PGSC/CCBS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANNE KARINE MARTINS ASSUNCAO
DATA: 18/09/2020
HORA: 08:00
LOCAL: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
TÍTULO: CASOS DE BERIBÉRI NOTIFICADOS NO BRASIL, 2013-2018
PALAVRAS-CHAVES: Deficiência de tiamina. Saúde de populações indígenas. Deficiência nutricional. Vulnerabilidade Social.
PÁGINAS: 196
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Saúde Coletiva
RESUMO: Beribéri é uma manifestação clínica da deficiência grave e prolongada de tiamina (vitamina B1), de natureza multicausal, de fácil tratamento, mas que pode levar a óbito. No Brasil, esta doença está relacionada a condições de miséria. Dessa forma o objetivo desta pesquisa foi analisar os casos de beribéri notificados no Brasil no período de 2013 a 2018. No primeiro artigo, realizou-se análise espacial dos casos de beribéri em indígenas. Os dados foram extraídos do FomSUS e realizado análise das variáveis mês e ano de ocorrência, município e unidade federada de residência, raça/cor e em caso de indígenas, aldeia e etnia. Para análise espacial realizou-se o georreferenciamento das aldeias. De 2013 a 2018, foram notificados 414 casos de beribéri no país, sendo 210 (50,7%) indígenas. 98,3% dos casos residiam em três estados da Amazônia Legal. Áreas quentes (alta-densidade) nos estados do TO e RR 92,0% dos casos. No segundo artigo, analisou-se a relação entre o território, dados sociodemográficos e comportamentais dos casos de beribéri notificados e confirmados no país, comparando indígenas com não indígenas. As variáveis utilizadas foram obtidas a partir da ficha de investigação clínica e de notificação dos casos de beribéri do FormSUS. Neste estudo o desfecho de interesse foi se o paciente era indígena ou não. Para testar a associação entre indígenas e não indígenas dos casos notificados e confirmados, utilizou-se o teste Qui- quadrado ou teste exato de Fisher com nível de significância de p<0,05. Os mapas mostraram a distribuição geográfica dos casos de beribéri nos estados do MA, RR e TO. No país de 2013 a 2018, foram notificados 414 casos de beribéri e casos confirmados 169 casos, sendo 138 (81,6%) indígenas, 26 (15,4%) pardos. Houve predomínio do sexo masculino e da faixa etária de 18 a 59 anos em indígenas e não indígenas nos casos notificados e nos confirmados. Dentre os casos notificados, referiram consumo de bebidas alcoólicas 58,1% dos indígenas e 71,6% dos não-indígenas (p=0,004). Para os casos confirmados 55,8% dos indígenas consumiam bebida alcoólica (p=0,018). Dentre os casos notificados 76,1% (p<0,001) relataram fazer esforço físico diário e 72,4% (p<0,001) dos indígenas exercem trabalho braçal. Houve registro de três óbitos em 2014, 2015 e 2016 (dois homens uma mulher). Os achados sugerem que os casos de beribéri no Brasil, acometem grupos vulneráveis, indígenas e não indígenas, sendo o consumo de bebidas alcoólicas o principal fator de risco e que incide principalmente a região Amazônica em estados do Norte e Nordeste.
MEMBROS DA BANCA:
Co-orientador - 407662 - ALCIONE MIRANDA DOS SANTOS
Interno - 7407155 - ARLENE DE JESUS MENDES CALDAS
Presidente - 1095586 - MARIA DOS REMEDIOS FREITAS CARVALHO BRANCO
Externo ao Programa - 2222819 - MARIA TEREZA BORGES ARAUJO FROTA