PGSC/CCBS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: VICTOR NOGUEIRA DA CRUZ SILVEIRA
DATA: 13/01/2023
HORA: 08:30
LOCAL: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
TÍTULO: CONSTRUÇÃO DE ESCALAS PARA AVALIAÇÃO DO CONSUMO ENERGÉTICO, QUALIDADE DA DIETA E CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS COM BASE NA TEORIA DA RESPOSTA AO ITEM
PALAVRAS-CHAVES: Psicometria. Adolescentes. Alimentação. Pesquisas e Questionários.
PÁGINAS: 159
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Saúde Coletiva
RESUMO: A alimentação compõe um conjunto de comportamentos multimotivados e multideterminados que promovem efeitos diversos sobre as condições de saúde e nutrição de indivíduos e coletividades. Durante fases em que ocorrem a intensificação de processos fisiológicos e comportamentais como a adolescência, a promoção de hábitos alimentares irregulares pode provocar efeitos deletérios ao longo do ciclo vital. Desta forma, o objetivo desta dissertação foi estimar o nível de consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) em adolescentes de 18 e 19 anos por meio de Teoria de Resposta ao Item (TRI). Trata-se de um estudo do tipo psicométrico com dados provenientes da terceira fase do consórcio de coortes de nascimento RPS (Ribeirão Preto; Pelotas; São Luís). A amostra foi constituída por 2.515 indivíduos adolescentes com 18 e 19 anos de idade de São Luís, Maranhão, Brasil. Os itens alimentares foram extraídos do Questionário de Frequência Alimentar (QFA) adaptado e validado para a população adolescente. A determinação dos itens alimentares ultra-processados ocorreu por meio de análise fatorial exploratória (AFE). Foram determinados itens alimentares ultraprocessados, os alimentos que apresentaram carga fatorial > 0,30 e comunalidade > 0,20 para um fator que conceitualmente agrupasse alimentos com elevado grau de processamento industrial. Após extração por AFE, os itens que apresentassem similaridade nutricional foram agrupados, perfazendo 13 itens alimentares ultraprocessados provenientes do QFA. Posteriormente, os itens alimentares foram categorizados segundo suas porções de consumo diárias, a saber: não consumir; consumir menos que uma porção; consumir uma a menos que duas porções; consumir acima de duas porções. Foram testados modelos de TRI adequados para itens politômicos, sendo o melhor modelo determinado por menores valores de AIC e BIC, bem como boa qualidade de ajuste (CFI > 0,90; TLI > 0,90; RMSEA < 0,08). O traço latente foi posteriormente dividido em tercis, a saber: Baixo consumo (θ ≤ 90); Moderado consumo (90 < θ < 120) e Elevado consumo (θ ≥ 120). O Modelo de Resposta Gradual de Samejima foi ajustado com qualidade satisfatória de ajuste (CFI = 0,92; TLI = 0,90; RMSEA = 0,05 [IC95% 0,05- 0,06]. A amostra apresentou consumo de AUP moderado (θ = 100,64), sendo significativamente superior nas meninas (θ = 100,73). Os itens alimentares apresentaram valores satisfatórios de discriminação (ai > 0,65) e de localização. O item fast food apresentou o maior valor de discriminação (ai = 1,497), portanto diferenciando melhor os indivíduos da amostra com maiores níveis de consumo de AUP. Acerca do parâmetro de localização(bi), o item bebidas artificialmente adoçadas apresentou os menores valores em todas as categorias de consumo, portanto indicando que os indivíduos não precisavam possuir consumo elevado de AUP para ingerir este alimento, tornando-o de fácil consumo. O traço latente obtido apresentou quantidade de informação concedida satisfatória e com pico em traços latentes medianos, portanto avaliando satisfatoriamente o consumo de AUP, sobretudo em indivíduos com moderado consumo deste grupo alimentar. A aplicação de TRI na estimação de traços latentes relativos ao consumo alimentar de coletividades mostrou-se satisfatória com resultados com boa qualidade de ajuste e informação concedida. A amostra de adolescentes apresentou moderado consumo de AUP, porém significativamente superior no público feminino. A escala interpretável obtida permite avaliar o consumo de AUP rapidamente e com uma quantidade inferior de itens usualmente presentes em um QFA, tornando-se uma potencial ferramenta para avaliação de maus-hábitos alimentares na vigilância nutricional.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 407662 - ALCIONE MIRANDA DOS SANTOS
Co-orientador - 2438568 - ANA KARINA TEIXEIRA DA CUNHA FRANCA
Interno - 025.783.175-42 - ELMA IZZE DA SILVA MAGALHÃES
Externo à Instituição - JOSÉ CARLOS DE LACERDA LEITE - UFPB