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Banca de QUALIFICAÇÃO: YARA NAYÁ LOPES DE ANDRADE GOIABEIRA

2021-07-14 15:35:35.002

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: YARA NAYÁ LOPES DE ANDRADE GOIABEIRA
DATA: 28/07/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
TÍTULO: Presença do acompanhante em tempo integral e seu efeito na ocorrência de intervenções desnecessárias no parto em maternidades brasileiras vinculadas à Rede Cegonha
PALAVRAS-CHAVES: Serviços de Saúde Materno-Infantil; Assistência ao parto; Boas práticas; Política de saúde; Violência contra a Mulher.
PÁGINAS: 126
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Saúde Coletiva
RESUMO: A presença do acompanhante funciona como um controle de qualidade da assistência profissional, podendo evitar abusos e condutas de rotina desnecessárias no parto. Apesar de ser um direito garantido por lei, a ausência deste personagem ainda persiste em algumas maternidades. Objetivo: Tem-se como objetivo geral estimar a proporção de mulheres com acompanhante em tempo integral, comparando-as entre as macrorregiões e analisar o efeito da ausência do acompanhante na ocorrência de intervenções desnecessárias no parto (IDP) em maternidades brasileiras vinculadas à Rede Cegonha (RC). Método: Estudo nacional, de corte transversal, realizado em todas as maternidades brasileiras vinculadas à RC, do Sistema Único de Saúde, no período de dezembro/2016 a outubro/2017. Participaram do estudo 10.665 puérperas de todas as regiões do país, que pariram por via vaginal em uma das 606 maternidades com plano de ação regional na RC. No primeiro artigo, foram estimadas proporções e respectivos intervalos de confiança (IC) a 95%, ajustados para o efeito do cluster, comparando- se as macrorregiões pelo teste Qui-quadrado de Wald e, no segundo artigo, foi utilizado um modelo teórico foi desenvolvido usando Gráfico Acíclico Direcionado, onde a ausência do acompanhante durante a internação foi considerada como exposição e a ocorrência de IDP como desfecho. Utilizou-se o pareamento por escore de propensão e a ponderação pelo inverso da probabilidade de exposição para balancear os grupos e estimar o efeito causal, por meio de coeficientes de regressão (CR) ajustados, e respectivos IC a 95% e (alpha=5%). Resultados: A presença do acompanhante em tempo integral ocorreu em 71,2% das maternidades, sendo maior entre puérperas com idade de 20-35 anos, de cor parda, com maior escolaridade, casadas e assistidas em parto vaginal. Quase 30% das puérperas não tiveram acompanhante em tempo integral. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, mulheres pretas autodeclaradas, de menor escolaridade e solteiras foram menos acompanhadas. O momento do parto teve menor presença do acompanhante (29,2%). No segundo artigo, constatou-se que 92,1% das mulheres que pariram por via vaginal sofreu algum tipo de IDP. Mulheres que tiveram o parto conduzido por profissional médico foram menos acompanhadas (76,3%). As regiões Norte, Nordeste e Sudeste tiveram maior ocorrência de IDP em mulheres desacompanhadas. A ausência do acompanhante teve efeito com maior frequência na ocorrência de IDP do tipo venóclise (Coef= 0,083; IC 95% 0,037 – 0,129), litotomia (Coef= 0,144; IC 95% 0,103 – 0,185), episiotomia (Coef= 0,064; IC 95% 0,022 – 0,105) e manobras de Kristeller (Coef= 0,088; IC 95% 0,052 – 0,125), (p= ≤ 0,002). Conclusão: a presença do acompanhante na maternidade tem funcionado como um controle de qualidade capaz de promover mudanças na assistência profissional, tornando-a menos tecnicista, medicalizante e rotineira, contribuindo para a eliminação de condutas consideradas prejudiciais e/ou ineficazes. Todavia, este direito garantido por lei ainda não vem sendo cumprido integralmente nas maternidades vinculadas à RC.
MEMBROS DA BANCA:
Co-orientador - 1651131 - ERIKA BARBARA ABREU FONSECA THOMAZ
Externo à Instituição - MARIA DO CARMO LEAL - FIOCRUZ
Presidente - 2299196 - REJANE CHRISTINE DE SOUSA QUEIROZ
Interno - 6551413 - ZENI CARVALHO LAMY

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