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Aula inaugural 2020

2020-10-05 21:29:57.136

Na próxima quinta-feira, dia 08, irá ocorrerá a aula inaugural 2020.2  do PPECEM por meio da Plataforma Google Meet. O tema da aula será "Formação de Professores: Políticas Públicas e Pesquisas em Educação em Ciências"  ministrada pela Profa. Fernanda Ostermann (http://lattes.cnpq.br/7007713327410057), da  Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 

 

Resumo:

Traçamos um panorama histórico da pesquisa em educação em ciências no Brasil, buscando nas teorias curriculares elementos para analisar diferentes modelos de formação docente. Foi possível perceber que, ainda na década de 60/70 do século XX, a pesquisa pioneira sobre o ensino de física alinhou-se à perspectiva tradicional de currículo, com foco na vivência do método científico e na formação de professores racionalistas técnicos, aproximando-se da perspectiva das políticas públicas da época. Nos anos 80, assistimos à ascensão do paradigma cognitivista, que embasava as pesquisas sobre o ensino e a aprendizagem do conhecimento científico. Também, nesta década, surge a concepção de professor reflexivo de sua prática profissional, no âmbito das pesquisas em educação em ciências. A partir dos anos 90, vivenciamos o movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade que se aproximava da perspectiva curricular crítica, dando margem à proposição de um modelo de  professor intelectual crítico, que, no entanto,  não se viu refletido nas diretrizes para a formação de professores. No início do século XXI, com base na abordagem sociocultural, a pesquisa começa a tecer críticas à ciência impondo a necessidade de se questionarem tanto a ciência quanto a educação em ciências e seus  valores sociais, políticos e culturais. No entanto, a legislação sobre formação docente ainda viu-se tensionada entre uma perspectiva de identidade própria das Licenciaturas e os antigos modelos nos quais a formação estava subalternizada ao Bacharelado. Um marco importante na legislação ocorre em 2015, com a aprovação de Diretrizes que reconhecem a necessidade de identidade própria para a formação docente. No entanto, em dezembro de 2019, com a aprovação da Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica assistimos a um lamentável retrocesso. Entre suas proposições, destaca-se que a qualificação docente deixa de ser uma função do Estado e passa a ser um investimento pessoal dos profissionais da educação, cujas consequências mais graves são a mercantilização da educação e a precarização das condições de trabalho docente.

 

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