fase na sarcopenia foi avaliado pelo Modelo Longitudinal de Efeitos Mistos, no software STATA 14.0. No início do estudo, 62,5% eram homens, com média de idade de 51,3±14,3 anos. Após um ano de acompanhamento, foram reavaliados 209 pacientes, sendo 64,5% homens, com média de idade de 49,0±14,7 anos. Os resultados obtidos mostraram que a prevalência de sarcopenia foi de 28,1% no início do estudo, aumentando para 38,8% (n=209) ao final. Entre os homens sarcopênicos no início do estudo, observou-se diminuição da massa magra (42,0±6,2 vs 40,9±6,8; p=0,025), creatinina (11,6±3,0 vs 10.6±2,9; p=0,025) e albumina (4,0±0,4 vs 3,8±0,3; p=0,026) e entre os não sarcopênicos, observou-se diminuição da FPM (30,6±7,1 vs 29,0±6,6; p=0,002), massa magra (49,4±6,2 vs 41,7±6,7; p<0,001), desempenho físico (1,1±0,2 vs 1,0±0,2; p=0,008), AF (6,6±1,1 vs 6,1±1,1; p=0,001) e creatinina (13,2±3,2 vs 12,2±3,3; p=0,006), após a reavaliação. Entre as mulheres sarcopênicas, foi observada diminuição em parâmetros como FPM e AF, porém sem significância estatística. No entanto, as mulheres diagnosticadas sem sarcopenia no início do estudo apresentaram diminuição significativa no desempenho físico (1,1±0,2 vs 1,0±0,2; p=0,001), AF (6,6±0,9 vs 6,3±1,2; p=0,015), creatinina (11,6±2,7 vs 10,4±3,0; p=0,005) e albumina (4,0±0,3 vs 3,9±0,3; p=0,007). O modelo de efeitos mistos mostrou que o AF é protetor para a sarcopenia (OR= 0,40; p=0,002), força muscular (OR= 0,57; p=0,032) e massa muscular (OR=0,64; p=0,002). Assim, os resultados desta tese mostraram que a sarcopenia apresentou alta prevalência entre os pacientes em hemodiálise no início do estudo e aumentou após um ano de acompanhamento, estando associada à inflamação e ao envelhecimento. A composição corporal e o desempenho físico dos pacientes apresentaram mudanças significativas ao final do estudo. O ângulo de fase se mostrou protetor tanto para a sarcopenia, quanto para a força muscular e a massa muscular. Desta forma, torna-se necessário estabelecer critérios específicos para esta população, de modo a otimizar a avaliação nutricional destes pacientes na prática clínica, através de ferramentas seguras e eficazes na detecção da sarcopenia nos pacientes em hemodiálise.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 407662 - ALCIONE MIRANDA DOS SANTOS
Interno - 2438568 - ANA KARINA TEIXEIRA DA CUNHA FRANCA
Interno - 1159347 - BRUNO LUCIANO CARNEIRO ALVES DE OLIVEIRA
Externo ao Programa - 2336917 - ELISANGELA MILHOMEM DOS SANTOS
Externo à Instituição - MARIA DA CONCEIÇÃO CHAVES DE LEMOS - UFPE