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Banca de DEFESA: ELIANA HARUMI MORIOKA TAKAHASI

2021-01-26 18:19:49.882

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ELIANA HARUMI MORIOKA TAKAHASI
DATA: 26/02/2021
HORA: 14:00
LOCAL: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
TÍTULO: CRESCIMENTO CEFÁLICO E DESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA ASSOCIADA À INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA
PALAVRAS-CHAVES: Zika vírus; crescimento e desenvolvimento; transtornos do neurodesenvolvimento; atividade motora; paralisia cerebral
PÁGINAS: 138
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Saúde Coletiva
SUBÁREA: Saúde Pública
RESUMO: O Brasil vivenciou entre 2015 e 2017 uma epidemia de infecção pelo vírus Zika (ZIKV), seguido do nascimento de crianças com síndrome congênita associada ao vírus Zika (SCZ), uma manifestação antes desconhecida da infecção pelo ZIKV. Na SCZ, frequentemente observa-se disrupção do desenvolvimento cortical cerebral, com consequente redução do perímetro cefálico e sequelas neurológicas; muitas crianças têm sido diagnosticadas com paralisia cerebral grave. Entretanto, diferenças na apresentação clínica entre as crianças com SCZ e em relação ao observado em crianças com outras infecções congênitas e paralisia cerebral tem sido observadas. Faz-se necessária a realização de estudos clínico-epidemiológicos para que se conheça o completo espectro da SCZ e o prognóstico de crescimento cefálico e desenvolvimento motor. OBJETIVO: Avaliar a repercussão da infecção congênita pelo ZIKV no crescimento cefálico e no desenvolvimento motor de uma coorte de crianças SCZ acompanhadas em São Luís – Maranhão. MÉTODOS: Trata-se de uma coorte prospectiva e retrospectiva de 110 crianças com SCZ acompanhadas no Centro de Referência em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças (NINAR) e na Casa de Apoio NINAR, em São Luís, no estado do Maranhão. A medida do perímetro cefálico ao nascimento foi obtida por questionário padronizado e o prontuário médico das crianças foi revisado para extração das mensurações do perímetro cefálico realizadas nas consultas médicas. As medidas foram convertidas em escore-z. Foram ajustados diferentes modelos de efeitos mistos, tendo como variável dependente o escore-z do PC e variáveis explicativas o grau de atrofia do parênquima cerebral, a localização das lesões no encéfalo, o trimestre gestacional em que a mãe apresentou sintomas compatíveis com a infecção pelo ZIKV e a presença de microcefalia ou microcefalia grave ao nascimento. Foi escolhido aquele com menor AIC. Para avaliação da função motora grossa, foram aplicadas a Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS) e a Medida da Função Motora Grossa – GMFM-88 e GMFM-66. Uma amostra de conveniência foi reavaliada após intervalo mínimo de 6 meses. Utilizou-se o teste de Wilcoxon para investigar fatores associados à função motora e o teste de Wilcoxon para amostras pareadas para comparação das avaliações repetidas. RESULTADOS: O modelo ajustado para o z-escore do PC mostrou redução não linear do z-escore do PC nos três primeiros anos de vida das crianças com SCZ. Ao nascimento, 65,6% das crianças apresentavam microcefalia e com o crescimento a maioria recebeu este diagnóstico. No modelo ajustado, microcefalia e microcefalia grave ao nascimento e atrofia acentuada do parênquima cerebral foram associados a menores escores-z do PC. Com relação à função motora grossa, 89% das crianças foram classificadas como GMFCS V. A mediana do GMFM-88 foi de 8,0 (5,4-10,8) e do GMFM-66 foi de 20,5 (14,8-23,1). Classes econômicas mais baixas, microcefalia ao nascimento, epilepsia e redução do volume do parênquima cerebral foram associados a menores escores do GMFM-66. A criança classificada como GMFCS nível III, uma criança classificada como GMFCS nível IV e o grupo de crianças classificadas como GMFCS nível V não tiveram mudança significativa da função motora grossa na reavaliação. CONCLUSÃO: A presente pesquisa descreveu o crescimento cefálico e a função motora grossa de uma grande amostra de crianças com SCZ, contribuindo no âmbito da Saúde Pública brasileira e mundial para construção do conhecimento acerca das sequelas da infecção congênita pelo ZIKV. Observou-se que escore-z do PC diminui nos três primeiros anos de vida de forma acentuada e não linear e com maior magnitude nas crianças com microcefalia ao nascimento e atrofia grave do parênquima cerebral. Do ponto de vista motor, quase todas as crianças com SCZ avaliadas apresentaram quadro grave de paralisia cerebral. Microcefalia ao nascimento, presença de epilepsia sintomática, atrofia grave do parênquima cerebral e pertencer a classes socioeconômicas mais baixas mostraram associação com quadros motores mais graves. No terceiro ano de vida, a maioria não apresentou ganhos na função motora grossa em relação à avaliação inicial e provavelmente se encontra próximo de seu potencial motor, aventando a possibilidade de que as crianças com SCZ GMFCS nível V interrompam os ganhos motores no segundo ano de vida, mais precocemente em relação às crianças com paralisia cerebral decorrentes de outras etiologias que apresentam esta mesma classificação. Embora esta redução do crescimento do PC e o reduzido potencial motor apresentada por estas crianças possam ser explicados pelos danos causados pelo ZIKV limitados ao período fetal, que restringiriam o potencial de crescimento e desenvolvimento do sistema nervoso central, os achados da pesquisa trazem um alerta quanto a possibilidade de tratar-se de uma doença progressiva ou em surtos.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ‪DEMÓCRITO DE BARROS MIRANDA FILHO - UPE
Interno - 407662 - ALCIONE MIRANDA DOS SANTOS
Interno - 407209 - ANTONIO AUGUSTO MOURA DA SILVA
Presidente - 1096903 - MARIA TERESA SEABRA SOARES DE BRITTO E ALVES
Externo à Instituição - PATRICIA DA SILVA SOUSA - UFMA

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