PGSC/CCBS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ELISA SANTOS MAGALHAES RODRIGUES
DATA: 22/12/2022
HORA: 08:30
LOCAL: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
TÍTULO: Os primeiros 1000 dias de vida: efeito dos community scorecards e da pandemia da COVID-19 sobre indicadores maternos e infantis.
PALAVRAS-CHAVES: Community Scorecards; Participação da Comunidade, Serviços de Saúde Materno-Infantil, Análise de Séries Temporais Interrompida, Estado Nutricional, Programas Sociais e COVID-19
PÁGINAS: 166
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Saúde Coletiva
RESUMO: Apesar dos investimentos nos primeiros 1000 dias de vida, para a melhoria da saúde infantil, o subdesenvolvimento infantil recai sobre populações de países de média e baixa renda, nos quais o acesso e a qualidade dos serviços de saúde para a díade mãe- bebê ainda são insuficientes. Esta tese estudou o efeito das intervenções comunitárias com scorecards e da pandemia da COVID-19 sobre indicadores maternos e infantis, no período dos primeiros 1000 dias de vida. Os community scorecards são instrumentos que reúnem dimensões dos serviços de saúde monitoradas e avaliadas pelas comunidades locais em processos de social accountability. Entretanto, não há evidências sistematizadas sobre a efetividade destas intervenções sobre indicadores de saúde maternos e infantis, nos primeiros 1000 dias de vida. Assim, para responder: “Como os community scorecards têm sido usados na comunidade? ” e se “O uso dos community scorecards impacta na saúde materna e infantil e nos cuidados de saúde nos primeiros 1000 dias de vida?” foi realizada uma revisão sistemática, com meta-análise (PROSPERO: CRD42018105841). As buscas ocorreram em 29 bases on-line, sem restrição de local e idioma. Foram incluídos artigos originais, do tipo experimental, de série temporal e do tipo antes e depois, com intervenções usando scorecards pela comunidade e, como desfechos, eventos de saúde na gravidez, parto, puerpério e em crianças até dois anos. Meta-análises de efeito fixo ou randômico (I²>0,05) foram realizadas no Stata (versão 14.0), para indicadores suficientemente homogêneos. Onze artigos compuseram a síntese qualitativa e cinco as meta-análises. Os estudos foram realizados em países americanos, asiáticos e africanos, em 32.104 mulheres em idade reprodutiva. As intervenções aumentaram o número de visitas domiciliares por Agentes Comunitários de Saúde (ACS) durante a gravidez (OR: 2,96; IC 95%: 2,04 a 4,28), mostrando que o trabalho dos ACS é sensível ao engajamento da comunidade por meio dos community scorecards. Outra exposição de interesse foi a pandemia por COVID-19, uma crise sanitária, com impactos sociais e econômicos globais. Problematizamos o impacto deste evento sobre o estado nutricional de crianças menores de dois anos e inscritas em Programa de Transferência de Renda (PTR). Foi realizado um estudo ecológico de Série Temporal Interrompida, com dados mensais entre janeiro de 2008 e junho de 2021. As unidades de análises foram as macrorregiões do Brasil e as variáveis tempo-dependentes foram o baixo peso e peso elevado para idade, o déficit estatural e o sobrepeso/obesidade, para as quais aplicou-se a modelagem SARIMA para analisar o efeito da pandemia sobre o estado nutricional infantil. Estimou-se os coeficientes de regressão (CR), ajustados para tendência e sazonalidade. As análises foram realizadas no RStudio (α=5%). As taxas do déficit estatural e de sobrepeso/obesidade foram as maiores em todas as regiões do Brasil, em 2021. A pandemia de COVID-19 associou-se ao aumento das taxas de todos os desvios nutricionais estudados, na região Sul. No Sudeste, houve aumento do baixo peso (CR=1,97; p<0,01) e do peso elevado para idade (CR=1,52, p=0,04), além do déficit estatural (CR=2,14;p<0,01) que também cresceu no Centro-Oeste (CR=2,6; p<0,01), assim como o excesso de peso (CR=2,29; p=0,01), único desvio afetado na região Norte (CR=1,51; p=0,04), após a pandemia. Intervenções com community scorecards são potentes para ampliar o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde, junto às gestantes dos seus territórios. Por outro lado, a pandemia da COVID-19 intensificou a dupla carga de má nutrição nas regiões Centro- Oeste, Sul e Sudeste. Na região Norte, houve aumento do sobrepeso/obesidade, ao passo que na região Nordeste mantiveram-se altas taxas dos indicadores de má-nutrição, após a pandemia.

MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1823558 - DEYSIANNE COSTA DAS CHAGAS
Interno - 035.010.843-90 - ELISA MIRANDA COSTA
Presidente - 1651131 - ERIKA BARBARA ABREU FONSECA THOMAZ