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Banca de QUALIFICAÇÃO: SAMUEL SIMÃO DA SILVA

2022-11-21 12:19:10.965

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SAMUEL SIMÃO DA SILVA
DATA: 19/12/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Plataforma Google Meet
TÍTULO: DOMÍNIO: o conceito de violência política constantemente referido a Maquiavel.
PALAVRAS-CHAVES: Maquiavel; ideias políticas; contextualismo; Florença/Itália, violência política; século XVI.
PÁGINAS: 152
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: História
RESUMO: Essa tese busca compreender o sentido da obra de Maquiavel por meio do conceito de violência política, levando sempre em consideração que a ação política não pode ser relacionada a valores morais propriamente comuns ao homem comum que não leva sobre si a responsabilidade e o peso de decisões políticas institucionais. Para isso, é preciso, no entanto, olhar para a Itália de Maquiavel e talvez para a própria Europa daquele período (séculos XV e XVI), relacionando sua obra, portanto, ao contexto de idealização de seu pensar. Esse estudo pretende, nesse sentido, seguir a orientação do contextualismo linguístico defendido pelos historiadores ingleses Quentin Skinner e John Pocock. Mecanismo esse segundo o qual seria fundamental, para se compreender o sentido de uma forma de pensamento político, contextualizar o autor à sua época e sociedade, procurando apreender quais foram as suas intenções. Isso é o que Skinner define como atos linguísticos. Segundo ele, “Evidentemente, estudar o discurso político implica estudar fatos históricos, pois faz parte desse enfoque pensar os discursos como ações” (POCOCK, 2003, p. 9). Dessa maneira, tanto Skinner quanto Pocock buscam entender o sentido de um determinado autor, observando as relações que se estabeleceram sobre ele através dos meios que frequentou, dos livros que leu e de que maneira os eventos sócio-históricos “agiram sobre ele” (OLIVEIRA, 2009, p. 3). Assim, o sentido da obra maquiaveliana emerge apresentando-se por meio do conceito de violência política entendida, mas não definida conceitualmente, na obra de Maquiavel como manifesta ao nível das relações entre os estados e destes com sua comunidade, nunca em nível mais baixo nas relações que se estabelecem entre os vários sujeitos sociais. De qualquer modo, não se deve ver a violência nos negócios da política na obra de Maquiavel como um elemento anacrônico. Ela não é uma intrusa. Maquiavel, pelo contrário, percebeu a violência como elemento chave das diversas práticas políticas e um denominador comum e divisor de águas nas várias sociedades humanas. Jean Bodin e Etienne de la Boétie, cada um ao seu modo, por exemplo, delineiam traços dessa premissa que buscaremos comparar aqui aos argumentos de Maquiavel. Se la Boétie compreende que a servidão voluntária só pode ser violada por uma enérgica transgressão e desobediência aos poderes instituídos, entendidos como poderes do Estado, Maquiavel e Bodin perceberam daquele lado que é também o uso da força organizada e alimentada até ideologicamente (como no caso de Bodin, por meio do conceito de soberania política, entendida como poder absoluto e perpétuo) que servirá ao Estado como dique, tanto nos problemas internos (revoltas populares, por exemplo), como em questões de política internacional.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - FÁBIO ANDRÉ HAHN - UNIOESTE
Presidente - 1753658 - MARIA IZABEL BARBOZA DE MORAIS OLIVEIRA
Externo à Instituição - MARTHA VICTOR VIEIRA - UFNT
Interno - 2074262 - VICTOR DE OLIVEIRA PINTO COELHO

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