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Banca de DEFESA: ELISA SANTOS MAGALHAES RODRIGUES

2024-01-22 09:10:50.337

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ELISA SANTOS MAGALHAES RODRIGUES
DATA: 26/01/2024
HORA: 08:00
LOCAL: PGSC/UFMA
TÍTULO: Os primeiros 1000 dias de vida: efeito de intervenções com scorecards e da pandemia da COVID-19 sobre indicadores maternos e infantis
PALAVRAS-CHAVES: Community Scorecards; Participação da Comunidade, Serviços de Saúde Materno-Infantil, Análise de Séries Temporais Interrompida, Estado Nutricional, Programas Sociais e COVID-19.
PÁGINAS: 160
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Saúde Coletiva
SUBÁREA: Saúde Pública
RESUMO: Apesar dos investimentos nos primeiros 1000 dias de vida, altas taxas de mortalidade e morbidade infantil recaem sobre populações de países de média e baixa renda, nos quais o acesso e a qualidade da oferta dos serviços de saúde para a díade mãe-bebê ainda são direitos negados. Esta tese estudou o efeito das intervenções com scorecards e da pandemia da COVID-19 sobre indicadores maternos e infantis, no período dos primeiros 1000 dias de vida. Artigo 1: Os scorecards reúnem dimensões dos serviços de saúde para monitoramento e avaliação e têm sido incorporados em processos de social accountability de países subdesenvolvidos. Entretanto, não há evidências de melhorias sobre a indicadores de saúde maternos e infantis, nos primeiros 1000 dias de vida. Assim, uma foi realizada uma revisão sistemática, com meta-análise (PROSPERO: CRD42018105841), cujas buscas ocorreram em 29 bases on-line, sem restrição de local e idioma, entre 2018 a 2023. Dois avaliadores em consenso, incluíram artigos originais, do tipo experimental, de série temporal e do tipo antes e depois, com intervenções usando scorecards pela comunidade e, como desfechos, eventos de saúde na 1) Gravidez: mulheres que receberam visita domiciliar de Agentes Comunitários de Saúde (ACS); compareceu a pelo menos quatro consultas; e recebeu algum cuidado pré-natal; 2) Parto: cobertura de partos institucionais e partos realizados por profissionais capacitados; 3) Pós-parto: visita domiciliar dos ACS; 4) Saúde infantil: cobertura e verificação da carteira de vacinação e amamentação na primeira hora de vida. Avaliou-se a qualidade metodológica dos estudos Quality Assessment Tool for Quantitative Studies. No Stata 14·0, meta-análises de efeito fixo ou aleatório (I² > 50% ou valor P do teste Q<0,10) geraram medidas de associações por odds ratio (OR) e diferença em diferença (DID) e seus intervalos de confiança (IC95%). Dos 5.562 documentos encontrados, nove constituíram a síntese qualitativa de resultados sobre 17.571 mulheres em idade reprodutiva, 4.996 domicílios, 7.985 registros de mulheres grávidas, 6.548 que tiveram filhos nas últimas seis semanas. Os estudos foram fortes (n=2), moderados (n=4) e fracos (n=3). Os scorecards apoiaram ciclos de monitoramento de indicadores do uso, oferta e qualidade dos serviços maternos e infantis, com base no diálogo entre os serviços e comunidades. As intervenções aumentaram o número de visitas domiciliares dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) durante a gestação (ORpooled=2,96; IC95%: 2,02-4,34), mas não afetaram os demais indicadores. Intervenções de social accountability com scorecards potencializaram as ações de monitoramento dos serviços de saúde pelas comunidades locais e ampliaram o alcance das visitas dos ACS às mulheres grávidas. Artigo 2: Outra exposição de interesse foi a pandemia de COVID-19, uma crise sanitária, com impactos sociais e econômicos globais. Problematizamos o impacto deste evento sobre o estado nutricional de crianças menores de dois anos e inscritas em Programa de Transferência de Renda (PTR). Foi realizado um estudo ecológico de Série Temporal Interrompida, com dados mensais entre janeiro de 2008 e junho de 2021. As unidades de análises foram as macrorregiões do Brasil e as variáveis tempo-dependentes foram o baixo peso para idade, o déficit de estatura e o excesso de peso extraídas do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional. As análises foram realizadas no RStudio, estimando-se a tendência por mês e variação percentual anual por meio da regressão de Prais-Winsten e o efeito da pandemia (variável de interrupção da série) sobre as variáveis tempo-dependentes, por meio da modelagem SARIMA, com ajustes para tendência e sazonalidade, calculando-se os Coeficientes de Regressão (CR), considerando α=5%. As taxas do déficit de estatura e de excesso de peso foram as maiores em todas as regiões do Brasil, em 2021. Tendências crescentes significativas foram observadas para o baixo peso por idade nas regiões CO (VPM=3,46%; p<0,001), SE (VPM=4,16%; p<0,001) e S (VPM=1,45%; p<0,001); o déficit de estatura no CO (VPM=8,53%, p<0,001) e no SE (VPM=8,14%, p<0,001). Houve redução do déficit de estatura (VPM= -4,35%; p=0,02) no NE e do excesso de peso no NE (VPM=-4,53; p<0,001), CO (VPM=-5,69; p<0,001) e SE (VPM=-2,99; p=0,03). A pandemia associou-se ao aumento do: i) baixo peso por idade no Sul (CR=0,94; p<0,001) e Sudeste (CR=1,97; p<0,001); ii) déficit de estatura no Centro-Oeste (CR=2,4; p=0,01), Sul (CR=2,15; p<0,001) e Sudeste (CR=2,96; p<0,001); e iii) excesso de peso no Norte (CR=1,51; p=0,04), Centro-Oeste (CR=2,29;p=0,01), Sul (CR=2,83; p<0,001) e Sudeste (CR=0,72; p=0,04). A pandemia da COVID-19 intensificou a dupla carga de má nutrição nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Na região Norte, houve aumento do excesso de peso, ao passo que na região Nordeste mantiveram-se altas taxas dos indicadores de má-nutrição, após a pandemia.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ELIANA MARCIA DA ROS WENDLAND - UFCSPA
Externo à Instituição - ELMA IZZE DA SILVA MAGALHÃES - UFRGS
Presidente - 1651131 - ERIKA BARBARA ABREU FONSECA THOMAZ
Interno - 037.370.773-80 - POLIANA CRISTINA DE ALMEIDA FONSECA VIOLA
Interno - 1983977 - ROSANGELA FERNANDES LUCENA BATISTA

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